quarta-feira, 21 de novembro de 2018

AS MULHERES NA REVOLUÇÃO FRANCESA

A marcha das mulheres para Versalhes, gravura do século XVIII


“Não fiz a guerra como mulher, fiz a guerra como um bravo!”, declarou Marie-Henriette Xaintrailles em carta ao imperador Napoleão Bonaparte. Indignada por lhe recusarem pensão de ex-combatente do Exército “porque era mulher”, ela lembrou que, quando fez sete campanhas do Reno como ajudante de campo, o que importava era o cumprimento do dever, e não o sexo de quem o desempenhava.

Madame Xaintrailles não foi um caso isolado. Em 1792, quando a França declarou guerra à Áustria, voluntárias se alistaram no Exército para lutar ao lado dos homens contra as forças da coalizão austro- prussiana que ameaçavam invadir o país. Muitas se apresentaram com identidades falsas e disfarçadas de homem. Além de conseguirem se alistar, protegiam-se do risco da violência sexual. [...]

Não se conhece o número exato de mulheres-soldados durante o período revolucionário francês (1789-1799). Há oitenta casos registrados nos arquivos parlamentares, militares e policiais.

As irmãs Fernig, com 17 e 22 anos, foram exceções: eram nobres, e combateram vestidas de homem no Exército do general Dumouriez (1739- -1823), na fronteira da atual Bélgica. Fora da batalha, passeavam com roupas de mulher e carabina ao ombro. Tornaram-se heroínas nacionais.

De todo modo, as soldadas encarnavam as virtudes republicanas. Não era pouco. Por essa razão, Liberté Barreau e Rose Bouillon figuravam na Coletânea de Ações Heroicas e Cívicas dos Republicanos Franceses, publicada em 30 de dezembro de 1793. [...] Sacrificaram-se pela pátria sem esquecer as virtudes de seu sexo. Eis aí o grande mérito. Numa República marcada por apelos à moral, as mulheres-soldados contribuíram com um modelo de comportamento feminino positivo.

REFERÊNCIA:
MORIN, Tania Machado. Revolução Francesa e feminina. Revista de História da Biblioteca Nacional, 8 dez. 2010.

domingo, 4 de novembro de 2018

ALGUÉM DÊ UM OSCAR PARA O TEMA DA REDAÇÃO DO ENEM



Prof. Douglas Barraqui

“Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet”


O tema da redação do Enem 2018 fou atual e mais específico que em anos anteriores. A princípio, para aquele aluno mais desavisado, pode até parece um tema fácil, mas ao mesmo tempo por possibilita uma série de leituras, se torna complexo. Assim, com uma temática ampla, coube ao aluno o papel de delimitar o tema a partir dos textos bases propostos pelo Enem e desenvolver a proposta de intervenção.

Esse tema permitiu que várias questões pudessem ser abordados: a privacidade nas redes sociais; a maneira como os seus dados são usados pelos provedores;  Como seu comportamento pode ser manipulado. e como você é, e se torna conhecido.

Para uma boa redação eu acredito que o aluno precisa trabalhar quatro palavras norteadoras a partir dos textos base: manipulação, comportamento, usuário e internet. O aluno poderá ainda inferir sobre o marketing dirigido e sobre como disponibilizamos informações nas redes sociais. O aluno pode levantar discussões sobre o Marco Civil da internet que prevê um ambiente de privacidade, neutro e de liberdade de expressão.

Embora o tema não tenha relação direta com as notícias falsas, mas sim com a manipulação de dados dos usuários, isso não impede que o aluno traga as fake news como ferramenta de manipulação com um tom moral, enganar alguém.

ALUSÕES HISTÓRICAS QUE PODERIAM SER FEITAS:

Ø  Terceira fase da Revolução Industrial e a telemática (união da telecomunicação com a informática) e a Terceira Revolução Tecnológica e o advento da internet.

Ø  A criação da internet em 1969, nos Estados Unidos. Chamada de Arpanet, essa rede pertencia ao Departamento de Defesa norte-americano. Tinha como função interligar laboratórios de pesquisa nos EUA.

Ø  O exemplo histórico de manipulação o caso Cambridge Analytica, ocorrido em 2016, em que a empresa britânica utilizou informações acessíveis pelo Facebook para promover a candidatura do atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

ALUSÕES SOCIOLÓGICAS  E FILOSOFICAS QUE PODERIAM SER FEITAS:

Ø  A maneira como o algoritmos de sites e aplicativos agem de forma coercitiva sobre nós: captam aspectos e dados pessoais e criam uma bolha, um simulacro de lugar confortável, em que músicas, postagens, páginas são sugeridas ao usuário, fazendo, assim, com que ele perca autonomia de escolha e seja submisso e influenciável.

Ø  “As redes sociais deram voz a uma legião de imbecis". (Umberto Eco)

Ø  “Tornou-se chocantemente óbvio que a nossa tecnologia excedeu a nossa humanidade”. (Albert Einstein)

Ø  Edgar Morin e o conceito de “Cultura de massas no século XX: o espírito do tempo”: "Cultura de massa” é produzida segundo as normas maciças de fabricação industrial; propagada pelas técnicas de difusão maciça (...) destinando-se a massa social, isto é um aglomerado gigantesco de indivíduos compreendidos aquém e além das estruturas internas da sociedade.

Ø  Conceito de “cultura de massas” na internet como um fenômeno específico do contexto do capitalismo pós industrial, marcado pela forte influência dos meios de comunicação de massa.Características:
1)      Produção em larga escala,
2)      Consumismo,
3)      Padronização das mercadorias,
4)      Uniformização dos indivíduos,
5)      Maior homogeneização dos indivíduos
6)      Grande influência da mídia e do mercado.

Ø  Adorno e Horkheimer na obra “Dialética do esclarecimento”, pondera que Tanto os meios de comunicação quanto a produção cultural servem para manipular a alienar dentro da lógica de mercado do capitalismo.

