Prof. Douglas Barraqui
A pobreza e o agravamento
das desigualdades sociais, em várias partes do mundo, é um triste fenômeno da
globalização. Esse fenômeno trouxe a tona escravidão, que podemos chamar hoje
de “escravidão contemporânea”.
Poderosas e grandes
empresas, latifundiários, pessoas poderosas e influentes utilizam a mão de obra
humana submetendo-as a condições análogas à de escravos por meio de subcontratações
com a finalidade de baratear suas mercadorias para que se tornem competitivas
no mercado econômico mundial.
Veja abaixo a definição de
escravidão em autores como Gilberto Freyre, Boris Fausto e Jacob Gorender:
CASA-GRANDE
E SENZALA
“Nos engenhos, tanto nas
plantações como dentro de casa, nos tanques de bater roupa, nas cozinhas,
lavando roupa, enxugando prato, fazendo doce, pilando café; nas cidades,
carregando sacos de açúcar, pianos, (...) os negros trabalharam sempre
cantando: seus cantos de trabalho, tanto quanto os de xangô, os de festa, os de
ninar menino pequeno, encheram de alegria africana a vida brasileira. Às vezes
de um pouco de banzo: mas principalmente de alegria. (...)”
FREYRE, Gilberto. Casa-grande & senzala: formação da
família brasileira sob o regime da economia patriarcal. 31. ed. Rio de Janeiro:
Record, 1996. p. 463.
A
SOCIEDADE COLONIAL
“(...) A escravidão foi uma
instituição nacional. Penetrou toda a sociedade, condicionando seu modo de agir
e de pensar. O desejo de ser dono de escravos, o esforço para obtê-los ia da
classe dominante ao modesto artesão das cidades. Houve senhores de engenho e
proprietários de minas com centenas de escravos, pequenos lavradores com dois
ou três, lares domésticos com apenas um escravo. O preconceito contra o negro
ultrapassou o fim da escravidão e chegou modificado a nossos dias. Até pelo
menos a introdução em massa de trabalhadores europeus no centro-sul do Brasil,
o trabalho manual foi socialmente desprezado como ‘coisa de negro’.”
FAUSTO, Boris. História concisa do Brasil. São Paulo:
Imprensa Oficial/Edusp, 2001. p. 33.
A
ESCRAVIDÃO REABILITADA
“Os escravos eram seres
humanos oprimidos pelo mais duro dos regimes de exploração de trabalho. Não
escapavam ilesos às degradações impostas por este regime. Enfrentavam-nas com
sofrimento, humor, astúcia e também egoísmo perverso. Escravos agrediam
escravos em disputas por mulher para entregá-los a capitães do mato ou para
roubá-los. Mulheres escravas faziam da sedução sexual de homens livres o
caminho para o bem-estar e a liberdade”.
GORENDER, Jacob. A escravidão reabilitada. São Paulo:
Ática, 1991. v. 23, p. 121. (Série Temas: Sociedade e Política.)
Referências:
FAUSTO, Boris. História concisa do Brasil. São Paulo: Imprensa Oficial/Edusp, 2001. p. 33.
FREYRE, Gilberto. Casa-grande & senzala: formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal. 31. ed. Rio de Janeiro: Record, 1996. p. 463.
GORENDER, Jacob. A escravidão reabilitada. São Paulo: Ática, 1991. v. 23, p. 121. (Série Temas: Sociedade e Política.)
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