Prof.
Douglas Barraqui
I.
REPÚBLICA ROMANA
Preocupação
com o bem comum e com a necessidade de uma lei para todos os cidadãos. Surgia
assim uma res publica, expressão de
origem latina que significa “coisa pública”.
ü Os
patrícios - compunham
a camada dominante, distribuíram entre si os cargos políticos e as funções
militares e administrativas. São os cidadãos de Roma.
ü O
Senado - era o órgão
mais importante da República: composto de 300 membros, elaborava as leis e
controlava as finanças do Estado, a religião e a administração do espaço
público. os senadores tinham poder
vitalício.
Magistraturas de Roma:
ü Cônsules
- magistrados
escolhidos pelos patrícios do Senado para o mandato de um ano. Os cônsules
presidiam o Senado e os comícios e comandavam o exército em período de guerras.
ü Censores
- faziam a contagem
da população, mantinham controle da conduta do cidadão e supervisionavam as
despesas públicas.
ü Pretores
- eram responsáveis
pela justiça.
ü Questores -
cuidavam principalmente do tesouro público.
ü Edis
- tomavam conta dos serviços públicos
(abastecimento da cidade, segurança, pavimentação das ruas e organização de
jogos públicos).
Assembleias:
a)
Assembleia
por tribos:
Ø Era composta de cidadãos de mesma
origem ou local de residência.
b)
Assembleia por centúrias:
Ø Participavam cidadãos de acordo com a
riqueza e a função ocupada no exército. Voto era censitário.
c)
Assembleia da plebe:
Ø Era formada apenas por plebeus.
Mulheres, escravos e estrangeiros não tinham o direito de participar das
decisões políticas de Roma.
As
assembleias elegiam os magistrados, que, por sua vez, elegiam os senadores. Os
plebeus não podiam candidatar-se a tais cargos. Nessa forma de governo, apenas
os patrícios se revezavam no poder, o que gerou descontentamento dos plebeus.
II.
DOMÍNIO DOS PATRÍCIOS E CONQUISTAS DOS
PLEBEUS
Desigualdade entre
patrícios e plebeus:
ü O voto nas assembleias por centúrias
era censitário, ou seja, de acordo com a posição da pessoa no censo, a lista de
cidadãos. Quanto mais rico o cidadão, mais valia seu voto. Isso tirava o peso
dos votos de muitos plebeus e levava os patrícios a controlar as eleições dos
magistrados.
ü A divisão do espólio – os bens tomados
dos inimigos, incluindo escravos e terras –, que era feita de acordo com a
posse de armas: os patrícios ficavam com a maior parte porque tinham os
melhores armamentos.
ü Muitos plebeus eram convocados para as
guerras nos períodos de colheita, assim quando voltavam eram obrigados a
contraírem empréstimos com os patrícios. Sem ter como pagar acabavam se
tornando escravos de dívida.
Direitos conquistados
pelos patrícios:
No
período republicano, os plebeus organizaram-se, fizeram uma grande greve e
ameaçaram abandonar a cidade de Roma. Assim, conquistaram alguns direitos:
Ø 494 a.C.: os plebeus recusaram-se a
participar dos exércitos, obrigando os patrícios a negociar. Com isso,
conquistaram o direito de eleger o tribuno
da plebe, magistrado com poder de vetar decisões contrárias aos plebeus.
Ø 450 a.C.: uma comissão de patrícios e
plebeus foi encarregada de redigir um código de leis - as leis das doze Tábuas. Até então as leis em Roma eram orais. Os
cônsules administravam a justiça invocando a tradição conforme suas
conveniências. Redigir um código era uma forma de limitar esses arbítrios. As
leis rulavam alguns direitos, como os de família e de propriedade.
Ø 366 a.C.: reconheceu-se o direito de
os plebeus candidatarem-se ao cargo de
cônsul.
Ø 326 a.C.: a Lei Licínia proibiu definitivamente a escravidão por dívidas.
Ø 286 a.C.: os plebiscitos - decisões tomadas pela plebe em suas assembleias,
ganharam força de lei para toda a população, incluindo os patrícios.
III.
