quinta-feira, 8 de março de 2018

MODULO 01 - SOCIOLOGIA - POSITIVISMO E REVOLUÇÃO INDUSTRIAL


Prof. Douglas Barraqui

1.1            O ILUMINISMO E O ESPÍRITO CIENTÍFICO

I. Definição: Corrente de pensamentos filosófico caracterizado pelas críticas ao ANTIGO REGIME, ao CLERICALISMO e ao MERCANTILISMO.

II. Contexto:
Séc. XVIII – Valorização da razão.

III. Objetivo:
Liberdade política, econômica e construir uma sociedade laica e racional, baseada em uma racionalidade prática.

Ex.:
1)      Jean-Jacques Rousseau:
Obra: “O contrato social”
Defendia um Estado republicano, em que as pessoas renunciassem à vontade individual em favor da vontade geral da sociedade.

2)      Adam Smith:
Obra: “A riqueza das Nações” (1776)
Defendia o liberalismo que tem como características
ü  Liberdade comercial
ü  Livre iniciativa
ü  Livre concorrência

3)      Denis Diderot e D'Alembert
Obra: Enciclopédia (círculo do conhecimento)
Sociedade laica e racional.

1.2  A REVOLUÇÃO INDUSCRIAL

I - Definição: Conjunto de transformações técnico científicas, ocorridas nos meios produtivos.

II - Contexto:

 FASES DA REVOLUÇÃO:

Primeira Fase: séc. XVIII, carvão mineral como combustível, morto a vapor.
Segunda Fase: séc. XIX, petróleo como combustível (motor a explosão), descoberta da eletricidade (motor elétrico).
Terceira Fase: séc. XX, petróleo como combustível (biocombustíveis), energia nuclear, fontes renováveis.

III - Consequências:
Ø  Novas tecnologias
Ø  Consolidação do capitalismo
Ø  Problemas sociais (Desemprego estrutural, miséria, êxodo rural, inchaço urbano, exploração da mão de obra operária, más condições de vida e de trabalho, alta concentração de renda e desigualdade social).
Foram os impactos e as transformações decorrentes das ideias iluministas e da revolução industrial que fizeram com que os primeiros cientistas sociais buscassem interpretar as sociedades de maneira sistemática e rigorosa.

1.3                        AS FILOSOFIAS SOCIAIS DO SÉC. XIX

A)     EVOLUCIONISMO SOCIAL:
I- Conceito: Teoria antropológica. Acredita que as sociedades têm início num estado primitivo e gradualmente tornam-se mais civilizadas com o passar do tempo.

II - Contexto: Surge antes mesmo de Darwin e sua teoria da evolução das espécies, mas ganhou ainda mais força a partir da publicação da obra “A Origem das Espécies” em 1859.

Representantes:
Lewis Morgan (1818-1881), Edward Tylor (1832-1917) e Herbert Spencer (1820-1903), considerados antropólogos de gabinete, pois nunca estiveram em contato com os povos dos quais escreveram sobre. Suas teorias baseavam-se em relatos de viajantes e naturalistas.

III - Objetivo: estudar as sociedades não européias. Explicar a enorme diversidade de povos, raças e costumes ao redor do mundo.

IV - Consequências: segundo este critério a cultura urbana industrial europeia era superior, mais avançada e desenvolvida do que as demais culturas.
v  ETNOCENTRISMO (visão de mundo característica de quem considera o seu grupo étnico, nação ou nacionalidade socialmente mais importante do que os demais)
v  HIERARQUIZAÇÃO (como se uma cultura fosse melhor do que outra).

O evolucionismo social forneceu argumentos para a “MISSÃO CIVILIZADORA” em que povos superiores possuiriam uma obrigação moral de auxiliar os povos inferiores a evoluírem e, consequentemente, saírem de seu estágio primitivo. Hoje é considerada uma pseudociência. Mas trouxe efeitos devastadores para Ásia e África.

B) DARWINISMO SOCIAL:
I  - Conceito: Aplicação da teoria evolucionista de Darwin

II  - Contexto: Obra “A origem das Espécies” (1859). Teoria: todas espécies estão submetidas a um processo continuo de evolução. O processo evolutivo é marcado por uma “seleção natural”.