Ø   Hannah Arendt em seu livro “A crise da cultura” (1972), Acusa o mercado e a mídia de se valerem do entretenimento como forma de dominação e alienação cultural ao incentivarem o consumismo.

Ø  Outras questões possíveis de serem cooptadas e inseridas no texto:
1) O indivíduo não é um sujeito, mas sim um objeto, cujo capacidade crítica se encontra atrofiada e controlada pelos algoritmos .
2) Obediência a padrões predeterminados (novelas e filmes obedecem a dicotomias simplistas e maniqueístas: mocinho, o heroi, e o vilão; o mocinho que se apaixona pela mocinha e todos viveram felizes para sempre.
3) Sensacionalismo: “sociedade do espetáculo” conceito criada pelo filósofo francês Guy Debord, em que a verdade ficcional se sobrepõe à realidade de fato. Nessa sociedade Vídeos, imagens e notícias produzidas, curtidos e compartilhados como ferramenta de manipulação do comportamento do usuário da internet.

terça-feira, 30 de outubro de 2018

DESVENDENDO A VERDADEIRA HISTÓRIA POR DE TRÁS DA SÉRIE VIKINGS


Prof. Douglas Barraqui


O PARAÍSO DOS GUERREIROS
Valhalla é claramente um #paraíso #militar ou uma extensão postmortem da vida dos grupos de guerreiros da Escandinávia antiga, #vikings. Lá em Valhalla esses guerreiros, outrora caídos em combate, comem diariamente à mesa do seu senhor e patrono – neste caso Odin – são servidos por mulheres ou valquírias e combatem todos os dias. Trata-se de um tipo de vida aristocrática que seria normal no mundo antigo e que encontra eco na tradição literária, a exemplo  do poema Beowulf:  onde o herói é convidado a juntar-se ao banquete no salão real e é servido pela rainha. E da perspetiva de um guerreiro, a morte resume-se de fato a duas opções: cair com valentia no campo de batalha ou falecer na cama como um inválido, um triste e vergonhoso fim.

É uma ética heroica que atravessa várias culturas, do Japão à Grécia antiga, onde Aquiles teve que escolher entre uma vida longa destinada ao esquecimento ou uma morte prematura, mas com glória imortal. Para alguns nórdicos, esse tipo de glória daria acesso à elite militar que eram os guerreiros de Odin, onde podiam continuar a exercer as virtudes militares com que se tinham destacado em vida.
Mas quais eram as crenças dos que não tinham na guerra a sua principal ocupação? Que ideias havia sobre o além entre aqueles que se dedicavam acima de tudo à pesca, à agricultura, ao comércio ou às artes domésticas?



A MORTE
Freyja e Odin partilhavam os que faleciam em batalha, terá havido também quem acreditasse que, chegada a #morte, seria recebido no salão ou reino de outro deus ou deusa? Por exemplo, terá Thor sido visto como uma divindade que acolhia alguns dos seus devotos?

Há um indício disso na Edda Poética, uma coleção de poemas em nórdico antigo preservados inicialmente no manuscrito medieval islandês Codex Regius, onde, na estrofe 24, é dito que Odin recebe os nobres caídos em combate, enquanto Thor fica com os servos.

Dado que o poema é um confronto verbal entre os dois deuses, não é seguro que o verso seja reflexo de uma crença pré-cristã genuína, podendo não passar de uma mentira ou de um exagero com fins literários. Mas um exagero não tem que ser inteiramente falso, pelo que pode tratar-se de uma hipérbole ou deturpação com uma base real: a de que, entre os agricultores nórdicos, havia quem acreditasse que seriam recebidos por Thor depois da morte. É uma hipótese e apenas isso, dado que a escassez de informação e a natureza da fonte não nos permite certezas. Mas a ser verdade, talvez tenham existido crenças semelhantes sobre outras divindades – como Tyr (deus dos combates patrono da justiça), Ullr (deus da caça) ou Frigg (Esposa de Odin mãe de Thor e madrasta de Loki é a deusa da fertilidade, do amor) – embora não haja dados suficientes para concretizar essa hipótese de um modo sustentado.



FUNERAL
A imagem icónica de um funeral nórdico pode ser a de um barco em chamas lançado ao mar com um ou mais corpos, mas é difícil perceber até que ponto essa ideia é verídica. A prática parece ser referida por Procopius, um autor bizantino do século VI, e figura ainda na tradição literária, embora nunca tenha estado no norte da #Europa e a segunda possa ser um caso de memória romanceada. Faltam encontrar esse vestígio arqueológico, que provavelmente nunca serão encontrados.

De acordo com os vestígios existentes, a cremação era a prática mais comum, havendo um número comparativamente pequeno de campas onde os corpos foram apenas enterrados. Mas isto refere-se ao número total de sepulturas e, se organizarmos os dados de forma #geográfica e cronológica, deparamo-nos com diferentes padrões: em Vendel e Valsgärde, a norte de Estocolmo, diversas pessoas foram enterradas em barcos entre os séculos VI e VIII, enquanto na Dinamarca, durante o mesmo período, a cremação terá sido a norma, exceto na ilha de Bornholm. Na Noruega, a cremação parece ter sido a norma, havendo, no entanto, um número elevado de enterros em campas rasas em Kaupang. A construção de câmaras fúnebres, por exemplo, registra-se na Escandinávia pelo menos desde os séculos imediatamente anteriores à Idade Viking, que teve início por volta do ano 790.

As embarcações forneciam a terceira opção para o enterro. Um ou mais corpos eram depositados dentro de um navio juntamente com oferendas e os restos mortais de #vítimas sacrificiais, sendo depois cobertos com uma colina de terra. Em alguns casos, o mastro terá ficado exposto e o conjunto podia ser enriquecido com pedras erguidas em redor ou com vias processionais. É disso exemplo a sepultura de Groix, em França, mas uma das embarcações fúnebres mais conhecidas é a de Oseberg, no sul da Noruega, onde duas mulheres foram enterradas dentro de um barco de trinta remos por volta do ano 835.

