terça-feira, 10 de abril de 2018

O CORAÇÃO DE UM EDUCADOR PARTIDO, MAS AINDA ESPERANÇOSO


Prof. Douglas Barraqui

Hoje pude presenciar uma cena que me trouxe várias reflexões: alunos de duas escolas da Grande Vitória de ensino fundamental I, uma particular de grande porte e outra pública, coincidentemente, se encontraram no mesmo restaurante.

Os alunos da escola particular correram para fazer o prato. Em um balcão farto entre arroz e macarrão; entre frango, bife de boi e bisteca suína; e entre uma fartura de vários tipos de legumes e folhas, eles puderam escolher. Puderam escolher inclusive o que beberiam: suco natural, feito na hora, refrigerante, água com gás ou natural com limão e gelo. Os alunos da escola pública esperaram sentados o “prato feito”: um pouco de arroz, feijão, macarrão e uma carne. Os pequenos da escola pública nada beberam.

Notei ainda que, embora todos uniformizados, predominava os tênis de marca entre os alunos da escola particular e as sandálias de dedo entre os alunos da escola pública. Nas mãos dos alunos da rede privada celulares e iPads de última geração. Nas mãos dos alunos da escola pública nada além de um folheto amassado.

Ali sentados, em mesas diferentes, brincavam, riam, conversavam entre si e trocavam olhares. E eu, como professor, me peguei a refletir:

O QUE PENSARAM ESSAS CRIANÇAS QUANDO SE ENCONTRARAM?

COMO SE SENTIRAM?

DE CLASSES SOCIAIS TÃO DISTINTAS, QUE FUTURO ESPERA ESSAS CRIANÇAS?