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domingo, 24 de abril de 2016

ZUMBI: UM SÍMBOLO DE RESISTÊNCIA

Prof. Douglas Barraqui

Sua cabeça foi cortada à faca, Seus olhos foram arrancados, sua mão direita foi cortada e seu pênis, símbolo de sua virilidade, foi decepado e enfiado em sua própria boca que foi costurada em seguida. A cabeça foi salgada e exposta na praça da cidade de Recife, onde apodreceu em praça pública.

No dia 20 de Novembro de 1695, com 40 anos, Zumbi foi assassinado. Emboscado pelo capitão Furtado de Mendonça. Zumbi foi vítima da traição de um amigo, Antônio Soares, que logo depois de se aproximar de Zumbi e cumprimentá-lo, teria desferido um golpe de punhal.


Zumbi entraria para história como símbolo de luta dos negros escravos do Brasil pela liberdade. O dia 20 de novembro se torna Dia da Consciência Negra. Passados 320 anos da morte de Zumbi os negros do nosso país ainda travam duras batalhas contra o trabalho análogo a escravidão, desigualdade social, miséria e o preconceito racial.  

REFERÊNCIA:

CARNEIRO, Edison. O Quilombo dos Palmares. Editora Civilização Brasileira, 3a ed., Rio, 1966, p. 35

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

MAPAS HISTÓRICOS - VICE-REINO DO BRASIL (1774-1815)


O mapa acima, bem como sua legenda, foi por mim adaptado do original em VICENTINO, Cláudio e DORIGO, Gianpaolo. História Geral e do Brasil: ATLAS. Vol. Único. 1 Ed. São Paulo, Ed. Scipione, 2010. Pg. 21. 

REFERÊNCIA:

VICENTINO, Cláudio e DORIGO, Gianpaolo. História Geral e do Brasil: ATLAS. Vol. Único. 1 Ed. São Paulo, Ed. Scipione, 2010.

terça-feira, 10 de novembro de 2015

MAPAS HISTÓRICOS - CAPITANIAS HEREDITÁRIAS SÉC. XVI

Prof. Douglas Barraqui


O mapa abaixo é um recente analise do historiador Jorge Cintra que contesta a historiografia tradicional quanto a real configuração das capitanias hereditárias da América Portuguesa quando foram criadas na primeira metade do século XVI, apontando-se alguns problemas de representação e propondo um novo desenho a partir de fontes primárias como as cartas de doação e forais e a cartografia da época, em particular o mapa de Bartolomeu Velho.

As principais alterações propostas referem-se às linhas de divisa nas capitanias do norte, que devem correr segundo meridianos e não segundo paralelos; à particular configuração das capitanias do sul, com linhas dirigindo-se a noroeste; à divisão em quinhões das capitanias de Aires da Cunha e de João de Barros e à existência de terras não distribuídas.


Os mapas acima foram por mim adaptados do original em VICENTINO, Cláudio e DORIGO, Gianpaolo. História Geral e do Brasil: ATLAS. E da página do Jornal "O Globo": Novo mapa de capitanias hereditárias poderia constar em livros didáticos a partir de 2017.

Referências:


VICENTINO, Cláudio e DORIGO, Gianpaolo. História Geral e do Brasil: ATLAS. Vol. Único. 1 Ed. São Paulo, Ed. Scipione, 2010.