A postura dos corpos dentro dos túmulos é outro elemento onde se registra diversidade de práticas, uma vez que nem todos foram simplesmente deitados à semelhança do que é hoje comum. Nas campas rasas, muitos foram encontrados numa posição supina ou fetal, como se estivessem a dormir, havendo até, em alguns casos, vestígios de almofadas e mantas. Surgem também exemplos de corpos em posturas pouco naturais que terão exigido alguma forma de mutilação e até casos em que foi colocada uma pedra em cima dos restos mortais. Já em algumas câmaras e, mais raro, em alguns navios fúnebres, os corpos terão sido sentados, destacando-se, nesse aspecto, duas sepulturas de Birka onde um homem e uma mulher foram colocados ao colo um do outro.


REFERÊNCIAS:
Desvendando os vikings: estudos de cultura nórdica medieval. Johnni Langer, Munir Lutfe Ayoub (Orgs.). – João Pessoa: Ideia, 2016. 218p.

terça-feira, 10 de abril de 2018

O CORAÇÃO DE UM EDUCADOR PARTIDO, MAS AINDA ESPERANÇOSO


Prof. Douglas Barraqui

Hoje pude presenciar uma cena que me trouxe várias reflexões: alunos de duas escolas da Grande Vitória de ensino fundamental I, uma particular de grande porte e outra pública, coincidentemente, se encontraram no mesmo restaurante.

Os alunos da escola particular correram para fazer o prato. Em um balcão farto entre arroz e macarrão; entre frango, bife de boi e bisteca suína; e entre uma fartura de vários tipos de legumes e folhas, eles puderam escolher. Puderam escolher inclusive o que beberiam: suco natural, feito na hora, refrigerante, água com gás ou natural com limão e gelo. Os alunos da escola pública esperaram sentados o “prato feito”: um pouco de arroz, feijão, macarrão e uma carne. Os pequenos da escola pública nada beberam.

Notei ainda que, embora todos uniformizados, predominava os tênis de marca entre os alunos da escola particular e as sandálias de dedo entre os alunos da escola pública. Nas mãos dos alunos da rede privada celulares e iPads de última geração. Nas mãos dos alunos da escola pública nada além de um folheto amassado.

Ali sentados, em mesas diferentes, brincavam, riam, conversavam entre si e trocavam olhares. E eu, como professor, me peguei a refletir:

O QUE PENSARAM ESSAS CRIANÇAS QUANDO SE ENCONTRARAM?

COMO SE SENTIRAM?

DE CLASSES SOCIAIS TÃO DISTINTAS, QUE FUTURO ESPERA ESSAS CRIANÇAS?

terça-feira, 20 de março de 2018

QUESTÕES - ALTA E BAIXA IDADE MÉDIA




1. (Unicamp 2012)  A longa presença de povos árabes no norte da África, mesmo antes de Maomé, possibilitou uma interação cultural, um conhecimento das línguas e costumes, o que facilitou posteriormente a expansão do islamismo. Por outro lado, deve-se considerar a superioridade bélica de alguns povos africanos, como os sudaneses, que efetivaram a conversão e a conquista de vários grupos na região da Núbia, promovendo uma expansão do Islã que não se apoia na presença árabe.

(Adaptado de Luiz Arnaut e Ana Mônica Lopes, História da África: uma introdução. Belo Horizonte: Crisálida, 2005, p. 29-30.)

Sobre a presença islâmica na África é correto afirmar que:
a) O princípio religioso do esforço de conversão, a jihad, foi marcado pela violência no norte da África e pela aceitação do islamismo em todo o continente africano.   
b) Os processos de interação cultural entre árabes e africanos, como os propiciados pelas relações comerciais, são anteriores ao surgimento do islamismo.   
c) A expansão do islamismo na África ocorreu pela ação dos árabes, suprimindo as crenças religiosas tradicionais do continente.   
d) O islamismo é a principal religião dos povos africanos e sua expansão ocorreu durante a corrida imperialista do século XIX.   
  
2. (Unicamp 2012)  Godrici de Finchale foi um mercador que viveu no século XI, na Baixa Idade Média, no leste da atual Inglaterra.

"Quando o rapaz, depois de ter passado os anos da infância sossegadamente em casa, chegou à idade varonil, principiou a aprender com cuidado e persistência o que ensina a experiência do mundo. Para isso decidiu não seguir a vida de lavrador, mas estudar, aprender e exercer os rudimentos de concepções mais sutis. Por esta razão, aspirando à profissão de mercador, começou a seguir o modo de vida do vendedor ambulante, aprendendo primeiro como ganhar em pequenos negócios e coisas de preço insignificante; e, então, sendo ainda um jovem, o seu espírito ousou pouco a pouco comprar, vender e ganhar com coisas de maior preço.”

(Adaptado de Reginald of Durnham, "Libellus de Vita et Miraculis S. Godrici", em Fernando Espinosa, Antologia de textos históricos medievais. 3ª ed., Lisboa: Sá da Costa Editora, 1981, p. 198.)

a) Segundo o texto, o ofício de mercador exigia uma preparação diferente daquela do lavrador. Quais eram as diferenças entre esses dois ofícios?
b) Cite duas características do renascimento comercial e urbano ocorrido no final do período medieval.
  
3. (Fuvest 2012)  Nos tempos de São Luís [Luís IX], as hordas que surgiam do leste provocaram terror e angústia no mundo cristão. O medo do estrangeiro oprimia novamente as populações. No entanto, a Europa
soubera digerir e integrar os saqueadores normandos. Essas invasões tinham tornado menos claras as fronteiras entre o mundo pagão e a cristandade e estimulado o crescimento econômico. A Europa, então terra juvenil, em plena expansão, estendeu-se aos quatro pontos cardeais, alimentando-se, com voracidade, das culturas exteriores. Uma situação muito diferente da de hoje, em que o Velho Continente se entrincheira contra a miséria do mundo para preservar suas riquezas.

