quarta-feira, 31 de janeiro de 2018
terça-feira, 30 de janeiro de 2018
sábado, 20 de janeiro de 2018
Níkos Poulantzas e Otto Bauer: uma visão da esquerda sobre o fascismo
Prof. Douglas Barraqui
Para Níkos
Poulantzas, filosofo e sociólogo grego, o fascismo constitui de uma forma de
estado e uma forma de regime, representando uma conjuntura extremamente
particular da luta de classes. Desenvolveu-se de forma orgânica a partir da
democracia burguesa. Na concepção da Internacional comunista, compartilhada por
Trotsky, fascismo corresponde a uma guerra civil aberta da burguesia contra a
classe operária.
Poulantzas destaca
que o fascismo não é a simples substituição de um governo burguês por um outro,
mas sim uma mudança na forma de Estado. Trata-se de um fenômeno complexo que
pode ser explicado a partir das suas relações com as diversas classes de lutas.
O processo de fascização e a instauração do fascismo correspondem à situação de
aprofundamento das contradições internas entre as classes e a fração da classe
dominante.
A conjuntura do
fascismo corresponde a uma crise da ideologia dominante, a democracia liberal.
E acima desta crise ideológica podemos falar em uma conjuntura determinada - o
pós-guerra, as consequências para os países derrotados e a crise de 1929.
Poulantzas divide o
processo de fascização da seguinte maneira: em primeiro momento há o
aparecimento das milícias; e em um segundo momento ocorre o recrudescimento do
papel do próprio Estado.
Ainda sobre a forma
embrionária de bandos armados, milícias, assumem um caráter de partido de massa
quando apoiado por frações dominantes durante a etapa de ofensiva contra o
proletariado. Nesse momento o partido fascista, dando garantias seguras, ganha
o apoio do grande capital e sua ligação com as massas populares mantém-se
forte.
Em outro momento o
fascismo caminha em direção as massas há ainda uma aliança entre a fração
monopolista e a pequena burguesia. Uma vez no poder: Concessões são dadas as
massas, é o momento em que se dá início da dominação do Estado.
No período de
estabilização do fascismo: é imposto pelo bloco no poder certas concessões às
massas populares. É neste momento que se estabelece a hegemonia do grande
capital.
Na visão de Otto
Bauer, um dos principais pensadores esquerda, o fascismo é resultado de três
processos sociais: Primeiro: A guerra expulsou da vida burguesa e desempregou
grande massas incapazes de retornar ao modo de vida burguês, formaram milícias
fascistas, com peculiar ideologia militarista, antidemocrática e nacionalista.
Segundo: A crise econômica do pós-guerra levou a miséria grandes massas de
pequenos burgueses e camponeses. Essas massas abandonaram as fileiras dos
partidos de massas democráticos e levantaram-se cheios de ódio e decepção
contra a democracia. E por último: Diminuição dos benefícios contra das classes
capitalistas que para ressarcir-se aumentou o grau de exploração sobre a classe
operária. Como a classe capitalista duvidava que pudesse conseguir por
intermédio do regime democrático conter a classe operária, optou então em
recorrer às milícias fascistas nacionalistas para que semeasse o terror na
classe operária.
Capitalistas ajudaram
os fascistas em primeiro momento com auxílio financeiro, posteriormente induzio
o Estado a fornecer armas aos fascistas e por fim cedeu o poder Estatal aos
fascistas.
O exemplo do caso da
Itália os oficiais da reserva desmobilizados depois da guerra foram quem
constituiu os núcleos do partido fascista. Homens que não estavam na vida
burguesa; odiavam o capitalista especulador; orgulhosos de suas
condecorações e seus ferimentos e que criaram uma aversão ao capitalismo
proletário; ressentidos, pois sua pátria, pelo qual haviam dado seu sangue, não
podia oferecer-lhes melhores condições e posições; nacionalistas exacerbados em
oposição a democracia; homens que não queriam deixar os antigos hábitos
contraídos durante a guerra: desejavam dar e receber ordens, usar uniformes e
desfilar no ritmo da marcha. Apreciavam assim a indústria da guerra.
Foram esses homens
que começaram a formar as organizações paramilitares (ainda mais numerosos na
Alemanha). Foram essas as células primordiais do fascismo as que desenvolveram
sua ideologia geral.
