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terça-feira, 28 de novembro de 2017

O PECADO NOS ENVELHECE


Prof. Douglas Barraqui

Abaixo você pode ver um dos grandes atos de Michelangelo di Lodovico Buonarroti Simoni, um dos maiores artistas da renascença, disposto na suntuosa, artisticamente falando, Capela Sistina situada no Palácio Apostólico, residência oficial do Papa na Cidade-Estado do Vaticano.

Na pintura de um lado Adão e Eva aparecem colhendo a fruta do pecado, que a tradição teológica identificou como sendo a maça. E do ouro lado, já pecadores, Adão e Eva aparecem sendo expulsos do paraíso, velhos e com aparência cansada. A juventude lhes foi roubada pelo pecado. O pecado nos envelhece.


Um olhar atento à obra perceberá na posição de Eva, abaixada na altura da genitália de Adão e o mesmo que se encontra com seu órgão sexual ereto, outro pecado. Seria mesmo essa a intenção de Michelangelo di Lodovico Buonarroti Simoni.

sábado, 22 de abril de 2017

JULGAMENTO E MORTE DE SÓCRATES

Prof. Douglas Barraqui
La Mort de Socrate -  1787 - Jacques-Louis David

Acusado de corromper a juventude, filhos da aristocracia, com novas crenças e de induzi-los a duvidar dos valores tradicionais e religiosos de Atenas. Sócrates foi levado ao banco de réus.

Sócrates dizia escutar uma voz interna que ele chamava de “daimon”. Acreditava que era como um deus que lhe dizia o que podia ou não fazer.

Sócrates não se defendeu, aceitou sua condenação. Teve a oportunidade de fugir, mas não aceitou em fidelidade as leis da pólis. Teve a opção de ir para o exílio e abandonar suas crenças, mas, desistiu por sua vocação filosófica. Sócrates escolheu a morte por alto envenenamento por cicuta.

Na pintura, Platão aparece sentado melancolicamente na beira da cama e Críton segurando o joelho de Sócrates.

A pintura “A morte de Sócrates” de Jacques-Louis David (1787) é considerada uma das mais importantes obras primas que retrata a Antiguidade Clássica e está exposta em Nova Iorque no Metropolitan Museum of Art.

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

INDEPENDÊNCIA OU MORTE: A PINTURA DE MOREAUX

Prof. Douglas Barraqui



A tela “A proclamação da Independência”, de 1844, foi feita a pedido do Senado Imperial e foi pintada por François-René Moreaux. A obra encontra-se hoje, no Museu Imperial de Petrópolis, Rio de Janeiro. Segue abaixo uma breve analise que fiz sobre a pintura e a mensagem que ela quer passar. 


No centro do quadro, D. Pedro aparece cercado por soldados e pessoas comuns. Pedro acena com seu chapéu, passando uma mensagem de união e harmonia entre o príncipe e o povo, seus súditos. D. Pedro olha para o céu como se seu ato fosse uma realização divina.



Na intenção de situar o épico acontecimento em terras tupiniquins, Moreaux cometeu a gafe de inserir alguns coqueiros. Um erro, pois os coqueiros eram típicos, para a época, das paisagens do nordeste e não de São Paulo. 



Enquanto a maioria dos personagens da obra lançam seus olhos para o céu, uma menina volta seu olhar para o espectador da obra. A intenção é de atrair o espectador para o momento épico apresentado. E uma senhora ajoelhada em sinal de respeito a D. Pedro.



Ao contrário de D. Pedro e seus soldados, as pessoas que assistem o episódio estão em movimento acenando, caminhando e se abraçando. A intenção é de transmitir a ideia de felicidade do povo.






segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

O HOMEM E A PRODUÇÃO DA CULTURA



“Ignoramos como a arte começou, tanto quanto desconhecemos como teve início a linguagem. Se aceitarmos que arte significa o exercício de atividades tais como a edificação de templos e casas, a realização de pinturas e esculturas, ou a tessitura de padrões, nenhum povo existe no mundo sem arte. Se, por outro lado, entendermos por arte alguma espécie de belo artigo de luxo, algo para nos deleitar em museus e exposições, ou uma coisa muito especial para usar como preciosa decoração na sala de honra, cumpre-nos reconhecer que esse uso da palavra constitui um desenvolvimento bem recente e que muitos dos maiores construtores, pintores ou escultores do passado sequer sonharam com ele.”