Georges Duby. Ano 1000 ano 2000. Na pista de nossos medos. São Paulo: Unesp, 1998, p. 50-51. Adaptado.

a) Justifique a afirmação do autor de que “essas invasões tinham (...) estimulado o crescimento econômico” da Europa cristã.
b) Cite um caso do atual “entrincheiramento” europeu e explique, em que sentido, a Europa quer “preservar suas riquezas”.
  
4. (Unicamp 2011) 


No quadro acima, observa-se a organização espacial do trabalho agrícola típica do período medieval. A partir dele, podemos afirmar que
a) os camponeses estão distantes do castelo porque já abandonavam o domínio senhorial, num momento em que práticas de conservação do solo, como a rotação de culturas, e a invenção de novos instrumentos, como o arado, aumentavam a produção agrícola.   
b) os camponeses utilizavam, então, práticas de plantio direto, o que permitia a melhor conservação do solo e a fertilidade das terras que pertenciam a um senhor feudal, como sugere o castelo fortificado que domina a paisagem ao fundo do quadro.   
c) um castelo fortificado domina a paisagem, ao fundo, pois os camponeses trabalhavam no domínio de um senhor; pode-se ver também que utilizavam práticas de rotação de culturas, visando à conservação do solo e à manutenção da fertilidade das terras.   
d) A cena retrata um momento de mudança técnica e social: desenvolviam-se novos instrumentos agrícolas, como o arado, e o uso de práticas de plantio direto, o que levava ao aumento da produção, permitindo que os camponeses abandonassem o domínio senhorial.   
  
5. (Fuvest 2011)  Se o Ocidente procurava, através de suas invasões sucessivas, conter o impulso do Islã, o resultado foi exatamente o inverso.

Amin Maalouf, As Cruzadas vistas pelos árabes. São Paulo: Brasiliense, p.241, 2007.

Um exemplo do “resultado inverso” das Cruzadas foi a
a) difusão do islamismo no interior dos Reinos Francos e a rápida derrocada do Império fundado por Carlos Magno.   
b) maior organização militar dos muçulmanos e seu avanço, nos séculos XV e XVI, sobre o Império Romano do Oriente.   
c) imediata reação terrorista islâmica, que colocou em risco o Império britânico na Ásia.   
d) resistência ininterrupta que os cruzados enfrentaram nos territórios que passaram a controlar no Irã e Iraque.   
e) forte influência árabe que o Ocidente sofreu desde então, expressa na gastronomia, na joalheria e no vestuário.   
  
6. (Unicamp 2011)  No início do século XIV, o inquisidor Bernardo Guy escreveu um Manual do Inquisidor, no qual descrevia como se ingressava na seita herética que ficou conhecida pelo nome de pseudoapóstolos: “Perante algum altar, na presença de membros da seita, o candidato se despe de suas roupas, como sinal de renúncia a tudo que possui, para seguir com perfeição a pobreza evangélica. Também se exige que ele prometa não obedecer a nenhum mortal, mas só a Deus, como se fosse um apóstolo sujeito apenas a Cristo e a ninguém mais.”

(Adaptado de Nachman Falbel, Heresias medievais. São Paulo: Perspectiva, 1977, p. 66.)

a) Por quais razões essa heresia era uma ameaça para a Igreja do período?
b) Caracterize a relação entre o poder religioso e o poder temporal na baixa Idade Média.
  
7. (Fuvest 2010)  Na passagem da época romana para a época medieval, houve não só rupturas, mas também continuidades.

Caracterize essas continuidades no campo da

a) religião.
b) língua.
  
8. (Unicamp 2010)  A partir do século IX, aumentou a circulação da ciência e da filosofia vindas de Bagdá, o centro da cultura islâmica, em direção ao reino muçulmano instalado no Sul da Espanha. No século XII, apesar das divisões políticas e das guerras entre cristãos e mouros que marcavam a península ibérica, essa corrente de conhecimento virou um rio caudaloso, criando uma base que, mais tarde, constituiria as fundações do Renascimento no mundo cristão. Foi dessa maneira que o Ocidente adquiriu o conhecimento dos antigos. No quadro pintado pelo italiano Rafael, A escola de Atenas (1509), o pintor daria a Averróis, sábio muçulmano da Andaluzia, um lugar de honra, logo atrás do grego Aristóteles, cuja obra Averróis havia comentado e divulgado.

(Adaptado de David Levering Lewis, God’s Crucible: Islam and the Making of Europe, 570-1215. New York: W. W. Norton, 2008, p. 368-69, 376-77.)

a) Identifique no texto dois aspectos da relação entre cristãos e muçulmanos na Europa medieval.
b) Relacione as características do Renascimento cultural europeu à redescoberta dos valores da Antiguidade clássica.
  
9. (Fuvest 2010)  “A instituição das corveias variava de acordo com os domínios senhoriais, e, no interior de cada um, de acordo com o estatuto jurídico dos camponeses, ou de seus mansos [parcelas de terra].”
Marc Bloch. Os caracteres originais da França rural, 1952.

Esta frase sobre o feudalismo trata
a) da vassalagem.   
b) do colonato.   
c) do comitatus.   
d) da servidão.   
e) da guilda.   
  
10. (Unicamp 2010)  Até o século XII, a mulher era desprezada por ser considerada incapaz para o manejo de armas; vivendo num ambiente guerreiro, não se lhe atribuía outra função além de procriar. A sua situação não era mais favorável do ponto de vista espiritual; a Igreja não perdoava Eva por ter levado a humanidade à perdição e continuava a ver em suas descendentes os acólitos lúbricos do demônio.

