A rota comercial mais importante
da China foi a Rota da Seda – expressão criada no século XIX pelo pesquisador
alemão Ferdinand von Richthofen. Durante mais de mil anos, esse caminho
terrestre – já conhecido dos persas pelo menos desde o século VIII a.C. – foi
provavelmente a única ligação significativa entre o Ocidente e o Oriente,
unindo a China aos portos do Mediterrâneo (veja o mapa).
O principal itinerário da rota
tinha 12 mil quilômetros, partindo da China e chegando aos portos de Antioquia,
na Síria, e os de Bursa e Constantinopla (a atual Istambul), na Turquia. A rota
prosseguia então, por via marítima, desses portos até Veneza. Ao longo do
tempo, essa rota foi sofrendo alterações, de acordo com a situação política dos
diversos Estados cortados por ela.
Apenas quando Vasco da Gama
descobriu o caminho marítimo para a Índia, em 1498, a rota perdeu importância.
Era frequentada por mercadores persas, árabes, chineses e europeus, que percorriam
seus milhares de quilômetros no lombo de camelos e outros animais,
transportando mercadorias ao longo de montanhas, desertos e estepes em jornadas
que chegavam a durar vários anos. Também soldados, artistas, sacerdotes e
peregrinos cruzavam aqueles caminhos da Ásia Central.
Pela rota circulavam os mais
diversos produtos, como especiarias, linho, joias, madeira, chás, porcelana e
objetos de vidro – também considerados artigo de luxo até o século V, quando os
chineses dominaram a técnica de sua fabricação. A seda, no entanto, era
considerada o produto mais importante dessa rede comercial, uma das mercadorias
mais cobiçadas na Europa e no mundo árabe. E, por um bom tempo, apenas os
chineses conheciam o segredo de sua fabricação, a partir do casulo de certas
lagartas.
Foi também pela rota que se
difundiram grandes inventos dos chineses, como o papel, a pólvora e os fogos de
artifício.
REFERÊNCIA:
VICENTINO, Cláudio. História geral e do Brasil / Cláudio
Vicentino, Gianpaolo Dorigo – 2. ed. – São Paulo: Scipione, 2013.
Adaptado de: BARRACLOUGH,
Geoffrey. Atlas da história do mundo.
São Paulo: Folha de S.Paulo, 1995. p. 70-71.
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