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quarta-feira, 5 de outubro de 2016

O SUCESSO EM NICOLAU MAQUIAVEL

Prof. Douglas Barraqui

Todas as vezes que leio “O Príncipe” de Maquiavel, aprendo algo novo. Reli a obra em uma talagada. Uma edição com comentários de Napoleão Bonaparte e Cristina Augusta Vasa da Suécia.

Napoleão, em seus comentários, foi demasiadamente influenciado pelos seus êxitos e, igualmente, pelos seus fracassos. Hora um Napoleão ávido, destemido e cheio de projetos; hora um Napoleão, já em seu exílio na Ilha de Elba quando provavelmente leu o livro pela última vez, lamuriando e remoendo seus erros.

Cristina da Suécia, por outro lado, uma mulher a frente do seu tempo, dotada de grande inteligência e cultura, amiga de Descartes e homossexual que provavelmente era, me pareceu muito mais racional em seus comentários.

Mas, o que mais me despertou foi a fórmula para o sucesso em Maquiavel que seria fruto de uma combinação de dois fatores:  

VIRTÙ + FORTUNE

Nos capítulos 18 e 19 de “O Príncipe”, Maquiavel define VIRTÙ como sendo as habilidades que todos nós possuímos. FORTUNE seria aquilo que foge do nosso controle. FORTUNE poderia ser até mesmo aquele momento de sorte. VIRTÙ são nossas habilidades que conseguimos ao longo do tempo, por experiência e ou estudo em uma determinada área. Assim, para Maquiavel, a combinação entre o que eu controlo, minhas habilidades e capacidades, e o que eu não controla, a sorte, por exemplo, define se terei sucesso ou não nessa vida.

Referência:


MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe: comentários de Napoleão I e Cristina da Suécia. Tradução de Fulvio Lubisco. São Paulo: Jardim dos livros, 2007. 

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

IDIOTA POLÍTICO ou POLÍTICO IDIOTA?

Prof. Douglas Barraqui

Eu sou um aficionado pela origem etimológica das palavras. Na Grécia antiga, por exemplo, aquela pessoa que não participava da vida política, pensava unicamente em si mesmo e olhava apenas para os próprios interesses era um "idiótes".

Também, na Grécia aquele que participava da vida política; atuante nas tomadas de decisão da pólis (Cidade-Estado). Aquele que se ocupava com o bem de todos, o bem comum, era um “politikós”.

Portanto, aquele que olha para o próprio umbigo é um idiota e aquele que pensa no bem comum é um político. No Brasil, de uma maneira dramática e grotesca, conseguimos inverter isso.


Em tempos apavorantes em que nossos “politikós” ignoram a importância da filosofia na formação humana recomendo a leitura do livro “POLÍTICA: PARA NÃO SER IDIOTA” do filósofo Mario Sergio Cortella e Renato Janine Ribeiro. 

domingo, 28 de agosto de 2016

GRUPOS POLÍTICOS – PERÍODO DO IMPÉRIO


 (Prof. Douglas Barraqui)



“PARTIDO” PORTUGUES

“PARTIDO” BRASILEIRO


ALA SOCIAL
Ø  Grandes comerciantes (imigrantes portugueses).
Ø  Burocratas (nobres funcionários públicos).
Ø  Grandes proprietários de terras e escravos.
Ø  Intelectuais (“letrados”).
Ø  Pequenos comerciantes.

IDEOLOGIA


CONSERVADORA

CONSERVADORA

LIBERAL


LIDERANÇAS
Ø  Nobres lidados a família real.
Ø  Irmãos Andrada:
·         José Bonifácio;
·         Martim Francisco;
·         Antônio Carlos;


·         Cipriano Barata





OBJETIVOS
Ø  Favoráveis a uma monarquia centralizadora;
Ø  Manutenção da escravidão.
Ø  Favoráveis a uma monarquia constitucional centralizadora;
Ø  Manutenção da escravidão.
Ø  Favoráveis a uma monarquia constitucional;
Ø  Limitação dos poderes do imperador;
Ø  Autonomia para as províncias;
Ø  Alguns defendiam fim da escravidão.