Para o caso da
Alemanha a República na Alemanha nasceu em meio a uma amarga miséria. Um país
arruinado no pós-guerra e humilhado. Foi nessa conjuntura que os nacionalista
da intelectualidade rebelaram-se contra a situação do país. Assim podemos dizer
que as consequências do pós-guerra mundial contribuíram assim para fomentar o
nacionalismo alemão.
A grande crise do
sistema capitalista de 1929 teve um impacto muito forte sobre a Alemanha e
Hitler soube muito bem manobrar a crise de modo colocar o povo a seu lado e o
nazismo no poder. Antes da crise, durante a época de prosperidade, o
partido Nacional Socialista de Hitler era um grupo sem importância, com a crise
de 1929 ele ganha força. A democracia não pode evitar que a crise arruinasse a
pequena burguesia e camponeses. Assim esses voltaram-se contra a
democracia. Em meio as constantes pressões por parte da classe operária a
classe capitalista então decidiu fazer do fascismo para submeter a classe
operária. Foi através das “expedições de castigo” que a classe capitalista
descobriu como romper com o impetuoso ataque da classe operária. A milícia
fascista foi lugar de confluência dos marginalizados de todas as
classes. Podemos concluir em Otto que o fascismo nacionalista seria
patrocinado pela burguesia e seu poder Estatal.
Uma vez no poder o
partido fascista dominaria o proletariado; expulsaria os representantes da
burguesia do poder dissolvendo seus partidos sob a justificativa de que
salvaria a burguesia da revolução proletária. Na verdade o movimento operário
já estava debilitado. Era o momento dos capitalistas escolherem entre destruir
o fascismo e assim favorecer a classe operária, ou ceder ao fascismo o poder
estatal. Talvez tarde de mais; pois o terror fascista dissolveria e submeteria
à sua tutela algumas organizações capitalistas.
Níkos Poulamtzas e
Otto Bauer são contribuições valiosas no que tange a compreensão dos regimes
fascistas da Europa entre guerras, bem como o processo de fascilização. São
autores que embora partem de uma visão de esquerda devem ser lidos e levados em
consideração no estudo da história política da Europa.
Bibliografias:
BAUER, Otto. O
Fascismo.
POULANTZAS,
Nicos. Fascismo e a ditadura: A III Internacional face ao fascismo.
Tradução João G. P. e M. Fernanda S. Granado. 1ª ed. Porto: Portucalense
Editora, 1972.
quarta-feira, 17 de janeiro de 2018
O TRISTE FIM DE OVELHAS, VACAS, CABRAS, PORCOS E GALINHAS
Pintura de um túmulo egípcio, por
volta de 1200 a.C.: um par de bois arando um campo.
|
À medida que os humanos se espalharam pelo mundo, os animais domesticados também o fizeram. Há dezenas de milhares de anos, não mais de alguns milhões de ovelhas, vacas, cabras, javalis e galinhas viviam em nichos seletos na África e na Ásia. Hoje, segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o mundo tem cerca de um bilhão de ovelhas, um bilhão de porcos, mais de um bilhão de cabeças de gado e mais de 25 bilhões de galinhas. E eles estão pelo mundo todo, só no Brasil são 218,23 milhões de cabeças de gado, mais bois e vacas do que gente. As galinhas domesticadas são as aves mais disseminadas até hoje. Depois do Homo sapiens, o gado, o porco e a ovelha são, nessa ordem, os grandes mamíferos mais difundidos no mundo.
Infelizmente, a perspectiva
evolutiva é um parâmetro de sucesso relativo. Julga tudo segundo os critérios
de sobrevivência e reprodução, sem considerar o sofrimento e a felicidade
individuais. As galinhas e as vacas domesticadas podem ser uma história de
sucesso evolutivo, mas também estão entre as criaturas mais miseráveis que já
existiram. A domesticação de animais se baseou em uma série de práticas brutais
que só se tornaram cada vez mais cruéis com o passar dos séculos.
A expectativa de vida natural de
galinhas selvagens é de 7 a 12 anos, e de bovinos é de 20 a 25 anos. Já a
grande maioria das galinhas e vacas domesticadas no mundo hoje é abatida com
algumas semanas ou no máximo alguns meses de vida.
Galinhas chocadeiras, vacas
leiteiras e animais de carga às vezes têm a chance de viver por muitos anos.
Mas o preço é a sujeição a um estilo de vida completamente alheio a suas
necessidades e desejos. É razoável supor, por exemplo, que os bois preferem
passar seus dias vagando por pradarias abertas na companhia de outros bois e
vacas do que puxando carroças e arados sob o jugo de um primata com chicote.