REFERÊNCIA:


GOMBRICH, E. H. A história da arte. Rio de Janeiro: LTC, 1999. p. 40.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

HiStO é HiStÓrIa HOJE: 23 DE DEZEMBRO DE 1888 VINCENT VAN GOGH ENTREGA A PRÓPRIA ORELHA A UMA PROSTITUTA

Prof. Douglas Barraqui

Vincent Van Gogh - Auto retrato com a orelha cortada - 1889

Em 23 de dezembro de 1888, véspera de Natal, a prostituta Rachel recebeu um presente inusitado de um cliente, uma orelha ensanguentada e enrolada em um lenço branco. O dono da orelha era, nada mais nada menos que um dos maiores pintores pós-impressionistas da história, Vincent Willem van Gogh.

Vincent van Gogh tinha um sonho: fundar uma colônia de artistas em Arles, no Sul de França, local de paisagens belíssimas. Seu sonho era compartilhado pelo pintor francês Eugène-Henri-Paul Gauguin. Porém, os desentendimento entre as duas mentes brilhantes era comum.

No dia 23 de dezembro de 1888, Gauguin e van Gogh discutem. Gauguin resolve sair para uma caminhada e é seguido por Van Gogh que o surpreende com uma navalha aberta. Gauguin assustado decide pernoitar em uma pensão. Cheio de remorso e transtornado, Vincent corta um pedaço de sua orelha direita, embrulha em um lenço branco e leva, como presente, a uma prostituta Rachel, com a qual o artista mantinha relações. Junto um bilhete que dizia: "Guarde com cuidado”. O artista retorna à sua casa e deita-se para dormir como se nada acontecera. A polícia é avisada e encontra-o sem sentidos e ensanguentado.

Já reabilitado após 14 dias no hospital, van Gogh pinta o Auto-Retrato com a Orelha Cortada. O episódio trágico convenceu van Gogh da impossibilidade de montar uma comunidade de artistas em Arles. Gauguin, o amigo artista, se afasta: "Vincent e eu não podemos simplesmente viver juntos em paz, devido à incompatibilidade de temperamentos".

Vincent van Gogh faleceu em 29 de julho de 1890, após um disparo acidental feito por dois jovens que manejaram uma arma em más condições. Van Gogh vendeu apenas um quadro em vida, o Vinhedo Vermelho, por 400 francos. Hoje suas obras valem milhões. Van Gogh  foi uma mente brilhante de seu tempo. E assim como muitos outros só foi reconhecido como tal após sua lapide estar selada.

REFERÊNCIAS:

WALTHER, Ingo F.. In: Taschen. Vincent Van Gogh. [S.l.: s.n.].


CABANNE, Pierre. In: Thames and Hudson. van Gogh. 1974 ed. Alemanha: [s.n.], 1974. Capítulo: Saint-Rèmy 3rd May 1889 - 16th May 1890. , 189 p.

domingo, 29 de novembro de 2015

DEDO NO CU INCOMODA MAIS OS OLHOS DO QUE O ÂNUS

Prof. Douglas Barraqui

O 22º Festival MIX Brasil de Cultura da Diversidade, trouxe uma atração no mínimo inusitada: “performance Macaquinho” que conta com nove atores que exploraram os ânus alheios, uns dos outros.



ISSO É ARTE?

A ARTE tem um poder de estimulante sobre nos seres humanos: um livro pode nos fazer chorar, um filme pode nos deixar triste, uma música pode nos deixar felizes, ou tocar nossa paixão por alguém e o dedo no cu de alguém pode nos causar ojeriza. A arte consegue tocar nossos sentidos, emoções e pensamentos.

A ARTE pode ser inúmeras coisas. E uma das coisas mais importantes, a saber, sobre a arte é que ela “RECRIA O MUNDO EM QUE VIVEMOS”. Esse mundo, dependendo de quem observa, pode ser mais belo ou mais feio; mais ou menos significativo. Porém, de alguma forma, esse mundo novo revela alguma coisa diferente sobre essa mesma realidade.

Embora a beleza esteja indissociavelmente ligada à arte, esta não é necessariamente, e nem tem que ser, bela. Arte nem sempre é algo belo e maravilhoso. Pode ser feia, de causar espanto e ojeriza, mas não deixa de ser arte por isso, desde que consiga tocar nossas emoções arte é arte.

As perguntas que devemos fazer são outras:

1)    De onde veio a CRIATIVIDADE para a “performance Macaquinhos"?

2)    Durante muito tempo o artista foi visto de um jeito especial, dotado de um TALENTO especial ou de uma INSPIRAÇÃO. De onde viria a INSPIRAÇÃO para essa manifestação, no mínimo anti-higiênica?

3)     Se a arte recria o mundo em que vivemos, que mundo essa performance estaria recriando?

Se a arte, de fato, recria o mundo em que vivemos. E esse mesmo mundo serve de inspiração para a criatividade do artista. QUE MUNDO SERIA ESSE?

