Prof. Douglas Barraqui
Detalhe de um beijo na boca na parede do templo de Khajuraho, na Índia |
O beijo mais antigo que se tem
conhecimento data de 2500 a.C. e está cravado nas paredes dos templos de
Khajuraho, na Índia. Na mesopotâmia, o
povo sumério, enviavam beijos aos deuses como forma de agradecimento. Os bravos
e viris homens persas, do mesmo nível hierárquico, trocavam beijos na boca como
um sinal de puro respeito. Se fosse de um nível inferior, deveria se contentar
em beijar o rosto apenas.
Entre os gregos, por volta de 300
a.C. a hierarquia também determinava em que local o beijo seria dado. Quem
fosse da mesma classe, era permitido trocar um beijo no rosto ou na boca; agora
quem fosse considerado inferior deveria se contentar com um beijo no rosto. Em um
ritual de adoração aos deuses, os gregos passavam as pontas dos dedos nos
lábios e tocavam nas estátuas.
Entre conhecidos da Roma antiga
era comum o beijo basium. Já o osculum era selado entre amigos íntimos
e entre os amantes, dava-se o suavium.
Os súditos os pés do imperador deveriam se dar por contentes em beijar as mãos
e os pés do césar romano.
Na Inglaterra renascentista
quando se visitava um conhecido deveria se beijar o anfitrião, sua esposa,
filhos e até os bichos de estimação, se fosse o caso. E fiquem embasbacados, todos
na boca. Em 1439, o rei Henrique VI da Inglaterra, acabou com a festa e
proibindo os beijos para evitar a proliferação de doenças. E no século XVII
Oliver Cromwell proibiu a troca de beijo aos domingos. E se por ventura você
desrespeitasse a lei poderia passar algumas noites na prisão.
Em terras tupiniquins, leia-se
aqui Brasil, o romantismo passou longe e no século XVIII dar um beliscão na
companheira era um sinal de afeto. D. João VI, príncipe regente de Portugal,
trouxe para o Brasil em 1808 a cerimônia do “beija-mão”. Chegava a receber 150
pessoas num só dia.
Agora aquele beijão de boca
aberta e línguas entrelaçadas, dizem as más línguas, é uma invenção dos
franceses. E a expressão “beijo de língua” ou “beijo francês” ou “pelle”, surgiu por volta de 1920. Os
franceses, todavia, não assumiram a invenção. Por lá, o beijo francês, ou de
língua, é conhecido como “beijo inglês”.
Independente da sua história o
beijo é tradutor de sentimentos e precursor de grandes emoções.
REFERÊNCIA:
ENFIELD, Julie. História íntima do beijo. Editora
Matrix
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