Prof. Douglas Barraqui
1989
– ELEIÇÕES DIRETAS: COLLOR VS LULA
Collor
o “caçador de marajás”:
Ø Nasceu em alagoas e era o candidato da Elite;
Ø Passava a imagem de homem público moderno, campeão da luta contra a
corrupção e “caçador de marajás” (marajá era o termo empregado para se
referir aos funcionários públicos privilegiados)
Ø Teve o apoio dos meios de comunicação a exemplo da Rede Globo.
Ø Com bom domínio da linguagem televisiva, Collor lançou-se candidato à
Presidência pelo Partido da Reconstrução Nacional (PRN).
Ø Prometia levar o país ao primeiro mundo com uma política econômica neoliberal.
Lula:
O Candidato dos Trabalhadores
Ø Nasceu em Pernambuco, em uma família pobre e com pouca instrução.
Ø Destacou-se como sindicalista na organizou greves de expressão nacional
em 1977, 1978 e 1979, ano em que mais de 3 milhões de trabalhadores fizeram paralisações
em 15 estados.
Ø Fundador do PT, ele apresentava-se como o candidato dos trabalhadores e
dos excluídos.
Na última semana da campanha eleitoral, Collor
causou prejuízos irreparáveis à candidatura do ex-metalúrgico. No horário
eleitoral, o alagoano expôs problemas pessoais de Lula (depoimento
bombástico sobre Lurian, a filha que Miriam Cordeiro e Lula tiveram fora do
casamento. Num depoimento usado na última semana do horário eleitoral de Collor.
Miriam Cordeiro contou que Lula a deixara após o início da gravidez e que o
então metalúrgico pediu que ela fizesse um aborto, em 1974). Isso abalou a
imagem do petista, que acabou perdendo a disputa. Além de não ter o apoio da
grande imprensa, Lula era visto com desconfiança pela classe média e pela
população de baixa renda.
Em 17 de dezembro de 1989, os eleitores voltaram às
urnas para o segundo turno. Collor venceu com 42,75% dos votos, contra 31,07%
de Lula. Houve 14,4% de abstenções, 1,2% dos eleitores votaram em branco e 3,7%
anularam o voto
Primeiro presidente eleito de forma direta pós
Regime Militar.
Sem o apoio de grandes figuras da política, Collor
formou um ministério com pessoas pouco conhecidas. O núcleo de sua equipe era
constituído por amigos e políticos de Maceió. Por isso, seu governo ganhou o
apelido de “República das Alagoas”.
A)
ASPÉCTOS ECONÔMICOS:
I.
PLANO COLLOR
Ø No dia seguinte ao da posse, ocorrida em 15 de março de 1990, a ministra
da Fazenda e do Planejamento, Zélia Cardoso de Mello, criou uma nova
moeda circulante – o cruzeiro.
Ø Congelamento das
cadernetas de poupança, excedentes a 50 mil cruzados
novos, por 18 meses; (Nas demais aplicações financeiras, o limite de saque era
de 25 mil cruzeiros).
Ø Decretou o congelamento de preços de mercadorias e de serviços.
O chamado Plano Collor bloqueou cerca de 85
bilhões de dólares dos poupadores. Esse valor seria devolvido depois de 18
meses, em 12 parcelas mensais. Os efeitos positivos dessas medidas duraram
pouco. A inflação, que era de 84,3% em março, desceu para 7,87% em maio, mas
logo voltou a crescer e chegou a 18,3% em dezembro de 1990. Em fevereiro de
1991, foi lançado o Plano Collor II: O pacote congelou novamente preços
e salários, mas dessa vez a inflação não diminuiu.
II.
A Chegada do Neoliberalismo
ü Abertura Econômica;
ü Privatizações PND – Programa Nacional de Desestatização;
·
Privatização da Viação Aérea São Paulo (VASP) e USIMINAS
ü Controle dos gastos públicos;
ü Estado Mínimo;
B)
ASPECTOS POLÍTICO SOCIAIS:
I.
