QUESTÃO 1
A
ética precisa ser compreendida como um empreendimento coletivo a ser
constantemente retomado e rediscutido, porque é produto da relação interpessoal
e social. A ética supõe ainda que cada grupo social se organize sentindo-se
responsável por todos e que crie condições para o exercício de um pensar e agir
autônomos. A relação entre ética e política é também uma questão de educação e
luta pela soberania dos povos. É necessária uma ética renovada, que se construa
a partir da natureza dos valores sociais para organizar também uma nova prática
política. (CORDI et al. Para filosofar)
O Século XX teve de repensar a ética para enfrentar novos
problemas oriundos de diferentes crises sociais,conflitos ideológicos e
contradições da realidade. Sob esse enfoque e a partir do texto, a ética pode
ser compreendida como
a)
instrumento de garantia da cidadania, porque através dela os
cidadãos passam a pensar e agir de acordo com valores coletivos.
b)
mecanismo de criação de direitos humanos, porque é da natureza
do homem ser ético e virtuoso.
c)
meio para resolver os conflitos sociais no cenário da
globalização, pois a partir do entendimento do que é efetivamente a ética, a
política internacional se realiza.
d)
parâmetro para assegurar o exercício político primando pelos
interesses e ação privada dos cidadãos.
e)
aceitação de valores universais implícitos numa sociedade que
busca dimensionar sua vinculação a outras sociedades.
QUESTÃO 2
Na
ética contemporânea, o sujeito não é mais um sujeito substancial, soberano e
absolutamente livre, nem um sujeito empírico puramente natural. Ele é
simultaneamente os dois, na medida em que é um sujeito histórico-social. Assim,
a ética adquire um dimensiona-mento político, uma vez que a ação do sujeito não
pode mais ser vista e avaliada fora da relação social coletiva.Desse modo,
a ética se entrelaça, necessariamente, com a política, entendida esta como a
área de avaliação dos valores que atravessam as relações sociais e que
interliga os indivíduos entre si.
(SEVERINO. A. J. Filosofia)
O texto, ao evocar a dimensão histórica do processo deformação
da ética na sociedade contemporânea, ressalta
a)
os conteúdos éticos decorrentes das ideologias
político-partidárias.
b)
o valor da ação humana derivada de preceitos metafísicos.
c)
a sistematização de valores desassociados da cultura.
d)
o sentido coletivo e político das ações humanas individuais.
e)
o julgamento da ação ética pelos políticos eleitos
democraticamente.
QUESTÃO 3
“A
ética exige um governo que defenda a igualdade entre os cidadãos, a qual
constitui a base da pátria. Sem ela, muitos indivíduos não se sentem em casa,
mas vivem como estrangeiros em seu próprio lugar de nascimento.”
(SILVA, R. R. Ética, defesa nacional, cooperação dos povos)
Os
pressupostos éticos são essenciais para a estruturação política e a integração
de indivíduos em uma sociedade. Segundo o texto, a ética corresponde a
a)
valores e costumes partilhados pela maioria da sociedade.
b)
preceitos normativos impostos pela coação das leis.
c)
normas próprias determinadas pelo governo de um país.
d)
transferência dos valores familiares para a esfera social.
e)
proibição da interferência de estrangeiros na pátria de cada um.
QUESTÃO 4
Dali
avistamos homens que andavam pela praia, obra de sete ou oito. Eram pardos,
todos nus. Nas mãos traziam arcos com suas setas. Não fazem o menor caso de
encobrir ou de mostrar suas vergonhas; e nisso têm tanta inocência como em
mostrar o rosto. Ambos traziam os beiços de baixo furados e metidos neles seus
ossos brancos e verdadeiros. Os cabelos seus são corredios. (CAMINHA, P. V.
Carta. RIBEIRO, D. et al. Viagem pela históriado Brasil: documentos).
O texto é parte da famosa Carta de Pero Vaz de Caminha,
documento fundamental para a formação da identidade brasileira. Tratando da
relação que, desde esse primeiro contato, se estabeleceu entre portugueses e
indígenas, esse trecho da carta revela a
a)
preocupação em garantir a integridade do colonizador diante da
resistência dos índios à ocupação da terra.
b)
postura etnocêntrica do europeu diante das características
físicas e práticas culturais do indígena.
c)
orientação da política da Coroa Portuguesa quanto à utilização
dos nativos como mão de obra para colonizar a nova terra.
d)
oposição de interesses entre portugueses e índios, que
dificultava o trabalho catequético e exigia amplos recursos para a defesa
recursos para a defesa da posse da nova terra.
e)
abundância da terra descoberta, o que possibilitou a sua
incorporação aos interesses mercantis portugueses, por meio da exploração
econômica dos índios.
