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domingo, 13 de setembro de 2015

OS JESUÍTAS NO BRASIL COLONIAL

Prof. Douglas Barraqui
São Miguel das Missões (RS)

O governo português e a Igreja eram aliados na empreitada de expandir a fé católica pelo mundo.
Ø Padroado - Dava ao rei o direito de exercer várias funções próprias da Igreja:
·        Cobrar o dízimo dos colonos
·        Pagar o salário dos padres, que se tornavam praticamente funcionários do governo;
·        Garantir a difusão e a consolidação do catolicismo por todo o Império Português;
·        Construir e conservar igrejas;
·        Organizar dioceses e nomear bispos.

OS JESUÍTAS NA AMÉRICA
Companhia de Jesus foi criada no contexto das Contra Reformas (século XVI).
Ø Fundada em 1534 por Inácio de Loiola.

Objetivos dos jesuítas:
ü Levar o catolicismo para as regiões recém descobertas Índia, China e África, principalmente à América. Conter o avanço do protestantismo nestas regiões;
ü Catequizar os índios americanos, transmitindo-lhes a língua portuguesa e espanhola, os costumes europeus e a religião católica;
ü Construir escolas católicas em diversas regiões do mundo;

A)   Os Jesuítas no Brasil colonial:
ü Atuaram na conversão das populações indígenas ao catolicismo.
ü Contribuíram para a ocupação do território com a fundação de vilas, como a Vila de Piratininga, atual cidade de São Paulo, fundada em 1554 pelos padres Manoel da Nóbrega e José de Anchieta.
ü Criação de colégios em Salvador, Natal, Olinda, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Vicente, São Paulo, Paranaguá e Laguna.

B)  As missões e os conflitos com os colonos
ü As missões, reduções ou aldeamentos eram comunidades indígenas organizadas pelos religiosos jesuítas.

ü Tinha por objetivo centralizar as tribos indígenas em um só local com o objetivo principal de torná-los cristãos.

C)   A Catequese
Os índios nas missões eram obrigados a abandonarem seus valores culturais como:
·        Politeísmo;
·        Antropofagia;
·        Cerimônias dirigidas pelos pajés;
·        Poligamia;
·        Nomadismo;
·        Idioma substituído pelo latim das orações católicas;
·        O ritmo de vida dos indígenas, em favor dos horários rígidos;

D)   A educação jesuíta
Os colégios criados pela Companhia de Jesus na América portuguesa ensinavam:
·        Retórica,
·        Humanidades,
·        Gramáticas grega e latina.
Os jesuítas também aprenderam a língua tupi, instrumento fundamental para que pudessem ensinar e catequizar a população nativa.
Os padres jesuítas sistematizaram por escrito a gramática tupi. Com esse esforço, foi possível preservar o patrimônio linguístico do tupi, ainda que a população indígena tenha sido dizimada ao longo da história.

E)   Atividades nas missões
ü Realizavam trabalhos agrícolas e artesanais voltados à subsistência e ao comércio com diferentes regiões da colônia.
ü Criavam animais (bois, cavalos, porcos e galinhas).
ü Praticavam a agricultura seguindo o modelo europeu e o extrativismo vegetal.
As riquezas obtidas com a venda desses produtos destinavam-se à manutenção das despesas da ordem religiosa responsável pela aldeia.

F)   O confronto entre padres e colonos
Ø Padres afirmavam que os gentios possuíam alma e deveriam ser salvos pela evangelização.
Ø Colonos defendiam o apresamento, pois sua venda como escravos era um negócio bastante lucrativo. Por isso, eram frequentes a invasão e a destruição de missões com o objetivo de saquear suas riquezas e escravizar os nativos.

G)  A “guerra justa” e o “resgate”

“Guerra justa” - era autorizada somente a captura de indígenas que realizassem ataques às vilas e às missões jesuíticas, que praticassem a antropofagia e que recusassem a catequização.

“Resgate” - estabeleceu que os índios já escravizados de outras aldeias, por terem sido capturados em conflitos intertribais, podiam ser resgatados pelos portugueses e deveriam permanecer como escravos nas propriedades.

H)   As visitações na América portuguesa

Igreja católica procurou aumentar o controle sobre as crenças e práticas religiosas dos colonos por meio do Tribunal do Santo Ofício durante a Contrarreforma. Toda e qualquer manifestação religiosa que não fosse católica poderia ser considerada idolatria ou heresia, e seria severamente punida.

Visitações - visitas realizadas pelos representantes da Inquisição.
ü Objetivo: era identificar aqueles que realizavam cultos pagãos ou professavam outras religiões, como os judeus e os muçulmanos, e encaminhá-los para a metrópole, onde seriam julgados e punidos.
ü As punições - para os hereges eram diversas e variavam de acordo com a prática:
·        Multas em dinheiro;
·        Flagelações;
·        Degredo;
·        Confisco parcial ou total de bens;
·        Morte pela fogueira;
A ação da Inquisição nos primeiros séculos da colonização contribuiu para a destruição de culturas indígenas e africanas.

I)      A expulsão dos jesuítas
Ao longo do período colonial, os jesuítas foram protagonistas de vários conflitos.
Ø Divergirem dos colonos sobre a escravização dos indígenas, o governo português acusava a ordem religiosa de alimentar projetos políticos contrários aos interesses da Coroa.
Ø O poder, a riqueza e a liberdade de ação da Companhia de Jesus eram tão amplos que ela chegava a ser comparada a um verdadeiro Estado.

Em 1759, o primeiro-ministro de Portugal, o marquês de Pombal, ordenou a expulsão dos jesuítas de todos os territórios portugueses. Segundo o marquês, era preciso separar os interesses do Estado dos objetivos religiosos.
Ø As instituições de ensino jesuítas foram então extintas, e o governo assumiu a responsabilidade pela educação na colônia.
Ø Não havia, porém um projeto educacional para substituir aquele utilizado pelos jesuítas. O Estado precisou recorrer aos padres de outras ordens religiosas e mesmo a pessoas formadas pelas escolas da Companhia de Jesus.

REFERÊNCIAS:

AZEVEDO, Gislane Campos; SERIACOPI, Reinaldo. Projeto Teláris: história 7° ano. São Paulo: Ática, 1º ed., 2012.

CAPELLARI, Marcos Alexandre; NOGUEIRA, Fausto Henrique Gomes. História: ser protagonista - Volume único. Ensino Médio. 1ª Ed. São Paulo: SM. 2010.

COTRIM, Gilberto. História Global – Brasil e Geral. Volume Único. Ensino Médio. 8ª Ed. São Paulo: Saraiva 2005.

MOZER, Sônia & TELLES, Vera. Descobrindo a História. São Paulo: Ed. Ática, 2002.

PILETTI, Nelson & PILETTI, Claudico. História & Vida Integrada. São Paulo: Ed. Ática, 2002.

Projeto Araribá: História – 7° ano. /Obra coletiva/ São Paulo: Editora Moderna, 2010. Editora Responsável: Maria Raquel Apolinário Melani.

Uno: Sistema de Ensino – História – 7° ano. São Paulo: Grupo Santillana, 2011. Editor Responsável: Angélica Pizzutto Pozzani.

VICENTINO, Cláudio. Viver a História: Ensino Fundamental. São Paulo: Ed. Scipione, 2002.