(Adaptado de Pierre Bonassie, Amor cortês, em Dicionário de História Medieval. Lisboa: Publicações D. Quixote, 1985, p. 29-30.)

a) Identifique no texto as razões para a mulher ser considerada inferior na sociedade medieval.
b) Quais características da sociedade medieval configuraram um “ambiente guerreiro” até o século XII?
  
11. (Ufrgs 2008)  A Alta Idade Média foi um período marcado por sucessivas invasões do mundo cristão.
Assinale a alternativa correta com relação a essas invasões.
a) Em meados do século VII, após a batalha de Poitiers, o mundo islâmico avançou por todo o sul da França, penetrando no norte italiano.   
b) Durante vários séculos, os "vikings" tentaram, sem sucesso, pilhar as ricas cidades cristãs.   
c) No século IX, os francos derrotaram Clóvis, desintegrando o reino merovíngio.   
d) Em fins do século IX, sob a pressão crescente das invasões normandas e magiares, surgiram na Europa inúmeros castelos privados fortificados.   
e) Em 843, o Tratado de Verdun unificou o Império Carolíngio, facilitando sua defesa contra os ávaros.   
  
12. (Ufrgs 2008)  Assinale a alternativa que apresenta um dos resultados do entrecruzamento de culturas no Império Bizantino.
a) As artes visuais diversificaram-se a ponto de serem eliminadas as características estéticas de inspiração greco-cristã.   
b) A adoração popular a ícones religiosos gerou crises na Igreja de Bizâncio.   
c) Elementos clássicos, como a retórica e a língua grega, foram superados em função da interação cultural cosmopolita.   
d) A arquitetura passou a primar pela simplicidade, a fim de se adequar à doutrina religiosa ortodoxa.   
e) A estrutura jurídica do Império Bizantino não sofreu a influência do direito romano.   
  
13. (Unicamp 2008)      "Em 1348 a peste negra invadiu a França e, dali para a frente, nada mais seria como antes. Uma terrível mortalidade atingiu o reino. A escassez de mão de obra desorganizou as relações sociais e de trabalho. Os trabalhadores que restaram aumentaram suas exigências. Um rogo foi dirigido a Deus, e também aos homens incumbidos de preservar Sua ordem na Terra. Mas foi preciso entender que nem a Igreja nem o rei podiam fazer coisa alguma. Não era isso uma prova de que nada valiam? De que o pecado dos governantes recaía sobre a população? Quando o historiador começa a encontrar tantas maldições contra os príncipes, novas formas de devoção e tantos feiticeiros sendo perseguidos, é porque de repente começou a se estender o império da dúvida e do desvio."
            (Adaptado de Georges Duby, "A Idade Média na França (987-1460): de Hugo Capeto a Joana D'arc". Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1992, p. 256-258.)

a) A partir do texto, identifique de que maneira a peste negra repercutiu na sociedade da Europa medieval, em seus aspectos econômico e religioso.
b) Indique características da organização social da Europa medieval que refletiam a ordem de Deus na Terra.
  
14. (Ufrgs 2005)  Maomé, nascido em Meca, na Arábia, insatisfeito com o paganismo geralmente praticado na região, declarou ter visto o anjo Gabriel que lhe apresentara um texto com a ordem de recitá-lo. Considerando-se então o último e maior de todos os profetas, Maomé promoveu a conversão das tribos da Arábia. A era muçulmana caracterizou-se pela
a) divisão das esferas de poder político e de poder religioso, constituindo um Estado laico, onde porém a Igreja assumia um lugar privilegiado.   
b) expansão territorial do Islã, que se fez inclusive às custas do Império Persa e do Império Bizantino, enfraquecidos por graves crises internas.   
c) conversão forçada dos povos conquistados à nova religião do Islã, com a proibição dos cultos judeus e cristãos e o confisco de terras.   
d) rejeição total à assimilação da cultura dos povos conquistados e das culturas antigas, em nome da verdadeira compreensão da palavra de Deus.   
e) proibição das concentrações urbanas, do comércio e do desenvolvimento de novas técnicas de trabalho, considerados contrários aos preceitos do Corão.   
  
15. (Uerj 2004)  Afirmo, portanto, que tínhamos atingido já o ano bem farto da Encarnação do Filho de Deus de 1348, quando, na mui excelsa cidade de Florença, cuja beleza supera a de qualquer outra da Itália, sobreveio a mortífera pestilência.
(BOCCACCIO, Giovanni. Decamerão. São Paulo: Círculo do Livro, 1991.)

No século XIV, a Europa conheceu uma crise, marcada pela tríade "guerra, peste e fome". No entanto, esta crise possibilitou condições para inúmeras transformações.
Como exemplo dessas transformações, ocorridas a partir do século XV, podemos citar:
a) aumento da densidade demográfica, determinando o crescimento da produção de alimentos   
b) reforço dos laços de servidão, provocando a migração de habitantes das cidades para o campo   
c) início do processo de expansão marítima, fortalecendo as monarquias em processo de centralização   
d) reabertura do mar Mediterrâneo, promovendo o crescimento de relações econômicas mais dinâmicas   
  
16. (Unb 2000)  A passagem do segundo para terceiro milênio da Era Cristã, como ocorrem na transição do primeiro para o segundo milênio, é objeto de grande efervescência espiritual e material. Com relação aos aspectos que permitem associar e distinguir as transições entre os milênios, julgue os itens seguintes.