APÓS A ABDICAÇÃO DO TRONO
(1831)

RESTAURADORES ABSOLUTITAS
(“CARAMURUS”)

LIBERAIS MODERADOS
(“CHIMANGOS”)

LIBERAIS EXALTADOS
(“FARROUPILHAS”)


ALA SOCIAL

Ø  Comerciantes portugueses.
Ø  Elites agrárias do Sul e do Nordeste. 
Ø  Grupo das camadas médias urbanas, intelectuais e comerciantes.

IDEOLOGIA / OBJETIVO

Ø  Conservadores;
Ø  Queriam o retorno de D. Pedro I.
Ø  “Conservadores/ liberais”
Ø  Desejavam manter a estrutura agrária (exportadora e escravocrata).
Ø  Não desejavam mudanças radicais.

Ø  Liberais/radicais
Ø  Lutavam pela autonomia das províncias. Alguns desejavam a República e cogitavam no fim da escravidão.
GRUPOS POLÍTICOS APÓS MORTE DE D. PEDRO I
(1834)

PARTIDO
REGRESSITA

PARTIDO
PROGRESSISTA




OBJETIVOS
Ø  Favoráveis a um governo centralizador (Contrários a autonomia das províncias);
Ø  Defendiam a Manutenção da escravidão e dos seus privilégios.

Ø  Defendiam mais autonomia para as províncias;
Ø  Defendem o federalismo;
Ø  Cogitavam em proclamar a República;
Ø  Acabar com a escravidão.

domingo, 13 de março de 2016

APESAR DE VOCÊ: O QUE PODEMOS APRENDER COM CHICO BUARQUE


Hoje você é quem manda
Falou, tá falado
Não tem discussão
A minha gente hoje anda
Falando de lado
E olhando pro chão, viu
Você que inventou esse estado
E inventou de inventar
Toda a escuridão
Você que inventou o pecado
Esqueceu-se de inventar
O perdão


Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Eu pergunto a você
Onde vai se esconder
Da enorme euforia
Como vai proibir
Quando o galo insistir
Em cantar
Água nova brotando
E a gente se amando
Sem parar

Quando chegar o momento
Esse meu sofrimento
Vou cobrar com juros, juro
Todo esse amor reprimido
Esse grito contido
Este samba no escuro
Você que inventou a tristeza
Ora, tenha a fineza
De desinventar
Você vai pagar e é dobrado
Cada lágrima rolada
Nesse meu penar

Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Inda pago pra ver
O jardim florescer
Qual você não queria
Você vai se amargar
Vendo o dia raiar
Sem lhe pedir licença
E eu vou morrer de rir
Que esse dia há de vir
Antes do que você pensa

Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Você vai ter que ver
A manhã renascer
E esbanjar poesia
Como vai se explicar
Vendo o céu clarear
De repente, impunemente
Como vai abafar
Nosso coro a cantar
Na sua frente

Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Você vai se dar mal
Etc. e tal

Chico Buarque

sábado, 22 de agosto de 2015

ENEM - QUESTÕES DE ATUALIDADES - ECONOMIA E POLÍTICA

Prof. Douglas Barraqui

Recentemente tive a oportunidade de dar aula em um projeto social de iniciativa de alguns amigos professores, o Projeto Ser. Pude notar a seriedade dos profissionais envolvidos e o comprometimento dos alunos.

Foi dada a mim a responsabilidade de trabalhar atualidades. Preparei quatro questões: as duas primeiras tratando sobre economia e as duas últimas sobre política. Abaixo seguem as questões por mim elaboradas, gabaritadas e devidamente comentadas.

