Prof. Douglas Barraqui
“Eu sou pobre, pobre, pobre
de marré, marré, marré
eu sou pobre, pobre, pobre
de marré deci”.
Uma cantiga clássica de brincar. Tem
sua origem na Europa nórdica. Após algumas pesquisas pude constatar que "marré"
provém, devido a inúmeras corrupções, do diminutivo do nome Maria, “Marie” em francês. Já "deci",
foi extraído do verso "dans ce jeu
d'ici", que significa “neste jogo daqui”, trata-se da variante belga
da canção.
A canção de brincar não é meu
foco aqui. Meu foco é um fenômeno, um tanto quanto curioso, quem sabe até
trágico, que percebo na sociedade brasileira:
No Brasil atual, dados da revista
Exame, existem 0,1% da população que são milionárias. Estou falando de nomes
como o empresário Jorge Paulo Lemann, sócio da AB Inbev (dona da Ambev no
Brasil). Os sócios de Lemann, Marcel Herrmann Telles e Beto Sicupira. E é claro,
não poderia faltar, Marcelo Odebrecht, preso em 19 de junho, junto com outros
dez executivos da Odebrecht na operação Lava Jato da Polícia Federal. Esse 0,1%,
milionários, exatas 43 pessoas, vivem como tal, pois assim podem, são milionários.
Muito luxo e ostentação. Também, o que não é uma regra que se aplica a todos, muita
sonegação, maracutaias, leia-se aqui corrupção.
Continuando com os dados da
revista Exame: 1,8 % da população tem entre 100 mil e 1 milhão de dólares na
conta. São, pois, ricos. Vivem como tal, pois assim podem, eles tem muito
dinheiro. Muito luxo e ostentação. Também, o que não é uma regra que se aplica
a todos, muita sonegação, maracutaias, leia-se aqui corrupção.
Continuando com os dados da
revista Exame: 22,2 % da população brasileira possuem entre 10 a 100 mil dólares
na conta. Continuam sendo ricos. Ricos “descendendo” para já uma classe média
alta do nosso país. Muito luxo e ostentação. Também, o que não é uma regra que
se aplica a todos, muita sonegação, maracutaias, leia-se aqui corrupção.
Ainda com os dados da revista
Exame: 75,9% da população possuem menos de 10 mil dólares na conta. Muitos aqui
nessa parcela não são ricos e poucos são pobres. Muito luxo e ostentação. Também,
o que não é uma regra que se aplica a todos, muita sonegação, maracutaias,
leia-se aqui corrupção.
O que eu quero dizer é que no
Brasil o milionário e o rico vivem como tal, pois podem. Muito luxo e ostentação.
A classe média quer viver como rico, não podem, mas ostentam assim mesmo. O pobre
quer ser rico, se não labutar de sol a sol como escravo morre de fome, mas
ostenta do mesmo jeito em suaves prestações a perder de vista.
Fenômeno, no mínimo, curioso. Praticamente
todos se dizem ou querem ser ricos. Não medem esforços para agaranhar ou pelo
menos aparentar riqueza. Mesmo que esse esforço signifique em sonegar, pagar
propina, se dar bem à custa de outrem. O cenário mais trágico disso tudo, a
ponta do iceberg, é a política. Para fechar, ostentação rima com...
REFERÊNCIA:
Quantas são e quanto têm as pessoas mais ricas do Brasil. http://exame.abril.com.br/economia/noticias/quantos-sao-e-quanto-ganham-as-pessoas-mais-ricas-do-brasil.
Acesso em 15 de janeiro de 2016.
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