(1) Os contextos históricos materiais que ambientam as duas transições são substancialmente diferentes uma vez que os sistemas produtivos e as formações sociais mudaram radicalmente ao longo desse segundo milênio.
(2) O nascimento do segundo milênio ocorreu, na Europa Ocidental, sob o manto de poderes políticos ainda bastante descentralizados, de economias fortemente agrárias, de homens e mulheres tementes a Deus e de sociedades estruturadas em camadas pouco móveis.
(3) A emergência do terceiro milênio faz-se sob a égide da globalização planetária, do fim do Estado nacional, da incorporação de todas as populações mundiais ao circuito da modernidade e da descrença absoluta nos valores espirituais.
(4) O feudalismo, sistema econômico dominante na Europa na transição do primeiro para o segundo milênio, ainda subsiste no final deste, não como um sistema de produção dominante, mas sob a forma de resquícios que permanecem em sociedades pouco desenvolvidas economicamente nas periferias do processo de globalização e em áreas de pouco contato com a modernidade capitalista.
  
17. (Unb 1998)  A partir da crise do Império Romano, iniciou-se a estruturação das sociedades medievais. A respeito dessas sociedades, julgue os itens a seguir.

(1) A existência do trabalho servil, decorrente da emancipação do trabalho escravo e da sujeição dos trabalhadores livres, garantiu a base material da sociedade.
(2) As relações de suserania e vassalagem decorreram da centralização do poder monárquico e do crescimento da atividade mercantil.
(3) A vulgarização das técnicas de produção anteriormente já utilizadas na civilização romana acelerou o processo de expansão do sistema feudal.
(4) A ação da Igreja Católica restringiu-se à pregação e a conversão dos fiéis, pois os dogmas dessa religião impediam que os eclesiásticos desempenhassem outras atividades além daquelas prescritas na doutrina.
  
18. (Fuvest 1998)  "O ar da cidade torna um homem livre".

Analise o significado desse adágio popular, no quadro do desenvolvimento das cidades europeias, a partir da Baixa Idade Média.
  
19. (Unb 1998)  Com relação à transição do feudalismo para o capitalismo, iniciada já no século XIII, julgue os itens que se seguem.

(1) O desenvolvimento das atividades mercantis solidificou o localismo político à medida que favoreceu a expansão econômica e social dos cavaleiros.
(2) A ampliação das rotas comerciais acarretou o incremento dos setores produtivos agrícolas e industriais, a intensificação  da cunhagem de moedas e o fortalecimento da posição social da burguesia.
(3) A crescente centralização do poder monárquico reduziu a influência política do papado e do direito canônico.
(4) A propriedade da terra, única fonte concreta de rendimentos econômicos, garantiu a permanência de todas as prerrogativas dos nobres.
  
20. (Unb 1998)  Na Baixa Idade Média, iniciaram-se as mudanças na Europa Ocidental que, a seguir, desencadearam o processo de montagem do sistema capitalista. Relativamente a essas mudanças, julgue os itens a seguir.

(1) A atividade mercantil ganhou impulso, a monetarização das trocas fez-se presente e o segmento social burguês foi conquistando espaço social e político.
(2) Nos centros urbanos, as corporações de ofício regulavam a produção manufatureira e o trabalho assalariado foi tornando-se comum.
(3) A despeito da resistência da aristocracia feudal, os monarcas dispuseram-se a enfrentar a parcelarização política então vigente.
(4) A crise do século XIV reforçou os poderes dos senhores feudais, à medida que possibilitou a migração de mão de obra das cidades para os campos.
  
21. (Unb 1997)  A respeito de alguns aspectos políticos da civilização do ocidente medieval julgue os itens a seguir.

(0) Apesar de fascinados pela ideia imperial romana, estranha a seus costumes, os bárbaros somente reuniram condições para concretizá-la no século VIII, por meio do reino franco e da figura de Carlos Magno.
(1) O fato de os francos terem sido os primeiros Germânicos a se converterem ao cristianismo, ponto de partida para os laços estreitos que estabeleceram com a Igreja nos anos setecentos, favoreceu o projeto unificador carolíngio.
(2) A máxima do cristianismo que insistia em "dar a Deus o que é de Deus e a César o que é de César", manteve-se na Idade Média, pois nem monarcas nem papas confundiam as esferas do temporal e do espiritual.
(3) Uma das causas da emergência política de poderes particularistas (feudos) e nacionalistas (monarquias) deveu-se aos choques constantes, que passaram a ocorrer a partir do século VIII, entre os poderes universalistas da Igreja e os do Império.
  
22. (Unb 1996)  Leia o texto que se segue.

            (...) o tempo é apenas um momento da eternidade. Só a Deus pertence e pode, simplesmente, se vivido. Apanhá-lo, medi-lo, tirar dele partido ou vantagens é um pecado. Desviar sua parcela é um roubo.
            Jacques Le Goff. "A civilização do ocidente medieval", vol. 1, p.205.

Com o auxílio das informações contidas no texto, julgue os itens adiante, considerando certo(s) o(s) que se adequa(m) à mentalidade medieval e errado(s) o(s) outro(s).

(0) O juro era interdito e usuário, porque o mercador, na verdade, estava negociando algo divino.
(1) O homem só pode medir, seja o tempo ou o espaço, a partir de suas dimensões; o homem é o modelo do mundo, nas palavras de Leonardo da Vinci.
(2) Os pobres obedecem ao tempo imposto pelos sinos e pelas trombetas; não lhes interessa determiná-lo.
(3) O tempo tem forte característica rural, isto é, natural. Grandes divisões, como o dia e a noite ou as estações, favorecem maniqueísmos, entre os quais podem ser citados: luz/sombra, calor/frio, trabalho/ócio e vida/morte.
  
23. (Unicamp 1995)  O feudo era a principal unidade de produção da Idade Média.
a) Como se dividia o feudo?
b) Explique a função de cada uma das partes do feudo.
  
