segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

NÃO CONFUNDA A MINHA LIBERDADE COM A SUA LIBERTINAGEM

Prof. Douglas Barraqui

A partir da segunda metade do século XVII e durante todo o século XVIII, a palavra liberdade tornou-se ordem do dia, tomou uma forma e uma concepção pautada pelas novas luzes do pensamento da época. Era o chamado pensamento iluminista, ou ilustrado. As ideias iluministas provocaram o questionamento da ordem estabelecida, uma mal estar no chamado Antigo Regime, que perpassava os aspectos econômicos, políticos, sociais e culturais da época. Acrescida ao desenvolvimento tecnológico, que deu fruto a Revolução Industrial, essas novas ideias dariam luz a um novo mundo. A este mundo o qual eu e você vivemos devemos fortes raízes do iluminismo.

E sobre a minha frase, que serve de título para esse artigo, Charles-Louis de Secondat, o barão de Montesquieu, nos dá uma importante contribuição:

“É bem verdade que nas democracias o povo parece fazer o que quer; mas a liberdade política não consiste em fazer o que se quer. Num Estado, isto é, numa sociedade em que existem leis, a liberdade só pode consistir em poder fazer o que se deve querer e a não ser coagido a fazer o que não se deve querer. É preciso ter em mente o que é independência e o que é liberdade. A liberdade é o direito de fazer tudo o que as leis permitem; e se um cidadão pudesse fazer o que elas proíbem, ele não teria mais liberdade, porque os outros também teriam esse poder.”

REFERÊNCIA:


MONTESQUIEU. O espírito das leis. Em: WEFFORT, Francisco C. (Org.). Os clássicos da política. São Paulo: Ática, 1989. v. 1.

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