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domingo, 4 de fevereiro de 2018
quarta-feira, 31 de janeiro de 2018
terça-feira, 30 de janeiro de 2018
quinta-feira, 7 de dezembro de 2017
O QUE A “ARTE DA GUERA” PODE ENSINAR AO MEU ALUNO?
Prof. Douglas Barraqui
A ARTE DA GUERRA, um clássico de Sun Tzu, pode ensinar muito a quem quer aprender, principalmente a você meu aluno. Sun Tzu pode te ensinar onde concentrar seus ESFORÇOS, seu FOCO. Passar de ano é o seu foco? Resolver aquela questão de matemática é o seu foco? Obter uma boa nota no ENEM é o seu foco? Antes mesmo de mirar nesse foco, nos diz Sun Tzu, a "PRIMEIRA BATALHA QUE VOCÊ TEM QUE TRAVAR É COM VOCÊ MESMO".
DISCIPLINA, PLANEJAMENTO e MOTIVAÇÃO não são exclusividades de um campo de batalha, mas fundamentais para todo aluno que busca vitória.
Assim como um guerreiro, o aluno sempre deve estar pronto para o combate. Todo bom aluno sempre deve estar pronto para uma prova. Não se deve estudar para o dia da prova, mas sim estudar todos os dias como se fossem dias de prova.
Sun Tzu nos diz que “A VITÓRIA ESTÁ RESERVADA PARA AQUELES QUE ESTÃO DISPOSTOS A PAGAR UM PREÇO”. Que preço você meu aluno está disposto a pagar pela sua vitória? Que preço você meu aluno está disposto a pagar por aquela excelente nota no ENEM? Sacrifícios! Toda grande vitória tem seu preço, exige sacrifícios. Você está disposto a sacrificar horas de vídeo game por mais horas de estudo? Está disposto a sacrificar o fim de semana de balada pelo fim de semana com os livros e os estudos?
O medo, nos diz Sun Tzu, é o verdadeiro e único inimigo de todo aluno. O medo de não passar de ano. O medo de não conseguir garantir uma boa nota no ENEM. O medo do ponto de corte e da concorrência elevada do seu curso. Muitos podem estar disputando a sua vaga para a faculdade do seu sonho, mas tenha em mente que números de nada importam para um estudante DETERMINADO. DETERMINAÇÃO não é uma força sobrenatural, mas sim uma força que vai levar você aos seus objetivos.
sábado, 2 de dezembro de 2017
VOCÊ É UM ANIMAL QUE FILOSOFA
Prof. Douglas Barraqui
Quem somos nós?
De onde viemos?
Para onde
vamos?
Qual o sentido
da vida?
Parabéns! Se em
algum momento de sua vida, como ser vivo pensante, você já se pegou fazendo alguma
dessas perguntas, você esteve a filosofar.
Conta-se que Tales
de Mileto (623 a.C – 558 a.C) andava observando o céu. Tales tropeçou e caiu em
um buraco. Uma escrava da Trácia ficou rindo dele, e o primeiro filósofo
adquiriu fama de lunático e distraído. Tales observava o céu e o tempo, a
natureza (physis), pois era também
astrônomo.
Conforme o
relato de Aristóteles (384-322
a.C), na sua obra “A Política”, Tales
foi repreendido pelos cidadãos de Mileto por ser pobre. Os cidadãos afirmavam
que a filosofia de nada servia e que ele perdia tempo olhando para o céu e meditando
sobre a natureza. Tales, contudo, um estudioso dos astros, previu uma grande
safra de azeitonas com um ano de antecedência. Arrumou algum capital e alugou
por baixo custo todas as prensas de azeite da região. Assim, Com a chegada da
safra prevista, os produtores se viram obrigados a alugar de Tales as prensas a
um custo bem mais alto. Com esse negócio Tales angariou fortuna, tornou-se um
homem rico. Pode-se dizer até que foi um dos primeiros especuladores
financeiros da história, além é claro de o “primeiro filósofo”.
Mesmo que Aristóteles
tenha dito que “é fácil aos filósofos enriquecer, se desejarem”. Refletir sobre
o mundo que o cerca e todos os seus fenômenos não necessariamente vai fazer de
você um homem rico, tão pouco um lunático e distraído. Refletir sobre o mundo
que o cerca faz de você, antes de qualquer coisa, um filósofo.
Sim, goste ou
não, você é um animal que filosofa. E não há nada de errado nisso. Você apenas
está cumprindo e fazendo valer a máxima que te eleva e te destaca em relação
aos animais, a racionalidade.
Se você chegar
a um cientista e perguntar a ele o que é o homem? Provavelmente ele vai lhe
responder que o homem é apenas um animal entre 7,77 milhões de espécies
estimadas. Se você fizer a mesma pergunta a um filósofo, ele vai dizer que sim,
o homem é um animal entre tantos, mas não é qualquer um animal, é um animal
racional.