A fim de transformar bois,
cavalos, jumentos e camelos em animais de carga obedientes, seus instintos
naturais e laços sociais tiveram de ser destruídos, sua agressão e sexualidade,
contidas e sua liberdade de movimento, restringida. Os criadores desenvolveram
técnicas como trancar animais em jaulas e currais, contê-los com rédeas e
arreios, treiná-los com chicotes e aguilhadas e mutilá-los. O processo de
domesticar quase sempre envolve a castração dos machos. Isso restringe sua
agressividade e permite que os humanos controlem seletivamente a procriação do
rebanho.
Referências:
HARARI, Yuval Noah. Sapiens: uma breve história da
humanidade. Tradução Janaína Marcoantonio. 11 ed. Porto Alegre, RS: L&PM,
2016.
UM MONARCA EM APUROS
Prof. Douglas
Barraqui
O movimento republicano
Homenagem da Revista Ilustrada à proclamação da república brasileira |
O ideal de república não era novo no
país e se divide em duas fases: durante o Período colonial, significou a
revolta contra a metrópole, é o que a autora do livro “Da Monarquia a Republica”, Emila Viotti Costa, chama de
republicanismo utópico e após independência:, que significou uma oposição ao
governo.
O partido republicano surge em 1870,
sua origem está no partido liberal, que em 1868 cindiu-se em duas alas:
radicais e moderados. Dentro da ala dos radicais que vai evoluir o ideário
republicanismo.
De 1870 até 1889 o partido republicano ampliou
sua influência. Foram criados vários clubes e jornais, e essa ampliação do
ideário de república se dá graças a propaganda feita por esses órgãos, que se
concentraram preferencialmente no sul, segundo o qual 73% dos jornais e 89% dos
clubes, localizavam-se nessas províncias. Portanto, o sul do país demosntrava
que era o grande emissor da propaganda republicana.
Grande parte do corpo militante do
movimento republicano era composto por fazendeiros, rompendo com a idéia de que
as zonas rurais eram predominantemente conservadoras. Os dirigentes do
movimento deixavam bem claro em não ter nada a ver com a questão abolicionista
(o que não significava que alguns de seus membros fossem simpáticos ao fim do
escravismo) a fim de conservarem a simpatia com os fazendeiro. Quando a
participação no movimento era preponderante a presença de elementos do oeste
paulista em detrimento do Vale do Paraíba. Emília Viotti da Costa, diz que o Oeste Paulista configurava-se em
uma zona pioneira e que destacava-se pelo espírito progressista: pioneiros
na substituição da mão de obra escrava pela de imigrantes, ampliação de
ferrovias e organismos de credito, a própria população era mais diversificada
profissionalmente, formação de uma mentalidade mais urbana do que rural devido
que os fazendeiros viviam boa parte do ano nas cidades. Portanto em
São Paulo os fazendeiros formavam o núcleo mais importante do partido
republicano, já no Rio de Janeiro e demais províncias era constituída por
representantes da camada urbana.
O partido republicano se dividia em
duas tendências: A revolucionária, idealizava a revolução popular, o povo
deveria fazer a revolução e a evolucionista, acreditavam que se chegaria a
republicanismo pelo modo pacífico, através da via eleitoral. Essa ala
evolucionista é a vencedora no congresso realizado em são Paulo em
1889, e Quintino Bocaiúva é indicado para a chefia do partido.
A solução militarista
É em 1887 que a chefia do partido
começa a cogitar na possibilidade de recorrer ao exército a fim de derrubar a
monarquia e instaurar a república. A questão militar era explorada pelos
republicanos a fim de colocar os militares contra a monarquia, e
assegurava-lhes incondicional apoio. A autora explica que não havia uma questão
militar e sim várias: a primeira data do fim da Guerra do Paraguai; difusão do
positivismo de conte nas escolas militares, principalmente com a ação de
Benjamin Constant; entre os militares havia a difusão da convicção de que os
homens de farda eram “puros” e “patriotas”, e estavam ansiosos para corrigir os
vícios da organização política do país, ao contrário dos civis corruptos e sem
nenhum sentimento patriótico. Dentro do corpo militar havia certamente
profundas divergências, mas a adesão de uma facção, mais ou menos importante, à
idéia de república foi decisiva para a proclamação da mesma. Emília argumenta
que: "A república nasce sobre o signo do exército".