QUESTÃO 01
Reportagem I
“O mundo não vai continuar crescendo alegremente enquanto os EUA sofrem uma recessão, onde a desaceleração da economia está provocando a desconfiança dos investidores. O abalo tem origem no mercado imobiliário dos EUA, a chamada bolha imobiliária: os americanos estão atrasando ou deixando de pagar a hipoteca da casa própria. Com isso, são afetadas todas as empresas envolvidas nos empréstimos imobiliários. E o calote não é pequeno. Segundo o professor de economia Ricardo Almeida, do Ibmec São Paulo, grande parte do total de empréstimos feitos nos EUA são hipotecas.” (Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios/0,,MUL11182-9356,00.html)

Reportagem II
“[...] A crise financeira da Grécia, país de apenas 11 milhões de habitantes, pode ter profundas implicações para a economia mundial e a União Europeia. O déficit no orçamento grego, ou seja, a diferença entre o que o país gasta e o que arrecada, é de 13,6% do PIB, um dos índices mais altos da Europa e quatro vezes acima do tamanho permitido pelas regras da chamada zona do euro.”(Fonte:http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2010/04/100428_entendagrecia_ba.shtml)

Sobre os cenários políticos descritos na reportagem acima, de países diferentes e contextos diferentes, podemos dizer que
a)    A crise econômica na Grécia tem sua origem na crise financeira, a chamada bolha imobiliária, norte americana. Ambas, portanto podem ser tratadas como crise econômica mundial.
b)    Tanto a crise grega quanto a crise imobiliária Norte Americana podem ser tratadas exclusivamente como uma crise de caráter financeiro e que não afetou e nem afetará outros países.
c)    A crise grega está direta e indiretamente relacionada com gastos excessivos que culminaram em uma crise econômica que afeta toda Europa. Ao passo que a crise imobiliária Norte Americana afetou exclusivamente os EUA.
d)    Ambos os casos podem ser comparados a crise de 29 quando uma crise econômica do capitalismo evoluiu para uma crise financeira global, atingindo os países capitalistas.
e)    a bolha imobiliária nos EUA desencadeou uma crise financeira que evoluiu para uma crise econômica mundial. A elevada dívida grega afundou o país em uma crise financeira com potencial risco para uma crise econômica na zona do euro.  

QUESTÃO 02
Os atuais cenários econômicos do Brasil e da Grécia, é bem verdade, são diferentes. Mas os caminhos que esses países estão trilhando para sair da crise são parecidos, pois os países promoveram
a)    cortes de gastos públicos em áreas como saúde, educação e segurança, aumento de impostos e a Grécia, como caso exclusivo, recorreu a empréstimos.
b)    a Intervenção do Estado na economia taxando produtos estrangeiros, injetando dinheiro na economia e nos bancos.
c)    a Desaceleração da economia e recorreram a empréstimos com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
d)    incentivos fiscais e criação de empregos com obras públicas a fim de reaquecer a economia interna.
e)    Cortes de gastos orçamentários como ministérios e salários de políticos a fim de poupar dinheiro para superar a crise financeira que ameaça vários outros países.

DISCUSSÃO DAS QUESTÕES 1 E 2:
A palavra economia vem do grego “oikos” (casa) e “nomos” (leis, costumes). Economia, portanto, seria o modo (regras) de como uma família administra uma casa. Em uma definição mais técnica, seria “a ciência que estuda os fenômenos relacionados com a obtenção e a utilização dos recursos materiais necessários ao bem-estar”.

Porém, só entenderemos economia se compreendermos que ela está inserida em um modo de produção denominado CAPITALISMO. A economia no sistema capitalista funciona com base no tripé: AGRICULTURA, COMÉRCIO e INDÚSTRIA. Temos que entender, também, que a economia no sistema capitalista pode ser de dois tipos:

1)    ECONOMIA DE SUBSISTÊNCIA: sem excedentes, voltada para o consumo próprio e organizada em torno da produção familiar e/ou tribal.

2)   ECONOMIA DE MERCADO: produz excedente que é destinado para o comércio, geralmente exportação e é organizado em torno de grandes empresas, aglomerados industriais e bancos.

Na economia de subsistência ocorrem as crises. Para responder as questões de número 01 e 02 temos que entender os três tipos de crises que acontecem nesse tipo de economia (segue abaixo definições bem didáticas que podem ser encontradas em qualquer manual de economia):

1)    CRISE FINANCEIRA: decorrente do aumento das despesas (gastos) e diminuição da arrecadação (impostos).  Resumindo é quando os gastos superam a arrecadação. As principais medidas adotadas pelos governos para superar uma crise financeira são: cortes de gastos públicas (áreas como saúde, educação, segurança), aumento dos impostos e mesmo recorrer a empréstimos financeiros. As medidas para tentar solucionar a crise financeira, se não forem equilibradas, podem desencadear uma crise inflacionária.

