Prof. Douglas Barraqui
Aristóteles é o autor do primeiro trabalho sobre lógica |
Isso tem lógica!
Quando fazemos perguntas
sobre o mundo em que vivemos e seus fenômenos, começamos, portanto, a
filosofar. Mas, para passar nossos pensamentos às outras pessoas, precisamos
exprimir em palavras. É necessário, para um bom entendimento, que nossas palavras
sejam organizadas em uma frase, ou em um discurso, que tenha uma lógica.
Podemos definir a lógica como:
A
disciplina da filosofia que estuda
as regras do raciocínio e do discurso.
A lógica é fundamentalmente
útil em nosso dia-a-dia, ao passo que, embora as palavras esclareçam os que os
outros queiram ou pesam, elas também podem nos enganar.
As regras da lógica foram
inicialmente propostas pelo filósofo grego Aristóteles
do século IV a.C. Aristóteles propôs que a chave de um raciocínio lógico é um silogismo.
O silogismo é um tipo de raciocínio estudado pela lógica e é composto
de três afirmações: a primeira afirmação é sempre um juízo sobre um fato, é
chamada de PRIMEIRA PREMISSA. A segunda
afirmação, ou segundo juízo, sobre o mesmo fato, é a SEGUNDA PREMISSA. Os dois juízos quando colocados em ordem levam, então
a uma terceira afirmação que chamamos de CONCLUSÃO.
Veja um exemplo:
PRIMEIRA
PREMISSA: toda igreja católica é cristã
SEGUNDA
PREMISSA: nem todo cristão é católico
CONCLUSÃO:
existem outras igrejas cristãs
O silogismo, portanto, é a chave de um raciocínio lógico. Porém, sempre
é necessário tomar cuidado, pois, se os juízos ou premissas forem falsos, o
raciocínio estará comprometido. Veja exemplo como o raciocínio pode ser
perigoso e sem lógica:
Primeira
premissa: mulçumano é aquele que segue o islã
Segunda
premissa: o islã surgiu na Península Arábica e o árabe é
muçulmano
Conclusão: todo
árabe é muçulmano e seguidor do islã
Veja o perigo dessa
conclusão: Os árabes estão espalhados pela península arábica, norte da África,
Síria, Líbano, Iraque e Jordânia, em todos esses locais, eles convivem com
outros povos, culturas e religiões. Assim, existem muitos árabes cuja religião
é o cristianismo ou o judaísmo. Portanto, o que temos no exemplo acima é uma FALÁCIA. Falácia é uma armadilha lógica, no pensamento aristotélico
é um raciocínio falso que, entretanto simula a veracidade. É um argumento que, em
primeiro momento, parece verdadeiro, mas, quando bem analisado, é falso; mal
direcionado e/ou mal conduzido. No exemplo acima, a segunda premissa não está
diretamente relacionada com a primeira, assim a CONCLUSÃO acaba sendo falsa, pois, nem todo árabe é muçulmano.
Observação importante:
mentira é diferente de falácia. A mentira tem um tão moral; eu sei que estou
enganando alguém e construo uma argumentação com esse objetivo. A falácia não
tem o objetivo de ser um equivoco moral, trata-se de um erro lógico embutido em
suas premissas. É uma argumento que parece ser verdadeiro, aparentemente é um
argumento correto, mas contem algum tipo de erro lógico na argumentação.
Vamos tirar uma CONCLUSÃO de todas as PREMISSAS aqui apresentadas:
A lógica é a área da filosofia
que estuda raciocínios; resumindo a
lógica estuda como que os raciocínios são elaborados e estruturados. A lógica, então, oferece regras e
ferramentas que vão dizer quando eu posso afirmar uma determinada coisa, com
base em outras. Outro exemplo: se eu afirmo que todos os cães são mortais, e eu
conheço certo cão chamado Fortune (pug
de Josefina, esposa de Napoleão). O que eu poço extrair de base lógica nisso? eu
posso concluir que Fortune é mortal. A lógica, portanto, estuda se é válida e se é possível fazer esse
tipo de conclusão. Logo, quanto mais
investigarmos a lógica, mais bem preparados estaremos frente às ações errôneas
do nosso pensamento, bem como, do pensamento dos outros.
REFERÊNCIAS:
BLACKBURN, Simon. Pense: uma introdução à filosofia.
Lisboa: Gradiva, 200.
CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. 7. ed. 2. reimp.
São Paulo: Ática, 2000.
COLCHETE, Eliane e MORAIS
JUNIOR, Luis Carlos de. A formação da
filosofia contemporânea. Rio de Janeiro: Litteris, 2014.
DELEUZE, Gilles e GUATTARI,
Félix. O que é a Filosofia? Trad.
Bento Prado Jr. E Alberto Alonso Muñoz. Rio de Janeiro, 34, 1992.
Um comentário:
Amo Filosofia, gostei do seu Blog. Sucesso !
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