Tentativas de frear o movimento
O movimento abolicionista e a
propaganda republicana faziam generalizar a impressão de que a monarquia estava
com seus dias contados. Foram então deixadas algumas palavras proféticas pelo
Barão de Cotegipe, disse ele:
“não se apresse a correr para ela que ela está correndo para nós. O meu
ministério caiu por uma conspiração do palácio, o meu sucessor sairá na ponta
das baionetas e talvez com ele a Monarquia.”
Ouro Preto, quem assumira o ministério
em 1889, tinha a plena convicção dos riscos que estava por enfrentar.
E deste modo era necessário neutralizá-la, não por meio da violência ou
repressão, mas sim demonstrando a elasticidade do regime monárquico, por
intermédio de reformas políticas, sociais e econômicas, inspiradas na escola
democrática. Inicia-se então o programa de reformas: ampliação da
representação; plena autonomia das províncias; liberdade de culto religioso;
temporariedade do senado; liberdade de ensino; lei de terras que
facilitasse sua aquisição; estabelecimento de créditos; elaborar um código
civil; reformas no conselho de Estado dentre outras reformas de nítido carater
liberal.
"Proclamação da República", 1893, óleo sobre tela de Benedito Calixto (1853-1927). Acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo |
Pedro Luiz Soares de Souza, deputado do
Rio de Janeiro, pergunta a Ouro preto: “é o começo da República?”, ao que lhe
respondeu Ouro Preto: “não, é a inutilizarão da República.” A câmara recuou
diante das medidas, que pareciam demasiadamente radicais. O que testemunhando,
portanto, a incapacidade dos grupos dominantes em aceitar as reformas
necessárias para inutilizar o movimento republicano sem a repressão. O fato é
que seria impossível realizar tais reformas dentro dos quadros da monarquia.
O golpe de 15 de novembro
Com a dissolução da câmara a situação
se agravou. Ouro preto tomou algumas medidas que desagradaram os militares e
foram amplamente utilizadas pelos republicanos, que se aproveitando do momento
de inquietação, passaram a insistir com os militares para que se colocassem à
frente do movimento republicano. Em 11 de novembro, Rui Barbosa, Benjamin
Constant, Aristides Lobo, Bocaiúva, Glicério e o coronel Sólon reuniram-se na
casa de Deodoro a fim de convencê-lo a tomar partido. Assim em 15 de novembro
era proclamada a República, por um golpe militar, conjugando três forças: O
exército, fazendeiros do Oeste Paulista e Representantes da classe média
urbana.
O ano de 1889, todavia, não significou
uma ruptura do quadro histórico do Brasil: As condições de vida do trabalhador
rural continuaram as mesmas; Permaneceu o sistema de produção e o caráter
colonial da economia e persistia a dependência em relação ao mercado externo e
ao capital estrangeiro.
Proclamação da República no Rio de Janeiro (por Georges Scott, publicado em Le Monde Illustré, nº 1.708, 21/12/1889). |
Referência:
COSTA, Emilia Viotti da. Da Monarquia
a Republica: momentos
decisivos. 5. ed. - São Paulo: Brasiliense, [1989?]. 361p. ISBN 8511130462
(broch.).
A VERDADE ESTÁ NO MUNDO REAL E A BUSCA PELA FELICIDADE: ARISTÓTELES
Prof.
Douglas Barraqui
1.1
ARISTÓTELES: A
IMPORTÂNCIA DA REALIDADE SENSORIAL
A) CONTEXTO HISTÓRICO:
Ø Aristóteles nasceu
em 384 a. C., em uma família de médicos, na cidade de Estagira (por isso ele
também é chamado de estagirita).
Ø Foi discípulo de Platão.
Ø Professor de
Alexandre o Grande.
Ø Fundou a sua
escola: Liceu.
B) DIFERENÇAS ENTRE PLATÃO E ARISTÓTELES:
PLATÃO
|
ARISTÓTELES
|
Ø Matemática como
meio de se alcançar o conhecimento verdadeiro.
|
Ø Experimentalismo como
forma de se alcançar o conhecimento verdadeiro (empirismo – usos dos
sentidos).
|
Ø Dualidade: mundo
sensível e inteligível.
|
Ø Mundo sensível
(material).
|
Ø Beleza (bom e
belo) percebida através do pensamento, só existe no mundo das idéias
(inteligível).
|
Ø Beleza percebida
através dos sentidos, propriedade do ser (admite o feio como valor estético).
|
Ø Idealista
|
Ø Realista
|
C) A METAFÍSICA:
Ø É o estuda das
causas primeiras.