terça-feira, 3 de novembro de 2015

UNIÃO IBÉRICA E A OCUPAÇÃO HOLANDESA NO BRASIL COLONIAL


Prof. Douglas Barraqui

A parceria entre Portugal e Holanda
ü  Holanda passou a custear todas as etapas, desde o financiamento até o fornecimento de equipamentos para a produção do açúcar.
ü  Holandeses detinham a tecnologia de refino do açúcar.
ü  Em troca, os holandeses tinham o direito de comercializá-lo na Europa.
União Ibérica (1580-1640)
1578 – D. Sebastião, o jovem rei de Portugal, ao tentar expandir a fé católica e obter honras em batalhas que acreditava que o glorificariam, partiu em uma cruzada, invadiu o norte da África e desapareceu na batalha de Alcácer-Quibir, no Marrocos, com apenas 24 anos, sem deixar herdeiros.
ü  Portugueses foram derrotados pelo sultão Abd al-Malik (Mulei Moluco);
ü  O resgate dos sobreviventes agravou as dificuldades financeiras do país;
ü  Portugal sofre com uma crise econômica; Surge a lenda do "rei dormente" (Messias) que iria regressar para ajudar Portugal nas suas horas mais sombrias.
1580 – O tio-avô, o cardeal D. Henrique, inquisidor-geral do reino, único parente mais próximo morreu em 31 de Janeiro de 1580, sem indicar um herdeiro.
ü  Seguiu-se uma crise de sucessão, com três netos de D. Manuel I de Portugal a reivindicar o trono: Catarina, infanta de Portugal, duquesa de Bragança, António, Prior do Crato e Filipe II de Espanha sobrinho de D. Henrique.
ü  No mesmo ano Filipe II  Marcha com seu exército para Portugal para assegurar a sua coroação. O reconhecimento de Filipe II deu-se a partir da assinatura do Juramento de Tomar uma lista de exigências ao novo rei.
1581 - Juramento de tomar:
                                   I.        Não interferência na economia de Portugal;
                                  II.        Nomear portugueses para assuntos de Portugal;
A Espanha exerceu domínio sobre Portugal por 60 anos. Assim, entre 1580 e 1640, Portugal e Espanha formaram um único império, governado por um rei espanhol. Com essa união, Filipe II tornou-se ainda mais poderoso, ampliando a marinha, o exército e seus domínios ultramarinos.
 
Domínios de Filipe II
O domínio espanhol sobre os Países Baixos

A partir do final da Idade Média, o território onde se localizam os Países Baixos (atuais Luxemburgo, Bélgica e Holanda) transformou-se em um importante polo de produção de tecidos, lã e navios, entre outros produtos.
Ø  Séc. XV - os Países Baixos estavam sob o domínio espanhol de Carlos V, da dinastia Habsburgo.
Ø  1565 - holandeses protestantes começaram a lutarar contra esse domínio. A situação tornou-se insustentável durante o governo de Filipe II, católico fanático:
ü  Promoveu execuções na fogueira de perseguidos religiosos.
ü  Impôs restrições comerciais entre a Holanda e as colônias lusitanas.
A partir de então, as populações dominadas intensificaram as lutas pela independência que eram financiadas com açúcar do Brasil.
ü  Ciente de que os holandeses financiavam sua luta de independência com o açúcar do Brasil, Filipe II decreta o bloqueio econômico à Holanda que estava proibida de comercializar o açúcar do Brasil.
ü  Revoltados, os holandeses invadiram e conquistaram domínios pertencentes à União Ibérica, em especial os destinados ao tráfico negreiro na África e à produção de açúcar na América portuguesa.
Ø  1600 - Companhia das Índias Orientais (EIC): Responsável por ataques as colônias na Ásia e África;
Ø  1624 - Companhias das Índias Ocidentais (WIC):
- 1624-1625 – Invasão da Bahia;
- 1630-1654 – Invasão de Pernambuco
Observação: 1648 - Felipe IV, sucessor de Filipe II ao trono espanhol, assinou o Tratado de Münster, que pôs fim à “Guerra dos 80 Anos” entre espanhóis e holandeses pela independência dos Países Baixos. Depois disso, a região prosperou como um grande centro comercial e manufatureiro. Tabaco, seda, açúcar e armas de guerra eram os principais produtos de sua economia.
1624 – 1625 - Invasão Holandesa na Bahia
Ø  Com o objetivo de tomar a cidade de Salvador, sede da administração colonial. Em um primeiro momento, o ataque foi bem-sucedido.
Ø  A resistência organizada pelos colonos de Portugal impediu que os holandeses consolidassem seu domínio, obrigando-os a abandonar a cidade no ano seguinte.
Observação: 10 a 18 de março de 1625, Piet Hein tentou invadir a Vila de Vitória no Espírito Santo; o donatário do Espírito Santo era Francisco de Aguiar Coutinho. Maria Ortiz, (1603 — 1646) é considerada uma heroína brasileira. jovem de origem espanhola que vivia na colônia portuguesa da capitania do Espírito Santo organizou a resistência das mulheres que do alto dos casebres lançou carvão em brasa, óleo fervente, paus e pedras, impedindo que os holandeses chegassem até o pelourinho na cidade alta. Ganhado tempo para formação da resistência portuguesa.