Postamos-nos a
filosofar quando exigimos de nossa mente e do mundo que nos cerca provas e
justificativas racionais que validam ou não o mundo que nos cerca, todos os
seus fenômenos e o que acreditamos. A nossa racionalidade se faz presente
quando:
1)
Argumentamos,
debatemos e compreendemos;
2)
Conhecemos
as condições e os pressupostos de nossos pensamentos e os dos outros;
3) Respeitamos certas regras de coerência do
pensamento para que um argumento ou um debate tenham sentido. Deste modo, é
possível chegar a conclusões que podem ser compreendidas, discutidas, aceitas e
respeitadas por outros, também de maneira racional.
Quando penso em
nossa capacidade de pensar e perguntar sobre o mundo que nos cerca, me vem a
cabeça a obra “O Pensador” (1880), escultura em bronze do francês Auguste
Rodin. Retrata um homem em meditação soberba, lutando com uma poderosa força
interna o pensamento. O trabalho mostra uma figura masculina nua, maior do que
o tamanho real de um homem, sentado em uma pedra com o queixo apoiado em uma
mão, como se imerso em seus pensamentos. A escultura e é frequentemente
utilizado como uma imagem para representar a filosofia: a imagem de um homem
perdido em seus pensamentos, mas cujo corpo poderoso sugere uma grande capacidade
de ação.
segunda-feira, 12 de setembro de 2016
EXISTE VERDADES ABSOLUTAS NA HISTÓRIA?
Prof. Douglas Barraqui
O texto abaixo, foi escrito em 1961 por um adversário de Getúlio Vargas:
[Nas] manifestações de fidelidade ao Estado Novo (...) as carteiras profissionais eram apreendidas até a terminação da parada, e [os trabalhadores] só podiam trabalhar no dia seguinte se tivessem passado pelo visto do comparecimento. (...) Havia o livro do ponto e punição para os faltosos. Um verdadeiro comboio de caminhões se encarregava de trazê‑los e levá‑los depois da “parada trabalhista espontânea”.
As duas fontes acima traduzem visões, verdades, diferentes sobre um fato histórico. Concluímos, portanto que na história não existe verdades absolutas, mas sim verdades históricas. A verdade depende do ponto de vista de quem presenciou e de quem está estudando a história.
REFERÊNCIA:
HENRIQUES, Affonso. Ascensão e queda de Getúlio Vargas: o Estado Novo. Rio de Janeiro: Record, 1964.
domingo, 27 de março de 2016
A HISTÓRIA É FEITA POR HOMENS DE CARNE E OSSO
Prof. Douglas Barraqui
Pintada por artista Chineses, Dai Dudu, Li Tiezi y Zhang An, pintura a óleo, 2006. |
O que é a história?
Marc Bloch, historiador Francês, morto pelos nazistas em 1944, deixou uma obra inacabada que pode nos ajudar a chegar a essa resposta. No livro “Apologia da História”, publicado em 1949, Marc Bloch diz que a “história é o estudo do homem no tempo”. Todos nós, eu e você meu caro leitor, somo os atores principais dessa história. Somos os personagens principais dessa maravilhosa história. Talvez a mais bela história da vida nesse planeta seja a história humana.
Marc Bloch, historiador Francês, morto pelos nazistas em 1944, deixou uma obra inacabada que pode nos ajudar a chegar a essa resposta. No livro “Apologia da História”, publicado em 1949, Marc Bloch diz que a “história é o estudo do homem no tempo”. Todos nós, eu e você meu caro leitor, somo os atores principais dessa história. Somos os personagens principais dessa maravilhosa história. Talvez a mais bela história da vida nesse planeta seja a história humana.
Ao mesmo tempo que se
configura como uma história bela e surpreendente, a história humana também consegue
ser assustadora: Como atores principais da história podemos colocar nossos
nomes em feitos ciclópicos como Gengis Khan o maior conquistador que a terra já
conheceu. Podemos colocar nossos nomes em feitos memoráveis como Nelson Mandela
e sua luta pela igualdade racial. Ao mesmo tempo podemos colocar nossos nomes
em grandes tragédias humanas como Adolf Hitler e o nazismo na Alemanha. A história
humana, portanto, é feita por homens de carne e osso, homens como eu e você.
A palavra história vem do
grego antigo
ἱστορία, transl.: historía, que significa "pesquisa" "conhecimento
advindo da investigação". Teriam sido os gregos os inventores da
história, mais especificamente Heródoto. Nascido no século V a.C. em
Halicarnasso, Heródoto foi o autor da história da invasão persa da Grécia nos
princípios do século V a.C., conhecida simplesmente como “As histórias de
Heródoto”. Esta obra foi reconhecida como uma nova forma de literatura pouco
depois de ser publicada. Um conhecimento advindo da investigação do passado. Heródoto
recebeu a alcunha de o “pai da história”.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
BLOCH, Marc. Apologia da história ou o ofício de
historiador. Rio de Janeiro: J. Zahar, 2002.