A EXPANSÃO ROMANA
A
expansão romana se deu por: GUERRAS + ACORDOS POLÍTICOS
O Controle da Península
Itálica
Na
península Itálica:
ü No norte, pressão dos gauleses, que
saquearam a cidade em 390 a.C.,
ü Ao sul enfrentava a ameaça das
colônias gregas,
A conquista do
Mediterrâneo
Guerras Púnicas (264
a.C. – 146 a. C.)
Três
guerras travadas entre Roma e Cartago
Motivo: disputa pela hegemonia do comércio no
Mediterrâneo.
a) A
Primeira Guerra Púnica (264 a.C. a 241 a.C.) - Iniciou-se com a intervenção romana
em uma colônia de Cartago situada na Sicília. O conflito trouxe uma novidade
para os romanos: o combate no mar. Com hábeis marinheiros, Cartago era a
principal potência marítima do período. Os romanos só conquistaram a vitória
após copiar, com a ajuda dos gregos, os barcos inimigos.
b) A
Segunda Guerra Púnica (218 a.C. a 201 a.C.) - Desenvolveu-se quase toda em território romano e
continental. Liderados por Aníbal, os cartagineses obtiveram várias
vitórias. O quadro só se reverteu com a decisão romana de atacar Cartago.
Aníbal viu-se, então, obrigado a recuar para de-fender sua cidade, sendo
derrotado na Batalha de Zama.
c) A Terceira
Guerra Púnica (149 a.C. a 146 a.C.) - Os romanos destruíram completamente a
capital cartaginesa, escravizando os sobreviventes. Com isso, completava-se o
ciclo de batalhas que dariam o controle de grande parte do Mediterrâneo aos
romanos, incluindo a península Ibérica.
Os
romanos não interromperam seu processo de dominação e conquistas:
ü Aliaram-se a reinos como o Egito e a
Macedônia.
ü Até o século I a.C., os exércitos
romanos conquistaram as terras que circundam o mar Mediterrâneo, além de
incorporar territórios do interior da Europa até o rio Reno.
As formas de governo nas
áreas conquistadas pelos romanos:
a) Aliados: cidades da península Itálica que
decidiram se unir a Roma. não pagavam tributos, mas forneciam soldados para os
exércitos.
b) Municípios: entre os romanos, cidades que tinham
autonomia administrativa, exercida por órgãos próprios.
c) Províncias: territórios conquistados fora da
península Itálica. Em geral, eram governadas por um magistrado romano e deviam
pagar impostos. algumas províncias gozavam de maior autonomia. na maior parte
do território conquistado, respeitavam-se a cultura e a organização
administrativa local.
IV.
A CRISE DA REPÚBLICA ROMANA
As consequências da
expansão:
Ø Êxodo
rural - Plebeus abandonaram suas terras para
servir ao exército romano. Quando retornaram, não conseguiram mantê-las
produtivas, pois dependiam de empréstimos. Por causa disso os plebeus acabavam
perdendo suas terras. Sem terras para cultivar, esses pequenos agricultores
foram obrigados a deslocar-se para as cidades na tentativa de sobreviver. Ali,
não encontravam trabalho, tornando-se proletários, cidadãos da última camada
social que não pagavam impostos. Como consequência, ocorreu o aumento do número
de pobres e desempregados vivendo em áreas urbanas. Os camponeses perderam
espaço de trabalho em virtude da grande quantidade de escravos trazida das
conquistas. Isso gerou problemas ao Estado romano: bairros superpovoados,
condições precárias de limpeza e higiene, violência, saques e assaltos
constantes.
Ø Surgimento
de novas classes sociais -
Alguns plebeus conseguiram prestígio como soldados ou líderes militares e
enriqueceram por meio do saque e do comércio. Por usarem cavalos durante as
batalhas, esses militares ficaram conhecidos como cavaleiros. Devido ao status adquirido no exército, os cavaleiros
se uniram e passaram a exigir maior participação política. A entrada deles no
Senado e seu acesso às magistraturas possibilitou a formação de uma nova
aristocracia, a nobilitas,
constituída por famílias patrícias e plebeus enriquecidos. Os espólios de
guerra e os tributos pagos pelos vencidos enriqueceram a cidade. A nobilitas
foi o principal grupo beneficiado. Seus membros continuaram a controlar os mais
importantes cargos públicos, civis e militares, e assumiram a administração dos
novos territórios.