2)   CRISE INFLACIONÁRIA: É quando os preços nas prateleiras dos supermercados sobem descontroladamente. Por exemplo: digamos que como medida para solucionar a crise financeira o governo tenha aumentado impostos sobre a energia e sobre os combustíveis. Em países como o Brasil, em que há uma grande dependência e demanda por energia elétrica e pelo transporte rodoviário para escoar a produção, essa medida pode significar em aumento do preço, uma vez que esses produtos dependem de energia elétrica para serem produzidos e veículos para serem transportados. Os industriais e as transportadoras terão que aumentar seus lucros para compensar os gastos e no final quem paga a conta é o consumidor, pois esse valor vai chegar ao produto final na prateleira dos supermercados. Tanto a crise financeira, quanto a crise inflacionária podem desencadear uma crise econômica.

3)   CRISE ECONOMICA: o país entra em recessão econômica. Não há expectativas de crescimento e um grave déficit na balança comercial.  Uma crise econômica direta e indiretamente afeta outros países.

Agora vamos a uma análise histórica para conseguirmos responder a nossa questão:

Crise de 29 – o crash da bolsa de valores de Nova York desencadeou uma das maiores crises da história do sistema capitalista. Basicamente a crise foi ocasionada pela super produção. Após a Primeira Guerra (1914-1918) os EUA ascenderam como grande potencia econômica mundial. Exportaram para o mundo o self-made-man (homem de negócios/empreendedor) e o American Way of Life (“modo de vida americano” pautado pelo consumismo). Ficaram igualmente responsáveis pela reconstrução da Europa que teve seus principais cidades e parques industriais devastados pela guerra. As indústrias Norte Americanas trabalhavam a todo vapor e forneciam para a economia européia matéria prima e produtos industrializados. O parque industrial e as grandes cidades européias foram reerguidas, e o mercado europeu foi gradativamente diminuído as exigências dos produtos importados dos EUA. O governo norte americano não interveio na economia e o resultado foi uma crise de super produção que se transformou em uma grande crise econômica mundial. Franklin Delano Roosevelt, presidente dos EUA, adotou algumas medidas para superar a crise. O pacote de medidas foi intitulado New Deal (novo acordo): marcado pela intervenção do Estado na economia, as principais medidas foram a criação de empregos em obras públicas, aumento dos salários, compra e queima da produção entre outras, o que tirou o capitalismo da crise.

Bolha imobiliária de 2008: a origem dessa crise financeira que evoluiu para uma crise econômica está no setor imobiliário dos EUA. Na segunda metade da década de 1990 os EUA passavam por uma desaceleração da sua economia. Para resolver o problema o governo injetou dinheiro e incentivou o setor imobiliário. Com juros muito baixos e possibilidade de resgate da valorização do imóvel através de hipotecas, o setor aqueceu a economia. O norte americano comprava uma casa por 200 mil dólares e no ano seguinte, devido à valorização do imóvel, a mesma casa estava valendo 230 mil dólares. A pessoa corria até o banco, refinanciava a casa e embolsava os 30 mil. Esse efeito, como uma bolha, aconteceu por alguns anos. Porém em 11 de setembro de 2001 ocorrem os atentados terroristas. A política norte americana, bem como a economia, tomaram novos rumos. Os gastos com segurança interna e com manutenção de tropas em países como Afeganistão e Iraque forçaram a subida dos juros e desestabilizaram o mercado. Com os juros altos, o norte americano se viu na situação de não poder pagar as hipotecas. Resultado foi o calote generalizado. Os bancos faliram, setor imobiliário foi à bancarrota, construtoras quebraram. A crise atingiu outros países.

