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sábado, 2 de dezembro de 2017

IDEIAS SOCIALISTAS DO SÉC. XIX

Prof. Douglas Barraqui

A) CONTEXTO:
A Revolução industrial trouxe conseqüências positivas e negativas para a sociedade.  O que despertou ideologias divergentes; favoráveis e contrárias ao capitalismo:
v  Favorável: positivismo comtiano que acredita na força da industria, tecnologia e do pensamento racional como forma de se alcançar o progresso humano.
v  Contrário: socialismo que vê no capitalismo contradições que trazem males a sociedade.


B) DEFINIÇÃO
Conjunto de ideias político e filosóficos que surgiram no séc. XIX em oposição ao capitalismo
Ex.:
SOCIALISMO UTÓPICO
SOCIALISMO LIBERTÁRIO OU ANARQUISMO
SOCIALISMO CRISTÃO

1.1                       SOCIALISMO UTÓPICO

A)     CONCEITO:
Ø  Thomas More (Séc. XVI) – Grego: OU =“não” + TOPOS = “lugar”.
Ø  Utopia – conceito da sociologia  - algo ideal, fantástico, imaginário e impossível de ser realizado.

B) TEORIA:
Ø   Buscaram em Jean-Jacques Rousseau – Propriedade privada como origem de todos os males.
Ø  Os lemas do iluminismo (igualdade e fraternidade) foram suplantados pela noção restrita de liberdade econômica.
Ø  As pessoas tornaram-se escravos das fábricas.

C) PROPOSTAS:
Ø  Implantação do socialismo de maneira lenta e gradual;
Ø  Revolução pacífica
Ø  Depende da boa vontade e sensibilidade do burguês.
O termo “socialismo utópico” foi cunhado por Friedrich Engels na obra “Do socialismo utópico ao socialismo científico”. (1880)

D) AUTORES:
  1. Saint Simon (1760-1825)
  2. Rebert Owen (1771-1858)
  3. Charles Fourrier (1772-1837)


I. SAINT-SIMON (1760-1825)
Defendia:
Ø  Propôs a criação de um novo regime político-econômico, pautado no progresso científico e industrial,
Ø  Sociedade dirigida pelos homens mais capazes;
Ø  Sociedade dividida em:
Sábios;
Proprietários;
Os que não tinham posses;

II. ROBERT OWEN (1771-1858)
Defendia
Ø  Propôs a criação de cooperativas de produtores;
Ø  Propunha a redução de jornada de trabalho;
Ø  Regulamentação do trabalho de menores;
Ø  Fundou, nos Estados Unidos, a colônia socialista de New Harmony (Nova Harmonia).

III. CHARLES FOURRIER (1772-1837)
Defendia
Ø  Sociedade sustentada por ações cooperativas. (talento e o prazer individual possibilitariam uma sociedade mais próspera).
Ø  Fim das distinções que diferenciavam os papéis assumidos entre homens e mulheres.
Ø  Por meio do cooperativismo, do prazer e das liberdades de escolha a sociedade iria criar condições para o alcance do socialismo.
(Sem almejar a distinção ou a disputa, as famílias de trabalhadores viveriam nos FALANSTÉRIOS, edifícios abrigados por 1800 pessoas vivendo em plena ALEGRIA, HARMONIA e COOPERAÇÃO. Consistiam em grandes construções comunais que refletiriam uma organização harmônica e descentralizada onde cada um trabalharia nos conformes de suas paixões e vocações.

1.2                 SOCIALISMO LIBERTÁRIO OU ANARQUISMO:

A)     CONCEITO:
Corrente de pensamento socialista que rejeita qualquer forma de governo e autoridade.
Anarquia significa “ausência de poder ou governo”.


B)      TEORIA:
Ø  Oposição ao modo de produção capitalista;
Ø  Critica o liberalismo político e econômico.
Ø  Recusa qualquer tipo de autoridade

C)      PROPOSTAS:
Ø  Coletivização dos meios produtivos
Ø  Sistema produtivo baseado na autogestão
Ø  Revolução imediata e violenta.
Ø  Sociedade sem classes sociais.

1.3             SOCIALISMO CRISTÃO:

A)     CONCEITO:  
Reconhecimento por parte da Igreja Católica Apostólica Romana dos problemas decorrentes da desigualdade social e crítica ao marxismo e a luta de classes.

B)      TEORIA:
Ø  1891 – Encíclica Rerum Novarum  - Papa leão XIII (“papa do proletariado”) – Defendia uma conciliação entre as classes (conciliação entre capital e trabalho). Oposição a luta de classes.
Ø  1961 – Encíclica Mater et Magistra – Papa João XXIII – Reforça crítica marxista (Contexto da Guerra Fria).
Ø  1971– Gustavo Gutiérrez (Brasil - Leonardo Boff e Frei Betto) – Teologia da Libertação.

C)      PROPOSTAS:
1)      Defendia o direito natural à propriedade privada.
2)      Igreja e Estado deveriam lutar para melhorar as condições de vida dos trabalhadores mais pobres.
3)      Combate ao egoísmo, à acumulação desmedida e o desperdício.

1.4             SOCIALISMO CIENTÍFICO (MARXISMO)

Leia sobre o socialismo científico no link: SOCIALISMO CIENTÍFICO (MARXISMO)

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

CHAUI, Marilena. Iniciação à filosofia: ensino médio, volume único / Marilena Chaui. – 2. ed. – São Paulo : Ática, 2013.

DUROZOI, Gerard; ROUSSEL, André. Dicionário de filosofia. 2. ed. Campinas: Papirus, 1996.

HOLIS, Martin. Filosofia. Um convite. São Paulo: Loyola, 1996.


MONDIN, Battista. Introdução à filosofia: problemas, sistemas, autores e obras. Trad. J. Renard. São Paulo: Paulus, 1981.

quarta-feira, 29 de novembro de 2017

SOCIALISMO CIENTÍFICO (MARXISMO)

Prof. Douglas Barraqui

KARL MARX (1818-1883)

Conciliou filosofia, economia, política e direito para elaborar uma crítica mais consistente ao capitalismo.
  Ø  Sociedades somente podem ser compreendidas por meio das CONDIÇÕES MATERIAIS de sua existência (o modo como cada sociedade transforma a natureza e o modo como cada sociedade divide o trabalho entre seus membros)
Obras:
  Ø  Manifesto do Partido Comunista (1848 Karl Marx e Friedrich Engels) – bandeira para diversos movimentos sociais e sindicais, partidos políticos e mesmo revoluções.
  Ø  O 18 DE Brumário de Luís Bonaparte (1852) – Teórica e histórica.
  Ø  O Capital (1867) – Crítica ao capitalismo industrial, bases para a formação de uma sociedade comunista.
  Ø  A Ideologia Alemã (1933) – Crítica aos jovens hegelianos de esquerda.


A)     MODO DE PRODUÇÃO E MATERIALISMO HISTÓRICO:
I.                    Modo de produção:  Forma de organização socioeconômica associada a uma determinada etapa de desenvolvimento das:

Ø  FORÇAS PRODUTIVAS

Ø  RELAÇÕES SOCIAIS DE PRODUÇÃO.


II.            Materialismo Histórico – (concepção materialista da História). É a ciência das leis mais gerais da evolução social pela aplicação desse método aos fenômenos sociais.

B) FORÇAS PRODUTIVAS E RELAÇÕES  SOCIAIS DE PRODUÇÃO:
 I. Forças  Produtivas:
Ø  Ação do homem sobre a natureza – Formada pelos MEIOS DE TRABALHO (ferramentas e máquinas) e OBJETO DO TRABALHO (matéria prima utilizada)
II. Relações Sociais De Produção:
Ø  Modo como os homens se organizam (trabalho/produção) para produzirem determinados bens necessários à sobrevivência.
III. Infra-Estrutura
Ø  As relações estabelecidas entre as forças produtivas  e as relações sociais de produção formam a infra-estrutura ( todo aparato que permite que haja produção).
IV. Super Estrutura
Ø  Mantem e legitima a base. Doutrinas políticas, concepções religiosas, costumes, tradições, moral, leis, crenças, sentimento, valores.
Ø  Esfera econômica é a mais importante, pois consegue determinar doutrinas políticas e mesma religiões.
Ø  A super estrutura é reflexo da ideologia dominante.



C) IDEOLOGIA
Ø  Conjunto de ideias, valores, instituições e leis que expressam a visão de mundo da classe dominante.
Ø  Garante a dominação por parte da classe dominante.
Ø  O trabalhador não se reconhece naquilo que produz, produz e não sabe o que está produzindo, não se reconhece como membro de uma classe trabalhadora, portanto é um alienado.


D) TRABALHO E ALIENAÇÃO:
I. ALIENAÇÃO:
Proletário – vende a sua força de trabalho para o burguês em troca de um salário. O trabalho não é a fonte do sustento do trabalhador, mas sim o salário.
A ALIENAÇÃO se dá quando o trabalhador não se reconhece naquilo que produz, não se reconhece como produtor, não se reconhece como pertencente a uma classe, não conhece toda a cadeia produtiva, está impossibilitado de usufruir o que produz.


“A apropriação do objeto aparece como alienação a tal ponto que quanto mais objetos o trabalhador produz tanto menos pode possuir e tanto mais fica dominado pelo seu produto, o capital.”
Karl Marx
II. TRABALHO:
Ø  É o que nos diferencia dos animais. Assim construímos o mundo em que vivemos.
Ø  O mundo humano é essencialmente o mundo do trabalho.
Ø  O trabalho é o elemento capaz de nos humanizar.
Ø  O trabalho alienado nos desumaniza.

E) MAIS-VALIA
Diferença entre:
O VALOR DE TUDO QUE É PRODUZIDO PELO OPERÁRIO - VALOR DO SALÁRIO PAGO AO OPERÁRIO = MAIS-VALIA
Na mais-valia:
Ø  O excedente do trabalho do operário se torna a mais-valia.
Ø  A riqueza produzida é maior do que o salário.
Ø  O trabalho rende mais ao empregador do que ao empregado.
Ø  Mais-valia é a fonte de lucro do burguês (mola propulsora do capitalismo)
TIPOS DE MAIS VALIS:
MAIS-VALIA  ABSOLUTA
Aumento da jornada de trabalho sem aumentar a remuneração.

MAIS-VALIA  RELATIVA
Implantação de novas tecnologias (máquinas) – Desemprego estrutural.

F) LUTA DE CLASSES
Ø  A história de todas as sociedades até os dias de hoje tem sido uma história de luta de classes.
Ø  Da luta de classes emerge toda a dinâmica histórica.
Ø  A história humana produzida por pontos que se opõem (inspiração em Friedrich Hegel).
Ø  História humana construída por forças antagônicas:
Tese (proposição) + antítese (oposição) = síntese (conclusão)

G) REVOLUÇÃO PROLETÁRIA E O COMUNISMO
Ø  Papel prático de sua filosofia: “A filosofia se limita a interpretar o mundo, cabe a nós mudá-lo”
Ø  Teoria marxista: analisa o mundo e fornece fundamentos para sua mudança.
I. CAPITALISMO (ESTADO BURGUÊS):
Ø  Marx defende que somente uma revolução proletária poderia mudar a infra-estrutura da sociedade.
Ø  A revolução partiria da classe operária (independente do sexo, raça, nacionalidade).
Ø  Proletário unido seria capaz de iniciar um processo de deposição do poder burguês e a instauração de um Estado Proletariado (socialismo)
II. SOCIALISMO (ESTADO PROLETÁRIO):
Ø  Socialismo seria voltado para promoção da igualdade por meio da estatização dos meios produtivos.
III. COMUNISMO (NÃO HÁ ESTADO):
Ø  Chegaria a um nível que a economia coletivizada e a organização democrática dispensariam o Estado (comunismo).
Revolução proletária composta de dois momentos: socialismo e comunismo (uma evolução do socialismo).

H) INTERNACIONAIS COMUNISTAS DO SÉC. XIX
Ø  Uma série de reuniões públicas de sindicatos, organizações, partidos políticos.
Ø  Primeira Internacional Comunista (1864-1876) – Organização dos operários, discussão de planos de ação política.
Ø  Segunda Internacional “operária e socialista” (1889-1914) – Participação mais efetiva dos trabalhadores.
Ø  Terceira Internacional “Comintern” (1919-1943) – Grande influência da URSS de Stalin.
Ø  Quarta Internacional (1938-1970) – Presença dos movimentos sociais.

I) FETICHISMO DA MERCADORIA
Ø  Mercadorias vistas como dotadas de vida própria.
Ø  Algumas mercadorias tornam-se objeto de adoração (Parábola bíblica de Moises que sai para monte Sinai para orar, cresce a descrença do povo, que vaga no deserto, e este passa a adorar um bezerro feito de ouro. O bezerro havia se tornado objeto de adoração e glorificação pelo povo, o nome atribuído a esta imagem era “Fetiche”.)
Ø  O valor de uma mercadoria extrapola a sua utilidade (mais importante é o seu VALOR DE TROCA do que o seu VALOR DE USO)
Ø  Valor de uso – importância prática da mercadoria.
Valor de troca – importância simbólica, atribuída ao nome de uma marca (mercadorias que podem inclusive conferir algum status a quem possui.

Referência bibliográfica:

CHAUI, Marilena. Iniciação à filosofia: ensino médio, volume único / Marilena Chaui. – 2. ed. – São Paulo : Ática, 2013.

DUROZOI, Gerard; ROUSSEL, André. Dicionário de filosofia. 2. ed. Campinas: Papirus, 1996.

HOLIS, Martin. Filosofia. Um convite. São Paulo: Loyola, 1996.


MONDIN, Battista. Introdução à filosofia: problemas, sistemas, autores e obras. Trad. J. Renard. São Paulo: Paulus, 1981.