Prof. Douglas Barraqui
São Miguel das Missões (RS) |
O governo português e
a Igreja eram aliados na empreitada de expandir a fé católica pelo mundo.
Ø
Padroado - Dava ao rei o
direito de exercer várias funções próprias da Igreja:
·
Cobrar
o dízimo dos colonos
·
Pagar
o salário dos padres, que se tornavam praticamente funcionários do governo;
·
Garantir
a difusão e a consolidação do catolicismo por todo o Império Português;
·
Construir
e conservar igrejas;
·
Organizar
dioceses e nomear bispos.
OS JESUÍTAS NA AMÉRICA
Companhia
de Jesus foi criada no contexto das
Contra Reformas (século XVI).
Ø
Fundada
em 1534 por Inácio de Loiola.
Objetivos dos
jesuítas:
ü
Levar
o catolicismo para as regiões recém descobertas Índia, China e África,
principalmente à América. Conter o avanço do protestantismo nestas regiões;
ü
Catequizar
os índios americanos, transmitindo-lhes a língua portuguesa e espanhola, os
costumes europeus e a religião católica;
ü
Construir
escolas católicas em diversas regiões do mundo;
A) Os Jesuítas no Brasil
colonial:
ü
Atuaram
na conversão das populações indígenas ao catolicismo.
ü
Contribuíram
para a ocupação do território com a fundação de vilas, como a Vila de Piratininga, atual cidade de
São Paulo, fundada em 1554 pelos padres Manoel
da Nóbrega e José de Anchieta.
ü
Criação
de colégios em Salvador, Natal, Olinda, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São
Vicente, São Paulo, Paranaguá e Laguna.
B) As missões e os conflitos com os colonos
ü
As
missões, reduções ou aldeamentos
eram comunidades indígenas organizadas pelos religiosos jesuítas.
ü
Tinha
por objetivo centralizar as tribos indígenas em um só local com o objetivo
principal de torná-los cristãos.
C) A
Catequese
Os índios nas missões
eram obrigados a abandonarem seus valores culturais como:
·
Politeísmo;
·
Antropofagia;
·
Cerimônias
dirigidas pelos pajés;
·
Poligamia;
·
Nomadismo;
·
Idioma
substituído pelo latim das orações católicas;
·
O
ritmo de vida dos indígenas, em favor dos horários rígidos;
D) A educação jesuíta
Os colégios criados
pela Companhia de Jesus na América portuguesa ensinavam:
·
Retórica,
·
Humanidades,
·
Gramáticas
grega e latina.
Os jesuítas também
aprenderam a língua tupi, instrumento fundamental para que pudessem ensinar e
catequizar a população nativa.
Os padres jesuítas
sistematizaram por escrito a gramática tupi. Com esse esforço, foi possível
preservar o patrimônio linguístico do tupi, ainda que a população indígena
tenha sido dizimada ao longo da história.
E) Atividades nas
missões
ü
Realizavam
trabalhos agrícolas e artesanais voltados à subsistência e ao comércio com
diferentes regiões da colônia.
ü
Criavam
animais (bois, cavalos, porcos e galinhas).
ü
Praticavam
a agricultura seguindo o modelo europeu e o extrativismo vegetal.
As riquezas obtidas
com a venda desses produtos destinavam-se à manutenção das despesas da ordem
religiosa responsável pela aldeia.
F) O confronto entre
padres e colonos
Ø
Padres
afirmavam que os gentios possuíam alma e deveriam ser salvos pela
evangelização.
Ø
Colonos
defendiam o apresamento, pois sua venda como escravos era um negócio bastante
lucrativo. Por isso, eram frequentes a invasão e a destruição de missões com o
objetivo de saquear suas riquezas e escravizar os nativos.
G) A “guerra justa” e
o “resgate”
“Guerra
justa” -
era autorizada somente a captura de indígenas que realizassem ataques às vilas
e às missões jesuíticas, que praticassem a antropofagia e que recusassem a
catequização.
“Resgate”
-
estabeleceu que os índios já escravizados de outras aldeias, por terem sido
capturados em conflitos intertribais, podiam ser resgatados pelos portugueses e
deveriam permanecer como escravos nas propriedades.
H) As visitações na
América portuguesa
Igreja católica
procurou aumentar o controle sobre as crenças e práticas religiosas dos colonos
por meio do Tribunal do Santo Ofício durante a Contrarreforma. Toda e qualquer
manifestação religiosa que não fosse católica poderia ser considerada idolatria
ou heresia, e seria severamente punida.
Visitações
-
visitas realizadas pelos representantes da Inquisição.
ü
Objetivo: era identificar
aqueles que realizavam cultos pagãos ou professavam outras religiões, como os
judeus e os muçulmanos, e encaminhá-los para a metrópole, onde seriam julgados
e punidos.
ü
As punições - para os hereges eram
diversas e variavam de acordo com a prática:
·
Multas
em dinheiro;
·
Flagelações;
·
Degredo;
·
Confisco
parcial ou total de bens;
·
Morte
pela fogueira;
A ação da Inquisição
nos primeiros séculos da colonização contribuiu para a destruição de culturas
indígenas e africanas.
I) A expulsão dos
jesuítas
Ao longo do período
colonial, os jesuítas foram protagonistas de vários conflitos.
Ø
Divergirem
dos colonos sobre a escravização dos indígenas, o governo português acusava a
ordem religiosa de alimentar projetos políticos contrários aos interesses da
Coroa.
Ø
O
poder, a riqueza e a liberdade de ação da Companhia de Jesus eram tão amplos
que ela chegava a ser comparada a um verdadeiro Estado.
Em 1759, o
primeiro-ministro de Portugal, o marquês de Pombal, ordenou a expulsão dos
jesuítas de todos os territórios portugueses. Segundo o marquês, era preciso
separar os interesses do Estado dos objetivos religiosos.
Ø
As
instituições de ensino jesuítas foram então extintas, e o governo assumiu a
responsabilidade pela educação na colônia.
Ø
Não
havia, porém um projeto educacional para substituir aquele utilizado pelos
jesuítas. O Estado precisou recorrer aos padres de outras ordens religiosas e
mesmo a pessoas formadas pelas escolas da Companhia de Jesus.
REFERÊNCIAS:
AZEVEDO, Gislane Campos; SERIACOPI, Reinaldo. Projeto Teláris: história 7° ano. São Paulo: Ática, 1º ed., 2012.
CAPELLARI, Marcos Alexandre; NOGUEIRA, Fausto Henrique Gomes. História:
ser protagonista - Volume único. Ensino Médio. 1ª Ed. São Paulo: SM. 2010.
COTRIM, Gilberto. História Global – Brasil e Geral. Volume
Único. Ensino Médio. 8ª Ed. São Paulo: Saraiva 2005.
MOZER,
Sônia & TELLES, Vera. Descobrindo a
História. São Paulo: Ed. Ática, 2002.
PILETTI,
Nelson & PILETTI, Claudico. História
& Vida Integrada. São Paulo: Ed. Ática, 2002.
Projeto Araribá: História – 7° ano.
/Obra coletiva/ São Paulo: Editora Moderna, 2010. Editora Responsável: Maria
Raquel Apolinário Melani.
Uno: Sistema de Ensino – História – 7°
ano. São Paulo: Grupo Santillana, 2011. Editor Responsável: Angélica Pizzutto
Pozzani.
VICENTINO,
Cláudio. Viver a História: Ensino
Fundamental. São Paulo: Ed. Scipione, 2002.
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