sábado, 9 de abril de 2016

TRÊS VISÕES SOBRE A ESCRAVIDÃO

Prof. Douglas Barraqui

A pobreza e o agravamento das desigualdades sociais, em várias partes do mundo, é um triste fenômeno da globalização. Esse fenômeno trouxe a tona escravidão, que podemos chamar hoje de “escravidão contemporânea”.

Poderosas e grandes empresas, latifundiários, pessoas poderosas e influentes utilizam a mão de obra humana submetendo-as a condições análogas à de escravos por meio de subcontratações com a finalidade de baratear suas mercadorias para que se tornem competitivas no mercado econômico mundial.

Veja abaixo a definição de escravidão em autores como Gilberto Freyre, Boris Fausto e Jacob Gorender:

CASA-GRANDE E SENZALA

“Nos engenhos, tanto nas plantações como dentro de casa, nos tanques de bater roupa, nas cozinhas, lavando roupa, enxugando prato, fazendo doce, pilando café; nas cidades, carregando sacos de açúcar, pianos, (...) os negros trabalharam sempre cantando: seus cantos de trabalho, tanto quanto os de xangô, os de festa, os de ninar menino pequeno, encheram de alegria africana a vida brasileira. Às vezes de um pouco de banzo: mas principalmente de alegria. (...)”

FREYRE, Gilberto. Casa-grande & senzala: formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal. 31. ed. Rio de Janeiro: Record, 1996. p. 463.

A SOCIEDADE COLONIAL

“(...) A escravidão foi uma instituição nacional. Penetrou toda a sociedade, condicionando seu modo de agir e de pensar. O desejo de ser dono de escravos, o esforço para obtê-los ia da classe dominante ao modesto artesão das cidades. Houve senhores de engenho e proprietários de minas com centenas de escravos, pequenos lavradores com dois ou três, lares domésticos com apenas um escravo. O preconceito contra o negro ultrapassou o fim da escravidão e chegou modificado a nossos dias. Até pelo menos a introdução em massa de trabalhadores europeus no centro-sul do Brasil, o trabalho manual foi socialmente desprezado como ‘coisa de negro’.”

FAUSTO, Boris. História concisa do Brasil. São Paulo: Imprensa Oficial/Edusp, 2001. p. 33.

A ESCRAVIDÃO REABILITADA

“Os escravos eram seres humanos oprimidos pelo mais duro dos regimes de exploração de trabalho. Não escapavam ilesos às degradações impostas por este regime. Enfrentavam-nas com sofrimento, humor, astúcia e também egoísmo perverso. Escravos agrediam escravos em disputas por mulher para entregá-los a capitães do mato ou para roubá-los. Mulheres escravas faziam da sedução sexual de homens livres o caminho para o bem-estar e a liberdade”.


GORENDER, Jacob. A escravidão reabilitada. São Paulo: Ática, 1991. v. 23, p. 121. (Série Temas: Sociedade e Política.)

Referências:

FAUSTO, Boris. História concisa do Brasil. São Paulo: Imprensa Oficial/Edusp, 2001. p. 33.

FREYRE, Gilberto. Casa-grande & senzala: formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal. 31. ed. Rio de Janeiro: Record, 1996. p. 463.

GORENDER, Jacob. A escravidão reabilitada. São Paulo: Ática, 1991. v. 23, p. 121. (Série Temas: Sociedade e Política.)

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