Ø A metafísica (busca
a essência das coisas), portanto, FILOSOFIA PRIMEIRA.
Ø É o mais alto grau
de conhecimento que o ser humano pode alcançar sobre o mundo do ser.
Ø A mais difícil e a
mais ampla de todas as ciências.
Ø A filosofia
aristotélica busca o conhecimento daquilo que está além do mundo empírico (uma
realidade METAEMPÍRICA).
D) A LÓGICA:
Ø Para Aristóteles
para se chegar ao conhecimento verdadeiro deve-se obedecer a regras lógicas.
Ø A lógica nos
permite avaliar as idéias em argumentos.
Ø Para que uma
conclusão seja correta, a argumentação deve ser lógica.
I.
Tipos de
Argumentação:
1)
Indução (analogia):
ü O RACIOCÍNIO parte
da experiência PARTICULAR em direção ao UNIVERSAL para se chegar a uma
CONCLUSÃO LÓGICA.
ü A experiência
PARTICULAR permite alcançar por meio de uma GENERALIZAÇÃO uma LEI GERAL.
ü A conclusão pode
ser forte ou fraca, depende do numero de seres observados.
Ex.
·
Urubu
é um pássaro que voa,
·
Pardal
é um pássaro que voa,
·
Pombo
é um pássaro que voa,
·
Logo,
todos os pássaros voam.
2)
Dedução
(silogismo):
ü O RACIOCÍNIO parte
da experiência UNIVERSAL em direção ao PARTICULAR para se chegar a uma
CONCLUSÃO LÓGICA.
ü O silogismo é
formado por uma PREMISSA MAIOR (P) (verdade) somada a uma PREMISSA MENOR (p)
para se chegar a uma CONCLUSÃO LÓGICA (C).
P+p=C
Ex.
·
Todo
brasileiro é sul-americano. (Premissa maior)
·
Ora,
todo paulista é brasileiro. (Premissa menor)
·
Logo,
todo paulista é sul-americano. (Conclusão)
E) COMO COMPREENDER A REALIDADE: A TEORIA DO CONHECIMENTO
Livro: “Metafísica”
Ø A realidade pode
ser compreendida através da observação (sentidos).
Ø A realidade é constituída
pelo concreto e mutável.
Ø É na realidade que,
através do experimentalismo, o ser humano deve buscar a verdade.
Ø O sujeito
cognoscente (ser pensante) deve partir dos dados sensíveis (pelo método
indutivo) para chegar a verdade universal ou essência do ser.
Alguns conceitos em
Aristóteles são importantes para compreender o mundo sensível, material:
I.
MATÉRIA E FORMA:
1)
Matéria:
ü A matéria é o que
compõe o mundo físico.
ü O que constitui as
coisas.
ü Um princípio que
individualiza o ser.
ü É tudo aquilo que é
perceptível aos nossos sentidos e contem a potência (possibilidade) de se
transformar em outra coisa.
Ex.: Madeira, pedra
2)
Forma:
ü É a maneira com a
qual a matéria de cada ser (coisa) se individualiza e se dispõe.
ü É a essência da
matéria.
Ex.: Cadeira, mesa
II.
SUBSTÂNCIA E
ACIDENTE:
1)
Substância:
ü Definições:
a)
Existência
particular, característica individual e única do ser (essências individuais)
b)
Objeto
da metafísica, que busca encontrar a metafísica do ser (fundamento)
Ex.: Cedro, mármore
2)
Acidente:
ü Característica
circunstancial do ser.
ü Varia, mas sem
mudar a sua essência.
Ex. cor dos olhos,
azuis ou castanho possuem a mesma função; dedos, curtos ou largos possuem a
mesma função.
Ex.: Madeira roxa,
Mármore rosa
III.
NECESSIDADE E
CONTINGÊNCIA:
Características do
ser:
1)
Necessário: aquilo que é
necessário para que o ser exista (a substância).
Ex. Cadeiras e
mesas precisam da madeira e da pedra.
2)
Contingentes: aquilo que é
dispensável para a existência do ser (os acidentes).
Ex.: Cadeira pode
ser de madeira roxa ou vinho, terá mesma função. A mesa pode ser de mármore
rosa ou branco, ainda assim terá a mesma função.