LE GOFF, Jacques. História e Memória. Campinas: Unicamp,
1990.
domingo, 14 de fevereiro de 2016
COMO ESTUDAR HISTÓRIA: MÉTODOS E TÉCNICAS
Prof. Douglas Barraqui
1 - CRIAR
UMA LINHA DO TEMPO – Saber as datas não é uma exigência do ENEM. Portanto,
você não precisa se preocupar em decorar datas, mas saber organizar os fatos
históricos ao longo de uma linha do tempo ajudará você a ENTENDER melhor os acontecimentos. Ao estudar história geral,
história da América, história da África e história do Brasil você já deve ter
notado que muitas coisas acontecem simultaneamente. Veja um exemplo:
A Revolução
Francesa de 1789 a Inconfidência
Mineira, também de 1789. O primeiro um
acontecimento divisor de águas da história da Europa e do mundo; o
segundo um dos mais importantes movimentos sociais da História do Brasil. Há alguma coisa em comum entre esses dois acontecimentos
históricos? Quando você for capaz de correlacionar acontecimentos de um
mesmo período de locais diferentes, de povos e culturas diferentes, a sua VISÃO e COMPREENSÃO da história irá se expandir exponencialmente.
2 - RESUMOS
EM TÓPICOS – Ao estudar história você notará que existe muitas informações importantes
e outras, nem tanto. Portanto, ao extrair o que há de MAIS RELEVANTE, você condensará todas as informações em um papel,
facilitando os estudos. Além disso, o resumo pode ser o suficiente para você INTERLIGAR os FATOS para COMPREENDER o
CONTEÚDO. Para entender a matéria,
basta que poucas palavras apareçam no resumo para que consiga desenvolver todo
o conteúdo. A cada vez que você REFAZER o RESUMO – com lápis, caneta e papel (nunca digitado) – você notará que as informações vão se fixando e você mesmo vai
sentir a necessidade de enxugar palavras tornando o resumo cada vez mais
conciso e menor. Sobre um mesmo tema faça no MÍNIMO 4 RESUMOS e você vai notar como o conteúdo vai se fixar melhor.
Basicamente um resumo você deve se preocupar:
a) Relação causas/consequências;
b) Características;
c) Aspectos políticos, sociais,
econômicos e culturais;
d) Sucessão de fatos;
3 - ENCONTRAR
LÓGICA – Tenha em mente que DECORAR
é ESQUECER, ESTUDAR é APRENDER. Não
fique preocupado em decorar datas ou nomes desse ou daquele presidente, rei ou
ditador. Passe a se preocupar em ENCONTRAR
UMA LÓGICA entre os fatos históricos. Assim você verá as datas e os nomes
serão guardados em sua memória de maneira natural. Tenha em mente que tudo que você estuda na
história tem uma lógica e faz sentido. Se você conseguir captar esta lógica, você
vai notar como história é fácil de aprender. Para encontrar a lógica de um
determinado fato ou acontecimento histórico, você deve ficar atento:
a) ao
PROCESSO HISTÓRICO:
Exemplo: o que levou a queda ou a subida ao trono de um determinado rei. O que
vem antes e o que aconteceu depois.
b) aos
CONCEITOS: Nunca
deixe de compreender conceitos como democracia, ditadura, liberalismo
econômico, mercantilismo, sociedade, etc.
c) a
SITUAÇÃO: onde e
quando ocorreu o fato? Ele é de caráter econômico ou político?
d) os
PERSONAGENS: quem
fez? quem se opôs?
e) as
CAUSAS: por que
aconteceu tal fato?
f) as
CONSEQUÊNCIAS: o que
houve depois, direta ou indiretamente relacionado ao fato?
g) a
CRÍTICA: o que as
pessoas da época pensavam sobre determinado acontecimento? o que as pessoas
hoje e você penso disso? Não poderia ter sido de outra forma? Procure pensar no
que não aconteceu, para entender melhor o que aconteceu.
4 – INFOGRÁFICOS –
Fazer infográficos é uma das melhores maneiras de MEMORIZAR O CONTEÚDO. Sempre que fizer um infográfico estabeleça as
relações de CAUSAS/CONSEQUÊNCIAS, ACONTECIMENTOS, CARACTERÍSTICAS. Tome como base seu resumo para montar um
infográfico. Abuse das cores, das formas, do desenho. Quanto mais chamativo e
destacado estiver uma determinada informação, mais ela se fixará em sua
memória. Veja nos exemplos abaixo:
LIVROS
DE HISTÓRIA RECOMENDADOS PARA VOCÊ ESTUDAR HISTÓRIA PARA ENEM E VESTIBULARES:
Ø
História do Brasil (Bóris Fausto) -
narra os fatos mais importantes da história brasileira, cobrindo um período de
mais de quinhentos anos, desde as raízes da colonização portuguesa até nossos
dias, e analisando minuciosamente as grandes linhas de força que indicam o
sentido de nossa formação.
