Prof. Douglas Barraqui
a) LOCALIZAÇÃO:
ü Atual México.
Em meados do século
XIV, os astecas fixaram-se em uma área próxima ao lago Texcoco, região do atual México, onde fundaram a cidade de Tenochtitlán.
Mapa do território do Império Asteca em sua extensão máxima |
ü Tenochtitlán era a capital do reino asteca, talvez tenha
sido a maior do mundo no século XVI, sobre a cidade o conquistador Cortés
realtou:
“Esta grande cidade de Tenochtitlán está
fundada em uma lagoa salgada. Ela tem quatro entradas, todas de calçada e
feitas à mão. As ruas estão metade na água e metade na terra pela qual os
índios andam em canoas. Tem esta cidade muitas praças onde há um continuo
mercado, de negócios, compra e venda, onde cotidianamente existem cerca de
sessenta mil pessoas e onde há todos os gêneros de mercadorias”.
Bernal Dias deixou seu testemunho:
“(...) por uma parte
havia grandes cidades em terra firme e na lagoa muitas outras vilas e víamos
tudo cheio de canoas e na calçada havia muitas pontes, de trecho a trecho, e
adiante estava a grande cidade do México”.
Representação de Tenochtitlán, capital e maior cidade do império (atual Cidade do México) |
b) ASPECTOS ECONÔMICOS:
Agricultura:
ü A agricultura era a base da economia
asteca.
ü Cultivavam-se milho,
feijão, pimenta, abóbora, cacau, algodão, tabaco, frutas e verduras.
ü Técnicas agrícolas: chiampas (ilhas de cultivo), onde
plantavam e colhiam milho, pimenta, tomate, cacau entre outro produtos.
Representação de como seriam as Chiampas |
Comércio:
ü Semente de cacau era
usada como moeda. (Em mercados astecas , um pequeno coelho valia 30 grãos e um
ovo de peru custava 3 grãos. Um homem também poderia vender a própria filha
como escrava sexual ou para um futuro sacrifício religioso, geralmente, por
cerca de 500 a 700 grãos de cacau.).
c) ASPECTOS POLÍTICOS:
ü Monarquia absoluta
teocrática – imperador era considerado um deus.
A guerra:
Por meio de guerras
com povos vizinhos, os astecas ampliaram seu território, transformando-o em um
vasto império que chegou a reunir cerca de 11 milhões de pessoas.
A guerra, para os astecas,
também tinha motivação religiosa. Eles acreditavam ser o povo escolhido pelo deus Sol (Huitzilopochtli), destinado a
dominar outras populações. Segundo a tradição, os guerreiros que morressem
lutando atingiriam o paraíso.
d) ASPECTOS SOCIAIS:
ü Hierarquizada
e rigorosamente dividida.
Imperador
No topo das camadas sociais estava o imperador (tlatoani):
·
Considerado
semidivino,
·
Era
responsável pela condução do Estado (em época de escassez, fornecia alimentos
armazenados para a população).
·
Durante
o governo do imperador Montezuma II
(início do século XVI), o império asteca chegou a ser formado por
aproximadamente 500 cidades, que pagavam altos impostos para o imperador.
Nobres
Os nobres
situavam-se abaixo do imperador:
·
Exerciam
funções administrativas, religiosas e militares.
Sacerdotes
Alguns nobres se tornavam sacerdotes:
·
Exerciam
a função de cultuar e interpretar os deuses e as vontades divinas.
·
Formavam
um poderoso grupo social, encarregado de orientar a educação dos nobres, fazer
previsões e dirigir as cerimônias rituais.
Artesãos e comerciantes;
·
Os
artesãos trabalhavam nas residências, nos templos ou nas oficinas instaladas
nos palácios do imperador e dos altos funcionários.
Agricultores e soldados (maioria da população).
Escravos - prisioneiros de
guerra.
e) ASPECTOS CULTURAIS:
Religião
ü O povo asteca era politeísta,
ü Principais divindades:
·
Quetzalcoatl (serpente emplumada)
- deus do vento, da escrita, do calendário e das artes (era a divindade mais venerad);
·
Tlaloc - deus da chuva e do
trovão;
·
Xipe Totec - deus dos ourives.
·
Huitzilopochtli - deus sol.
Sacrifícios:
ü Nas pirâmides eram
realizados cultos religiosos e sacrifícios humanos que, segundo a crença
asteca, renovavam a aliança entre seres humanos e deuses (acreditavam que se o
sangue humano não fosse oferecido ao Sol, a "engrenagem" do mundo
deixaria de funcionar). Geralmente, as vítimas oferecidas em sacrifício eram
prisioneiros de guerra ou escravos.
ü Os sacrifícios eram
dedicados a:
·
Huitzilopochtli
ou Tezcatlipoca: o sacrificado era colocado em uma pedra por quatro sacerdotes,
e um quinto sacerdote extraía, com uma faca, o coração do guerreiro vivo para
alimentar seu deus.
·
Tlaloc:
anualmente eram sacrificadas crianças no cume da montanha. Acreditava-se que
quanto mais as crianças chorassem, mais chuva o deus proveria.
·
Na
celebração de Huey Tozoztl, o
próprio imperador se declarou Mt. Tlaloc e se auto-sacrificou, ordenando que
chovesse.