1630 – 1654 - Invasão de Pernambuco
Ø  1630 - os holandeses atacaram o litoral pernambucano. Após vários enfrentamentos com tropas portuguesas e proprietários locais, finalmente se apoderaram do território, em 1635. A sede do governo holandês, estabelecida primeiramente em Olinda, foi logo depois transferida para o Recife.
Ø  De Pernambuco, os batavos estenderam seus domínios de Alagoas ao Rio Grande do Norte, permanecendo no Nordeste brasileiro por 24 anos.
Ø  Para diminuir a resistência dos senhores de engenho à invasão e normalizar a produção, os holandeses ofereceram facilidades, como:
ü  Empréstimos para incrementar os engenhos.
ü  Auxiliar na reconstrução das propriedades destruídas durante os conflitos militares.
A PRESENÇA HOLANDESA
Promoveu uma série de mudanças na vida colonial, com a introdução de novos hábitos e costumes, a construção de edificações e melhorias na vida urbana. A vila de Recife foi reestruturada ganhando praças e ruas calçadas, no mesmo modelo das cidades europeias da época.
1637 – 1644 - Governo de Maurício de Nassau
O conde Maurício de Nassau pertencia a uma importante família nobre holandesa. Como governador dos domínios holandeses na América portuguesa suas principais reformas foram:

Ref. Econômicas e políticas:
Ø  Estabeleceu relações amistosas entre neerlandeses, comerciantes e latifundiários.
Ø  Estabelecimento de aliança política com os senhores de engenho de Pernambuco.
Ø  Adoção de melhorias nos engenhos, visando o aumento da produção de açúcar.
Ø  Melhoria da qualidade dos serviços públicos em Recife, investindo na coleta de lixo e nos bombeiros.
Ø  Redução dos tributos cobrados dos senhores de engenho de Pernambuco.
Ø  Formulação de empréstimos.
Ø  Reformou engenhos com empréstimos concedidos pela WIC.
Ø  Confiscou e vendeu engenhos abandonados.
Ø  Incentivou a manufatura local.
Ø  Introduziu métodos aperfeiçoados de cultivo da cana-de-açúcar e do fumo.
Ref. Estrutural Urbana:
Ø  Restaurou a cidade de Olinda, onde construiu hospitais, asilos de órfãos, pontes e outras obras que modernizaram a cidade.
Ø  Investimentos na infra-instrutora de Recife como, por exemplo, construção de pontes, diques, drenagem de pântanos, canais e obras sanitárias.
Ø  Construiu a cidade Maurícia, na ilha de Antônio Vaz, com diversos palácios e fortes.
Ø  Proibiu a derrubada dos cajueiros, quase em extinção,
Ø  Plantou mamoeiros, jenipapeiros e mangueiras nas ruas da cidade.
Ø  Proibiu que o bagaço da cana fosse jogado nos rios e açudes, para evitar que as camadas mais pobres sofressem com a morte dos peixes, seu principal alimento.
Observação: Ponte Maurício de Nassau - povo não tinha muita fé na ponte antiga promessa do governo português. Dizem que “era mais fácil um boi voar...”. Nassau prometeu construir a ponte e fazer o boi voar. “boi do Melchior” (Boi Voador), um animal de pêlo amarelado, famoso na cidade por entrar nas casas e subir as escadas. Em 28 de fevereiro de 1644, um domingo, Nassau marcou a inauguração da tal ponte. Ordenou que se arranjasse um pedaço de couro, de tamanho e cor iguais ao do boi exposto no Palácio, que foi empalhado e inflado como um balão. Amarrado em cordas bem finas, invisíveis ao público que lotava a praia e os barcos.  

Ref. Culturais:
Ø  Foi protetor das artes.
Ø  Estabeleceu um regime de tolerância religiosa que diminuiu a resistência dos colonos católicos em relação aos holandeses, em sua maioria protestantes (calvinistas).
Ø  Estabelecimento da primeira sinagoga do Brasil “Sinagoga Kahal Zur Israel”.
Ø  Incentivo ao estudo e retratação da natureza brasileira, principalmente com a vinda de artistas e cientistas holandeses.
Ø  Criação do Jardim Botânico no Recife, assim como o Museu Natural e o Zoológico.
De volta à Holanda, Nassau ocupou vários cargos políticos e comandou o exército holandês na luta contra a Inglaterra. Morreu na Alemanha, em 1679, aos 75 anos.

