quinta-feira, 24 de setembro de 2015

MAIAS

Prof. Douglas Barraqui

a)    LOCALIZAÇÃO:
ü  Península de Iucatâ, na América Central (atualmente – Belize).

b)   ASPECTOS ECONÔMICOS:
ü  A agricultura era a base da economia.
ü  A maioria da população vivia no campo;
ü  Cultivavam o milho (três espécies), algodão, tomate, cacau, batata e frutas. (O milho era tão importante para os maias que, segundo seus mitos, os deuses o haviam utilizado como matéria-prima para criar o ser humano).

Cultivo do Milho
·         O cultivo do milho se prendia ao uso das queimadas. Durante os meses de seca, limpavam o terreno, deixando apenas as árvores mais frondosas. Em seguida ateavam fogo para limpá-lo deixando o campo em condições de ser semeado.
·         Para ampliar a vida útil de seus terrenos, os maias costumavam organizar um sistema de rotação de culturas.
·         Os maias comiam o milho assado, cozido ou preparado como farinha. O milho acompanhava todas as refeições. Algumas espigas apresentavam uma particularidade: sobre o fogo, os grãos estouravam, abrindo como pequenas flores brancas (Piplocl).

Cultivo de Cacau
·         Antes dos espanhóis chegarem às Américas, os olmecas foram o primeiro povo a utilizar o fruto do cacaueiro: "cacahuaquchtl". Com ele, faziam um líquido escuro - chamado de xocoatl (xococ = "amargo" + atl = "água") temperado com baunilha e pimenta que combatia o cansaço e a diarréia.
·         Documentos maias dizem que o xocoatl também era usado por sacerdotes para fins cerimoniais e medicinais, e também era misturado a milho moído para fazer um mingau.
·         1502 - Cristóvão Colombo, em sua quarta viagem, levou o cacau para a Europa. O rei Fernando II não teria prezado muito essa descoberta no meio de tantas outras riquezas.
·         1519 - Hernán Cortez chegou ao México, reconheceu o valor monetário do cacau e, obrigou os nativos a plantarem cacau.

ü  Domesticaram o peru e a abelha que serviam para enriquecer sua dieta, à qual somavam também a caça e a pesca.


c)    ASPECTOS POLÍTICOS:
ü  Os maias construíram cidades-Estado;
ü  Nunca chegaram a formar um império unificado (fato que favoreceu a invasão e domínio de outros povos vizinhos).
ü  Estado teocráticos.
ü  As cidades-estados tinham governos, leis e costumes próprios. (Principais cidades-estados maia: Chichén-Itzá, Maiapán, Palenque e Tikal, que eram ligadas por estradas e possuíam palácios, templos e pirâmides).

d)   ASPECTOS SOCIAIS:
ü  Sociedade hierarquizada.
ü  Cada cidade-Estado tinha uma autoridade máxima, assessorada por nobres e sacerdotes - elite e detinham a posse das terras, morando nas áreas centrais.
ü  Sacerdotes - também eram matemáticos e astrônomos (Faziam previsões de eclipses do Sol e de outros eventos astronômicos com grande precisão).
ü  Artesãos e os trabalhadores livres, a maioria agricultores, que deviam pagar tributos para o governo.
ü  Os camponeses viviam em palhoças nas terras que cultivavam.

Os tributos tinham um significado sagrado. Podiam ser pagos:
I)             Em espécie - parte da produção agrícola
II)            Em forma de mão-de-obra - prestação de certos trabalhos, como o reparo e a construção de estradas.

e)    ASPECTOS CULTURAIS:
Religião Maia:
ü  Religião politeísta;
ü  A religião e a guerra estavam associadas, pois as lutas geralmente visavam fazer prisioneiros para os sacrifícios aos deuses.
ü  Os sacerdotes maias tinham a tarefa de interpretar e fazer um panorama profético sobre o futuro ou passado.
ü  Rituais de purificação - incluia jejum, abstenção sexual e confissão. A purificação era normalmente praticada antes de grandes eventos religiosos.
ü  Acreditavam na existência de três planos principais no cosmo: a Terra, o céu e o submundo.
ü  Sacrifícios humanos - Sacrificavam humanos e animais como forma de renovar ou estabelecer relações com o mundo dos deuses. Esses rituais obedeciam a diversas regras. Normalmente, eram sacrificados pequenos animais, como perus e codornas, mas nas ocasiões muito excepcionais (tais como adesão ao trono, falecimento do monarca, enterro de algum membro da família real ou períodos de seca) aconteciam sacrifícios de humanos. Acredita-se que crianças eram vítimas muitas vezes oferecidas como sacrifícios, porque os maias acreditavam que essas eram mais puras.
ü  Deuses maias - não eram entidades separadas como os deuses gregos. Também não existia a separação entre o bem e o mal e nem a adoração de somente um deus regular, mas sim a adoração de vários deuses conforme a época e situação que melhor se aplicava para aquele deus.

