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sábado, 27 de abril de 2019
quinta-feira, 21 de março de 2019
sábado, 9 de fevereiro de 2019
O PROBLEMA DE ENSINAR FILOSOFIA EM TEMPOS DE ESCOLA SEM PARTIDO
Os ataques sofridos pela
filosofia desde suas origens até nossos dias levaram e ainda levam muitos
pensadores e educadores a refletir sobre ela e seu ensino. Isso significa que a
própria filosofia constituiu- se em um problema filosófico, pois seu ensino
apresenta diversas questões problemáticas que devem ser abordadas tanto do
ponto de vista da reflexão pedagógica como da perspectiva filosófica,
notadamente no que se refere a seus “quês”, “comos”, “porquês” e “para quês”.
Quando um professor ou uma
instituição de ensino deve decidir sobre que tipo de curso de filosofia seria
possível desenvolver com seus alunos, todas essas questões vêm à tona. Quando
se elabora um livro também. E nós sabemos que a didática não é neutra. Isso
significa que, antes de fazer nossas escolhas, devemos investigar atentamente
os pressupostos das propostas pedagógicas que se apresentam (ou daquela que já
adotamos), buscando explicitar seus objetivos, recortes de conteúdo,
estratégias e recursos postos em jogo. Tudo isso não são problemas menores.
No debate ATUAL sobre esses
aspectos, podemos dizer simplificadamente que, entre as diversas alternativas
existentes, há TRÊS enfoques pedagógicos que representam a prática de ensino da
filosofia: o tradicional, o renovado e o de falso moralismo. Esta última prática
é defendida pela escola sem partido, seguidores de místico Olavo,
terraplanistas e neonazistas de esquerda.
domingo, 4 de novembro de 2018
ALGUÉM DÊ UM OSCAR PARA O TEMA DA REDAÇÃO DO ENEM
Prof. Douglas Barraqui
“Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de
dados na internet”
O tema da redação do Enem 2018
fou atual e mais específico que em anos anteriores. A princípio, para aquele
aluno mais desavisado, pode até parece um tema fácil, mas ao mesmo tempo por possibilita
uma série de leituras, se torna complexo. Assim, com uma temática ampla, coube
ao aluno o papel de delimitar o tema a partir dos textos bases propostos pelo
Enem e desenvolver a proposta de intervenção.
Esse tema permitiu que várias
questões pudessem ser abordados: a privacidade nas redes sociais; a maneira como os seus
dados são usados pelos provedores; Como seu comportamento pode ser manipulado. e como você é, e se torna conhecido.
Para uma boa redação eu acredito que o aluno precisa trabalhar quatro palavras norteadoras a partir dos
textos base: manipulação, comportamento, usuário e internet. O aluno poderá
ainda inferir sobre o marketing dirigido e sobre como disponibilizamos
informações nas redes sociais. O aluno pode levantar discussões sobre o Marco
Civil da internet que prevê um ambiente de privacidade, neutro e de liberdade
de expressão.
Embora o tema não tenha relação
direta com as notícias falsas, mas sim com a manipulação de dados dos usuários,
isso não impede que o aluno traga as fake news como ferramenta de manipulação com
um tom moral, enganar alguém.
ALUSÕES HISTÓRICAS QUE PODERIAM
SER FEITAS:
Ø Terceira
fase da Revolução Industrial e a telemática (união da telecomunicação com a
informática) e a Terceira Revolução Tecnológica e o advento da internet.
Ø A
criação da internet em 1969, nos Estados Unidos. Chamada de Arpanet, essa rede
pertencia ao Departamento de Defesa norte-americano. Tinha como função
interligar laboratórios de pesquisa nos EUA.
Ø O
exemplo histórico de manipulação o caso Cambridge Analytica, ocorrido em 2016,
em que a empresa britânica utilizou informações acessíveis pelo Facebook para
promover a candidatura do atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
ALUSÕES SOCIOLÓGICAS E FILOSOFICAS QUE PODERIAM SER FEITAS:
Ø A
maneira como o algoritmos de sites e aplicativos agem de forma coercitiva sobre
nós: captam aspectos e dados pessoais e criam uma bolha, um simulacro de lugar
confortável, em que músicas, postagens, páginas são sugeridas ao usuário,
fazendo, assim, com que ele perca autonomia de escolha e seja submisso e
influenciável.