A produção cultural durante o domínio holandês

1637 - conde Maurício de Nassau desembarcou no Brasil - faziam parte de sua comitiva: 46 cientistas, artífices e intelectuais.
A intenção de Nassau era:

ü  Registrar, catalogar e estudar a flora e a fauna, bem como a sociedade do Nordeste brasileiro.
ü  Torná-las conhecidas aos europeus.
a)     ZachariasWagener - que era soldado, produziu centenas de aquarelas de animais brasileiros que ilustravam seus tratados da fauna local.
b)   Albert Eckhout - pintor naturalista, influenciado pela obra de Wagener, também retratou a fauna e usava modelos para representar a sociedade colonial da época.
c)    Frans Post - compôs quadros das paisagens brasileiras.
d)   George Marcgraf - cientistas da comitiva, naturalista e astrônomo, se notabilizou pelo detalhismo com que retratava o território ocupado. Tal era a precisão de seus mapas que se temia que a divulgação de seu trabalho despertasse a cobiça de outras potências sobre o território então dominado pelos holandeses.

O fim da União Ibérica: a Restauração
1640 – Restauração do trono português:
Ø  O duque de Bragança comandou os portugueses em uma guerra contra a Espanha, movimento que ficou conhecido como Restauração.
Ø  Para recuperar o trono de Portugal e fazer prevalecer sua soberania, os portugueses fizeram alianças com vários países europeus:
ü  Ingleses – estavam de olho no mercado consumidor do Brasil.
ü  Holanda – queria manter o comércio açucareiro com o Brasil. (os holandeses continuariam administrando o Nordeste açucareiro até 1654).
Ø  Instauração da 4.ª Dinastia Portuguesa - a casa de Bragança - com a aclamação de D. João IV.
A expulsão dos holandeses: insurreição pernambucana
Ø  1644 -  Nassau é retirado do comando do governo holandês na América.
Ø  Os administradores que sucederam Nassau, preocupados em aumentar os lucros da Companhia das Índias Ocidentais, pressionaram os fazendeiros a pagar os empréstimos adquiridos durante o governo de Nassau, ameaçando tomar-lhes as terras ou confiscar o açúcar.
Ø  1645 - Descontentes, os senhores de engenho iniciaram os confrontos armados visando expulsar os holandeses. Os combates ficaram conhecidos como Insurreição Pernambucana,
Ø  Os colonos formaram milícias:
ü  O movimento integrou forças lideradas por André Vidal de Negreiros, Felipe Camarão e Henrique Dias.
André Vidal de Negreiros
·         Mobilizou recursos e gentes do sertão nordestino • Foi nomeado Mestre-de-Campo.
·         Comando de um dos terços do Exército Patriota nas duas batalhas dos Guararapes.
·         Comandou o sítio de Recife que resultou na capitulação holandesa em 1654.
·         Pelos seus feitos foi nomeado governador e capitão-geral das capitanias do Maranhão, de Pernambuco e o Estado de Angola.
Felipe Camarão ou Potiguaçu
·         Indígena da tribo potiguar.
·         Organizou ações de guerrilha que se revelaram essenciais para conter o avanço dos invasores.
·         Destacou-se nas batalhas de São Lourenço (1636), Porto Calvo (1637) e de Mata Redonda (1638).
·         Distinguiu-se comandando a ala direita do exército rebelde na Primeira Batalha dos Guararapes.
·         Foi agraciado com a mercê de Dom, o hábito de cavaleiro da Ordem de Cristo, o foro de fidalgo com brasão de armas e o título de Capitão-Mor de Todos os índios do Brasil.
Henrique Dias Brasileiro
·         Filho de escravos, conhecido como governador da gente preta.
·         Recrutou ex-escravos afro-brasileiros oriundos dos engenhos.
·         Comandou o Terço de Homens Pretos e Mulatos do Exército Patriota nas duas batalhas dos Guararapes, suas tropas também eram denominadas milícias negras.
·         Distinguindo-se por bravura nos combates de Igaraçu onde foi ferido duas vezes.
ü  1648 e 1649 - As duas batalhas de Guararapes foram decisivas para restaurar gradualmente o domínio português.
ü  Portugal requisitou auxilio militar da Inglaterra
ü  1954 - os colonos venceram a batalha, os holandeses assinaram a Capitulação da Campina da Taborda e se retiraram definitivamente do território nordestino.
A paz definitiva, no entanto, só seria assinada em 1661. Os holandeses seguiram para as Antilhas, no Caribe, onde implantaram a produção de açúcar, que passou a concorrer diretamente com o açúcar português.

