quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Danton: O Processo da Revolução


Por Douglas Barraqui

A Revolução Francesa foi um acontecimento latente da história da humanidade. Sobre este processo histórico, muitos filmes foram produzidos, alguns distonantes, outros com um tom psicodélico até anacrónico, e outros com falhas históricas dantescas. “Danton: O Processo da Revolução” não é uma obra prima do cinema histórico, mas nos dá uma importante contribuição para um entendimento do pensamento e do fervor político daquela conjuntura de guilhotinas cortando cabeças.

Danton, interpretado no filme pelo excelente ator Gérard depardieu, ao retornar à Paris na primavera do ano de 1794, se depara com uma revolução sanguinária e sem controle, onde Robespierre (Wojciech Pszoniak), na liderança do Comitê de Segurança, inicia uma verdadeira caça as bruxas aos contrários a revolução e faz dezenas de cabeças rolarem.

O povo que já tinha que suportar a fome, agora também engole o medo. Todos podem ser suspeitos em potencial de serem contra revolucionários, nem mesmo Danton escapou. Contraditoriamente os mesmos revolucionários que um dia levantaram a banderam dos Direitos do Homem e do Cidadão, implantavam um regime de terror. Confiante no apoio do povo Danton conflitua com Roubespierre, seu antigo aliado.

O filme mostra que a liberdade, a igualdade e a fraternidade podem ser facilmente esquecidas por nós, e acabarem em verdadeiras trajédias.

Alunos de ensino fundamental e médio, em grande parte, vão achar o filme um programa de índio se uma boa introdução aos acontecimentos históricos não forem feitas. Mas, no mais, embora com erros históricos e com foco demasiado na figura de Danton reduzindo Robespierre, o filme é um bom retrato do terror revolucionário. 

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