Ø “As
redes sociais deram voz a uma legião de imbecis". (Umberto Eco)
Ø “Tornou-se
chocantemente óbvio que a nossa tecnologia excedeu a nossa humanidade”. (Albert
Einstein)
Ø Edgar
Morin e o conceito de “Cultura de massas no século XX: o espírito do tempo”:
"Cultura de massa” é produzida segundo as normas maciças de fabricação
industrial; propagada pelas técnicas de difusão maciça (...) destinando-se a
massa social, isto é um aglomerado gigantesco de indivíduos compreendidos aquém
e além das estruturas internas da sociedade.
Ø
Conceito de “cultura de massas” na internet como
um fenômeno específico
do contexto do capitalismo pós industrial, marcado pela forte influência dos
meios de comunicação de massa.Características:
1)
Produção em larga escala,
2)
Consumismo,
3)
Padronização das mercadorias,
4)
Uniformização dos indivíduos,
5)
Maior homogeneização dos indivíduos
6)
Grande influência da mídia e do mercado.
Ø
Adorno e Horkheimer na obra “Dialética do
esclarecimento”, pondera que Tanto os meios de
comunicação quanto a produção cultural servem para manipular a alienar dentro
da lógica de mercado do capitalismo.
Ø
Hannah
Arendt em seu livro “A crise da cultura” (1972), Acusa o mercado e a mídia de
se valerem do entretenimento como forma de dominação e alienação cultural ao
incentivarem o consumismo.
Ø
Outras questões possíveis de serem cooptadas e
inseridas no texto:
1) O indivíduo não é um sujeito, mas sim um objeto,
cujo capacidade crítica se encontra atrofiada e controlada pelos algoritmos .
2) Obediência a padrões predeterminados (novelas e
filmes obedecem a dicotomias simplistas e maniqueístas: mocinho, o heroi, e o
vilão; o mocinho que se apaixona pela mocinha e todos viveram felizes para
sempre.
3) Sensacionalismo: “sociedade do espetáculo” conceito
criada pelo filósofo francês Guy Debord, em que a verdade ficcional se sobrepõe
à realidade de fato. Nessa sociedade Vídeos, imagens e notícias produzidas,
curtidos e compartilhados como ferramenta de manipulação do comportamento do usuário
da internet.
terça-feira, 20 de março de 2018
OS PRIMÓRDIOS DA FILOSOFIA
Prof. Douglas Barraqui
1.1
A MITOLOGIA GREGA
A) O que é mito?
I –
Etimologia:
Mythos (grego)= narrativa (imaginação)
Fábula (latim)= narrativa (imaginação)
Antes do surgimento da filosofia os gregos
respondiam às perguntas sobre a origem do mundo por meio dos mitos.
B) Função dos mitos?
Explicar o mundo, o Universo e todos os
seus fenômenos (imaginação).
Tranquilizar,
acomodar o ser humano diante de um mundo que lhe parecia misterioso.
|
CAOS / COSMO
Cosmogonia = tentativa de
explicar o universo (cosmo) por meio de narrativas imaginárias.
C) O nascimento da
filosofia:
I - Teses:
1)
Tese do Milagre
Grego:
filosofia surgiu na Grécia como um verdadeiro milagre de forma espontânea.
2)
Tese do
Orientalismo:
filosofia surgiu na Grécia a partir de influências de outros povos (egípcios e
a matemática, babilônicos e sua astrologia).
3)
Tese das condições
históricas:
Séc. VII a. C ao séc. V a.C. o mundo grego antigo reuniu as condições
necessárias para o desenvolvimento da filosofia (filosofia é filha da pólis).
II -
Condições históricas da Grécia:
1)
Navegação: pouca fertilidade do solo grego, relevo
acidentado (80% maciços rochosos); existência de portos favoráveis a navegação
e desenvolvimento naval.