Aqui eu recorro a Zigmunt Bauman, sociólogo polonês, um dos intelectuais mais respeitados da atualidade, especificamente o que ele trata como sendo o “MUNDO LÍQUIDO”. Recorro, também, ao filósofo estadunidense Marshall Berman e sua obra, que é uma crítica a modernidade, “TUDO QUE É SÓLIDO DESMANCHA NO AR”, originalmente um frase de Karl Marx.

Hoje vivemos em um mundo líquido. Assim como a água, os valores se escorrem, se perdem ao evaporar, fluem e se moldam. Assim como o ar, tudo se esvai, evapora, é levado pelo vento que é o ar em movimento.

Vivemos em um mundo em que os valores facilmente se vão, se moldam, se escorrem. Vivemos em um mundo, uma sociedade, em que ninguém mais se preocupa com o próprio umbigo ou o próprio nariz, ou o próprio cu. Estamos preocupados com o do outro. Temos que “cutucar”, olhar, bisbilhotar, tocar, cheirar. Isso acontece em nossas interações sociais, no trabalho, na escola, com os amigos em um bar, na família e, principalmente, nas redes sociais.

Ao “bisbilhotarmos” a vida do outro, o que nos interessa é justamente o que causa escárnio, o que fede, a parte mais asquerosa e nojenta do outro. Aqui entra o cu da “performance macaquinho”.

Por exemplo: ninguém está interessado no vídeo do you tube “Jovem ajuda vovozinha atravessar avenida”. Mas, todos estão interessados em “senhora é atropelada por um caminhão de gás”. Paramos para ver, tiramos fotos, filmamos e postamos nas redes sociais. Em algumas horas milhares de compartilhamentos e likes. Repito: o que nos interessa é o que nos causa escárnio, ojeriza, o que fede. E buscamos isso no outro.

A “performance macaquinho” foi aplaudida, pessoas pagaram para assistir. Mas, como seria recebida essa mesma performance nas décadas de 70, 80 e 90? Na década de 70, muito provavelmente, todos, inclusive os espectadores, seriam presos, torturados e acusados mancomunar com o comunismo – isso porque enfiar o dedo no cu do outro é coisa de comunista. Na década de 80, a década perdida, crise econômica, moeda desvalorizada, inflação que chegou há fechar o ano acumulada em 365,9%, muito provavelmente não teria dinheiro para realização de tal performance. Na década de 1990 todos seriam presos por atentado violento ao pudor.

Agora lanço outras reflexões, outros problemas:

1)    O QUE FEZ O NOSSO MUNDO SE TORNAR TÃO LÍQUIDO?

2)    COMO É POSSÍVEL VALORES SE PERDEREM TÃO RAPIDAMENTE?


3)    COM OS VALORES SE ESCORRENDO, SENDO LEVADOS TÃO RAPIDAMENTE, PARA QUE DIREÇÃO NOSSO MUNDO ESTÁ CAMINHANDO?

domingo, 26 de julho de 2015

FILOSOFIA - AULA - 05 - ARTE

Prof. Douglas Barraqui

Arte serve para quê?

Existe alguma coisa em comum entre o filme “E o Vento Levou”, dirigido por Victor Fleming; “Dom Quixote de La Manch”, escrito por Miguel de Cervantes; a peça teatral “Romeu e Julieta”, de William Shakespear; a música “será” da Legião Urbana e a escultura “Davi” de Michelangelo? É que todas essas coisas são formas de arte, MANIFESTAÇÕES ARTÍSTICAS.

A ARTE tem um poder de estimulante sobre nos seres humanos: um livro pode nos fazer chorar, um filme pode nos deixar triste, uma música pode nos deixar felizes, ou tocar nossa paixão por alguém. A arte consegue tocar nossos sentidos, emoções e pensamentos.

A arte, igualmente, pode transmitir todas essas emoções. Veja o exemplo abaixo da obra Davi” de Michelangelo:

Michelangelo retrata o herói bíblico com realismo anatômico impressionante. Trata-se de uma estátua em mármore branco e bruto que mede 5,17 m de altura. Michelangelo levou três anos de trabalho para concluir a escultura.

Michelangelo retrata o personagem bíblico Davi, não após a batalha contra Golias (como Donatello e Verrochio antes dele fizeram), mas no momento imediatamente anterior a ela, quando David está apenas se preparando para enfrentar uma força que todos julgavam ser impossível de derrotar. Isso é notado na confusão de sentimentos que o semblante do rosto de Davi passa ao espectador. Olhando atentamente o semblante da estátua consegue nos passar sentimentos como medo, angustia, raiva, o olhar para cima remete ao gigante que se aproxima. Observe ainda que Davi é descrito na bíblia como franzino e pequeno, porém Michelangelo esculpiu um Davi grandioso. Simbolizando a visão antropocêntrica da época, que colocava o homem no centro das atenções. O homem se torna importante para a arte daquele momento histórico.