A crise grega de 2015 – a crise na Grécia é muito simples de ser entendida: a Grécia deve muito dinheiro. A dívida grega está por volta de 300 bilhões de euros, aproximadamente 700 bilhões de reais. Para superar a crise a Grécia fez mais divida. Recorreu a empréstimos ao FMI (Fundo Monetário Internacional) e aos países da zona do Euro. Foi preparado um pacote de empréstimos de 110 bilhões de euros por 3 anos. Em contra partida, os credores exigem uma política de austeridade (cortes de gastos públicos e aumento de impostos). A população grega foi contra política de austeridade e demonstrou sua insatisfação através de um plebiscito realizado no último dia 5 de julho deste ano.

A crise financeira da Grécia oferece um risco em potencial a outros países da zona do euro. Se a Grécia der calote os bancos que emprestaram dinheiro a Grécia irão falir. Para sobreviverem esses bancos terão que aumentar as taxas de juros o que afetará outros países da zona do euro que também se encontram com elevadas dívidas públicas. Essa condição conjuntural econômica vai arrastar outros países para a mesma situação da Grécia, havendo um risco na dissolução da EU (União Européia).

Gabarito - questão 01 – letra E:
A bolha imobiliária nos EUA desencadeou uma crise financeira que evoluiu para uma crise econômica mundial. A elevada dívida grega afundou o país em uma crise financeira com potencial risco para uma crise econômica na zona do euro.  Para responder essa questão o aluno tem que entender a diferença entre crise financeira e crise econômica.

Gabarito - questão 02 – letra A:
De fato para superar a crise o governo atual optou por “cortes de gastos públicos em áreas como saúde, educação e segurança, aumento de impostos e a Grécia, como caso exclusivo, recorreu a empréstimos.

 QUESTÃO 03
Observe a manchete abaixo:


Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/poder/2014/11/1550471-nao-se-faz-obra-publica-no-brasil-sem-acerto-diz-advogado-de-lobista.shtml
Sobre a corrupção, no caso dos últimos escândalos no Brasil, apontamos para uma questão envolvendo a ética e a moral dos nossos governantes. Sobre isso podemos afirmar que
a)    o advogado está sendo moralista ao fazer uma afirmação que coloca a prova o comportamento dos políticos brasileiros de maneira generalizada.
b)    os políticos são imorais, pois aceitam propina, porém são éticos pois, todos aceitam propinas para fazer obras públicas.
c)    a moral incutida nessa reportagem é construída a parti do coletivo enquanto a ética é construída a partir do individual.
d)    os “acertos” são formas de fazer a manutenção da ética e da moral nas aditividades públicas.
e)    por aceitarem ou cobrarem propinas os políticos, representantes do povo, são antiéticos em seu modo social de agir e são imorais em seu modo pessoal de agir.

DISCUSSÃO DA QUESTÃO – 3

A palavra política vem do grego “polis” (Cidade-Estado) e “tikos” (bem comum). Quando falamos em política falamos em uma relação de poder. Poder que emanar do povo. E qual seria o problema da política? Alguns responderiam que são os políticos, todos corruptos. Outros dirão que é o povo, afinal os nossos políticos são reflexo do povo que os elege.

De fato os homens que fazem a nossa política, ditos nossos representantes, são suscetíveis a corrupção. Podemos dizer que um político ou uma pessoa é corrupto quando adota uma postura antiética e imoral.

a)    Ética – do grego “êthos” (caráter): como você se comporta em meio a sociedade que você vive, o modo como agimos em sociedade.  A ética e fundamenta em normas e regras sociais e construída a partir do coletivo.
b)   Moral – do latim “mores” (costumes/valores): modo pessoal de agir, com base em normas e regras pessoais. Construída a partir do individual. A moral fundamenta a ética.
Para saber mais sobre ética e moral leia mais em FILOSOFIA- AULA 04 - ÉTICA E MORAL.

Gabarito - questão 03 – letra E
Por aceitarem ou cobrarem propinas os políticos, representantes do povo, são antiéticos em seu modo social de agir e são imorais em seu modo pessoal de agir.

