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quinta-feira, 5 de novembro de 2015

O GOVERNO JUSCELINO KUBITSCHEK (1956-1961)

Prof. Douglas Barraqui


ASPECTOS GERAIS:

ü  Mineiro de Diamantina – eleito presidente pela coligação PSD-PTB.

ü  Slogan de campanha – “50 anos em 5”.

ü  Entreguista (uma vez que optou pela abertura do país ao capital estrangeiro).
·         Com a Europa praticamente reconstruída os Estados Unidos direcionaram seus recursos para a contenção do avanço comunista - disponibilidade de capitais externos para a América.
·         JK criou incentivos que favorecessem a instalação de indústrias automobilísticas, atraindo investimentos capazes de impulsionar o desenvolvimento do país.

ü  Mandato marcado pela estabilidade política e pela manutenção da democracia.

ü  Aumento da dívida externa brasileira (uma vez que optou pela abertura do país ao capital estrangeiro).

O Nacional Desenvolvimentismo

ü  Plano de Metas investimentos nos setores de energia, transporte, alimentação, indústria de base, educação, além da construção da nova capital federal, Brasília. Falta de recurso levou fez com que o governo recorresse ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Mediante a recusa do FMI a alternativa foi buscar, em 1957, uma aproximação com a URSS (que havia sido rompida em 1947). Em 1959 uma missão econômica brasileira seguiu para Moscou, assinando no mês seguinte a retomada de relações comerciais entre o Brasil e a URSS.

ü  Indústria automobilística – 1955 começaram a circular os primeiros carros produzidos no Brasil. Um deles, a Romi-Isetta, chamava a atenção pelo tamanho minúsculo, em contraste com o pomposo slogan que marcou seu lançamento: “Rodar à frente do progresso”. Outros veículos, como a Vemaguet, a Rural Willys, o JK, o DKW, o Fusca, o Simca e o Aero Willys, produziram forte impacto, passando a fazer parte dos sonhos de consumo da sociedade brasileira.

ü  Sudene 1959 foi criada a Superintendência para o Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), sob a administração do economista Celso Furtado. O órgão tinha como metas aprofundar os estudos sobre a situação socioeconômica do Nordeste e encontrar soluções imediatas para a região. (a Sudene foi extinta em 2001)

As agitações no campo

ü  Nordeste – uma das regiões mais pobres do mundo, sensibilizou a opinião pública, levando a Igreja católica a declarar-se a favor da reforma agrária, em meados de 1959.

ü  Trabalhadores rurais – Excluídos dos benefícios gerados pela onda de desenvolvimento que tomava conta do país, os trabalhadores rurais começaram a sofrer o impacto negativo da industrialização, já que a mecanização provocava desemprego e redução dos salários. Nesse contexto, os problemas no campo se agravaram e a reforma agrária tornou-se ponto primordial no debate.

ü  Candangos – muitos nordestinos migraram para Brasília para trabalhar na construção da cidade.

ü  Ligas camponesas – fundadas em 1955 que se voltavam para a defesa dos interesses do homem do campo, começaram a promover o surgimento de organizações de trabalhadores, as quais abandonaram seu caráter assistencialista inicial e assumiram uma atuação mais política. Porém, a força dos grandes proprietários inibia o trabalho dessas entidades, e dessa forma a crise recrudescia.

Cultura: o presidente bossa-nova

ü  Produção de automóveis e eletrodomésticos ganhou enorme impulso, o que promoveu a criação de novos hábitos entre a classe média:
·         TV Tupi – Criada em 1950 foi a primeira emissora de televisão da América Latina. Sediada na cidade de São Paulo, com uma programação que incluía telenovelas, programas de auditório, seriados norte-americanos e telejornais.
·         Bossa-nova – E o governo de JK veria também a eclosão do ritmo sincopado do qual Tom Jobim e João Gilberto se tornariam representantes. Não por acaso um dos apelidos de Juscelino foi o de “presidente bossa-nova”.

Nas eleições de 1960

Concorreram três candidatos: Ademar de Barros, apoiado pelo PSP; Jânio Quadros, pela aliança PDC-UDN; e o marechal Lott, pela Frente Parlamentar Nacionalista (PSB, PTB e PSD).

O presidente mais bem votado do país

Seis meses após a inauguração de Brasília, Jânio Quadros ganhou as eleições com 5.636.623 votos (48,3% dos votos válidos). O segundo colocado, Lott, recebera 3.846.825 votos. Jânio gabava-se de ter sido o presidente eleito com o maior número de votos até então. A vice-presidência coube a João Goulart, do PTB, que já havia sido ministro do Trabalho de Vargas.

 REFERÊNCIAS:

AZEVEDO, Gislane Campos; SERIACOPI, Reinaldo. Projeto Teláris: história 9° ano. São Paulo: Ática, 1º ed., 2012.

CAPELLARI, Marcos Alexandre; NOGUEIRA, Fausto Henrique Gomes. História: ser protagonista - Volume único. Ensino Médio. 1ª Ed. São Paulo: SM. 2010.

COTRIM, Gilberto. História Global – Brasil e Geral. Volume Único. Ensino Médio. 8ª Ed. São Paulo: Saraiva 2005.

MOZER, Sônia & TELLES, Vera. Descobrindo a História. São Paulo: Ed. Ática, 2002.

