Por Douglas Barraqui
A
Revolução Francesa foi um acontecimento latente da história da humanidade. Sobre
este processo histórico, muitos filmes foram produzidos, alguns distonantes,
outros com um tom psicodélico até anacrónico, e outros com falhas históricas
dantescas. “Danton: O Processo da Revolução” não é uma obra prima do cinema
histórico, mas nos dá uma importante contribuição para um entendimento do
pensamento e do fervor político daquela conjuntura de guilhotinas cortando
cabeças.
Danton,
interpretado no filme pelo excelente ator Gérard depardieu, ao retornar à Paris
na primavera do ano de 1794, se depara com uma revolução sanguinária e sem
controle, onde Robespierre (Wojciech Pszoniak), na liderança do Comitê de
Segurança, inicia uma verdadeira caça as bruxas aos contrários a revolução e
faz dezenas de cabeças rolarem.
O
povo que já tinha que suportar a fome, agora também engole o medo. Todos podem
ser suspeitos em potencial de serem contra revolucionários, nem mesmo Danton
escapou. Contraditoriamente os mesmos revolucionários que um dia levantaram a
banderam dos Direitos do Homem e do Cidadão, implantavam um regime de terror. Confiante
no apoio do povo Danton conflitua com Roubespierre, seu antigo aliado.
O
filme mostra que a liberdade, a igualdade e a fraternidade podem ser facilmente
esquecidas por nós, e acabarem em verdadeiras trajédias.
Alunos
de ensino fundamental e médio, em grande parte, vão achar o filme um programa
de índio se uma boa introdução aos acontecimentos históricos não forem feitas. Mas,
no mais, embora com erros históricos e com foco demasiado na figura de Danton
reduzindo Robespierre, o filme é um bom retrato do terror revolucionário.
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