QUESTÃO 5
Os
cruzados avançavam em silencio, encontrando por todas as partes ossadas
humanas, trapos e bandeiras. No meio desse quadro sinistro, não puderam ver,
sem estremecer de dor, o acampamento onde Gauthier havia deixado as mulheres e
crianças. La, os cristãos tinham sido surpreendidos pelos muçulmanos, mesmo no
momento em que os sacerdotes celebravam o sacrifício da Missa. As mulheres, as
crianças, os velhos, todos os que a fraqueza ou a doença conservava sob as
tendas, perseguidos ate os altares, tinham sido levados para a escravidão ou
imolados por um inimigo cruel. A multidão dos cristãos, massacrada naquele
lugar, tinha ficado sem sepultura.
(J. F. Michaud. História das cruzadas)
(J. F. Michaud. História das cruzadas)
Foi, de fato, na sexta-feira 22 do tempo de Chaaban, do ano de
492 da Hegira, que os franj* se apossaram da Cidade Santa, apos um sitio de 40
dias. Os exilados ainda tremem cada vez que falam nisso, seu olhar se esfria
como se eles ainda tivessem diante dos olhos aqueles guerreiros louros,
protegidos de armaduras, que espelham pelas ruas o sabre cortante,
desembainhado, degolando homens, mulheres e crianças, pilhando as casas,
saqueando as mesquitas. (Amin Maalouf. As Cruzadas vistas pelos árabes)
Avalie as seguintes afirmações a respeito dos textos acima, que
tratam das Cruzadas.
I
Os textos referem-se ao mesmo assunto — as Cruzadas, ocorridas no período
medieval —, mas apresentam visões distintas sobre a realidade dos conflitos
religiosos desse período histórico.
II Ambos os textos narram partes de conflitos ocorridos entre cristãos e muçulmanos durante a Idade Media e revelam como a violência contra mulheres e crianças era pratica comum entre adversários.
III Ambos narram conflitos ocorridos durante as Cruzadas medievais e revelam como as disputas dessa época, apesar de ter havido alguns confrontos militares, foram resolvidas com base na ideia do respeito e da tolerância cultural e religiosa.
II Ambos os textos narram partes de conflitos ocorridos entre cristãos e muçulmanos durante a Idade Media e revelam como a violência contra mulheres e crianças era pratica comum entre adversários.
III Ambos narram conflitos ocorridos durante as Cruzadas medievais e revelam como as disputas dessa época, apesar de ter havido alguns confrontos militares, foram resolvidas com base na ideia do respeito e da tolerância cultural e religiosa.
É
correto apenas o que se afirma em
a)
I.
b)
II.
c)
III.
d)
I e II.
e)
II e III.
QUESTÃO 6
No
inicio do século XIX, o naturalista alemão Carl Von Martius esteve no Brasil em
missão cientifica para fazer observações sobre a flora e a fauna nativas e
sobre a sociedade indígena. Referindo-se ao indígena, ele afirmou:
“Permanecendo
em grau inferior da humanidade, moralmente, ainda na infância, a civilização
não o altera, nenhum exemplo o excita e nada o impulsiona para um nobre
desenvolvimento progressivo (…). Esse estranho e inexplicável estado do
indígena americano, ate o presente, tem feito fracassarem todas as tentativas
para conciliá-lo inteiramente com a Europa vencedora e torná-lo um cidadão
satisfeito e feliz.”(Carl Von Martius. O estado do direito entre os autóctones
do Brasil)
Com base nessa descrição, conclui-se que o naturalista Von Martius
a)
apoiava a independência do Novo Mundo, acreditando que os
índios, diferentemente do que fazia a missão européia, respeitavam a flora e a
fauna do pais.
b)
discriminava preconceituosamente as populações originarias da
America e advogava o extermínio dos índios.
c)
defendia uma posição progressista para o século XIX: a de tornar
o indígena cidadão satisfeito e feliz.
d)
procurava impedir o processo de aculturação, ao descrever
cientificamente a cultura das populações originarias da America.
e)
desvalorizava os patrimônios étnicos e culturais das sociedades
indígenas e reforçava a missão “civilizadora européia”, típica do século XIX.