24. (Unicamp 1994)  "A Igreja, durante toda a Idade Média, guiava todos os movimentos do homem, do batismo ao serviço fúnebre. A Igreja educava as crianças; o sermão do pároco era a principal fonte de informação sobre os acontecimentos e problemas comuns. A paróquia constituía uma importante unidade de governo local, coletando e distribuindo as esmolas que os pobres recebiam. Como os homens ficavam atentos aos sermões era frequente o governo dizer aos pregadores exatamente o que deviam pregar."
            (Adaptado de Christopher Hill, A REVOLUÇÃO INGLESA DE 1640, 1977)
           
A partir do texto acima escreva quais eram as funções sociais e políticas da Igreja Católica na Idade Média.
  
25. (Unicamp 1992)  "Lá vai São Francisco
  pelo caminho
  de pé descalço
  tão pobrezinho"
            (Vinícius de Morais, A ARCA DE NOÉ)

Durante os séculos XII e XIII, posturas como a de Francisco de Assis se opunham às práticas da Igreja Católica.
Como se explica essa oposição e em que se baseava a proposta franciscana?

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
A(s) questão(ões) seguinte(s) é(são) composta(s) por três proposições I, II e III que podem ser falsas ou verdadeiras. Examine-as identificando as verdadeiras e as falsas e em seguida marque a alternativa correta dentre as que se seguem:

a) se todas as proposições forem verdadeiras.
b) se apenas forem verdadeiras as proposições I e II.
c) se apenas forem verdadeiras as proposições I e III.
d) se apenas forem verdadeiras as proposições II e III.
e) se todas as proposições foram falsas.


26. (Fuvest 1992)  A questão seguinte é composta por três proposições I, II e III que podem ser falsas ou verdadeiras. Examine-as identificando as verdadeiras e as falsas e em seguida marque a alternativa correta dentre as que se seguem:

I. A partir do século VII, os povos muçulmanos conquistaram quase toda a região do Mediterrâneo, ameaçando com seus ataques a Europa cristã durante cerca de mil anos.
II. Situadas no cruzamento de rotas de trânsito, as feiras medievais se internacionalizaram a partir do século XI, facilitando as trocas comerciais e monetárias.
III. A centralização monárquica - com a criação do exército real, da justiça real e da moeda real - foi o principal fator de estruturação da sociedade na Alta Idade Média.
a) se todas as proposições forem verdadeiras.   
b) se apenas forem verdadeiras as proposições I e II.   
c) se apenas forem verdadeiras as proposições I e III.   
d) se apenas forem verdadeiras as proposições II e III.   
e) se todas as proposições foram falsas.   
 
GABARITO:  

Resposta da questão 1:

 [B]

A questão pode ser respondida a partir da leitura do texto e de conhecimentos gerais sobre a expansão islâmica, e não é necessário o conhecimento específico sobre os povos africanos e seu processo de islamização. Por conta de interesses comerciais, grupos árabes estabeleceram contato e se misturavam a povos africanos, num processo de interação cultural que, mais tarde, contribuiu para a difusão da religião. Esses grupos mercantis eram minoritários e existiram em diversas regiões da África, mesmo sob domínio de outros povos. O texto destaca que alguns grupos africanos – e não árabes – foram, posteriormente, responsáveis pela expansão do islamismo para diversas partes do interior do continente.   

Resposta da questão 2:

 a) O ofício de lavrador era o ofício tradicional, da maioria dos trabalhadores, pois a economia feudal era essencialmente agrária, que demandava conhecimento de técnicas agrícolas básicas, assim como sobre a terra e os períodos de chuva ou de estiagem. O ofício de mercador era uma exceção. Considera-se que a partir do século XI ele passou a se desenvolver, parte das transformações que caracterizaram a Baixa Idade Média. O mercador deveria ter conhecimento sobre moedas, sistema de pesos e medidas e as necessidades do pequeno mercado que se formava.

b) Durante a Baixa Idade Média houve a grande expansão do comércio na Europa, parte dele de produtos oriundos do oriente através de mercadores italianos, principalmente a partir das cruzadas. A intensidade do comércio foi fundamental para o desenvolvimento urbano e para a formação da classe burguesa. Nas cidades, além do comércio, a produção artesanal também conheceu grande desenvolvimento.
É importante ressaltar que, apesar do desenvolvimento urbano e comercial, essa situação era uma exceção, pois ainda predominavam as relações feudais.  

Resposta da questão 3:

 a) as invasões normandas são consideradas as últimas invasões bárbaras sobre a Europa. Em princípio geraram destruição e medo. Posteriormente, a Europa viveu um processo de expansão econômica, não apenas com o estabelecimento de relações com as regiões ao norte, de onde os normandos eram originários, mas, principalmente, em relação ao sul, onde grupos de italianos ampliaram o comércio com o oriente, de onde provinham as especiarias, fundamental para o desenvolvimento de feiras e rotas de comércio ao longo da baixa idade média.

b) alguns países europeus têm desenvolvido uma política de restrição à entrada de imigrantes, mesmo daqueles que proveem de antigas áreas coloniais. A situação de crise econômica e de aumento do desemprego nesses países reforça a xenofobia ao identificar no estrangeiro o elemento que ocupa um posto de trabalho e ainda é responsável por maior gasto dos governos em política social.  

Resposta da questão 4:

 [C]

O quadro representa o trabalho servil, típico dos camponeses no período medieval, ainda no interior da estrutura feudal, quando o servo estava subordinado a um senhor feudal – representado no quadro pelo castelo – e possuía pouco conhecimento técnico. No entanto, a rotação de culturas, deixando-se uma parte do campo em descanso, era uma prática comum e visava reduzir o desgaste da terra.  

Resposta da questão 5:

 [B]

O texto dá a entender que houve um resultado inverso, ou seja, um processo de expansão muçulmana. No século XV a grande potência muçulmana em expansão era o Império Turco Otomano que, dentre outras conquistas, dominou e pôs fim ao Império Bizantino (Império Romano do Oriente) com a conquista de Constantinopla em 1453.  

