Prof. Douglas Barraqui
Vista das ruínas de Pompeia |
Era um pouco mais de 10 horas do
dia 24 de agosto de 79 d.C., um dia de festa em Pompeia, uma típica cidade
romana, dos arredores de Nápoles, sul da Itália, próxima do vulcão Vesúvio. Era
um dia normal e subitamente um estrondo ecoa do Vesúvio, o vulcão acordava de
um sono de mais de 900 anos. Escapava do cume da montanha uma nuvem monstruosa
em forma de pinheiro, ou um cogumelo.
Sobre Herculano, cidade ainda
mais próxima da montanha, começa a desabar uma chuva de pedras-pomes, lapíli e,
às vezes, pedaços de rochas. Eram fragmentos arrancados do topo da montanha e
da tampa de lava resfriada que obstruía a cratera. Pompeia também seria
atingida.
Por volta das 13 horas, uma série
de explosões rasgou o ar e subitamente, do dia se fez a noite. Muitas pedras e
agora também cinzas começavam a cair do céu. O fim das duas cidades e de seus
habitantes seria trágico.
Passados vinte séculos Pompeia e Herculano
guardam importantes vestígios arqueológicos. Mas, por muito tempo algo
intrigava os arqueólogos. Por que os restos humanos de Herculano eram tão
distintos de Pompeia? Em Herculano os esqueletos estavam amontoados, os ossos
estavam quebrados, queimados e a mostra, sem resquícios das roupas no momento da morte.
Em Pompeia, por outro lado, os corpos e suas formas exatas, no momento da
morte, foram preservados inclusive das roupas, como se congelados no tempo.
Vestígio de Pompeia |
Vestígio de Heculano |
A ciência recentemente deu uma contribuição
impar para a história, para que pudéssemos recontar aquele dia trágico: Cerca de
doze horas após a erupção uma monstruosa avalanche de gás e poeira desceu do topo
do Vesúvio a uma velocidade aproximada de 130 km/h e a uma temperatura que
beirava os 700 graus; é o que os geógrafos chamam de onda piroclástica. A poderosa
avalanche de gás super quente e cinzas levou pouco menos de cinco minutos para
atingir a cidade de Herculano que ficava a cerca de 5 km do Vesúvio. Assim devido
a elevada temperatura da onda piroclástica os moradores de Herculano morreram
quase que instantaneamente. A onda piroclástica estava violentamente tão quente
que a carne se evaporou em poucos segundos deixando apenas os ossos queimados,
foram incinerados vivos. Pompeia por sua vez fica a seis quilômetros depois de Herculano.
Essa distância foi fundamental para que a temperatura da onda piroclástica, embora
que mortal, caísse e apenas uma cortina de gás e poeira quente chegasse a
Pompeia, fazendo com que os corpos fossem preservados. Guardando suas formas,
vestimentas, adornos, gestos e posições no momento de sua morte. Congelados mortalmente
no tempo e para a história.
Rua de Pompeia |
Vestígios arqueológicos de Pompeia |
Vestígio de um homem que parece rezar aos deuses no momento da catástrofe |
Referências:
Pompeia, de Robert Harris.
Nenhum comentário:
Postar um comentário