QUESTÃO 04
A aprovação do Projeto de Lei Ficha Limpa, no Senado, ocorrida no dia 19 de maio de 2010, foi considerada um avanço na política brasileira, no sentido de criar mecanismos para combater a corrupção no país. (Fonte: http://educacao.uol.com.br/atualidades, 28.05.2010)
Sobre essa Lei, pode-se afirmar que
a)    foi um projeto de lei apresentado pela iniciativa popular, contendo assinaturas de mais de 1 milhão de brasileiros e que passou a ser aplicada nas eleições municipais de 2012.
b)    a lei torna para sempre inelegível um candidato que tiver o mandato cassado, renunciar para evitar a cassação ou for condenado por decisão de órgão colegiado.
c)    impede a candidatura de políticos suspeitos de terem praticado crimes de corrupção ativa ou passiva e crimes de tráfico de influência.
d)    a lei ainda não entrou em vigor, pois, ainda carece de aprovação no Supremo Tribunal Federal.
e)    a lei foi obstaculada no congresso nacional, não aprovada, o projeto da Ficha Limpa acabou engavetado.

DISCUSSÃO DA QUESTÃO – 4
A Lei da Ficha limpa, Lei Complementar nº. 135 de 2010, foi fruto da iniciativa popular idealizado pelo juiz Márlon Reis entre outros juristas que reuniu cerca de 1,6 milhão de assinaturas com o objetivo de aumentar a idoneidade dos candidatos.

A lei torna inelegível por oito anos um candidato que tiver o mandato cassado, renunciar para evitar a cassação ou for condenado por decisão de órgão colegiado (com mais de um juiz), mesmo que ainda exista a possibilidade de recursos.

Em fevereiro de 2012, o Supremo Tribunal Federal (STF) considerou a lei constitucional e válida para as eleições municipais do mesmo ano.

Gabarito - questão 04 – letra A

“Foi um projeto de lei apresentado pela iniciativa popular, contendo assinaturas de mais de 1 milhão de brasileiros e que passou a ser aplicada nas eleições municipais de 2012”.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Entre mortos e feridos: fim do maior julgamento do STF


Por Douglas Barraqui

“Na melhor das hipóteses, Lula, o senhor é um idiota. Na melhor. Na pior, o senhor é um corrupto.” (Arthur Virgílio, líder do PSDB no Senado)

“O PT desconhece esse assunto, nunca ouvi falar sobre ele, portanto nós estamos repudiando esse tipo de acusação conta o PT.” (Presidente nacional do PT, José Genoino)

“Eu vi que o governo agiu para isolar o PTB. Vai ter que sangrar a cabeça de alguém na guilhotina, tem que haver carne e sangue aos chacais.”” (deputado Roberto Jefferson)

“Ele está tentando se fazer de vítima, mas é preciso lembrar que ele é reú. Ele é réu nesse caso.” (deputado José Dirceu sobre Roberto Jefferson)

“Zé Dirceu, se você não sair daí rápido, vai fazer réu um homem bom.” (deputado Roberto Jefferson, em depoimento ao Conselho de Ética)

“Nós dilapidamos o nosso capital moral perante a sociedade.” (Tarso Genro, presidente nacional do PT)

“Eu tenho medo, pânico, do José Dirceu. Ele é um homem sem coração.” (deputado Roberto Jefferson)

“Nós dilapidamos o nosso capital moral perante a sociedade.” (Tarso Genro, presidente nacional do PT)

“Não organizei, não sou chefe, jamais participaria da compra de votos de parlamentares.” (José Dirceu, deputado do PT e ex-ministro da Casa Civil)

“O que ela quer são cinco minutos de fama.” (Valdemar Costa Neto, presidente do PL, em respostas às denúncias que a ex-mulher fez dizendo que ele usava indevidamente o dinheiro do partido)

“Se eu tivesse um buraco para me meter entraria nele para sempre.” (Marcos Valério, empresário e avalista do PT)

“O PT é um navio que foi atingido, está prestes a afundar e se recusa a jogar a carne podre fora para ficar mais leve.” (Jefferson Perez, senador do PDT-AM)

“O Zé [Dirceu] deu um soco na mesa: O Delúbio está errado. Eu falei para não fazer.” (deputado Roberto Jefferson, sobre a reação do então ministro da Casa Civil quando foi alertado do mensalão)

“Mentira, canalha, safado!” (Severino Cavalcanti, presidente da Câmara, ao desmentir o empresário que havia confessado tê-lo subornado)