A crise econômica portuguesa
Ø  O preço do açúcar caiu ainda mais com a concorrência da produção holandesa nas Antilhas.
Ø  Agravando a situação Portugal foi obrigada a assinar um tratado com a Inglaterra, como recompensa pelo auxílio na luta contra os holandeses.
Ø  Os navios ingleses foram autorizados a negociar diretamente nas colônias de Portugal, competindo com os comerciantes lusitanos.
Medidas adotadas por Portugal para superar a crise:
Esforço do governo português para intensificar o controle político sobre seu império ultramarino e, principalmente, sobre o comércio:
Ø  1642 – criação do Conselho Ultramarino, órgão cuja principal função era ampliar o controle do comércio sobre os domínios coloniais.
Ø  A fim de combater a sonegação de impostos, a Coroa proibiu que os comerciantes metropolitanos praticassem suas atividades de forma independente.
Ø  1649 – foi criada a Companhia Geral de Comércio do Brasil, que obteve o monopólio comercial entre o sul e o Rio Grande do Norte.
Ø  1682 – foi criada a Companhia de Comércio do Estado do Maranhão, que se encarregava das atividades comerciais com as demais regiões da colônia.
Ø  Fim da autonomia das Câmaras Municipais, que a partir de 1696 passaram a ser dirigidas pelos juízes de fora, agentes diretos do rei;
Ø  Incentivo da produção de manufaturas portuguesas;
Ø  1680 – Fundação da Colônia do Sacramento (onde hoje é o Uruguai) com o objetivo de facilitar o acesso à prata extraída na América espanhola.
Ø  Organizou expedições para a descoberta de metais e pedras preciosas no interior da colônia.
REFERÊNCIAS:

AZEVEDO, Gislane Campos; SERIACOPI, Reinaldo. Projeto Teláris: história 7° ano. São Paulo: Ática, 1º ed., 2012.

CAPELLARI, Marcos Alexandre; NOGUEIRA, Fausto Henrique Gomes. História: ser protagonista - Volume único. Ensino Médio. 1ª Ed. São Paulo: SM. 2010.

COTRIM, Gilberto. História Global – Brasil e Geral. Volume Único. Ensino Médio. 8ª Ed. São Paulo: Saraiva 2005.

MOZER, Sônia & TELLES, Vera. Descobrindo a História. São Paulo: Ed. Ática, 2002.

PILETTI, Nelson & PILETTI, Claudico. História & Vida Integrada. São Paulo: Ed. Ática, 2002.

Projeto Araribá: História – 7° ano. /Obra coletiva/ São Paulo: Editora Moderna, 2010. Editora Responsável: Maria Raquel Apolinário Melani.

Uno: Sistema de Ensino – História – 7° ano. São Paulo: Grupo Santillana, 2011. Editor Responsável: Angélica Pizzutto Pozzani.

VICENTINO, Cláudio. Viver a História: Ensino Fundamental. São Paulo: Ed. Scipione, 2002.


quinta-feira, 22 de outubro de 2015

A HISTÓRIA DO BEIJO

Prof. Douglas Barraqui
Detalhe de um beijo na boca
na parede do templo de Khajuraho, na Índia

O beijo mais antigo que se tem conhecimento data de 2500 a.C. e está cravado nas paredes dos templos de Khajuraho, na Índia.  Na mesopotâmia, o povo sumério, enviavam beijos aos deuses como forma de agradecimento. Os bravos e viris homens persas, do mesmo nível hierárquico, trocavam beijos na boca como um sinal de puro respeito. Se fosse de um nível inferior, deveria se contentar em beijar o rosto apenas.

Entre os gregos, por volta de 300 a.C. a hierarquia também determinava em que local o beijo seria dado. Quem fosse da mesma classe, era permitido trocar um beijo no rosto ou na boca; agora quem fosse considerado inferior deveria se contentar com um beijo no rosto. Em um ritual de adoração aos deuses, os gregos passavam as pontas dos dedos nos lábios e tocavam nas estátuas.

