Prof. Douglas Barraqui
Ciência e a Igreja têm uma história
em comum, estão interligadas. É uma história longa e, às vezes, bastante
conflituosa, também, por vezes harmoniosa. A primeira coisa a fazer é separar
Igreja dos homens: Quem perseguiu hereges, quase condenou Galileu, queimou mulheres
bruxas na Idade Média não foi a igreja, foram homens. Ditos homens de Deus,
acreditavam estar agindo em nome de Deus e da Igreja que seguiam. Esses homens utilizaram
textos das sagradas escrituras para justificar os seus atos.
Mas, posso afirmar de forma categórica que sem a Igreja Católica não haveria ciência. Devemos lembrar que a
Igreja católica, durante muito tempo, esteve ligada ao ensino, a construção das
universidades, ao apoio financeiro aos cientistas, clérigos e não clérigos. No Brasil temos vários
exemplos de instituições religiosas e produtoras de conhecimento científico
como as Pontífices Universidade Católicas.
De acordo com o Thomas Woods,
historiador estadunidense, ao longo da história muitos padres foram cientistas:
Pe. Nicholas Steno (considerado o "o pai da geologia"), o Monge
Franciscano Bacon (considerado precursor do método científico moderno,
defendendo como método a experiência), Pe. Athanasios Keicher (o pai da
egiptologia), Pe. Giambattista Riccioli (a primeira pessoa a medira a taxa de
aceleração de um corpo em queda livre), Pe. Robert Boscovich (considerado o pai
da teoria atômica moderna), entre outros. Mais recentemente, no ano de 2013, um
conclave da Igreja Católica Apostólica Romana passou a reconhecer uma forma
teísta de evolução cósmica e evolução biológica, em miúdos, passou a
reconhecer Darwin.
Devemos lembrar ainda que a ciência,
também a religião, é filha de seu tempo. E que a mentalidade, a forma de pensar
das pessoas muda ao longo da história. Podemos concluir que em menor ou maior
grau ciência e religião sempre estiveram próximas.
REFERÊNCIAS:
FILORAMO, Giovanni; PRANDI, Carlo. As Ciências das Religiões. São Paulo:
Paulus, 1999.
MARQUES, Leonado. A História das Religiões e a Dialética do
Sagrado. Madras, 2005.
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