Prof. Douglas Barraqui
A)
A ECONOMIA AÇUCAREIRA
Ø Origem índia (portugueses trouxeram mudas
de cana-de-açúcar das Índias e implantaram seu cultivo nas ilhas do Atlântico
(arquipélago dos Açores e ilha da Madeira).
Ø “Ouro doce” – elevado valor do produto
na Europa.
Ø Condições favoráveis para o plantio:
solo e clima.
Ø Regiões produtoras: São Vicente, Pernambuco e Bahia (foram às capitanias que
conseguiram os melhores resultados no plantio da cana).
Ø Modo de produção:
Plantation:
1) Latifúndio
2) Exportação
3) Monocultura
4) Mão-de-obra escrava
B)
O ENGENHO
ü O engenho era o local onde o açúcar
era produzido. Era dividido em:
·
Área
de plantação de cana;
·
Casa
da moenda;
·
Casa
de purgar (além de outras dependências para transformar a planta); galpões e/ou
depósitos; capela; casa-grande (como ficou conhecida a residência do senhor e
de sua família);
·
Senzala
(alojamento dos escravos);
·
Casa
Grande (residência do senhor de Engenho);
Tipos
de engenhos:
Ø Engenho
real - era movido por
energia hidráulica e processava uma quantidade maior de cana
Ø Trapiche – engenho movido por tração animal,
como cavalos e bois.
Ø Moenda
manual - que era
impulsionada por escravos.
Alguns
engenhos, porém não possuíam a moenda ou a caldeira; por isso, vendiam sua
produção para os chamados engenhos reais.
O pagamento era feito com parte do açúcar produzido, que em alguns casos podia
chegar à metade da safra.
C)
O PROCESSO DE PRODUÇÃO AÇUCAREIRA
1. Inicialmente, derrubava-se a mata, e o
terreno era limpo.
2. Covas eram abertas para enterrar
pedaços de cana.
3. Cerca de 12 meses depois, a cana
crescida era cortada e amarrada em feixes, que eram transportados em barcas ou
carros de boi até as moendas.
4. Grandes cilindros de madeira moíam a
cana para extrair o caldo. Os engenhos que utilizavam força animal eram
chamados trapiches e os acionados pela força da água eram denominados reais.
5. Esse caldo era cozido durante horas
sob a supervisão do mestre de açúcar, auxiliado por outros trabalhadores
especializados.
6. Quando atingia certo ponto, o melaço
era purgado (purificado) em formas de barro.
7. Após aproximadamente 15 dias, o açúcar
mascavo (de cor mais escura) estava pronto.
8. Para alcançar maior valor de venda, o
açúcar passava pela etapa do branqueamento, que durava cerca de 30 dias.
9. Depois desse período, o açúcar era
retirado da forma. Como o processo de branqueamento não agia por igual nas
formas, o açúcar era separado por tipo (claro, mascavo ou escuro) e ficava
exposto ao sol por até 20 dias.
10. Em seguida, o açúcar era pesado,
empacotado e transportado até o porto, de onde seguia em navios para a Europa.
D)
OS TRABALHOS NO ENGENHO
Trabalho livre (geralmente assalariado, podendo ser
ex-escravos ou mesmo escravos)
ü Feitor – responsável por escolher as terras
para o plantio, o tipo de cana e o momento adequado para a colheita.
ü Feitor-mor
- cabia zelar pelo
ritmo da produção, substituindo os escravos sempre que necessário, controlando
o transporte da cana para as moendas e garantindo a manutenção e o bom
funcionamento dos equipamentos.
ü Feitor
da moenda - cuja
função era receber a cana e fiscalizar a produção do caldo.
ü Mestre
de açúcar - cuja
função era dar o ponto de cozimento adequado ao melaço, determinar sua retirada
do fogo e encaminhá-lo para purgar. A qualidade do produto final dependia, em
grande parte, do conhecimento e da experiência desse trabalhador.
ü Purgador
- trabalhava na
purificação do açúcar e era responsável pelo processo de clareamento do
produto.
