Prof. Douglas Barraqui
A partir da segunda metade do
século XVII e durante todo o século XVIII, a palavra liberdade tornou-se ordem
do dia, tomou uma forma e uma concepção pautada pelas novas luzes do pensamento
da época. Era o chamado pensamento iluminista, ou ilustrado. As ideias
iluministas provocaram o questionamento da ordem estabelecida, uma mal estar no
chamado Antigo Regime, que perpassava os aspectos econômicos, políticos,
sociais e culturais da época. Acrescida ao desenvolvimento tecnológico, que deu
fruto a Revolução Industrial, essas novas ideias dariam luz a um novo mundo. A
este mundo o qual eu e você vivemos devemos fortes raízes do iluminismo.
E sobre a minha frase, que serve
de título para esse artigo, Charles-Louis de Secondat, o barão de Montesquieu,
nos dá uma importante contribuição:
“É bem verdade que nas
democracias o povo parece fazer o que quer; mas a liberdade política não
consiste em fazer o que se quer. Num Estado, isto é, numa sociedade em que
existem leis, a liberdade só pode consistir em poder fazer o que se deve querer
e a não ser coagido a fazer o que não se deve querer. É preciso ter em mente o
que é independência e o que é liberdade. A liberdade é o direito de fazer tudo
o que as leis permitem; e se um cidadão pudesse fazer o que elas proíbem, ele
não teria mais liberdade, porque os outros também teriam esse poder.”
REFERÊNCIA:
MONTESQUIEU. O espírito das leis.
Em: WEFFORT, Francisco C. (Org.). Os
clássicos da política. São Paulo: Ática, 1989. v. 1.
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