Prof. Douglas Barraqui
A) ASPECTOS GERAIS:
Jânio
teve como vice-presidência João Goulart.
Ø Mandato, o mais curto
da história brasileira, durou apenas sete meses.
Ø Muitos acreditam que
a vitória de Jânio resultou da insatisfação popular em face do aumento do custo
de vida registrado no governo anterior.
Ø Passou a idéia de um
cidadão simples (homem do povo) que tinha como objetivo moralizar o país. (Vassoura
– símbolo da sua campanha – prometia varrer a corrupção do Brasil). Utilizou
como mote da campanha o "varre,
varre vassourinha, varre a corrupção", cujo jingle tinha como versos
iniciais:
varre,
varre, varre, varre vassourinha
varre,
varre a bandalheira
que o
povo já tá cansado
de
sofrer dessa maneira
Jânio
Quadros é a esperança desse povo abandonado!.
Ø Prometeu que faria,
se fosse eleito, um governo voltado para os interesses populares.
Ø Costumava guardar
sanduíches de mortadela nos bolsos e sujava o paletó de talco para parecer
caspa.
B) ASPECTOS ECONÔMICOS
Principal problema
econômico:
Ø Crescimento da dívida
externa e da inflação (heranças do governo JK).
Ø Déficit público:
ü Para diminuir os
gastos sociais e conter a inflação, Jânio adotou uma política econômica
austera, ditada pelo FMI (Fundo Monetário Internacional):
1.
Restringiu
o crédito
2.
Congelou
os salários,
ü Medidas que serviram
para mobilizar setores envolvidos com as lutas sociais.
C) ASPECTOS SOCIAIS
Ø Criou as primeiras
reservas indígenas, dentre elas o Parque Nacional do Xingu, e os primeiros
parques ecológicos nacionais.
Ø Diretrizes moralizadoras:
1.
Proibiu
as brigas de galos,
2.
Proibiu
as corridas de cavalo em dias úteis
3.
Proibiu
o uso de biquínis em desfiles.
4.
Proibição
do lança-perfume (droga manufaturada com solventes químicos à base de cloreto
de etila – provoca euforia e excitação).
5.
Regulamentou
os espetáculos públicos.
6.
Controle
da qualidade dos programas radiofônicos, de televisão, de cinema, de teatro e
de casas noturnas.
Por
mais hilárias que possam ter parecido essas medidas na ocasião, até hoje todas
essas leis editadas por Jânio ainda continuam em vigor.
D) ASPECTOS POLÍTICOS:
Ø Disse adotar uma
“política de não-alinhamento”.
ü Conferência de Bandung (ilha de Java, na Indonésia) - reunião
de 29 países em 1955 -Bandung deu origem a uma política de não-alinhamento –
países que não se alinhavam nem com o capitalismo e nem com o socialismo. Obs.
O Brasil não participou dessa conferência.
Ø Enviou ao Congresso
os projetos de lei antitruste, a lei de limitação e regulamentação da remessa
de lucros e royalties, e a pioneira proposta de lei de reforma agrária. Nenhuma
delas foi aprovada.
Ø Adotou uma posição
independente em relação à orientação ideológica dos países com os quais
estabeleceu relações comerciais, realizando transações tanto com países
capitalistas como socialistas.
1.
Reatou
relações diplomáticas com diversos países do bloco socialista, especialmente
com a União Soviética.
2.
Recusa
em encontrar-se com o presidente John Kennedy (Criticou a política dos Estados
Unidos com relação a Cuba).
3.
Enviou
João Goulart, o vice-presidente, em visita diplomática à China comunista.
4.
Em
março de 1960 - visitara Cuba a convite de Fidel Castro. Ao retornar, afirmou
apoiar a Revolução Cubana.
5.
Em
agosto de 1961 - Jânio condecorou o líder revolucionário e então ministro da
Economia de Cuba, Ernesto Che Guevara, com a Grã-Cruz da Ordem Nacional do
Cruzeiro do Sul.
Ø Seu comportamento
produziu grande impacto na comunidade internacional.
Ø A ala conservadora
desconfiava que o presidente pretendia aproximar-se da esquerda.