QUESTÃO 7
Um
cidadão é um indivíduo que pode participar no judiciário e na autoridade, isto
é, nos cargos públicos e na administração política e legal. (ARISTÓTELES.
Política)
O termo “cidadania” é polissêmico. Pode-se depreender que, no
texto de Aristóteles, a palavra “cidadão” significa “o indivíduo que…”
a)
contribui para melhorar as condições sociais dos mais
desfavorecidos.
b)
não se omite nas escolhas importantes da comunidade.
c)
age em prol de um futuro melhor para toda a humanidade.
d)
pode legalmente influenciar o futuro da comunidade.
e)
é reconhecido como exemplo para toda a sociedade.
QUESTÃO 8
A
constituição dos dias atuais é a que se segue. Os homens que são filhos de pai
e mãe cidadãos têm direito à cidadania completa e são inscritos na lista de
seus concidadãos nos demos quando completam dezoito anos de idade. Depois de
registrados, os membros do demo votam, sob juramento, primeiro: quais deles
consideram ter, de fato, atingido a idade legal e os que não a atingiram
retornam ao status de criança; segundo: quais os homens que são livres e
nascidos como a lei prescreve. Se decidem que um homem não é livre, ele pode
apelar para o tribunal, enquanto os concidadãos do demo elegem cinco de seu
grupo como acusadores; se for decidido que o julgado não tem direito de ser
registrado como cidadão, a cidade o vende como escravo, mas se ele vencer a
causa os representantes do demo são obrigados a registrá-lo. (ARISTÓTELES. A
Constituição de Atenas)
O texto de Aristóteles representa a definição do cidadão em
Atenas no século IV a.C. Uma diferença entre o conceito antigo e o moderno de
cidadania refere-se a:
a)
a profissão dos indivíduos.
b)
a ideologia dos indivíduos.
c)
as posses dos indivíduos.
d)
o gênero dos indivíduos.
e)
a raça dos indivíduos.
QUESTÃO 9
Um
aspecto importante derivado da natureza histórica da cidadania é que esta se
desenvolveu dentro do fenômeno, também histórico, a que se denomina
Estado-nação. Nessa perspectiva, a construção da cidadania na modernidade tem a
ver com a relação das pessoas com o Estado e com a nação.
(CARVALHO, J. M. Cidadania no Brasil: o longo caminho)
(CARVALHO, J. M. Cidadania no Brasil: o longo caminho)
Considerando-se a reflexão acima, um exemplo relacionado a essa
perspectiva de construção da cidadania é encontrado
a)
em D. Pedro I, que concedeu amplos direitos sociais aos
trabalhadores, posteriormente ampliados por Getúlio Vargas com a criação da
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
b)
na independência, que abriu caminho para a democracia e a
liberdade, ampliando o direito político de votar aos cidadãos brasileiros,
inclusive às mulheres.
c)
no fato de os direitos civis terem sido prejudicados pela
Constituição de 1988, que desprezou os grandes avanços que, nessa área, havia
estabelecido a Constituição anterior.
d)
no Código de Defesa do Consumidor, ao pretender reforçar uma
tendência que se anunciava na área dos direitos civis desde a primeira
constituição republicana.
e)
na Constituição de 1988, que, pela primeira vez na história do
país, definiu o racismo como crime inafiançável e imprescritível, alargando o
alcance dos direitos civis.
QUESTÃO 10
A
política implica o envolvimento da comunidade cívica na definição do interesse
público. Vale dizer, portanto, que o cenário original da política, no lugar de
uma relação vertical e intransponível entre soberanos e súditos na qual a força
e a capacidade de impor o medo exercem papel fundamental, sustenta-se em um
experimento horizontal. Igualdade política, acesso pleno ao uso da palavra e
ausência de medo constituem as suas cláusulas pétreas.