Ø
Uma Breve História do
Mundo
(Geoffrey Blainey) - vai entrelaçando a história de um povo a outro, de forma
didática e vibrante. Distante de formalismos, instiga e envolve o leitor página
por página, levando-o a conhecer e interpretar melhor os fatos que nos
trouxeram aos dias de hoje.
Ø
História-Geral e
Brasil
(José Geral Vinci de Moraes) - Livro didático aprovado pelo MEC. Apresenta o
programa completo de História Geral e do Brasil para o ensino médio. Com
análise da nossa história integrada à história mundial, pretende-se
possibilitar ao aluno estabelecer relações entre as especificidades da
sociedade à qual pertence e a realidade mais ampla em que ela se insere.
Ø
História Geral e do
Brasil
(Claudio Vicentino e Gianpaolo Dorigo) - Livro didático aprovado pelo MEC. Em
sua mais nova edição conteúdos foram mais aprofundados a exemplo de História da
África, da América, da China e da Índia. Ganhou relevância também o papel
africano e indígena na construção do Brasil. As atividades foram totalmente
reformuladas com o objetivo de desenvolver as habilidades e o pensamento
crítico dos alunos, preparando-os para entender seu mundo e, ao mesmo tempo,
enfrentar exigências da vida profissional e dos exames nacionais, como Enem e
vestibulares.
REFERÊNCIAS:
O'CONNOR, Joseph. Manual de programaçao neurolinguistica:PNL: um guia prático para
alcançar os resultados que você quer.Rio de Janeiro:Qualitymark, 2003.
PIAZZI, Pierluigi. Aprendendo inteligência: manual de instruções do cérebro para
alunos em geral. Coleção neuropedagogia. 2. Ed. rev. Vol 1. São Paulo: Aleph,
2008.
PIAZZI, Pierluigi. Ensinando a inteligência. Coleção neuropedagogia. 1. Ed. rev. Vol
1. São Paulo: Aleph, 2008.
PIAZZI, Pierluigi. Estimulando a inteligência. Coleção neuropedagogia. Vol 1. São Paulo: Aleph, 2008.
SARQUIZ, Moisés Manir. Boas notas na Escola: aluno nota dez. A-DEZ Editora e Distribuidora
Ltda.
quarta-feira, 27 de janeiro de 2016
HÁ ESCOLAS QUE SÃO GAIOLAS E HÁ ESCOLAS QUE SÃO ASAS
Deixo para vocês as sábias palavras de um dos autores, que particularmente considero como, mais importante da área da educação em nosso país, Rubem Alves:
Escolas que são gaiolas
existem para que os pássaros desaprendam a arte do vôo. Pássaros engaiolados
são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde
quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros.
Porque a essência dos pássaros é o vôo.
Escolas que são asas não
amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em vôo. Existem para
dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o vôo, isso elas não podem fazer,
porque o vôo já nasce dentro dos pássaros. O vôo não pode ser ensinado. Só pode
ser encorajado.
segunda-feira, 4 de janeiro de 2016
NÃO CONFUNDA A MINHA LIBERDADE COM A SUA LIBERTINAGEM
Prof. Douglas Barraqui
A partir da segunda metade do
século XVII e durante todo o século XVIII, a palavra liberdade tornou-se ordem
do dia, tomou uma forma e uma concepção pautada pelas novas luzes do pensamento
da época. Era o chamado pensamento iluminista, ou ilustrado. As ideias
iluministas provocaram o questionamento da ordem estabelecida, uma mal estar no
chamado Antigo Regime, que perpassava os aspectos econômicos, políticos,
sociais e culturais da época. Acrescida ao desenvolvimento tecnológico, que deu
fruto a Revolução Industrial, essas novas ideias dariam luz a um novo mundo. A
este mundo o qual eu e você vivemos devemos fortes raízes do iluminismo.
E sobre a minha frase, que serve
de título para esse artigo, Charles-Louis de Secondat, o barão de Montesquieu,
nos dá uma importante contribuição:
“É bem verdade que nas
democracias o povo parece fazer o que quer; mas a liberdade política não
consiste em fazer o que se quer. Num Estado, isto é, numa sociedade em que
existem leis, a liberdade só pode consistir em poder fazer o que se deve querer
e a não ser coagido a fazer o que não se deve querer. É preciso ter em mente o
que é independência e o que é liberdade. A liberdade é o direito de fazer tudo
o que as leis permitem; e se um cidadão pudesse fazer o que elas proíbem, ele
não teria mais liberdade, porque os outros também teriam esse poder.”
REFERÊNCIA:
MONTESQUIEU. O espírito das leis.
Em: WEFFORT, Francisco C. (Org.). Os
clássicos da política. São Paulo: Ática, 1989. v. 1.
sexta-feira, 5 de dezembro de 2014
Evolucionismo ou Criacionismo? e agora professor?
Por
Douglas Barraqui
Meus alunos, os mais e os menos
crentes, sempre me perguntam: “professor, você acredita no Evolucionismo ou no
Criacionismo?”. Levando em consideração que nós educadores somos formadores de
opinião, temos que ter muito cuidado em colocar nossa opinião. Não vejo nada de
errado em expor, para nossos alunos, a nossa opinião como professores. O que
temos que nos ater é como fazemos isto.
