Prof. Douglas Barraqui
- SÓCRATES
E OS SOFISTAS
A) CONTEXTO HISTÓRICO
Ø A filosofia é fruto
de um contexto e condições históricas específicas.
I.
Aspectos sociais:
Ø Vitória dos gregos
sobre os persas (Guerras Médicas 490a.C.-448 a.C.)
(Vitória possível
graças a Liga de Delos)
II.
Aspectos econômicos:
Ø Atenas se destaca na
liderança da Liga de Delos / “século de Péricles” (uso dos recursos para
benefício da pólis)
Ø Expansão do comércio
marítimo (porto de Pireu – contato com outros povos e culturas orientais) fez
de Atenas a mais importante pólis da Grécia.
III.
Aspectos políticos:
Ø Construção da
Democracia (exigência de um pensamento racional)
§ Dracon 620 a.C – Código
de leis draconiano (leis exigem pensamento racional)
§ Solon 594 a.C. –
Seisachteia (fim da escravidão por dívida) / Boulé
§ Clistenes 510 a.C –
isonomia / isegoria (isos = “igual”, e agoreúo = “falar em público”)
§ Péricles 446 a.C - “Século
de Péricles”.
IV.
Aspectos culturais:
Ø Teatro Grego (550 a.C. - Theathon “lugar que se vê”):
§ Levaram os gregos a
fazerem REFLEXÕES E CRÍTICAS sobre a política na Pólis grega (pensamento
racional).
§ Tragédia (Tragoedia) = conflito entre as TRADIÇÕES mitológicas
e a RACIONALIDA.
§ Comédia (Komedia) = críticas baseadas na sátira,
abordando problemas sociais e políticos da pólis (corrupção).
Ø Nova Areté: (Termo grego para excelência, mérito e valor)
§ Educação ateniense
ocorria nos ginásios e tinha por objetivo formar guerreiro belo e bom –
PERFEIÇÃO FÍSICA (treinamentos físicos para preparar o guerreiro) e PERFEIÇÃO
DO ESPÍRITO (poesia, música e retórica - sofistas).
§ NOVA ARETÉ objetivava
formar o cidadão em excelência moral e política
- pensar o bem da pólis (ensinava-se política, filosofia, leis).
B) OS SOFISTAS: MESTRE NA ARTE DE ENSINAR
Ø Professores
itinerantes que ensinavam mediante ao pagamento.
Ø Eram mestres da
retórica e da manipulação (eloquência para o convencimento).
Ø Ensinavam o cidadão a
falar (oratória = como falar)
Ø Acreditavam ser
impossível chegar a uma verdade única.
Ø O que importava não
era o conteúdo (verdade / mentira), mas como falar.
ü Protágoras de Abdera
(481-411 a.C)
§ Relativismo sobre a
verdade – cada um conhece a sua verdade (“Homo mensure”)
§ Ninguém está errado
(cada um possui a sua verdade)
SÓCRATES
C) “ENCARNAÇÃO” DA FILOSOFIA:
“Conhece-te a ti mesmo”
“Só sei que nada sei”
Ø Fundador da chamada
filosofia clássica. “Pai da filosofia ocidental”. “Pai e fundador da ética”
Ø Nasceu em Atenas e
teve uma vida pobre.
Ø Filho de Sofronisco
(escultor) e Fenarete (parteira). Portanto, não foi um membro da aristocracia.
Ø Lutou na Guerra do
Peloponeso (431-404 a.C.)
Sócrates começou a se dedicar à filosofia
após visitar o Oráculo de Delfos (Sibila) e ao entender as inscrições acima do
templo “temet nosce” (conhece-te a ti mesmo).
A cada conhecimento obtido uma nova
ignorância surgia. “só sei que nada sei”.
O ESPÍRITO DA FILOSOFIA (POSTURA FISLOSÓFICA)
consiste em uma busca incessante pela verdade (INVESTIGAÇÃO, CRÍTICA e QUESTIONAMENTO).
Sócrates se pós a serviço da busca pela verdade e sobre aquilo que determinava
a MORAL do homem o que determina sua ÉTICA.
D) O MÉTODO SOCRÁTICO:
O método socrático é uma técnica de
investigação filosófica feita em DIÁLOGO (consiste em o professor (locutor)
conduzir o aluno (interlocutor) a um processo de reflexão e descoberta dos
próprios valores.
Método DIALÉTICO ou DIÁLOGO dividi-se em duas etapas:
1) IRONIA (“EIRIM” =
PERGUNTAR/QUESTIONAR)
Sócrates (locutor) faz uma pergunta ao
interlocutor. O interlocutor pensa e dá uma resposta a Sócrates.
Sócrates busca demonstrar, através de mais
perguntas, com base na resposta dada pelo interlocutor:
Ø A insuficiência da
resposta dada.
Ø O preconceito
recebido
Ø As opiniões
subjetivas.
Assim o interlocutor passa a questionar a si
mesmo e a suas próprias respostas. A finalidade é que o interlocutor reconheça
a sua própria ignorância.
2) MAIÊUTICA (“Parto das
idéias”)
Sócrates faz as perguntas e comenta as
respostas (a fim de induzir o interlocutor a chegar à sua resposta)
“se pode alcançar a verdade se dela a alma
estiver grávida” (Sócrates)
Julgamento e a morte de Sócrates:
Sócrates foi acusado de corromper os filhos
da aristocracia, com novas crenças e duvidar dos valores tradicionais e
religiosos de Atenas. Sócrates dizia escutar uma voz interna “DAIMON” –
acreditava que era como um deus que lhe dizia o que podia ou não fazer.
Sócrates não se defendeu, aceitou sua
condenação. Teve a oportunidade de fugir, mas não aceitou em fidelidade a ética
e as leis da pólis. Sócrates tinha a opção de ir para o exílio (desistir de sua
vocação filosófica) ou ser condenado à morte.
Esta aula está, também, disponível em slides. Clique no link abaixo:
FILOSOFIA - A BUSCA PELA VERDADE: SÓCRATES E PLATÃO
REFERÊNCIAS:
ARANHA, Maria Lúcia. Filosofando:
Introdução á Filosofia. São Paulo: Moderna, 1993.
BUZZI, Arcângelo. Introdução ao Pensar.
Petrópolis; ed. Vozes, 1997.
CHAUÍ, Marilena. Convite á Filosofia.
São Paulo,10ª. Ed.,Ática,1998.
CONTIM, Gilberto. Fundamentos de Filosofia
-História e Grandes Temas. São Paulo;Editora Saraiva, 2000.
GAARDEr, Jostein. O Mundo de Sofia. São
Paulo; Cia. Das Letras, 1995.
GILES, Thomas Ransom. Introdução á
Filosofia. São Paulo; Epu, 1979.
LICKESI, C. Carlos. Introdução á Filosofia
- Aprendendo a Pensar.2ª. Ed. São Paulo.
Cortez,1996. MONDIM, Battista. Curso de
Filosofia. 8ªEd. São Paulo; Paulus,1981 - Volume I, II e III.
MORENTE, Manuel Garcia. Fundamentos de
Filosofia - Lições Preliminares. São Paulo; Mestre Jou,1980.
POLITZER, G. Princípios. Fundamentais de
Filosofia. São Paulo; Hemus, 1995.
Nenhum comentário:
Postar um comentário