(LESSA, R. Sobre a invenção da política)
(LESSA, R. Sobre a invenção da política)
A
organização da sociedade no espaço é um processo histórico-geográfico,
articulado ao desenvolvimento das técnicas, à utilização dos recursos naturais
e à produção de objetos industrializamos. Política é, portanto, uma organização
dinâmica e complexa, possível apenas pela existência de determinados conjuntos
de leis e regras, que regulam a vida em sociedade. Nesse contexto, a participação
coletiva é
a)
necessária para que prevaleça a autonomia social.
b)
imprescindível para uma sociedade livre de conflitos.
c)
decisiva para tornar a cidade atraente para os investimentos.
d)
indispensável para a construção de uma imagem de cidade ideal.
e)
indissociável dos avanços técnicos que proporcionam aumento na
oferta de empregos.
QUESTÃO 11
Segundo
Aristóteles, “na cidade com o melhor conjunto de normas e naquela dotada de
homens absolutamente justos, os cidadãos não devem viver uma vida de trabalho trivial
ou de negócios — esses tipos de vida são desprezíveis e incompatíveis com
as qualidades morais —, tampouco devem ser agricultores os aspirantes à
cidadania, pois o lazer é indispensável ao desenvolvimento das qualidades
morais e à prática das atividades políticas”.
(VAN ACKER, T. Grécia. A vida cotidiana na cidade-Estado)
(VAN ACKER, T. Grécia. A vida cotidiana na cidade-Estado)
O
trecho, retirado da obra Política, de Aristóteles, permite compreender que a
cidadania
a)
possui uma dimensão
histórica que deve ser criticada, pois é condenável que os políticos de
qualquer época fiquem entregues à ociosidade, enquanto o resto dos cidadãos tem
de trabalhar.
b)
era entendida como uma dignidade própria dos grupos sociais
superiores, fruto de uma concepção política profundamente hierarquizada da
sociedade.
c)
estava vinculada, na Grécia Antiga, a uma percepção política
democrática, que levava todos os habitantes da pólis a participarem da vida
cívica.
d)
tinha profundas conexões com a justiça, razão pela qual o tempo
livre dos cidadãos deveria ser dedicado às atividades vinculadas aos tribunais.
e)
vivida pelos atenienses era, de fato, restrita àqueles que se
dedicavam à política e que tinham tempo para resolver os problemas da cidade.
QUESTÃO 12
A
definição de eleitor foi tema de artigos nas Constituições brasileiras de 1891
e de 1934. Diz a Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil de
1891:
Art.
70. São eleitores os cidadãos maiores de 21 anos que se alistarem na forma da
lei.
A
Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil de 1934, por sua vez,
estabelece que:
Art.
180. São eleitores os brasileiros de um e de outro sexo, maiores de 18 anos,
que se alistarem na forma da lei.
Ao se comparar os dois artigos, no que diz respeito ao gênero dos eleitores, depreende-se que
a)
a Constituição de 1934 avançou ao reduzir a idade mínima para
votar.
b)
a Constituição de 1891, ao se referir a cidadãos, referia-se
também às mulheres.
c)
os textos de ambas as Cartas permitiam que qualquer cidadão
fosse eleitor.
d)
o texto da carta de 1891 já permitia o voto feminino.
e)
a Constituição de 1891 considerava eleitores apenas indivíduos
do sexo masculino.
QUESTÃO 13
O
fenômeno da escravidão, ou seja, da imposição do trabalho compulsório a um
indivíduo ou a uma coletividade, por parte de outro indivíduo ou coletividade,
é algo muito antigo e, nesses termos, acompanhou a história da Antiguidade até
o séc. XIX. Todavia, percebe-se que tanto o status quanto o tratamento dos
escravos variou muito da Antiguidade greco-romana até o século XIX em questões
ligadas à divisão do trabalho.
As
variações mencionadas dizem respeito
a)
ao caráter étnico da escravidão antiga, pois certas etnias eram
escravizadas em virtude de preconceitos sociais.
b)
à especialização do trabalho escravo na Antiguidade, pois certos
ofícios de prestígio eram frequentemente realizados por escravos.
c)
ao uso dos escravos para a atividade agroexportadora, tanto na
Antiguidade quanto no mundo moderno, pois o caráter étnico determinou a
diversidade de tratamento.
d)
à absoluta desqualificação dos escravos para trabalhos mais
sofisticados e à violência em seu tratamento, independentemente das questões
étnicas.
e)
ao aspecto étnico presente em todas as formas de escravidão,
pois o escravo era, na Antiguidade greco-romana, como no mundo moderno,
considerado uma raça inferior.