Um primeiro ponto que o
considero como fundamental para evitar eventuais conflitos é retirar esse
“ismo” de criacionismo e evolucionismo. Pois dá uma noção de tipo de idéias e
ideologias de cunho fundamentalista. É justamente isso que nós, professores,
devemos evitar. Podemos falar, sem nenhum problema do ponto de vista teórico,
em “evolução” e “criação”. Alunos do ensino médio serão muito receptivos a esta
linha de observação quanto ao tema em questão.
Falando
de Evolução
Ao falar de evolução, a
primeira coisa a se fazer é definir para o nosso aluno o que seria evolução.
Não estou falando da definição histórica de evolução, mas sim biológica.
Portanto, requer do professor uma interdisciplinaridade. Para a biologia “evolução
é a simples constatação de que organismos compartilham ancestrais comuns”.
Podemos até dizer que esses organismos estão unidos por relações históricas. Ou
seja, nenhum ser vivo desse planeta tem origem independente. Os seres vivos são
parte de um todo que envolveu diversificação. Portanto, ao falar de evolução o
professor não deve ficar limitado a falar de Darwin, pois a idéia de evolução é
anterior a esse cientista. Falar de evolução é falar de um longo período da
história de nosso planeta que rompe mesmo à existência humana, que, inclusive, também
passou por um processo evolutivo.
Falando
de Criação
Ao falar de criação o
professor tem que mostrar ao aluno, com cuidado e polimento das palavras, que
não existe uma única versão para a criação. A versão mais difundida e comumente
compartilhada nas famílias de nossos alunos é aquela disposta no livro do
gênesis da bíblia, em que Deus criou a terra em sete dias.
É fundamental que o
professor mostre para o aluno outras histórias sobre a criação dispostas em
outros povos, culturas e civilizações. Por exemplo, os egípcios acreditavam que
antes do mundo surgir existiam somente as trevas e a chamada “água primordial” (o que faz clara
referência ao Rio Nilo). A partir dessa água primordial teria surgido o deus Atum, que deu origem a descendentes
responsáveis pela criação dos ares, das terras e do céu. Na mitologia grega, a
criação seria fruto dos filhos gerados a partir de Caos. Entre todos os descendentes, foi da união de Urano (céu) e Gaia (terra) que o mundo teria surgido.
Não há, portanto, apenas uma
versão da criação. Criação é uma explicação para a origem do universo e de
todas as coisas, segundo alguma doutrina religiosa ou mitológica.
Podemos
Contestar a Evolução?
Aqui o professor deve
explicar para o aluno que, como prova de um longo processo evolutivo, existem os
registros fósseis. É fundamental que o professor explique ao aluno o conceito
de fóssil e como ele pode ajudar a explicar o processo evolutivo.
Existem ainda vários casos,
muito bem documentados, de fatores evolutivos atuando no momento. O professor
pode citar como exemplo os salmões introduzidos no lago Washington, na década
de 1950. Por contingências do próprio fundo do lago alguns desses alevinos se
estabeleceram no rio, que deságua no lago Washington, e outras se estabeleceram
no próprio lago em uma margem favorável a desova. Mesma população de salmões,
mesmos filhotes. Sessenta anos depois, no lago Washington, há duas populações
que não mais se cruzam, apesar de serem da mesma espécie de salmões e de
poderem se encontrar no mesmo lago. Existe uma população que ficou
fisiologicamente e morfologicamente adaptada ao rio e outra adaptada ao lago.
Os salmões do rio possuem uma forma alongada, talvez influência das correntes e
da necessidade de vencê-las. Os salmões do lago, sem influência de correntes,
possuem uma forma mais alta e arredondada. Portanto, evolução é possível.
Até mesmo do ponto de vista
da igreja católica a evolução não é mais vista como algo contra a doutrina
religiosa. Desde 1996 existe um documento do vaticano, ratificado pelo papa
João Paulo II, dizendo que a evolução material e do corpo era perfeitamente
passível de uma explicação por parte dos evolucionistas, ou seja, por parte da
ciência.
Podemos
Contestar a Criação?
Não há necessidade, tão
pouco seria ético, por parte do professor provar a existência de Deus, tão
pouco contestá-la. Tão pouco o professor deve criar na imaginação do seu aluno
– atente-se, pois a imaginação do nosso aluno pode ser demasiadamente fértil –
um Deus, benevolente, que pregue a justiça, o amor entre o próximo, realizando
um processo em que o mais apito sobrevive. Isso romperia com toda e qualquer
ensinamento desse próprio Deus. Portanto, do ponto de vista da doutrina
religiosa, não haveria espaço para a evolução. Logo, cabe ao professor o máximo
de respeito a esta explicação. Eu diria
até um pouco mais, respeitar o criacionismo é respeitar o meu aluno na suas
crenças e fé. Portanto, nada aqui, nem ciência e nem religião devem ser
contestados, mas sim apresentados.