·
Muitas
histórias afirmam que em 1487 os astecas sacrificaram 8,4 mil pessoas em um
ritual. Em 30 anos de pesquisa no Templo Maior, o maior local sagrado asteca,
só foram encontrados os restos de 127 mulheres, homens decapitados e esqueletos
de crianças.
Artesanato:
ü Os astecas
desenvolveram um refinado artesanato em cerâmica, pedra e metais, materiais com
os quais confeccionavam vasos e utensílios domésticos de temática religiosa. Os
artesãos trabalhavam nas residências, nos templos ou nas oficinas instaladas
nos palácios do imperador e dos altos funcionários.
ü As mulheres teciam e
bordavam. Os astecas produziam ainda mosaicos de plumas muito apreciados. As
joias eram feitas de ouro, prata e pedras semipreciosas. A pintura foi muito
usada nos códices, com temas figurativos ou geométricos.
Escrita:
ü Os astecas não tinham
um alfabeto. Escreviam por figuras (pictografias). Algumas eram figuras simples
de objetos, como uma árvore ou uma faca, outras representavam ideias. A guerra,
por exemplo, era mostrada pela figura de um escudo e uma porta.
Tlachtli: esporte ou
ritual de sangue?
ü O tlachtli era um jogo de bola bastante
popular entre os astecas que lembra tanto o futebol como o basquete. As duas
equipes adversárias se enfrentavam em um campo em forma de "T"
maiúsculo. A bola, de borracha é bastante pesada, só podia ser tocada e lançada
com os joelhos ou os quadris. Os jogadores esforçavam-se para fazê-las passar
entre dois anéis de pedra fixados nas muralhas laterais, mais ou menos como nas
cestas de basquete.
Calendário Asteca:
ü O Calendário Asteca,
também conhecido como Pedra do Sol,
é o calendário utilizado pelos astecas. Era baseado no ano solar, assim
possuindo 365 dias. O calendário asteca possui semelhanças com o calendário
maia.
Reconstituição do calendário asteca com suas possíveis cores originais |
Origem da civilização asteca
Os astecas também
podem ser chamados de mexicas (daí
México).
Século XIII - Migraram para o vale do México (ou Anahuác) e
assentaram-se, inicialmente, na maior ilha do lago de Texcoco, seguindo instruções de seus deuses para se fixarem onde vissem
uma águia pousada em um cacto, devorando uma cobra.
Século XV - Formaram uma aliança com duas outras cidades
– Texcoco e Tlacopán – contra Atzcapotzalco, derrotaram-no e continuaram a
conquistar outras cidades do vale, quando controlavam todo o centro do México
como um Império ou Confederação Asteca, cuja base econômico-política era o modo
de produção tributário.
Século XVI – Os domínios astecas se estendiam de costa a
costa, tendo ao norte os desertos e ao sul o território maia.
Decadência da civilização asteca
O governante
asteca Moctezuma II considerou o
conquistador espanhol a personificação do deus Quetzalcóatl. Ele recebeu Cortés amigavelmente, mas posteriormente
o tlatoani foi tomado como refém. Em 1520 houve uma revolta asteca e Moctezuma
II foi assassinado. Seu sucessor, Cuauhtémoc (filho do irmão de Montezuma), o
último governante asteca, resistiu aos invasores, mas em 1521 Cortés sitiou
Tenochtitlán e subjugou o império. Muitos povos não-astecas, submetidos à
Confederação, se uniram aos conquistadores contra os astecas.
A cidade de Tenochtitlán (capital asteca), fundada
no ano de 1325, com o domínio espanhol, em seu lugar, foi erguida a Cidade do
México.
REFERÊNCIAS:
AZEVEDO, Gislane Campos; SERIACOPI, Reinaldo. Projeto Teláris: história 7° ano. São Paulo: Ática, 1º ed., 2012.
CAPELLARI, Marcos Alexandre; NOGUEIRA, Fausto Henrique Gomes. História:
ser protagonista - Volume único. Ensino Médio. 1ª Ed. São Paulo: SM. 2010.
COTRIM, Gilberto. História Global – Brasil e Geral. Volume
Único. Ensino Médio. 8ª Ed. São Paulo: Saraiva 2005.
MOZER,
Sônia & TELLES, Vera. Descobrindo a
História. São Paulo: Ed. Ática, 2002.
PILETTI,
Nelson & PILETTI, Claudico. História
& Vida Integrada. São Paulo: Ed. Ática, 2002.
Projeto Araribá: História – 7° ano.
/Obra coletiva/ São Paulo: Editora Moderna, 2010. Editora Responsável: Maria
Raquel Apolinário Melani.
SOUSTELLE,
Jacques. A civilização Asteca. Rio
de Janeiro, Zahar Editor, 1987.
SOUSTELLE,
Jacques. Os astecas na véspera da
conquista espanhola. São Paulo, Companhia das letras,1990.
Uno: Sistema de Ensino – História –
7° ano. São Paulo: Grupo Santillana, 2011. Editor Responsável: Angélica
Pizzutto Pozzani.
VICENTINO,
Cláudio. Viver a História: Ensino
Fundamental. São Paulo: Ed. Scipione, 2002.
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