IV.
POTÊNCIA E ATO:
1)
Potência:
Está relacionado
com a matéria que possui potencial
para ser transformado, ex.:
ü A madeira é a
potencia da cadeira.
ü A pedra é a
potencia da espada.
2)
Ato:
Está relacionado com a Forma que assume o ser após ser transformado.
Ex.:
ü A cadeira é o ato
da madeira.
ü A espada é o ato do
ferro.
ü A moeda é o ato da
prata.
Ø Os seres se
transformam da potência para o ato.
Ø A FORMA por ser
sempre o ato, é o REAL.
Ø A MATÉRIA por ser
sempre uma potência, é o POSSÍVEL.
Ø O REAL é MAIS
PERFEITO do que o POSSÍVEL.
Ø Logo, a FORMA é
MAIS PERFEITA do que a MATÉRIA.
V.
A TEORIA DAS 4
CAUSAS:
1)
Causa material: é a matéria que
forma a coisa ou o ser. (ex. a madeira e
a causa material da cadeira)
2)
Causa formal: é a forma ou modelo
da coisa ou do ser. (ex. a cadeira para ser a cadeira precisa ter quatro pés e
um acento).
3)
Causa eficiente: aquele que realiza a
transformação (criador). (ex. carpinteiro é a causa eficiente da cadeira).
4)
Causa final: é o objetivo, o porquê das coisas, sua
finalidade. (ex. a cadeira serve para sentar).
Todas as coisas têm um propósito e
devem cumprir sua finalidade.
F) ÉTICA: A MEDIANIA OU JUSTIÇA MEDIDA
Ø Diz respeito ao
comportamento das pessoas em sociedade.
Ø O PRINCÍPIO BÁSICO e fundamental que guia
o pensamento de Aristóteles é a noção de FELICIDADE.
(todas as ações humanas devem ser para buscar a felicidade).
Ø Felicidade não está
nas coisas materiais ou nos prazeres da carne.
Ø Felicidade consiste
na realização da racionalidade através das virtudes (justa medida / mediania).
Ø justa medida /
mediania seria a justa medida entre o excesso e a falta (busca pelo
equilíbrio).
Ø As escolhas racionais
devem vencer os instintos e os prazeres.
Ø O homem não nasce
bom, torna-se bom a partir do exercício da virtude, atingindo assim a
felicidade.
Escolhas racionais
(virtute) equilíbrio = felicidade
G) A CIDADE E O CIDADÃO POLÍTICO
Ø O ser humano é um
“animal político” (as pessoas nasceram para viver em comunidade).
Ø A felicidade está
em viver em sociedade.
Ø Justifica a
escravidão como meio para que o cidadão tenha tempo para se dedicar a política.
Ø O governo (de um só
homem ou de vários homens) tem o dever de garantir o bem comum. Aristóteles
classifica as formas de governo: MONARQUIA (despotismo ou tirania),
ARISTOCRACIA (oligarquia) e POLITÍA (democracia ou demagogia). Para Aristóteles
a democracia seria uma governo alheio ao bem comum por favorecer os mais
pobres.
REFERÊNCIAS:
ARANHA, Maria Lúcia. Filosofando: Introdução á
Filosofia. São Paulo: Moderna, 1993.
BUZZI, Arcângelo. Introdução ao Pensar. Petrópolis;
ed. Vozes, 1997.
CHAUÍ, Marilena. Convite á Filosofia. São Paulo,10ª.
Ed.,Ática,1998.
CONTIM, Gilberto. Fundamentos de Filosofia -História
e Grandes Temas. São Paulo;Editora Saraiva, 2000.
GAARDEr, Jostein. O Mundo de Sofia. São Paulo;
Cia. Das Letras, 1995.
GILES, Thomas Ransom. Introdução á Filosofia. São Paulo;
Epu, 1979.
LICKESI, C. Carlos. Introdução á Filosofia -
Aprendendo a Pensar.2ª. Ed. São Paulo.
Cortez,1996. MONDIM, Battista. Curso de Filosofia.
8ªEd. São Paulo; Paulus,1981 - Volume I, II e III.
MORENTE, Manuel Garcia. Fundamentos de Filosofia -
Lições Preliminares. São Paulo; Mestre Jou,1980.
POLITZER, G. Princípios. Fundamentais de Filosofia.
São Paulo; Hemus, 1995.
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