O IMPEACHMENT
Abril de 1992 - Pedro Collor (irmão do presidente) deu
uma entrevista à revista Veja. Denunciando esquema de corrupção:
Ø Tráfico de influências (troca ilegal de vantagens envolvendo funcionários públicos).
Ø Irregularidades financeiras;
Ø Contas bancárias “fantasmas”.
O esquema era dirigido por Paulo César Farias
(PC Farias), tesoureiro de campanha e amigo de Collor. Esse assunto tomou conta
da mídia, e a trama ficou conhecida como “Esquema PC”.
Maio de 1992 - a Câmara Federal instalou uma Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI).
Ø 13 de agosto - uma quinta-feira, em um discurso emocionado e apelativo
Collor pediu aos que o apoiavam que saíssem às ruas vestindo as cores da
bandeira nacional no domingo seguinte. Com isso, pretendia mostrar que os
defensores do impeachment eram minoria.
Ø A imprensa incentivou o uso do preto. No sábado, dois dias após o
discurso emocionado do presidente, alguns jornais circularam com uma tarja
preta na primeira página. No domingo, o Brasil amanheceu vestido de preto.
Ø Os estudantes com os rostos coloridos, que ficaram conhecidos como “caras
pintadas”, se somaram ao luto dos brasileiros. clamavam pelo impeachment do
presidente.
Ø Agosto – sai o relatório final da CPI indicando cinco crimes:
1) Corrupção passiva,
2) Formação de quadrilha,
3) Prevaricação (isto é, deixar de cumprir uma obrigação ou praticar algum
ato contrário à lei, por interesse pessoal),
4) Defesa de interesses privados no governo,
5) Crime de estelionato.
Ø 29 de setembro - a Câmara autorizou a abertura do impeachment, uma
decisão inédita na América Latina. Votaram contra o presidente 441 deputados;
38 votaram a favor. Dois dias depois, Collor recebeu o documento oficial que
determinava seu afastamento por 180 dias.
Ø A Presidência foi assumida, em caráter provisório, pelo vice: Itamar
Franco.
Ø Faltava apenas o aval do Senado para que o impeachment se tornasse
definitivo. Mas em dezembro, antes que o Senado pudesse tomar essa decisão, o
advogado de Collor apresentou uma carta de renúncia (o objetivo era garantir
que Collor não perdesse seus direitos políticos – ou seja, que ele pudesse
concorrer nas eleições seguintes). Foi inútil. Por ampla maioria, o Senado
decidiu que o julgamento continuasse. Em seguida, condenou o presidente por
crime de responsabilidade e cassou seus direitos políticos por oito anos.
(OBSERVAÇÃO: 2006 – Collor foi eleito senador por Alagoas);
II.
CARAS PINTADAS
Ø Movimento estudantil,
Ø Liderado pela UNE (União Nacional dos Estudantes)
Ø Objetivo: pressionar pelo impeachment do Collor
REFERÊNCIAS:
AZEVEDO, Gislane Campos; SERIACOPI, Reinaldo. Projeto
Teláris: história 9° ano. São Paulo: Ática, 1º ed., 2012.
CAPELLARI, Marcos Alexandre; NOGUEIRA, Fausto
Henrique Gomes. História: ser protagonista - Volume único. Ensino Médio.
1ª Ed. São Paulo: SM. 2010.
COTRIM, Gilberto. História Global – Brasil e
Geral. Volume Único. Ensino Médio. 8ª Ed. São Paulo: Saraiva 2005.
MOZER, Sônia & TELLES, Vera. Descobrindo a
História. São Paulo: Ed. Ática, 2002.
PILETTI, Nelson & PILETTI, Claudico. História
& Vida Integrada. São Paulo: Ed. Ática, 2002.
Projeto Araribá: História – 9° ano. /Obra coletiva/
São Paulo: Editora Moderna, 2010. Editora Responsável: Maria Raquel Apolinário
Melani.
Uno: Sistema de Ensino – História – 9° ano. São
Paulo: Grupo Santillana, 2011. Editor Responsável: Angélica Pizzutto Pozzani.
VICENTINO, Cláudio. Viver a História: Ensino
Fundamental. São Paulo: Ed. Scipione, 2002.
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