E) RENÚNCIA:
Ø No dia 21 de agosto
de 1961 Jânio Quadros assinou uma resolução que anulava as autorizações ilegais
outorgadas a favor da empresa Hanna e restituía as jazidas de ferro de Minas
Gerais à reserva nacional. Quatro dias depois, os ministros militares pressionaram
a Quadros a renunciar: “Forças terríveis
se levantaram contra mim…”, dizia o texto da renuncia:
"Fui vencido pela reação e assim
deixo o governo. Nestes sete meses cumpri o meu dever. Tenho-o cumprido dia e
noite, trabalhando infatigavelmente, sem prevenções, nem rancores. Mas
baldaram-se os meus esforços para conduzir esta nação, que pelo caminho de sua
verdadeira libertação política e econômica, a única que possibilitaria o
progresso efetivo e a justiça social, a que tem direito o seu generoso povo.
"Desejei um Brasil para os
brasileiros, afrontando, nesse sonho, a corrupção, a mentira e a covardia que
subordinam os interesses gerais aos apetites e às ambições de grupos ou de
indivíduos, inclusive do exterior. Sinto-me, porém, esmagado. Forças terríveis
levantam-se contra mim e me intrigam ou infamam, até com a desculpa de
colaboração.
"Se permanecesse, não manteria a
confiança e a tranquilidade, ora quebradas, indispensáveis ao exercício da
minha autoridade. Creio mesmo que não manteria a própria paz pública.
"Encerro, assim, com o pensamento
voltado para a nossa gente, para os estudantes, para os operários, para a
grande família do Brasil, esta página da minha vida e da vida nacional. A mim
não falta a coragem da renúncia.
"Saio com um agradecimento e um
apelo. O agradecimento é aos companheiros que comigo lutaram e me sustentaram
dentro e fora do governo e, de forma especial, às Forças Armadas, cuja conduta
exemplar, em todos os instantes, proclamo nesta oportunidade. O apelo é no
sentido da ordem, do congraçamento, do respeito e da estima de cada um dos meus
patrícios, para todos e de todos para cada um.
"Somente assim seremos dignos
deste país e do mundo. Somente assim seremos dignos de nossa herança e da nossa
predestinação cristã. Retorno agora ao meu trabalho de advogado e professor.
Trabalharemos todos. Há muitas formas de servir nossa pátria.
"Brasília, 25 de agosto de 1961.
Jânio Quadros"
25
de agosto de 1961 - Jânio renunciou à presidência.
Ø Muitos estudiosos
acreditam que a verdadeira intenção de Jânio Quadros, ao renunciar, era
aumentar seu próprio poder. Ele não contava, porém, com a prontidão do
Congresso em aceitar sua renúncia. Esperava, na verdade, receber do Congresso
poderes extraordinários, em troca de anular o pedido de renúncia. Mas não foi o
que aconteceu. No momento da renúncia, João Goulart, o vice-presidente,
encontrava-se em visita diplomática à China comunista.
REFERÊNCIAS:
AZEVEDO, Gislane Campos; SERIACOPI, Reinaldo. Projeto Teláris: história 9° ano. São Paulo: Ática, 1º ed., 2012.
CAPELLARI, Marcos Alexandre; NOGUEIRA, Fausto Henrique Gomes. História:
ser protagonista - Volume único. Ensino Médio. 1ª Ed. São Paulo: SM. 2010.
COTRIM, Gilberto. História Global – Brasil e Geral. Volume
Único. Ensino Médio. 8ª Ed. São Paulo: Saraiva 2005.
MOZER,
Sônia & TELLES, Vera. Descobrindo a
História. São Paulo: Ed. Ática, 2002.
PILETTI,
Nelson & PILETTI, Claudico. História
& Vida Integrada. São Paulo: Ed. Ática, 2002.
Projeto Araribá: História – 9° ano.
/Obra coletiva/ São Paulo: Editora Moderna, 2010. Editora Responsável: Maria
Raquel Apolinário Melani.
Uno: Sistema de Ensino – História –
9° ano. São Paulo: Grupo Santillana, 2011. Editor Responsável: Angélica
Pizzutto Pozzani.
VICENTINO,
Cláudio. Viver a História: Ensino
Fundamental. São Paulo: Ed. Scipione, 2002.
VICENTINO,
Cláudio e DORIGO, Gianpaolo. História
Geral e do Brasil. Vol. Único. 1 Ed. São Paulo, Ed. Scipione, 2010.
Nenhum comentário:
Postar um comentário