segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

"O Caos Nosso de Cada Dia", nos dai hoje...



By Douguera


Você toma em média quantos ônibus por dia para se locomover de sua casa até seu trabalho ou curso e vice versa? Quer dizer, você não o toma é ele quem te toma um mês de vida a cada viagem. São horas aguardando o infeliz do ônibus e quando ele passa, está tão cheio que faz a sardinha em lata parecer um peixe em um aquário de mil litros. Não cabe nem um fio de cabelo com graxa e você é obrigado a esperar o próximo, que com uma boa dose de fé, dará par ir em pé.


O diretor de planejamento da Ceturb-GV, o Sr. José Carlos Pereira Moreira, que provavelmente nunca pois sua bunda rechonchuda em um ônibus, tem ainda a cara de pau de dizer que o transporte público da grande vitória “é um exemplo para as demais capitais”. O meu maior medo é se todos seguirem esse exemplo.


Para o italiano Ennio Flaiano, roteirista, novelista, dramaturgo, jornalista e crítico, o automóvel não passa de quatro poltronas colocadas sobre um estrado de aço e conduzidas por um motor a explosão. Mas se ele visse um ônibus da Grande Vitória, iria perceber que não é só o motor que é a explosão e sim todo o coletivo. Seguindo o lema de que “sempre cabe mais um”, onde cabem 69 sentados e em pé, entram104, “noves fora”, e sobem dois a cada ponto até o terminal. O resultado dessa equação é uma confusão.


É a “hora do rush”. Rush significa rapidez, pressa, e é nessa hora que a pressa deixar de ser a inimiga da perfeição para se tornar a inimiga de sua paciência. Enquanto você aguarda um ônibus em um dos terminais da grande vitória irá concerteza presenciar uma gritaria misturada com falatório, criança chorando, um celular miserento tocando funk, tudo isso aliado a barulho de motores e businas com bip de alerta de ré, o que faz dos terminais de ônibus um verdadeiro teste para cardíaco.


Todavia, mesmo em meia a essa conjuntura de precariedade, a Ceturb-GV foi uma das empresas premiadas no ciclo 2008 de Prêmio Qualidade Espírito Santo (PQES), em uma solenidade no centro de convenções de vitória. Pergunto-me se algum dos organizadores da premiação por ventura não gostaria de entrar em um 507, em um 500 ou em tantos outros ônibus amarrotados e socados de pessoas? Porque se vissem as condições, perceberiam que já batemos todos os recordes de superlotação, e que isso é coisa para o Guiness Book.


Uma boa noticia, todavia, é que a Lei Federal 11126/05, agora assegura a permanência dos cães-guias no ônibus. Mas, qual foi à lei que garantiu a nossa permanência e segurança? pois já estamos sendo tratados como cães há anos, alias cães baldios.

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