Concluindo
Então, “professor, você acredita
no Evolucionismo ou no Criacionismo?” sempre digo que não é papel do professor
dar respostas óbvias, capciosas, engessadas, maquiadas, maquinadas e
partidárias. Assim sendo eu respondo ao meu aluno: “eu estou aqui, você meu
aluno está ai, nós estamos aqui nesse bioma, fazemos parte desse ecossistema,
desse planeta, nesse sistema solar, nesta galáxia e nesse universo, portanto, trata-se
de uma questão de liberdade de escolha em que acreditar”.
sábado, 5 de julho de 2014
Filosofia para além de só pensar
Por
Douglas Barraqui
Quando vou
falar de filosofia para meus alunos, mesmo alguns amigos, todos demonstram uma
vaga idéia de que filosofia é pura e simplesmente pegar uma idéia e pensar, e
pensar, e pensar e pensar mais um pouco e sair pensando. Sendo a filosofia,
portanto, pura e simplesmente teoria.
Ai eu
respondo: a filosofia nasce da prática. Um grande filósofo do século XVI, que
provavelmente todos estudaram ele na matemática com o famigerado Produto Cartesiano, René Descartes,
dizia que o filósofo é alguém que tem pés de chumbo e asas. Com certeza fica
difícil imaginar alguém voando com os pés de chumbo. Pois bem, Descartes quis
nos dizer que o filósofo é alguém que parte daquilo que está no chão e bate
asas, levanta vôo mesmo que levemente, para não ficar resumido a superfície.
Desse ponto de vista a filosofia pode sim ser vista como algo mais abstrato e
teórico.
Porém não se pode resumir a filosofia a isto. Por exemplo:
quando pensamos sobre a origem da vida, ou, pensamos sobre a morte; ou pensamos
sobre os critérios para compreender que esse mesmo texto, essas mesmas palavras
que você está lendo, são verdades ou fruto do devaneio da minha imaginação. Ou
quando pensamos em religião: religião é coisa de gente ignorante? Ou ignorante
é quem não tem? Política: é só pra gente idiota ou idiota é quem não participa
da política? Pois, então, eu digo, todas essas questões filosóficas servem para
nos balançar. Eis a função prática da filosofia.
quarta-feira, 29 de janeiro de 2014
terça-feira, 30 de outubro de 2012
AULA - TEORIAS SOBRE A ORIGEM DO UNIVERSO
domingo, 29 de abril de 2012
Pergunte ao passado
Prof. Douglas Barraqui
As reflexões sobre a “história”
ecoaram durante milênios e continuam até hoje a soar como sons enigmáticos:
“quem somos? Para onde vamos? Para que viemos e qual será nosso destino? como
obter a salvação? Onde encontrar todas as respostas para todas as perguntas?
“Ó homem, conhece-te a
ti mesmo e conhecerás os deuses e o universo”. (Inscrição no oráculo de Delfos)
Em tempos remotos o homem buscou as
respostas para suas aflições em meio a rituais místicos, solicitou respostas a
oráculos, a videntes e a profetas. Era o homem, que sofrendo com a própria
ausência, tentava criar uma imagem global, reconhecível e aceitável, de si
mesmo. O homem buscou isso quase todo o tempo e continua por tentar.
Para os gregos a história se repete,
o futuro teria os mesmos eventos do passado, e os homens teriam sempre as
mesmas pulsações e necessidades. Portanto, os gregos tinham uma visão cíclica
da história, repetitiva: nasce, cresce, dá frutos, envelhece e morre.
Os helênicos não se preocupavam com
o passado. Acreditavam que o futuro individual já estava traçado podendo até
ser antevisto: perguntar o que fazer? e/ou, o que será? Questões que apontam
necessariamente para o papel dos oráculos. Entre os teóricos da historiografia
é sabido que entre os gregos não há idéia de história universal, não havia
ainda sido formulada, sendo esta desenvolvida pelos romanos cristãos.
Na concepção dos romanos, filhos
daqueles que mamaram na teta da loba, o futuro passou a ser o centro da
história e o fim da história seria a romanização do mundo. É aqui que surge o
conceito de história universal aplacada, em amplitude, pelo o que seria a
dominação romana sobre o mundo pagão.
Os judeus por sua vez desenvolveram
a idéia de história como um caminho linear para a salvação humana. Os romanos
cristãos encaravam o futuro como a vitória incontestável de Cristo, e
consequentimente de Roma, por fim, o fim do calvário do homem.
O homem renascentista buscava o
êxito econômico com a riqueza, o êxito político com o poder, o êxito social com
o estatus, a estética com a vaidade e o intelectual com a razão. O mundo
medieval abria espaço para um mundo em que o homem estava no centro das coisas,
o antropocentrismo.
