segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Pompeia: a tragédia aos pés do Vesúvio

Prof. Douglas Barraqui
Vista das ruínas de Pompeia

Era um pouco mais de 10 horas do dia 24 de agosto de 79 d.C., um dia de festa em Pompeia, uma típica cidade romana, dos arredores de Nápoles, sul da Itália, próxima do vulcão Vesúvio. Era um dia normal e subitamente um estrondo ecoa do Vesúvio, o vulcão acordava de um sono de mais de 900 anos. Escapava do cume da montanha uma nuvem monstruosa em forma de pinheiro, ou um cogumelo.

Sobre Herculano, cidade ainda mais próxima da montanha, começa a desabar uma chuva de pedras-pomes, lapíli e, às vezes, pedaços de rochas. Eram fragmentos arrancados do topo da montanha e da tampa de lava resfriada que obstruía a cratera. Pompeia também seria atingida.

Por volta das 13 horas, uma série de explosões rasgou o ar e subitamente, do dia se fez a noite. Muitas pedras e agora também cinzas começavam a cair do céu. O fim das duas cidades e de seus habitantes seria trágico.

Passados vinte séculos Pompeia e Herculano guardam importantes vestígios arqueológicos. Mas, por muito tempo algo intrigava os arqueólogos. Por que os restos humanos de Herculano eram tão distintos de Pompeia? Em Herculano os esqueletos estavam amontoados, os ossos estavam quebrados, queimados e a mostra,  sem resquícios das roupas no momento da morte. Em Pompeia, por outro lado, os corpos e suas formas exatas, no momento da morte, foram preservados inclusive das roupas, como se congelados no tempo.
Vestígio de Pompeia

Vestígio de Heculano

A ciência recentemente deu uma contribuição impar para a história, para que pudéssemos recontar aquele dia trágico: Cerca de doze horas após a erupção uma monstruosa avalanche de gás e poeira desceu do topo do Vesúvio a uma velocidade aproximada de 130 km/h e a uma temperatura que beirava os 700 graus; é o que os geógrafos chamam de onda piroclástica. A poderosa avalanche de gás super quente e cinzas levou pouco menos de cinco minutos para atingir a cidade de Herculano que ficava a cerca de 5 km do Vesúvio. Assim devido a elevada temperatura da onda piroclástica os moradores de Herculano morreram quase que instantaneamente. A onda piroclástica estava violentamente tão quente que a carne se evaporou em poucos segundos deixando apenas os ossos queimados, foram incinerados vivos. Pompeia por sua vez fica a seis quilômetros depois de Herculano. Essa distância foi fundamental para que a temperatura da onda piroclástica, embora que mortal, caísse e apenas uma cortina de gás e poeira quente chegasse a Pompeia, fazendo com que os corpos fossem preservados. Guardando suas formas, vestimentas, adornos, gestos e posições no momento de sua morte. Congelados mortalmente no tempo e para a história.
Rua de Pompeia


Vestígios arqueológicos de Pompeia

Vestígio de um homem que parece rezar aos deuses no momento da catástrofe

Referências: 

Pompeia, de Robert Harris.


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