ü Caixeiro - coordenar o empacotamento do
produto e retirar a parte dos impostos relativa à Coroa. Na cidade, outro
caixeiro se incumbia da venda do produto aos comerciantes, que o levariam para
o exterior.
Escravos
ü Origem africana;
E)
ATIVIDADES ECONÔMICAS COMPLEMENTARES
A
resistência de muitos senhores de engenho em cultivar alimentos para o consumo
interno propiciou aos pequenos produtores livres a oportunidade do plantio de
outros gêneros alimentícios:
ü Mandioca
ü Milho
ü Feijão
Outras
atividades voltadas ao abastecimento dos moradores da colônia e à exportação:
ü Tabaco:
·
Área
produtora - Recôncavo Baiano.
·
Propriedades
que produziam o fumo ficavam próximas aos currais de gado, que forneciam o
esterco para a adubação do solo.
·
Produção
era destinada à exportação para a Europa, o tabaco mais grosseiro, utilizados na África como moeda de
troca para a aquisição de escravos.
ü Algodão:
·
Área
produtora - capitanias do Maranhão, da Bahia e do Rio de Janeiro
·
Usado
na confecção de tecidos rústicos, a produção de redes de dormir e de roupas
para os escravos e a população mais pobre.
·
Passou
a ser exportado para a Europa regularmente a partir de 1760, com o início da
industrialização na Inglaterra.
ü Rebanho
bovino:
·
Emprego:
montaria, puxar carroças, carros de boi, transporte de cargas, tração no
acionamento de moendas e moinhos.
·
Fornecimento
de carne, leite, couro e sebo.
·
Criação
do gado foi afastada dos canaviais e subiu o leito dos rios (O Rio São
Francisco é conhecido como o “rio dos currais”).
·
Séc.
XVII - a pecuária expandiu-se para o sertão nordestino.
·
Os
vaqueiros cuidavam do gado e trabalhavam em regime de parceria, isto é, recebiam do proprietário uma rês (gado
usado para o consumo humano) de cada grupo de quatro que nascessem. (Era raro o
uso de escravos na pecuária, pela dificuldade de controlar as fugas em campo
aberto. Por isso houve o predomínio de mão de obra branca, mestiça e indígena).
·
A
pecuária contribuiu para a interiorização
da colônia: formação de muitos centros urbanos no interior do Nordeste e a
exploração de riquezas naturais.
ü As
drogas do sertão:
·
Extraídas
do vale Amazônico
·
Ex.:
como hortelã, coentro, manjericão, alecrim, arruda e poejo, eram
conhecidas na Europa; na colônia, esses produtos substituíram muitos remédios,
que só eram vendidos na metrópole. Daí a denominação “drogas”.
·
Os
produtos da floresta, como castanha,
coco, guaraná, corantes e resinas vegetais, davam muito lucro aos
exportadores, pois, por serem até então exóticos para os europeus, eram muito
requisitados na metrópole.
REFERÊNCIAS
AZEVEDO, Gislane Campos; SERIACOPI, Reinaldo. Projeto Teláris: história 7° ano. São Paulo: Ática, 1º ed., 2012.
CAPELLARI, Marcos Alexandre; NOGUEIRA, Fausto Henrique Gomes. História:
ser protagonista - Volume único. Ensino Médio. 1ª Ed. São Paulo: SM. 2010.
COTRIM, Gilberto. História Global – Brasil e Geral. Volume
Único. Ensino Médio. 8ª Ed. São Paulo: Saraiva 2005.
MOZER,
Sônia & TELLES, Vera. Descobrindo a
História. São Paulo: Ed. Ática, 2002.
PILETTI,
Nelson & PILETTI, Claudico. História
& Vida Integrada. São Paulo: Ed. Ática, 2002.
Projeto Araribá: História – 7° ano.
/Obra coletiva/ São Paulo: Editora Moderna, 2010. Editora Responsável: Maria
Raquel Apolinário Melani.
Uno: Sistema de Ensino – História – 7°
ano. São Paulo: Grupo Santillana, 2011. Editor Responsável: Angélica Pizzutto
Pozzani.
VICENTINO,
Cláudio. Viver a História: Ensino
Fundamental. São Paulo: Ed. Scipione, 2002.
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