Ø Expansão
do domínio territorial -
A conquista de novos territórios fez
expandir as terras dominadas pelos romanos o que favoreceu o desenvolvimento
mercantil. A abundância de terras e de mão de obra possibilitou o surgimento de
grandes propriedades escravistas, chamadas vilas
ou villae,
onde se produziam especialmente vinho e azeite.
Ø Ampliação
do comércio - O
Mediterrâneo passou a ser um mar romano, por onde navegavam embarcações com
produtos provenientes das várias regiões conquistadas, o que gerou o aumento do
comércio.
Ø Aumento
no número de escravos -
Além do trabalho no campo, os escravos desenvolveram atividades em diferentes
áreas: nas minas e na cidade, por exemplo. Ao longo dos anos, essa mão de obra
passou a ser a base da economia romana. A legislação romana tratava o escravo
como um instrumento de trabalho, uma mercadoria ou um bem como outro qualquer,
ou seja, ele era parte do patrimônio de seu proprietário. Contudo, embora não
fosse uma regra, era possível também que o escravo comprasse ou ganhasse sua
liberdade.
Revoltas
de escravos
Com o aumento da escravidão também
despontaram as revoltas de escravos, também chamadas guerras servis.
·
135 a.C. e 132 a.C. – Revolta de Eunus
- conduzida por um
escravo sírio chamado Eunus. Os revoltosos chegaram a tomar o poder em uma
cidade, mas foram derrotados pelo governo romano. Depois, outras rebeliões
ocorreram na Grécia, na Ásia Menor (atual Turquia) e, novamente, na Sicília,
todas reprimidas pelos exércitos romanos.
·
73 a.C. – Revolta de Espártaco - escravos de uma escola de gladiadores
instalada em Cápua, no sul da península Itálica, revoltaram-se contra Roma.
Comandados por Espártaco, fugiram pela Itália, infligindo graves derrotas às
tropas romanas. Espártaco conseguiu reunir um exército de milhares de escravos.
A revolta só foi sufocada depois de dois anos, com a morte em combate de cerca
de 50 mil escravos que rumavam para o sul da península Itálica. Como castigo e
exemplo para os que passavam, aproximadamente 6 mil sobreviventes foram
crucificados ao longo da Via Ápia, estrada que ligava Roma a Cápua. As revoltas
não tinham por objetivo acabar com a escravidão. Os revoltosos pretendiam obter
a liberdade individualmente ou em pequenos grupos, fundar novas comunidades ou
regressar à sua terra de origem.
As lutas sociais e a crise
da República: irmãos Tibério e Caio Graco
Muitos
plebeus empobreceram, pois seus negócios não tinham condições de concorrer com
os produtos que vinham das terras conquistadas. Diante dessa situação,
Ø 133
a.C. - Tibério Graco -
eleito tribuno da plebe, propôs as seguintes mudanças:
·
Reforma
agrária que limitaria o tamanho das propriedades rurais e distribuiria terras
aos camponeses pobres que lutassem nas guerras. Apesar de aprovada pelo Senado,
a proposta teve forte resistência das elites. Em uma rebelião liderada pelos
patrícios, Tibério acabou assassinado.
Ø 123
a.C. - Caio Graco - também
eleito tribuno da plebe. Defendeu as seguintes mudanças:
·
Distribuição
de terras do Estado para a população pobre;
·
Propôs
a extensão da cidadania romana aos povos aliados da península Itálica. A
resistência às propostas de Caio Graco foi geral. Temendo ser assassinado por
seus inimigos, determinou que um escravo o matasse.
O prestígio dos
militares
Com
as constantes guerras de conquista, tornou-se necessário reorganizar o exército
romano que estava com grande prestígios frente as heróicas batalhas.
111 a.C. - O exército de
Roma passou a receber pagamento fixo
-voluntários ganhavam um salário para combater. Esses novos soldados eram mais
ligados a seus generais, de quem recebiam terras, escravos e objetos dos
saques. Os líderes militares vitoriosos nas guerras de conquistas ganharam
prestígio político. Esses “homens novos”,
como eram chamados, passaram a disputar com os patrícios os principais cargos
da República, o que terminou em guerras civis.
Séc. I - Conflito entre
Mário e Silas - O
general Mário fez reformas que beneficiaram os antigos combatentes. Sila, um
patrício e magistrado, opôs-se a Mário. Os exércitos leais a cada um deles se
enfrentaram. Mário foi morto e Sila tornou-se um governante quase absoluto.
Júlio César e a
centralização do poder
PRIMEIRO TRIUNVIRATO – (Pompeu,
Júlio César e Crasso) - No
contexto de crise social, um dos principais líderes militares romanos, Júlio
César, começou a se destacar na região da Gália, parte do atual território da
França, onde Roma mantinha soldados acampados. Com grande popularidade, ele
soube manipular a situação para formar o Primeiro Triunvirato, um acordo pelo
qual Júlio César e outros dois
generais romanos (Pompeu e Crasso) comprometeram-se a se auxiliar
mutuamente para monopolizar o poder em Roma e nos territórios conquistados. Com
a morte de Crasso, o Primeiro Triunvirato chegou ao fim. A disputa pelo poder
transformou-se em guerra civil, opondo César a Pompeu. Derrotado
sucessivamente, Pompeu fugiu e foi morto no Egito. Com a vitória, Júlio César
foi declarado ditador pelo Senado. Segundo a tradição da República, em momentos
de crise um dos cônsules deveria assumir o poder como ditador.
O governo de Júlio César
Júlio
César fez um governo hábil:
Ø Anistiou os inimigos,
Ø Reformou a administração pública
Ø Atendeu às demandas sociais.
44 a.C. - Júlio César foi assassinado - por um grupo de senadores que temia
que ele restaurasse a Monarquia. A morte do ditador desencadeou novas lutas
pelo poder.
SEGUNDO TRIUNVIRATO - (Otavio,
Lépido e Marco Antônio) -
composto dos generais Marco Antônio, Otávio e Lépido, todos
aliados de Júlio César. Contudo, houve grandes divergências entre eles e,
depois de uma luta sangrenta entre exércitos rivais, as tropas do general
Otávio venceram as de Marco Antônio. Com isso, perdeu-se o equilíbrio do poder
entre os órgãos da República. Iniciava-se o principado.
27 a.C. - Otávio foi
proclamado imperador - recebeu do Senado várias atribuições:
Ø Direito de vetar medidas aprovadas
pelos senadores.
Ø Consolidou sua posição de comandante
dos exércitos
Ø Recebeu o título de Augusto (divino),
que dava caráter sagrado à sua figura.
Ø Instituiu as Pax Romana:
·
Territórios
romanos foram reorganizados,
·
Fronteiras
foram fortalecidas;
·
Povos
rebelados foram pacificados.
REFERÊNCIAS:
AZEVEDO, Gislane Campos;
SERIACOPI, Reinaldo. Projeto Teláris:
história 6° ano. São Paulo: Ática, 1º ed., 2012.
CAPELLARI, Marcos
Alexandre; NOGUEIRA, Fausto Henrique Gomes. História: ser protagonista -
Volume único. Ensino Médio. 1ª Ed. São Paulo: SM. 2010.
COTRIM, Gilberto. História
Global – Brasil e Geral. Volume Único. Ensino Médio. 8ª Ed. São Paulo:
Saraiva 2005.
MOZER, Sônia & TELLES, Vera. Descobrindo a História. São Paulo: Ed. Ática, 2002.
PILETTI, Nelson & PILETTI,
Claudico. História & Vida Integrada.
São Paulo: Ed. Ática, 2002.
Projeto Araribá: História – 6° ano. /Obra
coletiva/ São Paulo: Editora Moderna, 2010. Editora Responsável: Maria Raquel
Apolinário Melani.
Uno: Sistema de Ensino –
História – 6° ano. São Paulo: Grupo Santillana, 2011. Editor Responsável:
Angélica Pizzutto Pozzani.
VICENTINO, Cláudio. Viver a História: Ensino Fundamental.
São Paulo: Ed. Scipione, 2002.
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