QUESTÃO 14
O
morador de rua Manoel Menezes da Silva, 68, teve garantido pela Justiça seu
direito de transitar livremente pelas ruas de São Paulo e permanecer onde desejar.
O
idoso, que costumava dormir em uma praça da Vila Nova Conceição, área nobre da
capital paulista, e acabou no Hospital Psiquiátrico Pinel em meio à pressão de
alguns vizinhos contra seu mau cheiro, pode agora “ir, vir e ficar sem qualquer
restrição ou impedimento por quem quer que seja”, conforme decisão da juíza
Luciane Jabur Figueiredo, do Dipo (Departamento de Inquéritos Policiais e
Polícia Judiciária). (IZIDORO, Alencar. Estranho no Paraíso. Folha de S. Paulo,
19/07/05)
Segundo
a concepção jusnaturalista, a decisão da juíza Luciane Jabour Figueiredo a
respeito do morador de rua Manoel Menezes da Silva foi:
a)
derivada de uma disputa entre classes sociais com o desfecho positivo
para a classe oprimida.
b)
errada, pois os moradores da Vila Nova Conceição têm o direito
de manter a segurança de sua propriedade privada.
c)
errada, pois tanto os moradores da Vila Nova Conceição quanto os
moradores de rua têm o direito de definir livremente quem pode permanecer
naquela localidade.
d)
acertada, pois tanto os moradores da Vila Nova Conceição quanto
os moradores de rua têm o direito de definir livremente quem pode permanecer
naquela localidade.
e)
acertada, pois o direito de ir e vir é dado pela própria
natureza.
QUESTÃO 15
Assim,
essa lei da razão torna o cervo propriedade do índio que o abateu; permite-se
que os bens pertençam àqueles que lhes dedicou seu trabalho, mesmo que antes
fossem direito comum de todos. E entre aqueles que se consideram a parte
civilizada da humanidade, que fizeram e multiplicaram leis positivas para
determinar a propriedade, essa lei original da natureza que determina o início
da propriedade sobre aquilo que era antes comum continua em vigor. E, em
virtude dela, qualquer peixe que alguém pesque no oceano, esse grande bem comum
ainda remanescente da humanidade, (…) é transformado em propriedade daquele que
para tal dedicou seus esforços.
(LOCKE, John. Segundo Tratado sobre o Governo)
Enquanto
os homens se contentaram com as suas cabanas rústicas, enquanto se limitaram a
coser suas roupas de peles com espinhos ou arestas de pau, a se enfeitarem com
plumas e conchas, a pintar o corpo de diversas cores (…); em uma palavra,
enquanto se aplicaram exclusivamente a obras que um só podia fazer, e a artes
que não necessitavam o concurso de muitas mãos, viveram livres, sãos, bons e
felizes ,tanto quanto podiam ser pela sua natureza, e continuaram a gozar entre
si das doçuras de uma convivência independente. Mas, desde o instante que um
homem teve necessidade do socorro de outro; desde que perceberam que era útil a
um só ter provisões para dois, a igualdade desapareceu, a propriedade se
introduziu, o trabalho tornou-se necessário e as vastas florestas se
transformaram em campos risonhos que foi preciso regar com o suor dos homens, e
nos quais, em breve, se viram germinar a escravidão e a miséria, a crescer com
as colheitas. (ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre a Desigualdade entre os
Homens)
Os trechos acima, de John Locke (1632-1704) e de Jean-Jacques
Rousseau (1712-1778), foram retirados de livros muito influentes no Ocidente. A
respeito das ideias contidas nos textos, podemos dizer que
a)
abordam o mesmo tema, chegando a conclusões similares sobre o
conceito de “propriedade”.
b)
contribuíram para a formulação de duas teorias sociais e
políticas opostas: o liberalismo e o socialismo.
c)
repudiam, por meio de argumentos consistentes, a necessidade da
propriedade privada.
d)
defendem, por meio de argumentos consistentes, a necessidade da
propriedade privada.
e)
apontam para a necessidade de preservar as culturas
tradicionais, como a cultura indígena.
GABARITO:
1. A
2. D
3. A
4. B
5. D
6. E
7. D
8. D
9. E
10. A
11. B
12. E
13. B
14. E
15. B
Fonte: www.oficinadefilosofia.com
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