PILETTI, Nelson & PILETTI, Claudico. História & Vida Integrada. São Paulo: Ed. Ática, 2002.

Projeto Araribá: História – 9° ano. /Obra coletiva/ São Paulo: Editora Moderna, 2010. Editora Responsável: Maria Raquel Apolinário Melani.

Uno: Sistema de Ensino – História – 9° ano. São Paulo: Grupo Santillana, 2011. Editor Responsável: Angélica Pizzutto Pozzani.


VICENTINO, Cláudio. Viver a História: Ensino Fundamental. São Paulo: Ed. Scipione, 2002.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

"BH de JK"

Ola meus caros amigos. Acredito que escrever é uma arte e, como tocar um instrumento, ela depende, muito além do conhecimento musical, do amor. Logo fiz uns convites a amigos que sei que quando escrevem fazem com amor. Assim minha amiga, Júnia, também historiadora, autora do Vintage Blog, escreveu para mim um excelente artigo sobre a administração de Juscelino Kubitscheck em Minas Gerais na década de 1940. Obrigado minha cara amiga.


Por Júnia Lemos



Em abril de 1940 tomava posse como prefeito de Belo Horizonte Juscelino Kubitscheck de Oliveira. Sua meta nesta época já era o desenvolvimentismo e sempre no menor espaço de tempo possível. Simultaneamente à política modernizadora de JK, explodia na Europa a II Guerra mundial gerando dificuldades para que o prefeito então em exercício colocasse em pratica suas idéias devido a alta nos produtos. Mas isso não freou Juscelino que iniciou um processo de infra-estrutura necessário para o progresso que inevitavelmente despontava.


Construiu o que viria a ser um marco na economia e na indústria e colocaria BH em pé de igualdade com as grandes cidades brasileiras: a cidade industrial e o bairro Eldorado ao lado do pólo industrial, sendo este último uma espécie de “cidade dormitório” para os operários.


Na época não havia acesso até a região, então o prefeito belorizontino mandou prolongar a famosa avenida Amazonas até a Gameleira. A avenida tinha 35 metros de largura, canteiro central e passeios largos e seguia quase que em linha reta, com apenas três curvas, permitindo ligação rápida com o novo pólo industrial.





JK também se voltou para a questão do lazer dos mineiros e então a represa criada para o abastecimento de água da capital, tornou-se um lago artificial de raríssima beleza ( e recebeu o nome de Pampulha em homenagem ao córrego que ali passava e que havia sido represado).


Um arquiteto recém formado veio ajudar JK na reformulação de BH, o jovem Oscar Niemeyer. Ele fez o projeto urbanístico para a lagoa que não poderia ser apenas monumental, mas de valor urbanístico, turístico e social.




O projeto contava com quatro obras:

O Cassino: um monumento feito com concreto armado, projetando-se para dentro da lagoa em estilo moderno e de grande bom gosto. Todo cercado de jardins e desembocadores que permitiam o acesso também pelo lago, procurando desta forma prepará-lo já para o turismo e visando dar a BH uma obra que refletisse seu progresso.






A Pampulha não poderia deixar de ter um espaço para prática religiosa e para isso foi criada a polêmica Igreja São Francisco de Assis - A igreja durante quase duas décadas não foi reconhecida pelos representantes católicos devido à sua forma um tanto quanto moderna para a época da construção.






Com finalidade de se criar na região um centro de reuniões, foi projetada a Casa do Baile, local destinado a diversão da elite mineira.






No próprio lago foi criado o Iate Golf Clube, de dimensões imensas e também voltado para alta sociedade mineira.






Para que a região não perdesse sua beleza mesmo a noite, foram instaladas 174 lâmpadas de 150 wts em postes de concreto.


Tudo isso teria sua importância diminuída se não houvesse boas vias de acesso até local. JK mandou de imediato melhorar a estrada velha da Pampulha. Mas a pequena via não estava à altura da grandiosidade da obra. Mandou então construir a Avenida Pampulha (hoje Antônio Carlos). Para sua construção foram exigidos trabalhos arrojados, feitos cortes profundos e canalizados dois córregos, o da Cachoeirinha e o da Lagoinha. Foi feito o serviço de embelezamento com jardins e iluminação. O projeto foi concluído 50 dias antes do prazo previsto.


Belo Horizonte cresceu muito com as mudanças urbanísticas do prefeito Juscelino, mas por outro lado, a popularidade do mesmo graças a estas e outras grandes obras em Minas tornaram-se destaque de seu governo, abrindo portas para sua escalada a presidência da república.


Como líder Máximo do país no final da década de 50 e início de 60 carregou consigo fortes característica do populismo e desenvolvimentismo. JK também foi acusado diversas vezes de corrupção. As acusações vinham desde os tempos em que ele era governador, e se intensificaram no período em que ele foi presidente.


Ainda hoje é um dos políticos mais admirados do cenário nacional, sendo considerado um dos melhores presidentes que o Brasil já teve.


BIOGRAFIA:

SILVA, Luiz Roberto da. Doce Dossiê de BH. Belo Horizonte, gráfica Editora Cedáblio Ltda., 236 p.


Autora:

Júnia Lemos, além de minha amiga blogueira, é formada em história pela UNI-BH em 1995, Pos-graduada e Brasil Colônia pela PUC/MG e Pós-graduada em História da Arte pela UNI-BH.