O ambiente na pós-modernidade é
caracterizado pelo individualismo, pelas mudanças aceleradas na ciência e
tecnologia que caminham de mãos dadas a fim de dar a respostas e acabar com o
sofrimento do homem. Tudo é em tempo real e imediato, demos o nome a isso de
globalização. As questões locais tomam relevância e as generalizações tornam-se
um perigo eminente a exemplo do etnocentrismo, do imperialismo, do racismo, do xenofobismo
e do nacionalismo. As resistências passam a ser concebidas como intolerância,
fanatismo e irracionalidade. Surgem novos atores Hitler, Saddam, Bush, Obama,
Lula e Dilma. O mundo não pode mais ser visto em uma estrutura maniqueísta de
preto e branco, heróis e vilões, vitoriosos e derrotados; aparecem outras cores,
vários atores.
Tudo é prazer imediato, não é mais o
que você é, mas sim o que você tem. Não é mais o que você planta, mas sim o que
você pode destruir e construir a partir da destruição. E as respostas para as
aflições humanas? Talvez esta seja a resposta: a constante busca por respostas.
domingo, 14 de agosto de 2011
O Materialismo Histórico Dialético: uma breve consideração
Por Douglas Barraqui
Já tentaram, mas foi um fiasco, explicar os fenômenos sociais com auxílio das leis naturais, ou seja, as leis que regem a natureza. A busca incessante pela verdade empírica é como uma sede implacável para homem e, assim sendo, ele desenvolveu referenciais teóricos e metodológicos como forma de explicar a realidade, matar sua sede pela verdade. Tenho que lhes precaver que esse artigo é diminuto, não se trata de algo aprofundado, apenas pode lhe servir como referência para uma primeira análise quanto ao entendimento do Materialismo Histórico Dialético.
Pois bem, e o que vem a ser o materialismo? Em resumo é um conjunto de doutrinas filosóficas que busca explicações para os problemas diretamente relacionados ao plano da realidade no mundo material ao longo da história. Uma explicação materialista dentro de uma interpretação marxista, por exemplo, coloca um problema social do plano real dentro de um modo de produção.
O materialismo histórico, pois bem, é uma tese do marxismo, que com auxílio do conceito de modo de produção da vida material busca explicações para o conjunto de acontecimentos do plano real envolvendo o social, o político, o econômico e o cultural. Trata-se de um método de compreensão e analise do campo da historiografia. O mesmo que coloca sobre a mesa o conceito de lutas de classes.
Uma analise sobre a ótica do materialismo histórico explica a realidade da seguinte forma: a produção material é o pilar da ordem social, é algo que sempre existiu em todas as sociedades. A repartição do que é produzido, aliado a divisão dos homens em classes é determinada pelo o que, e como, a sociedade produz. Um exemplo prático: o modo de produção escravista da antiguidade: o senhor e seu escravo, o patrício e o plebeu em Roma; o modo de produção feudal: o senhor e o seu servo; e o modo de produção capitalista: o burguês e o proletariado.
A respeito da Dialética trata-se de uma palavra de origem grega que significa “verdade”, para o nosso caso, “Di” seria igual a duas verdades. Assim podemos esquematizar o método dialético da seguinte forma:
A “tese” trata-se de uma primeira proposição dada; a “antítese” é a oposição, ou seja, contrária à tese. Do choque entre a “tese” e a “antítese” é que temos uma conclusão, a “síntese”. A “síntese” é uma conclusão nova, retirada a partir do embate, a “síntese” porconsequinte torna-se uma nova “tese” que ira se chocar com uma nova “antítese” e como resultado uma nova “síntese”, sendo um processo sem fim.
“As relações sociais são inteiramente interligadas às forças produtivas. Adquirindo novas forças produtivas, os homens modificam o seu modo de produção, a maneira de ganhar a vida, modificam todas as relações sociais. O moinho a braço vos dará a sociedade com o suserano; o moinho a vapor, a sociedade com o capitalismo industrial”. [1]
O Materialismo Histórico Dialético, portanto, trata-se de um referencial teórico na busca de explicações para os problemas dos fenômenos do plano da realidade. É utilizável? Sim, mas não consegue aplacar toda a complexidade dos problemas do plano real e tem seus problemas explicativos, como vários outros referenciais teóricos também têm.
Bibliografia:
MARX, Karl. Miséria da filosofia. São Paulo: Grijalbo, 1976. 222p
sábado, 15 de janeiro de 2011
Para que serve a história: um exercício prático
Por Douglas Barraqui
Meus alunos e até mesmo alguns amigos me perguntam: por que é que se estuda o passado? Afinal de contas o passado passou é imutável; e eu respondo: por causa do presente. Mas, como isso funciona? Faremos um exercício prático para isso e primeiro preciso que você, meu caro leitor, assista o vídeo abaixo:
A caça as bruxas é um tema badalado nos estudos históricos, todavia é frequente da Idade Média e quando nos deparamos com as “crianças bruxas na África” em pleno século XXI o que devemos fazer? Aqui podemos recorrer a Marc Léopold Benjamim Block quando ele defende que problema é algo que acontece no campo da realidade, que nos incomoda, que nos estimula a buscar explicações, problemas são /estão no presente. A capacidade de analisar os fenômenos complexos da realidade a partir da sua complexidade é justamente o que distingui a História de outras disciplinas. O que acontece é que os historiadores são descompromissados com o presente. Por isso é que as pessoas se perguntam: para que serve a História?