III - Objetivo: interpretar as sociedades pelo viés das ideias naturalistas.

IV – Consequências: Noção de que os ricos seriam mais adaptados e mais fortes em um mundo moderno. Noção de que os brancos europeus eram superiores aos negros africanos (apartheid).

A)     RACISMO CIENTÍFICO
I – Conceito:  Uso do conceito de determinismo biológico que propunha a raça como fator determinante para hierarquizar seres humanos.

II – Contexto: meados do séc. XIX. Autor: Robert Knox. Livro: “Raça é Tudo”.

III – Objetivo: Uso da frenologia (do Grego: freno "mente"; logos, "lógica ou estudo) doutrina segundo a qual o tamanho do cérebro influencia na capacidade intelectual) e a craniometria (doutrina que acreditava que pelas medidas do crânio, tamanho e volume, poderia determinar as características sociais do indivíduo).

IV – Consequências: difundiu práticas de eugenia (eu = bem , genia = origem/nasicmento). No Brasil séc. XIX e XX política de branqueamento da população e ciência nazista de Hitler (eliminar judeus, negros, ciganos e homossexuais).

1.4  POSITIVISMO

I - Conceito: Corrente filosófica com forte crença no poder da razão, na ciência e na tecnologia como fatores para progresso humano.

II - Teóricos:
1 – Saint-Simon (1760-1825): o francês foi inaugurador da teoria positivista. Acreditava no poder da razão e no progresso da humanidade. Simon discordava do iluminismo (criticava as instituições sociais e o Estado), chamado por ele de “filosofia negativa” e se opôs a ele criando o positivismo.
2 – Auguste Comte (1798-1857): auge do positivismo, “pai do positivismo”.
Obra: “Curso de Filosofia Positiva”


Características:
a) Cientificismo ou “Culto a ciência”: conhecimento verdadeiro é aquele que é provável (ciência experimental).

b) Valorização da tecnologia: como ferramenta para satisfazer as necessidades, superar as desigualdades, acabar com a pobreza e reduzir os esforços com o trabalho.

v  Concebia a sociedade como um organismo vivo.
v  Todas as sociedades passam pelo mesmo processo evolutivo.
v  Sociologia como instrumento para promover intervenção na sociedade.


1.5  POSITIVISMO E A SOCIOLOGIA:

“Estruturas sociais obedecem a leis naturais”
“Leis naturais que regem a vida em sociedade”

A)     LEI DOS TRÊS ESTADOS:
1) Estado teológico:
2) Estado metafísico:
3) Estado positivo:
Explicação sobrenaturais da realidade do mundo.

O mito e a religião  Explicavam o mundo (animismo, politeísmo e monoteísmo)
Uso da filosofia (pensamento) para um caminho mais racional.

Do grego antigo: metà = depois de, além de tudo;
Physis = natureza ou física.

A ciência toma o lugar da religião e da filosofia.


B)      LEI DO PROGRESSO:
Ø  Todas as sociedades humanas evoluiriam seguindo as mesmas etapas.
Ø  O modelo de evolução (sociedade europeia industrializada, dita moderna)

C)      POSITIVISMO NO BRASIL:
Influenciaram na proclamação da República. Positivismo comtiano chegou às forças armadas.
“Ordem e progresso”

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:


MARTINS, Carlos Benedito. O que é Sociologia. Rio de Janeiro: Zahar, 1988

SELL, Carlos Eduardo. Sociologia Clássica . Itajai: EdUnivali, 2002

LAKATOS, Eva Maria. Introdução à Sociologia. São Paulo: Atlas, 1997

LAKATOS, E. M. & MARCONI, M. A. Sociologia Geral. São Paulo: Atlas, 1999

CHARON, Joel M. Sociologia. São Paulo: Saraiva, 2002

GUARESCHI, Pedrinho. Sociologia Crítica. Porto Alegre: EdPUCRS, 2002

BOUDON, R. BOURRICAUD, F. Dicionário crítico de Sociologia. São Paulo: Ática, 2000

MEKSENAS, Paulo. Sociologia. Coleção Magistério 2º Grau. São Paulo: Cortez.

COSTA, Cristina. Sociologia – Introdução à Ciência da Sociedade. São Paulo: Moderna.

Nenhum comentário: