Prof.
Douglas Barraqui
Origem
da escravidão na África
Século XV – África - era
habitada por povos com organizações sociais diferentes entre si e divididos em
reinos e Estados.
Quando os europeus chegaram
à África, ocorriam guerras em algumas partes do continente. Essas guerras, de
motivação étnica e religiosa, tinham como resultado a escravização dos vencidos
A escravidão já era
conhecida:
ü Cativos
eram prisioneiros de guerra
ü Pessoas
que não conseguiam pagar suas dívidas.
Século XV – Chegada dos
portugueses:
ü Construíram
feitorias ao longo do litoral
ü Procuraram
monopolizar o comércio de artigos africanos, como ouro, marfim e escravos. Em
troca, ofereciam tecidos, metais, ferramentas, aguardente, cavalos e armas.
Comércio
de escravos:
ü Prisioneiros
de conflitos inter-tribais eram trocados por fumo, cachaça, armas e pólvora;
ü Expedições
de captura foram feitas em direção do interior;
ü Comerciantes
europeus alteraram o sentido da escravidão africana, dando-lhe um caráter
essencialmente econômico.
Calcula-se que cerca de 10
milhões de africanos foram capturados e trazidos para a América.
Principais rotas dos escravos da África para o Brasil |
Origem
dos escravos:
Os negros que chegaram à
América portuguesa pertenciam a diversas etnias. Quatro delas eram
predominantes:
ü Sudaneses,
representados pelos iorubás;
ü Povos
islamizados, representados pelos mandingas hauçás ou haussás;
ü Bantos
do grupo angola-congolês, do qual faziam parte os caçanjes e benguelas;
ü Bantos,
representados pelos moçambiques
O
tráfico de escravos:
Portos
de trato – Espécie de fortaleza no litoral, local onde os negros
capturados aguardavam para ser negociados
Batismo
coletivo – Antes de embarcar nos navios negreiros, os africanos
passavam por uma cerimônia de batismo coletivo e recebiam da Igreja católica um
nome cristão. (A troca de nomes representava a tentativa de anulação da
identidade cultural, o que era ainda mais confuso para aqueles cujo nome tinha
originalmente um significado especial).
Navios
negreiros ou Tumbeiros – A travessia do oceano Atlântico era
feita a bordo dos chamados navios negreiros ou tumbeiros, que variava de acordo
com o porto de chegada: em torno de 35 dias para o Recife e de 60 para o Rio de
Janeiro. As condições da viagem eram péssimas e causavam um alto índice de
mortalidade. Por isso, os navios negreiros foram chamados tumbeiros, uma alusão
às tumbas, sepulturas.
Preço – Exposta
e comercializada, os preços variavam de acordo com o sexo, a idade e as
condições físicas. Dos mercados, os africanos eram levados para o trabalho
escravo em engenhos, minas ou vilas.
Tipos
de escravos:
Escravos
Boçais – Recém-chegados ou com dificuldade de integração à
cultura europeia, eram destinados às tarefas mais pesadas e repetitivas, tanto
no eito quanto na moenda.
Escravos
Ladinos – Escravos que dominavam a língua do colonizador e eram
considerados capazes de aprender novas atividades, como manusear equipamentos
com destreza e assimilar novas técnicas, “domesticados”. Esses cativos estavam
presentes nas moendas, nas caldeiras, na casa de purgar, na casa-grande e nas
oficinas (olarias, carpintarias, ferrarias).
A
resistência africana à escravidão
Os africanos não aceitavam
passivamente a escravidão e desenvolveram diferentes estratégias de resistência
ao domínio dos senhores:
ü Sabotavam
a produção ou destruindo as safras.
ü Envenenando
senhores de engenho e seus familiares,
ü Promoviam
fugas individuais ou coletivas.
ü Organizando
rebeliões que atingiram várias fazendas e até mesmo cidades.
ü Criaram
a capoeira (misto de arte marcial com dança).
ü Formavam
quilombos.
A
formação dos quilombos
Quilombos eram as
comunidades fortificadas localizadas em locais ermos e de difícil acesso que
reuniam os escravos fugidos das fazendas.
Viviam também índios,
escravos alforriados e brancos pobres.
Quilombo
dos Palmares
ü Localização:
Serra da Barriga, atual estado de Alagoas, antiga capitania de Pernambuco.
ü Chegaram
a se reunir mais de 20 mil pessoas, espalhadas por várias aldeias denominadas mocambos.
ü Moradores
praticavam a caça e a pesca, cultivavam o próprio alimento e criavam porcos e
galinhas. Com o tempo, passaram a comercializar seus produtos com os povoados
vizinhos em troca de armas, pólvora e ferramentas de trabalho.
Declínio
de Palmares:
Em decorrência do
crescimento de Palmares, os fazendeiros e as autoridades viam o quilombo como
uma grande ameaça e não mediram esforços para destruí-lo.
A operação montada pelo
bandeirante conseguiu aniquilar completamente o quilombo em 1694.
Zumbi, o mais famoso chefe
de Palmares, e alguns quilombolas, como eram conhecidos os moradores dos
quilombos, conseguiram fugir e continuaram atacando vilas e incentivando a fuga
dos escravos.
Em 20 de novembro de 1695, a
luta de Zumbi chegou ao fim. Nesse dia, ele foi morto e sua cabeça enviada ao
Recife e exposta em praça pública para servir de exemplo a todos os escravos.
Zumbi tornou-se o símbolo da resistência dos negros contra a escravidão e o
preconceito racial. Por esse motivo, o dia 20 de novembro, no Brasil, passou a
ser conhecido como o Dia da Consciência Negra.
REFERÊNCIAS:
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CAPELLARI, Marcos Alexandre; NOGUEIRA, Fausto Henrique Gomes. História:
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COTRIM, Gilberto. História Global – Brasil e Geral. Volume
Único. Ensino Médio. 8ª Ed. São Paulo: Saraiva 2005.
MOZER,
Sônia & TELLES, Vera. Descobrindo a
História. São Paulo: Ed. Ática, 2002.
PILETTI,
Nelson & PILETTI, Claudico. História
& Vida Integrada. São Paulo: Ed. Ática, 2002.
Projeto Araribá: História – 7° ano.
/Obra coletiva/ São Paulo: Editora Moderna, 2010. Editora Responsável: Maria
Raquel Apolinário Melani.
Uno: Sistema de Ensino – História – 7°
ano. São Paulo: Grupo Santillana, 2011. Editor Responsável: Angélica Pizzutto
Pozzani.
VICENTINO,
Cláudio. Viver a História: Ensino
Fundamental. São Paulo: Ed. Scipione, 2002.
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