O tema as “crianças bruxas na África” é motivo de debate para a mídia, para os direitos humanos, governos e especialista acadêmicos (os intelectuais). E como a história poderia estudar esse tema? Vejamos: a mídia, como é muito comum, transforma a notícia em espetáculo com uma postura moralista em seu fundo; acabam condenando os pastores neopentecostais (vistos nos vídeos acusando as crianças de serem bruxas) de agirem de má-fé, visando o enriquecimento particular; e o moralismo midiático nos ajuda a conceber um fenômeno complexo do presente. Resumindo a imprensa cumpre seu papel de informar, chamando nossa atenção para um problema atual. Os grupos em sua grande maioria ONGs ligadas aos direitos humanos são levados pela emergência da situação e muitas das vezes não questionam a crença em questão. A postura dos governos e a de condenação, todavia, estamos falando de África e de países que sobrevivem precariamente com a falta de recursos.
Agora se formos fazer uma analise intelectual em toda a complexidade da historicidade do caso em questão teríamos que sim fazer uma analise histórica. Pois bem: a áfrica conheceu o cristianismo a partir das cruzadas do século XI, XII e XIII que levaram consigo a cruz e a espada pela África setentrional, mas de forma mais ampla, principalmente nas regiões que correspondiam ao antigo Reino do Congo, a introdução do cristianismo ocorreu a partir do século XVI. Entre as religiões do Reino do Congo, principalmente na cosmologia barongo, era comum crianças receberem espíritos benignos para fazer o bem para suas famílias.
Pesquisando mais sobre o caso descobrimos que até pouco tempo as acusações de bruxarias para com as crianças se mantinha no seio da família, geralmente em segredo. Mais recentemente que o tema tomou ares mais problemáticos atingindo a estrutura familiar e ferindo os direitos humanos.
Então temos um problema recente, um fenômeno recente. Alguns esperavam, e até mesmo chegaram a acreditar, que com a modernidade a feitiçaria iria desaparecer. Isso não aconteceu. Pois bem, como historiador apresento uma hipótese, para explicar o fenômeno das “crianças bruxas na África”: fazendo uma análise econômica percebemos que a partir dos processos de independência, os países africanos promoveram aberturas a modernização e ao processo de globalização. Tudo foi muito rápido, concentração de renda e desemprego, não deu tempo para os essas nações se prepararem estruturalmente.
Politicamente vários países africanos estiveram por anos imersos em guerra civil que produziu mortos, mutilados e crianças órfãs.
Em termos religiosos houve crescimento das Igrejas Pentecostais e em caráter familiar, a desestruturação da família por fatores mais gerais acaba levando pais e parentes a acusarem as crianças de bruxaria. As igrejas entram na sequência trazendo a suposta cura e ao mesmo tempo alimentando essa crença.
O que proponho então é a seguinte explicação: o desenvolvimento do capitalismo em sua fase neoliberal atingiu alguns países africanos, assolados por anos de exploração colonial e guerras civis, de modo a afetar suas organizações sociais. Sem recursos para as áreas de assistência social como emprego, educação, saúde, segurança entre outros, esses países assistem a desestruturação da organização familiar que buscam refugio no apego religioso. Entram em sena as Igrejas Pentecostais atuando alimentando a crença e em muitos casos extorquindo o pouco que essas pessoas têm. As “crianças bruxas na África” são na verdade só uma parte da desgraça social que recai sobre diversos países daquele continente no contexto pós-colonialismo.
Concluindo: essa é “a explicação”? certamente que não é a única. É claro que a intervenção da História neste problema não vai resolvê-lo. Mas, não pode se negar que ajuda a discutir melhor a relação entre os fatores e sua temporalidade. Fenômenos complexos como o caso das “crianças bruxas na África” exigem abordagens múltiplas para assim encontrar qual o melhor diálogo que pode ser estabelecido entre os diversos atores (família, lideres religiosos e autoridades). O que eu quis mostrar e que sim, a História pode contribuir com as problemáticas do presente, todavia a maioria dos historiadores não se interessam pelo presente. Devemos lembrar que a história é o estudo do homem no tempo, mas quem estuda essa homem está aqui no presente.
Referencias Bibliográficas:
OLIVER, Roland Anthony. A experiência africana: da pré-história aos dias atuais. Rio de Janeiro: J. Zahar, c1994. 313p.
SARAIVA, José Flávio Sombra. Formação da África contemporânea. 3. ed. - São Paulo: Atual, c1990. 66p.
PEREIRA, André Ricardo Valle Vasco. Descompromisso do historiador com o presente. Palestra pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Semana da História. Novembro de 2010.
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