Entre conhecidos da Roma antiga era comum o beijo basium. Já o osculum era selado entre amigos íntimos e entre os amantes, dava-se o suavium. Os súditos os pés do imperador deveriam se dar por contentes em beijar as mãos e os pés do césar romano. 

Na Inglaterra renascentista quando se visitava um conhecido deveria se beijar o anfitrião, sua esposa, filhos e até os bichos de estimação, se fosse o caso. E fiquem embasbacados, todos na boca. Em 1439, o rei Henrique VI da Inglaterra, acabou com a festa e proibindo os beijos para evitar a proliferação de doenças. E no século XVII Oliver Cromwell proibiu a troca de beijo aos domingos. E se por ventura você desrespeitasse a lei poderia passar algumas noites na prisão.

Em terras tupiniquins, leia-se aqui Brasil, o romantismo passou longe e no século XVIII dar um beliscão na companheira era um sinal de afeto. D. João VI, príncipe regente de Portugal, trouxe para o Brasil em 1808 a cerimônia do “beija-mão”. Chegava a receber 150 pessoas num só dia.

Agora aquele beijão de boca aberta e línguas entrelaçadas, dizem as más línguas, é uma invenção dos franceses. E a expressão “beijo de língua” ou “beijo francês” ou “pelle”, surgiu por volta de 1920. Os franceses, todavia, não assumiram a invenção. Por lá, o beijo francês, ou de língua, é conhecido como “beijo inglês”.

Independente da sua história o beijo é tradutor de sentimentos e precursor de grandes emoções.

REFERÊNCIA:


ENFIELD, Julie. História íntima do beijo. Editora Matrix

terça-feira, 13 de outubro de 2015

ESCRAVIDÃO E RESISTÊNCIA NA COLÔNIA


Prof. Douglas Barraqui

Origem da escravidão na África

Século XV – África - era habitada por povos com organizações sociais diferentes entre si e divididos em reinos e Estados.

Quando os europeus chegaram à África, ocorriam guerras em algumas partes do continente. Essas guerras, de motivação étnica e religiosa, tinham como resultado a escravização dos vencidos

A escravidão já era conhecida:
ü  Cativos eram prisioneiros de guerra
ü  Pessoas que não conseguiam pagar suas dívidas.

Século XV – Chegada dos portugueses:
ü  Construíram feitorias ao longo do litoral
ü  Procuraram monopolizar o comércio de artigos africanos, como ouro, marfim e escravos. Em troca, ofereciam tecidos, metais, ferramentas, aguardente, cavalos e armas.

Comércio de escravos:
ü  Prisioneiros de conflitos inter-tribais eram trocados por fumo, cachaça, armas e pólvora;
ü  Expedições de captura foram feitas em direção do interior;
ü  Comerciantes europeus alteraram o sentido da escravidão africana, dando-lhe um caráter essencialmente econômico.

Calcula-se que cerca de 10 milhões de africanos foram capturados e trazidos para a América.
Principais rotas dos escravos da África para o Brasil

Origem dos escravos:
Os negros que chegaram à América portuguesa pertenciam a diversas etnias. Quatro delas eram predominantes:
ü  Sudaneses, representados pelos iorubás;
ü  Povos islamizados, representados pelos mandingas hauçás ou haussás;
ü  Bantos do grupo angola-congolês, do qual faziam parte os caçanjes e benguelas;
ü  Bantos, representados pelos moçambiques

O tráfico de escravos:

Portos de trato – Espécie de fortaleza no litoral, local onde os negros capturados aguardavam para ser negociados

Batismo coletivo – Antes de embarcar nos navios negreiros, os africanos passavam por uma cerimônia de batismo coletivo e recebiam da Igreja católica um nome cristão. (A troca de nomes representava a tentativa de anulação da identidade cultural, o que era ainda mais confuso para aqueles cujo nome tinha originalmente um significado especial).

Navios negreiros ou Tumbeiros – A travessia do oceano Atlântico era feita a bordo dos chamados navios negreiros ou tumbeiros, que variava de acordo com o porto de chegada: em torno de 35 dias para o Recife e de 60 para o Rio de Janeiro. As condições da viagem eram péssimas e causavam um alto índice de mortalidade. Por isso, os navios negreiros foram chamados tumbeiros, uma alusão às tumbas, sepulturas.