Conhecimento Maia:
Calendário:
ü  Acreditavam na contagem cíclica natural do tempo.
ü  Elaboraram calendários e calcularam a duração do ano estabelecia com exatidão os 365 dias do ano. (Graças aos calendários, os sacerdotes indicavam a época propícia para o preparo do campo, a semeadura e a colheita).

Matemática:
ü  Na matemática, desenvolveram as casas decimais e o valor zero o que possibilitou o desenvolvimento de cálculos astronômicos.
ü  Usavam um sistema de numeração de base 20
 
Grafia dos números maias
Escrita:
ü  Desenvolveram uma escrita baseada em símbolos e desenhos (hieróglifos). Combinação de símbolos fonéticos e ideogramas (único sistema de escrita do novo mundo pré-colombiano).
ü  As decifrações da escrita maia têm sido um longo e trabalhoso processo. Algumas partes foram decifradas no final do século XIX e início do século XX (em sua maioria, partes relacionadas com números, calendário e astronomia), mas os maiores avanços se fizeram nas décadas de 1960 e 1970 e se aceleraram daí em diante de maneira que atualmente a maioria dos textos maias podem ser lidos quase completamente em seus idiomas originais. Lamentavelmente, os sacerdotes espanhóis, em sua luta pela conversão religiosa, ordenaram a queima de todos os códices maias logo após a conquista.
 
Glifos maias em estuque no museu de Palenque, no México
Astronomia:
ü  Seus diagramas dos movimentos da Lua e dos planetas se não são iguais, são superiores aos de qualquer outra civilização que tenha trabalhado sem instrumentos óticos.

Arquitetura:
ü  Construíram pirâmides escalonadas, templos e grandes cidades como Chichén Itzá, Tikal e Uxmal.
ü  Um aspecto surpreendente das grandes construções maias é a carência de muitas das tecnologias avançadas que poderiam parecer necessárias a tais construções. Não há notícia do uso de ferramentas de metal, polias ou veículos com rodas
 Tikal, na Guatemala
 
Pirâmide de Chichén Itzá, um dos principais centros do período pós-clássico
Origem da civilização Maia:

ü  3114 a.C - O calendário maia, que se baseia no chamado calendário de contagem longa mesoamericano, começa em uma data equivalente a 11 de agosto de 3114 a.C.
ü  2600 a.C - A ocupação maia em Cuello, no Belize, foram datadas de cerca de 2600 a.C, através da datação por carbono.
ü  1800 a.C. - Primeiros assentamentos claramente maias foram estabelecidos por volta de 1800 a.C. na região de Soconusco, na costa do Pacífico.

O fim da civilização Maia:
A partir do ano 900, os maias abandonaram suas cidades e misturaram-se a outras populações. Os pesquisadores não sabem exatamente por que isso ocorreu, mas é certo que os maias ainda influenciaram a cultura de alguns povos do planalto do México. Aos poucos, porém, a população maia foi se reduzindo e perdendo sua influência cultural, o que levou ao fim da civilização.

REFERÊNCIAS:

AZEVEDO, Gislane Campos; SERIACOPI, Reinaldo. Projeto Teláris: história 7° ano. São Paulo: Ática, 1º ed., 2012.

CAPELLARI, Marcos Alexandre; NOGUEIRA, Fausto Henrique Gomes. História: ser protagonista - Volume único. Ensino Médio. 1ª Ed. São Paulo: SM. 2010.

COTRIM, Gilberto. História Global – Brasil e Geral. Volume Único. Ensino Médio. 8ª Ed. São Paulo: Saraiva 2005.

MOZER, Sônia & TELLES, Vera. Descobrindo a História. São Paulo: Ed. Ática, 2002.

PILETTI, Nelson & PILETTI, Claudico. História & Vida Integrada. São Paulo: Ed. Ática, 2002.

Projeto Araribá: História – 7° ano. /Obra coletiva/ São Paulo: Editora Moderna, 2010. Editora Responsável: Maria Raquel Apolinário Melani.

Uno: Sistema de Ensino – História – 7° ano. São Paulo: Grupo Santillana, 2011. Editor Responsável: Angélica Pizzutto Pozzani.


VICENTINO, Cláudio. Viver a História: Ensino Fundamental. São Paulo: Ed. Scipione, 2002.

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