terça-feira, 2 de junho de 2009

A história social


By Douguera

Não podemos falar de história social sem, incondicionalmente, falar dos annales que significou um marco da nova história em oposição às amarras e abordagens rankianas[1]. Um movimento de força significativa contra uma historia factual, propondo uma história problema inscrita em uma constante de interdisciplinaridade (mais sobre annales em: http://dougnahistoria.blogspot.com/2009/04/annales-by-douguera.html ). A influência dos annales foi de tal forma que levou a um quase desaparecimento das abordagens rankianas.


A mercê da historia social, em um artigo, Eric Hobsbawm, assinala que na primeira metade do século XX, décadas de 30 e 40, coexistiram três acepções de história social:

  • Uma historia social ligada às abordagens culturais: os costumes, as tradições nacionais, o individual e uma intrínseca relação com o pensamento conservador. Tudo com uma forte influência do modelo rankiano.
  • Uma história social do trabalho e dos movimentos socialistas: em aspecto político oposto, com uma abordagem do coletivo, do avanço das idéias sociais em reflexo do crescimento dos movimentos operários.
  • E uma história econômica social: destaco aqui imprescindível atuação dos annales, com uma ênfase na história econômica, prevalecimento dos fenômenos coletivos em oposição ao individual e uma ferrenha oposição à historiografia rankiana.

Nos anos de 1950 e 1960 a história social tendeu a uma constante de especialização, propondo uma nova postura historiográfica influenciada pelo viés do estruturalismo. Na década de 60 a tradição historiográfica angla saxônica iria sofrer a influência da escola dos annales.


Com tudo isso, a história social tomaria uma abordagem que buscava formular problemas históricos específicos quanto ao comportamento e as relações entre os diversos grupos sociais, sendo, logo perspicaz a atuação dos annales.


[1] faz referência a história desenvolvida por Leopold von Ranke: um dos maiores historiadores alemães do século XIX. Por intermédio da utilização das fontes ele deu ênfase na história narrativa (especialmente ligada a política internacional) e um comprometimento em mostrar o passado tal como realmente foi (wie es eigentlich gewesen ist).


Bibliografias:

CARDOSO, Ciro Flamarion S.; VAINFAS, Ronaldo (Org.). Domínios da história: ensaios de teoria e metodologia. Rio de Janeiro: Campus, 1997. 508 p.

TORQUATO, Ronaldo. Diversos. Obra de arte em forma de pintura disponível em: http://www.ronaldotorquato.com/. Acesso em 02/06/09

Um comentário:

Hilário.com disse...

ei amigo
construtivíssimo
seus artigos p/ o ramo acadêmico
felicitações!