A ARTE pode ser inúmeras coisas. E uma das coisas mais importantes, a saber, sobre a arte é que ela “recria o mundo em que vivemos”. Seja no cinema, na dança, na música, na literatura ou no teatro, o artista cria um mundo novo feito de palavras, sons, traços, cores, movimentos, gestos, melodia, símbolos, formas, massas e volumes. Esse mundo, dependendo de quem observa, pode ser mais belo ou mais feio; mais ou menos significativo. Porém, de alguma forma, esse mundo novo revela alguma coisa diferente sobre essa mesma realidade. Ao mesmo tempo um livro, uma música, uma escultura, uma dança, uma pintura pode nos ensinar algo que não sabíamos. Nesse sentido a arte pode ser EDUCATIVA.

Arte nem sempre é algo belo e maravilhoso. Pode ser feia, de causar espanto e ojeriza, mas não deixa de ser arte por isso, desde que consiga tocar nossas emoções arte é arte. Embora a beleza esteja indissociavelmente ligada à arte, esta não é necessariamente, e nem tem que ser, bela. Durante muito tempo os artistas se preocuparam em não ferir a sensibilidade do espectador. Mesmo quando falava de eventos terríveis, como o caso das tragédias, este era maquiado de belo usando palavras elevadas. No entanto, ao longo dos séculos, o homem evoluiu e com ele a arte que mudou bastante, passando a registrar os eventos traumáticos e eventos que não caberiam mais dentro da idéia de belo. Surgiram então novas modalidades de arte como, por exemplo, os contos de terror, os romances góticos, filmes trágicos e as representações pictóricas do século XX que mostram o feio e o traumático como uma realidade inerente ao homem e suas manifestações artísticas.
Mas, a ARTE serve para quê?

A arte serve para refinar o ser humano. Serva para construir um homem melhor. A arte serve para libertar o homem da realidade em que vive. A arte serve para traduzir emoções, das mais variadas. A arte serve para dar significado a vida. A arte é uma maneira do homem se tornar mais rico internamente. A arte serve como um consolo para o difícil fardo de viver. Para um artista a arte pode servir para colocar para fora o que o atormenta. A arte nos faz pensar e repensar o mundo. Arte é a maior expressão da vida humana neste planeta. Em meio a tantas espécies de animais se o ser humano for extinto, o que ficará de nós será a arte expressa em nossas construções, esculturas, pinturas e arquitetura.

A arte é uma criação do homem e quando nos admiramos alguém talentoso, dizemos que é um ARTISTA. Veja Pelé, muitos dizem que com a bola nos pés ele era um artista. Mas Pelé era um esportista, é possível um esportista ser um artista? Futebol também é arte? Bem, futebol é sim um esporte, mas quando ele é jogado muito bem, de uma forma talentosa, a gente identifica algo artístico nele. É algo que tem a ver com a criatividade do jogador, a exemplo de Pelé. O mesmo se pode dizer sobre um cozinheiro, quando seus pratos são tão saborosos, espetaculares e CRIATIVOS, as pessoas dizem que o cozinheiro é um artista na cozinha. Arte, então, tem a ver com criar um mundo novo, um jeito novo de fazer as coisas como jogar futebol ou mesmo cozinhar.

Mas de onde vem nossa CRIATIVIDADE?

Durante muito tempo o artista foi visto de um jeito especial, dotado de um TALENTO especial ou de uma INSPIRAÇÃO. O que inspira o talento do artista e o leva a criar sua arte é a sua experiência de vida, das idéias que ele forma em sua cabeça sobre o mundo em que vive, de sua cultura, de sua forma de ver o mundo. O talento é fundamental, é claro, mas sem inspiração não existe arte.

Arte, portanto tem a ver com criação. O artista, dotado de talento e inspiração, cria um mundo novo com formas, cores, gestos e sons variados. Esse mundo novo tem o poder de mexer com os nossos sentidos sendo capaz de nos emocionar, tocar e mesmo ensinar. A arte tem o poder de nos fazer sentir coisas novas e diferentes, nos renova e nos faz pensar e indagar sobre o mundo em que vivemos. A arte é o motor dos nossos questionamentos filosóficos. A arte nos faz pensar e repensar o mundo.

REFERÊNCIAS:

BLACKBURN, Simon. Pense: uma introdução à filosofia. Lisboa: Gradiva, 200.

CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. 7. ed. 2. reimp. São Paulo: Ática, 2000.

COLCHETE, Eliane e MORAIS JUNIOR, Luis Carlos de. A formação da filosofia contemporânea. Rio de Janeiro: Litteris, 2014.

DELEUZE, Gilles e GUATTARI, Félix. O que é a Filosofia? Trad. Bento Prado Jr. E Alberto Alonso Muñoz. Rio de Janeiro, 34, 1992.