quinta-feira, 14 de maio de 2009

“De boas intenções, o inferno está cheio”

By Douguera

Pode-se se chamar o evento soviético, no integral da palavra, de uma Revolução? De uma forma concreta ela ocorreu, todavia se ela foi fidelidigna em esplendor a seus dogmas socialistas, isso não se pode dizer. Foi a Revolução que Marx preconizou? Claro que não. A que Lênin queria? Certamente que não. Por mais degenerada que essa esperança possa ter sido, a Revolução Socialista deu no que deu: no exemplo soviético. E mesmo tendo ido parar na mesa de autópsia dos cientistas, ela acabou por criar adeptos no ocidente.


Filhos legítimos da Guerra de 1914, que alguns países capitalistas persistem em não assumir a paternidade, o totalitarismo soviético vai herdar das trincheiras o hábito de violência, a simplicidade das paixões extremas e a submissão do indivíduo ao coletivo. Ele não dependeu do interesse social das massas para se manter no poder, embora tenha subido por elas, são os interesses das massas que vão depender dele. E o Stalinismo cumpre seu papel histórico sombrio de um regime ditatorial, terrorista ideocrático, ceifando vidas humanas. Ele não matou tanto quanto o totalitarismo alemão, matou mais. Em uma perspectiva mais analítica, o totalitarismo stalinista contribuiu para o desenvolvimento do totalitarismo de Hitler; em matéria de violência Stalin abre caminho para Hitler se justificar.



Assim como no totalitarismo Italiano e Alemão não foi diferente com o soviético, as paixões coletivas se encarnaram em personagens desgraçadamente excepcionais. Primeiro Lênin, formidavelmente culto aos moldes da Europa discípulo de Marx e depois Stalin, seguidor de Lênin.


Com a morte de Lênin houve um grande medo de que a Revolução fosse sepultada com seu líder, mas Stalin, a seus moldes e cheio de boas intenções, deu seguimento a Revolução segundo a qual a violência não passou de uma finalidade ética que identificou o militante revolucionário como um herói. Ou você era um revolucionário, ou um contra-revolucionário, simples assim.


O regime era algo inédito no século XX dentro das experiências concretas do repertório dos manuais de política e dos tipos de governo. Traçou traços absolutamente novos na Europa e no resto do mundo, levantou edifícios que pareciam inabaláveis, mas acabaram por ruir em si mesmo e ainda hoje estamos por pisar em cima de seus escombros.


Bibliografias


BARRAQUI, Douglas. A interpretação da realidade: metodologia da história. Disponível em: http://dougmahistoria.blogspot.com/2008/12/interpretao-da-realidade-metodologia-da.html. Acesso em 14/05/09.

FERRO, Marc. A Revolução Russa 1917. São Paulo, editora Perspectiva.

FURET, François. O passado de uma ilusão. São Paulo: Siciliano, 1995. 599p.

TRAGTENBERG, Mauricio; PINSKY, Jaime. A revolução russa. 4. Ed. - São Paulo.

Um comentário:

Sousa Hermênio disse...

felicitaciones por el trabajo con la historia