segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

"BH de JK"

Ola meus caros amigos. Acredito que escrever é uma arte e, como tocar um instrumento, ela depende, muito além do conhecimento musical, do amor. Logo fiz uns convites a amigos que sei que quando escrevem fazem com amor. Assim minha amiga, Júnia, também historiadora, autora do Vintage Blog, escreveu para mim um excelente artigo sobre a administração de Juscelino Kubitscheck em Minas Gerais na década de 1940. Obrigado minha cara amiga.


Por Júnia Lemos



Em abril de 1940 tomava posse como prefeito de Belo Horizonte Juscelino Kubitscheck de Oliveira. Sua meta nesta época já era o desenvolvimentismo e sempre no menor espaço de tempo possível. Simultaneamente à política modernizadora de JK, explodia na Europa a II Guerra mundial gerando dificuldades para que o prefeito então em exercício colocasse em pratica suas idéias devido a alta nos produtos. Mas isso não freou Juscelino que iniciou um processo de infra-estrutura necessário para o progresso que inevitavelmente despontava.


Construiu o que viria a ser um marco na economia e na indústria e colocaria BH em pé de igualdade com as grandes cidades brasileiras: a cidade industrial e o bairro Eldorado ao lado do pólo industrial, sendo este último uma espécie de “cidade dormitório” para os operários.


Na época não havia acesso até a região, então o prefeito belorizontino mandou prolongar a famosa avenida Amazonas até a Gameleira. A avenida tinha 35 metros de largura, canteiro central e passeios largos e seguia quase que em linha reta, com apenas três curvas, permitindo ligação rápida com o novo pólo industrial.





JK também se voltou para a questão do lazer dos mineiros e então a represa criada para o abastecimento de água da capital, tornou-se um lago artificial de raríssima beleza ( e recebeu o nome de Pampulha em homenagem ao córrego que ali passava e que havia sido represado).


Um arquiteto recém formado veio ajudar JK na reformulação de BH, o jovem Oscar Niemeyer. Ele fez o projeto urbanístico para a lagoa que não poderia ser apenas monumental, mas de valor urbanístico, turístico e social.




O projeto contava com quatro obras:

O Cassino: um monumento feito com concreto armado, projetando-se para dentro da lagoa em estilo moderno e de grande bom gosto. Todo cercado de jardins e desembocadores que permitiam o acesso também pelo lago, procurando desta forma prepará-lo já para o turismo e visando dar a BH uma obra que refletisse seu progresso.






A Pampulha não poderia deixar de ter um espaço para prática religiosa e para isso foi criada a polêmica Igreja São Francisco de Assis - A igreja durante quase duas décadas não foi reconhecida pelos representantes católicos devido à sua forma um tanto quanto moderna para a época da construção.






Com finalidade de se criar na região um centro de reuniões, foi projetada a Casa do Baile, local destinado a diversão da elite mineira.






No próprio lago foi criado o Iate Golf Clube, de dimensões imensas e também voltado para alta sociedade mineira.






Para que a região não perdesse sua beleza mesmo a noite, foram instaladas 174 lâmpadas de 150 wts em postes de concreto.


Tudo isso teria sua importância diminuída se não houvesse boas vias de acesso até local. JK mandou de imediato melhorar a estrada velha da Pampulha. Mas a pequena via não estava à altura da grandiosidade da obra. Mandou então construir a Avenida Pampulha (hoje Antônio Carlos). Para sua construção foram exigidos trabalhos arrojados, feitos cortes profundos e canalizados dois córregos, o da Cachoeirinha e o da Lagoinha. Foi feito o serviço de embelezamento com jardins e iluminação. O projeto foi concluído 50 dias antes do prazo previsto.


Belo Horizonte cresceu muito com as mudanças urbanísticas do prefeito Juscelino, mas por outro lado, a popularidade do mesmo graças a estas e outras grandes obras em Minas tornaram-se destaque de seu governo, abrindo portas para sua escalada a presidência da república.


Como líder Máximo do país no final da década de 50 e início de 60 carregou consigo fortes característica do populismo e desenvolvimentismo. JK também foi acusado diversas vezes de corrupção. As acusações vinham desde os tempos em que ele era governador, e se intensificaram no período em que ele foi presidente.


Ainda hoje é um dos políticos mais admirados do cenário nacional, sendo considerado um dos melhores presidentes que o Brasil já teve.


BIOGRAFIA:

SILVA, Luiz Roberto da. Doce Dossiê de BH. Belo Horizonte, gráfica Editora Cedáblio Ltda., 236 p.


Autora:

Júnia Lemos, além de minha amiga blogueira, é formada em história pela UNI-BH em 1995, Pos-graduada e Brasil Colônia pela PUC/MG e Pós-graduada em História da Arte pela UNI-BH.

9 comentários:

Anônimo disse...

Ei professor, aqui é Kaio Martinelli, eu não sabia que JK havia sido governador de Minas Gerais, como são as coisas doidas da história rsrssr.

Legal a postagem.
Quando tem mais aulão me avisa.

História é Pop! disse...

Obrigada Douglas pelo convite para escrever esta postagem em seu blog e

Antônio,
JK foi prefeito de BH e Governador de MG.

abraços

Júnia Lemos

Unknown disse...

Ei Douglas deu muito certo a iniciativa de convidar pessoas para contribuirem ainda mais com seu trabalho. Parabéns ao professor Douglas e a professora Junia pelo artigo. Se quiser me convidar.

Muito sucesso para todos nós (estou copiando você Douglas)

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Professora Junia,ficou muito legal,eu particularmente nao sabia nada de bH,muita historia tem essa cidade para nos demonstrar,e voce professora realmente sabe muito,meus parabens,ficou bacana mesmo....
Abraços de seu aluno Fabiano....

História é Pop! disse...

Fabiano meu querido

Obrigada por ter passado aqui para ler minha postagem.
BH tem muita coisa para contar, mas infelizmente nossa história não é tão propagada como a de outros grandes capitais.

Bjão meu querido!

" O povo que não conhece a sua história está limitado no presente da atual geração. este povo não compreende sua própria natureza e existência, na impossibilidade de relacioná-los com o passado que os explica, muito menos antecipar coisa alguma sobre futuro.
Somente a história pode dar ao povo a consciência de si mesmo.”

Arthur Schopenhauer

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Paulo Veras disse...

Douglas, querido, ja estou escrevendo o meu pra te mandar. Que e-mail mando? Junia, como sempre voce nos da um banho de informações. Parabens!!

História é Pop! disse...

Obrigada Paulo,

abraços

e apareça também no Vintage blog