2)
Desenvolvimento do comércio: permitiu
contato com outros povos.
3)
Desenvolvimento dos centros urbanos: ágora como local de
debate.
4)
Desenvolvimento da matemática: Necessidade de
realizar registros do comércio.
5)
Desenvolvimento da escrita: Escrita alfabética
criada pelos fenícios (gregos e romanos adicionaram as vogais), mitos passaram
a ser registrados.
6)
Invenção do calendário: identificar a
regularidade de mares e das estações do ano.
7)
Política: um dos fatores que mais contribuiram para o
surgimento da filosofia, as leis eram expressão da racionalidade na organização
da vida em sociedade.
1.2
PRÉ-SOCRÁTICOS
Filósofos da natureza ou fisiólogos ou
pré-socráticos. Considerados como fundadores da filosofia
A) O QUE BUSCAVAM OS
PRIMEIROS FILÓSOFOS:
I - Objetivo:
ü Compreender a natureza
(physis)
ü Explicar o mundo
por meio da razão
ü Buscavam elaborar o
logos (explicação racional)
II - Teoria:
ü O universo (cosmo)
é uma ordenação de causa e efeito
ü Toda natureza era
fruto dessa relação de causa e efeito
ü Causa foi efeito de
alguma outra causa anterior, o que consiste em um processo infinito.
III -
A “Causa Primeira” (arché):
Os filósofos da natureza (pré-socráticos)
buscavam encontrar a “causa primeira” (arché):
Significados:
“Origem, aquilo que está à frente, começo e princípio
de tudo.”
“O que está a frente e, por isso, comanda todo o
restante.”
|
B)
ESCOLAS PRÉ-SOCRÁTICAS:
I - Escola Jônica – buscava a arché
nos elementos de natureza física, perceptíveis aos sentidos.
(Tales, Anaximandro, Anaxínenes e Heráclito)
II - Escola Italiana – buscava a arché
não em substâncias materiais, mas em conceitos abstratos não perceptíveis pelos
sentidos.
(Pitágoras e Parménides)
III - Escola Pluralista – Consideravam que
não havia apenas uma arché (causa primeira) para o universo.
(Anaxágoras, Demócrito e Empédocles)
I - Escola Jônica
TALES DE MILETO (cerca de 625/324 - 558 a. C.)
|
Considerado por Aristóteles como sendo “O
primeiro filósofo”. Não deixou nada escrito.
Viagem para o Egito (importância da água
para a vida em uma região desértica)
|
ARCHÉ = ÁGUA
|
ü Tudo aquilo que é
úmido
ü Água se encontra
na natureza em todos os estados físicos (sólido, líquido e gasoso)
ü Tudo que é vivo é
úmido
|
ANAXIMANDRO (cerca de 610 - 547 a. C)
|
Discípulo de Tales
Obra: “sobre a natureza” (1ª obra
filosófica, só restam fragmentos)
|
Arché = Ápeiron
(Indefinido,
ilimitado e indeterminado)
|
ü Não é nenhum
elemento da natureza
ü Não era nenhuma
qualidade da physis
ü Algo totalmente
abstrato
ü Crítica: a
explicação de Anaximandro se aproximava do caos
ü Teoria: o
universo (o mundo) teria surgido do movimento circular de ápeiron que fez
surgir:
1° QUENTE (FOGO)
2° FRIO
(AR)
3° SECO
(TERRA)
4° UMIDO
(ÁGUA)
|
ANAXÍMENES (cerca de 585-528 / 525 a. C)
|
Discordava de Anaximandro, dizia que sua
concepção se assemelhava aos Caos.
|
ARCHÉ = AR
(PNEUMA)
|
ü O ar está
presente em toda parte;
ü Sendo o primeiro
e último movimento da vida.
|
HERÁCLITO (cerca de 540 - 470 a. C)
|
“O obscuro” ou “o fazedor de enigmas”
(Devido sua escrita de difícil compreensão).
Defensor da concepção mobilista de mundo
(mundo está em constante transformação).