“Respeito à ingenuidade. Não sei, no entanto, de onde imaginavam que o dinheiro viria - se do céu, num carro puxado por renas e conduzido por um senhor vestido de vermelho.” (Delúbio Soares)

“'A direita está fazendo com o PT o que a ditadura militar fez com João Goulart e o que fez no passado com Getúlio e JK.” (José Dirceu, deputado do PT e ex-ministro da Casa Civil)

“O que o PT fez do ponto de vista eleitoral é o que é feito no Brasil sistematicamente.”” (presidente Luiz Inácio Lula da Silva)

Foram quatro meses de julgamento, 53 sessões, 37 réus, destes 25 foram condenados e apenas 11 cumpriram inicialmente o regime fechado. Entre mortos e feridos acabou o maior julgamento da história do Supremo Tribunal Federal (STF).

Historicamente falando o que podemos aprender desse acontecimento atípico da história, marcada por corrupção, de nosso país? Talvez possamos passar à acreditar que há heróis em nosso país como o caso de Joaquim Barbosa, atual presidente do STF, o primeiro negro a sentar na cadeira do STF, nosso “homem da capa preta” – como rolou nas redes sociais – foi comparado ao justiceiro de Gotham City. Muitos querem Barbosa para presidente. Posso dizer que ele fez o seu trabalho, e nada mais; por sinal muito bem feito, como nunca tinha sido feito na história do Brasil.

O PT estava na linha de tiro. Lula, “o filho do Brasil”, quem para muitos representou a última esperança de um povo, sobreviveu. Mas cá entre nós, foi blindado, protegido, isolado e, muito provavelmente, terminará como herói de guerra.José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil; José Genoino, ex-presidente do PT; Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT; José Roberto Salgado, José Borba, ex-deputado (ex-PMDB-PR); ex-diretor do Banco Rural; Deputado João Paulo Cunha (PT-SP); Marcos Valério, empresário e publicitário; Cristiano de Mello Paz, ex-sócio de Marcos Valério; Ramon Hollerbach, ex-sócio de Marcos Valério; Henrique Pizzolato, ex-diretor do Banco do Brasil; Rogério Tolentino, advogado e ex-sócio de Marcos Valério; Simone Vasconcelos, ex-gerente da SMP&B; Vinícius Samarane, vice-presidente do Banco Rural; Kátia Rabello, ex-presidente do Banco Rural; Deputado Valdemar Costa Neto (PL-SP); Jacinto Lamas, ex-tesoureiro do PL; Pedro Corrêa, deputado cassado (PP-PE); João Cláudio Genú, ex-assessor do PP na Câmara; Romeu Queiroz, ex-deputado (PTB-MG); Carlos Alberto Rodrigues, ex-deputado (PL-RJ); Enivaldo Quadrado, ex-sócio da corretora Bônus-Banval; Breno Fischberg, ex-sócio da Bônus-Banval; Emerson Palmieri, ex-tesoureiro do PTB; Pedro Henry (PP-MT) e, finalmente, Roberto Jefferson, deputado cassado (PTB-RJ) aquele que jogou a merda no ventilador; e agora, após o Mensalão do PT, eu pergunto: como ficará o mensalão do PMDB que desviou 18 milhões da prefeitura do Rio; o mensalão do DEM, envolvendo o ex-governador José Roberto Arruda e outras 36 pessoas em um esquema de corrupção desarticulado pela Operação Caixa de Pandora; e o mensalão dos “tucanos” no escândalo de peculato e lavagem de dinheiro que ocorreu na campanha para a eleição de Eduardo Azeredo.

O Mensalão está e esteve enraizado como um câncer nas entranhas da história de nosso país. A maracutaia de compra de votos, desvios de dinheiro, caixa dois entre outros devaneios políticos vergonhosamente sangram a imagem do Brasil. Você dirá meu leitor que queria mais – penas mais rigorosas, prisões de todos os envolvidos – mas, quero dizer que um passo foi dado, e é sinal de que algo está mudando no anacronismo do nosso legado de corruptos. Só espero que passos mais largos e mais vigorosos sejam feitos para que isso tenha um fim.