Resposta da questão 6:

 a) Por que colocava o indivíduo em contato direto com Deus e, portanto, desprezava a importância da Igreja Católica. Segundo a instituição religiosa, a Igreja era a formada pelos representantes de Deus na terra e a única que poderia guiar e salvar os homens.

b) A baixa idade média é um período caracterizado por transformações, época das cruzadas e do renascimento comercial e urbano. Para a maioria dos autores, esse período coincide com a formação das monarquias nacionais, quando o poder real tendeu a se fortalecer, o que implicou em perda do espaço por parte da Igreja Católica. Ao mesmo tempo, as relações entre reis e papas se redefiniram, pois a Igreja e a religião foram importantes instrumentos dos governantes para reforçar seu poder e isso pode ser entendido como um equilíbrio entre os poderes temporal e religioso.  

Resposta da questão 7:

 a) No campo da religião, o cristianismo, oficializado no Império Romano pelo imperador Teodósio em 391 através do Edito de Tessalônica, sobreviveu à queda de Roma e consolidou-se como religião dominante na Europa Medieval, sobretudo devido à conversão dos povos bárbaros. O cristianismo constituiu-se como um dos elementos de unidade cultural da Europa Medieval.

b) No campo da língua, o latim sobreviveu como língua oficial da Igreja e idioma culto, mesmo deixando de ser idioma corrente, pois na Idade Média conviveu com os idiomas bárbaros.  

Resposta da questão 8:

 a) De acordo com o texto, pode-se considerar como aspectos da relação entre cristãos e muçulmanos na Idade Média, a transmissão conhecimentos da antiguidade clássica dos muçulmanos ao ocidente cristão e presença islâmica na península ibérica deu origem à guerra da Reconquista.

b) O Renascimento é assim chamado em virtude da redescoberta e revalorização das referências culturais da antiguidade clássica durante a passagem da Idade Média para a Idade Moderna, destacando-se o racionalismo, o antropocentrismo, o individualismo e o naturalismo.  

Resposta da questão 9:

 [D]

Na época do feudalismo, a corveia era trabalho gratuito que os servos e camponeses deviam prestar ao seu senhor feudal ou ao Estado três ou mais dias por semana, caracterizando-se como um dos tributos previstos no contrato de enfeudação.  

Resposta da questão 10:

 a) De acordo com o texto, a mulher era inferiorizada por ser considerada incapaz no manejo de armas e por ser considerada herdeira de Eva, responsável pela perdição da humanidade, o que na perspectiva da religiosidade medieval, tornava-a naturalmente pecadora.

b) As guerras medievais estavam associadas a diversos motivos, quais sejam, as disputas territoriais, saques, questões políticas e religiosas, rivalidades familiares e aumento de poder. Pode-se destacar as guerras contra os invasores bárbaros, as disputas por feudos e as Cruzadas, batalhas entre cristãos e muçulmanos.

As guerras eram tão importantes na sociedade medieval que a nobreza militarizada, principalmente a cavalaria, tinha uma posição de destaque nos feudos e reinos. Os guerreiros possuíam grande importância e prestígio social e econômico e preparavam-se desde a infância para serem eficientes, leais e corajosos. As relações de vassalagem e suserania mobilizavam grandes contingentes de cavaleiros e guerreiros para as guerras.  

Resposta da questão 11:

 [D]  

Resposta da questão 12:

 [B]  

Resposta da questão 13:

 a) A peste negra insere-se no contexto da crise do século XIV e é considerada uma manifestação do esgotamento do sistema feudal. Quanto ao aspecto econômico, as altas taxas de mortalidade ocasionaram a escassez de mão de obra, levando à superexploração dos servos pelos senhores feudais e às consequentes revoltas camponesas, destacando-se as "jacqueries", além de mudanças nas relações de trabalho. Tais eventos acabaram por gerar a crise do trabalho servil.
Outro efeito da mortalidade foi a redução do mercado em um contexto de retomada do comércio que, juntamente à paralisação das rotas terrestres, em decorrência particularmente da Guerra dos Cem Anos, estimularam a Expansão Marítima e Comercial Europeia.
Quanto ao aspecto religioso, a peste serviu de argumento para perseguições aos grupos considerados heréticos, culpados de atrair a ira divina, em razão de as interpretações sobre a peste estarem inseridas à mentalidade medieval marcada pelo cristianismo.

b) A concepção de sociedade, na Europa medieval, era determinada pela Igreja e fundamentada no teocentrismo. Assim sendo,  a sociedade era estratificada, composta de três ordens: o clero, os que rezam; a nobreza, os que combatem; e os camponeses, os que trabalham.  

Resposta da questão 14:

 [B]  

Resposta da questão 15:

 [C]  

Resposta da questão 16:

 V V F V  

Resposta da questão 17:

 V F V F  

Resposta da questão 18:

 O Renascimento comercial e urbano na Europa Ocidental durante a Baixa Idade Média contribuiu para a desestruturação do feudalismo, conferindo ao homem da época redução da sujeição à nobreza feudal e à moral cristã imposta pela Igreja.  

Resposta da questão 19:

 F V V F  

Resposta da questão 20:

 V V V F  

Resposta da questão 21:

 V V F F  

Resposta da questão 22:

 V F V V  

Resposta da questão 23:

 a) Manso servil, senhorial, terras em descanso, bosques, vilas e o castelo, etc.
b) Terras do senhor, terras coletivas, habitantes prestadores de serviços, habitação do senhor, etc.  

Resposta da questão 24:

 A igreja, instituição já organizada na época medieval, determinava a teoria social, hierarquizava a sociedade, condenava a usura, monopolizava a cultura e a educação, influenciava governantes e era grande detentora de terras.  

Resposta da questão 25:

 Oposição ao caráter luxuoso, dogmático e distanciado dos princípios de Deus. Francisco de Assis propunha os votos de pobreza como forma de criticar e de estar próximo dos princípio cristãos.  

Resposta da questão 26:

 [B]