“Nenhum
homem banhar-se duas vezes no mesmo rio”
|
ARCHÉ = FOGO
|
Elemento primordial que tudo molda, tudo transforma e dá dinamismo a realidade.
ü Tudo é fruto da
unidade dos opostos:
FRIO /QUENTE
DIA / NOITE
VIDA / MORTE
ü Realidade só pode
ser compreendida pelos sentidos
|
II - Escola Italiana
PITÁGORAS (cerca de 570 - c. 495 a.C)
|
ü De sua vida nada
se sabe. Alguns filósofos dizem que ele nunca existiu
|
ARCHÉ = NÚMEROS
|
ü Afirmava que os
números e suas proporções harmoniosas constituíam a origem de tudo.
|
PARMÉNIDES (cerca de 530 a.C. - 460 a.C.)
|
“O filósofo do ser”
Inaugurou a metafísica - do grego antigo
(metà) = depois de, além de tudo; e [physis] = natureza ou física.
|
ARCHÉ = “TUDO QUE
EXISTE SEMPRE EXISTIU”
|
ü Defensor da
concepção monista (NADA SE MOVE) contrário a concepção mobilista.
ü Caminhos para se
chegar ao conhecimento:
1)
Via da opinião (Doxa) – Uso dos sentidos.
2)
Via da verdade (Alétheia) – Uso do pensamento.
|
III - Escola Pluralista
ANAXÁGORAS (cerca de 500 - 428 a. C.)
|
ü Afirmou que o sol
era uma pedra incandescente e não um deus Hélio.
ü Foi acusado de
descrença e precisou fugir de Atenas.
|
ARCHÉ =
HOMEOMERIAS
União de tudo que
existe no universo
(INFINIDADE DE
PEQUENOS ELEMENTOS FORMARIA TUDO QUE EXISTE NO UNIVERSO)
|
ü Tanto os
elementos da natureza (terra, fogo, água e o ar)
ü Como as oposições
(quente / frio; vida / morte; dia / noite)
|
DEMÓCRITO (cerca de 460 - 370 a. C.)
|
ü “O filósofo que
ri”
ü Um dos filósofos
que mais produziu (viajou pelo Egito, Mesopotâmia, Pérsia)
|
ARCHÉ = ÁTOMO
|
ü Defendia que o
universo era formado por átomos (partículas não divisíveis)
ü Átomo seria a menor
parte de todas as coisas, que era impossível de se dividir.
|
EMPÉDOCLES (cerca de 490 - 435 a. C.)
|
ü Propôs a
existência de poderes (forças) chamados por ele de "Amor" e
"Ódio"
|
ARCHÉ = 4
ELEMENTOS JUNTOS
|
ü A origem de tudo
estaria nos quatro elementos somados à amizade (ou amor) que os unia e à
discórdia (ódio) que os separava.
|
REFERÊNCIAS:
ARANHA,
Maria Lúcia. Filosofando: Introdução á Filosofia. São Paulo:
Moderna, 1993.
BUZZI,
Arcângelo. Introdução ao Pensar. Petrópolis; ed. Vozes, 1997.
CHAUÍ,
Marilena. Convite á Filosofia. São Paulo,10ª. Ed.,Ática,1998.
CONTIM,
Gilberto. Fundamentos de Filosofia -História e Grandes Temas.
São Paulo;Editora Saraiva, 2000.
GAARDEr,
Jostein. O Mundo de Sofia. São Paulo; Cia. Das Letras, 1995.
GILES,
Thomas Ransom. Introdução á Filosofia. São Paulo; Epu, 1979.
LICKESI,
C. Carlos. Introdução á Filosofia - Aprendendo a Pensar.2ª.
Ed. São Paulo.
Cortez,1996.
MONDIM, Battista. Curso de Filosofia. 8ªEd. São Paulo; Paulus,1981
- Volume I, II e III.
MORENTE,
Manuel Garcia. Fundamentos de Filosofia - Lições Preliminares.
São Paulo; Mestre Jou,1980.
POLITZER,
G. Princípios. Fundamentais de Filosofia. São Paulo; Hemus, 1995.
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