Preço – Exposta e comercializada, os preços variavam de acordo com o sexo, a idade e as condições físicas. Dos mercados, os africanos eram levados para o trabalho escravo em engenhos, minas ou vilas.

Tipos de escravos:

Escravos Boçais – Recém-chegados ou com dificuldade de integração à cultura europeia, eram destinados às tarefas mais pesadas e repetitivas, tanto no eito quanto na moenda.

Escravos Ladinos – Escravos que dominavam a língua do colonizador e eram considerados capazes de aprender novas atividades, como manusear equipamentos com destreza e assimilar novas técnicas, “domesticados”. Esses cativos estavam presentes nas moendas, nas caldeiras, na casa de purgar, na casa-grande e nas oficinas (olarias, carpintarias, ferrarias).

A resistência africana à escravidão

Os africanos não aceitavam passivamente a escravidão e desenvolveram diferentes estratégias de resistência ao domínio dos senhores:
ü  Sabotavam a produção ou destruindo as safras.
ü  Envenenando senhores de engenho e seus familiares,
ü  Promoviam fugas individuais ou coletivas.
ü  Organizando rebeliões que atingiram várias fazendas e até mesmo cidades.
ü  Criaram a capoeira (misto de arte marcial com dança).
ü  Formavam quilombos.

A formação dos quilombos
Quilombos eram as comunidades fortificadas localizadas em locais ermos e de difícil acesso que reuniam os escravos fugidos das fazendas.
Viviam também índios, escravos alforriados e brancos pobres.

Quilombo dos Palmares

ü  Localização: Serra da Barriga, atual estado de Alagoas, antiga capitania de Pernambuco.
ü  Chegaram a se reunir mais de 20 mil pessoas, espalhadas por várias aldeias denominadas mocambos.
ü  Moradores praticavam a caça e a pesca, cultivavam o próprio alimento e criavam porcos e galinhas. Com o tempo, passaram a comercializar seus produtos com os povoados vizinhos em troca de armas, pólvora e ferramentas de trabalho.

Declínio de Palmares:
Em decorrência do crescimento de Palmares, os fazendeiros e as autoridades viam o quilombo como uma grande ameaça e não mediram esforços para destruí-lo.
A operação montada pelo bandeirante conseguiu aniquilar completamente o quilombo em 1694.

Zumbi, o mais famoso chefe de Palmares, e alguns quilombolas, como eram conhecidos os moradores dos quilombos, conseguiram fugir e continuaram atacando vilas e incentivando a fuga dos escravos.

Em 20 de novembro de 1695, a luta de Zumbi chegou ao fim. Nesse dia, ele foi morto e sua cabeça enviada ao Recife e exposta em praça pública para servir de exemplo a todos os escravos. Zumbi tornou-se o símbolo da resistência dos negros contra a escravidão e o preconceito racial. Por esse motivo, o dia 20 de novembro, no Brasil, passou a ser conhecido como o Dia da Consciência Negra.

REFERÊNCIAS:

AZEVEDO, Gislane Campos; SERIACOPI, Reinaldo. Projeto Teláris: história 7° ano. São Paulo: Ática, 1º ed., 2012.

CAPELLARI, Marcos Alexandre; NOGUEIRA, Fausto Henrique Gomes. História: ser protagonista - Volume único. Ensino Médio. 1ª Ed. São Paulo: SM. 2010.

COTRIM, Gilberto. História Global – Brasil e Geral. Volume Único. Ensino Médio. 8ª Ed. São Paulo: Saraiva 2005.

MOZER, Sônia & TELLES, Vera. Descobrindo a História. São Paulo: Ed. Ática, 2002.

PILETTI, Nelson & PILETTI, Claudico. História & Vida Integrada. São Paulo: Ed. Ática, 2002.

Projeto Araribá: História – 7° ano. /Obra coletiva/ São Paulo: Editora Moderna, 2010. Editora Responsável: Maria Raquel Apolinário Melani.

Uno: Sistema de Ensino – História – 7° ano. São Paulo: Grupo Santillana, 2011. Editor Responsável: Angélica Pizzutto Pozzani.

VICENTINO, Cláudio. Viver a História: Ensino Fundamental. São Paulo: Ed. Scipione, 2002.