Prof. Douglas Barraqui
KARL MARX
(1818-1883)
Conciliou
filosofia, economia, política e direito para elaborar uma crítica mais
consistente ao capitalismo.
Ø Sociedades
somente podem ser compreendidas por meio das CONDIÇÕES MATERIAIS de sua existência
(o modo como cada sociedade transforma a natureza e o modo como cada sociedade
divide o trabalho entre seus membros)
Obras:
Ø Manifesto do Partido Comunista (1848
Karl Marx e Friedrich Engels) – bandeira para diversos movimentos sociais e
sindicais, partidos políticos e mesmo revoluções.
Ø O 18 DE Brumário de Luís Bonaparte (1852)
– Teórica e histórica.
Ø O Capital (1867)
– Crítica ao capitalismo industrial, bases para a formação de uma sociedade
comunista.
Ø A Ideologia Alemã (1933)
– Crítica aos jovens hegelianos de esquerda.
A) MODO
DE PRODUÇÃO E MATERIALISMO HISTÓRICO:
I.
Modo de produção: Forma de organização
socioeconômica associada a uma determinada etapa de desenvolvimento das:
Ø
FORÇAS PRODUTIVAS
Ø
RELAÇÕES SOCIAIS DE PRODUÇÃO.
II.
Materialismo Histórico –
(concepção materialista da História). É a ciência das leis mais gerais da
evolução social pela aplicação desse método aos fenômenos sociais.
B) FORÇAS PRODUTIVAS E
RELAÇÕES SOCIAIS DE PRODUÇÃO:
I. Forças
Produtivas:
Ø Ação
do homem sobre a natureza – Formada pelos MEIOS DE TRABALHO (ferramentas e
máquinas) e OBJETO DO TRABALHO (matéria prima utilizada)
II. Relações Sociais De Produção:
Ø Modo
como os homens se organizam (trabalho/produção) para produzirem determinados
bens necessários à sobrevivência.
III. Infra-Estrutura
Ø As
relações estabelecidas entre as forças produtivas e as relações sociais de produção formam a
infra-estrutura ( todo aparato que permite que haja produção).
IV. Super Estrutura
Ø Mantem
e legitima a base. Doutrinas políticas, concepções religiosas, costumes, tradições,
moral, leis, crenças, sentimento, valores.
Ø Esfera
econômica é a mais importante, pois consegue determinar doutrinas políticas e
mesma religiões.
Ø A
super estrutura é reflexo da ideologia dominante.
C) IDEOLOGIA
Ø Conjunto
de ideias, valores, instituições e leis que expressam a visão de mundo da
classe dominante.
Ø Garante
a dominação por parte da classe dominante.
Ø O
trabalhador não se reconhece naquilo que produz, produz e não sabe o que está
produzindo, não se reconhece como membro de uma classe trabalhadora, portanto é
um alienado.
D) TRABALHO E ALIENAÇÃO:
I. ALIENAÇÃO:
Proletário – vende a sua força de
trabalho para o burguês em troca de um salário. O trabalho não é a fonte do
sustento do trabalhador, mas sim o salário.
A ALIENAÇÃO se dá quando o trabalhador não se reconhece
naquilo que produz, não se reconhece como produtor, não se reconhece como
pertencente a uma classe, não conhece toda a cadeia produtiva, está
impossibilitado de usufruir o que produz.
“A
apropriação do objeto aparece como alienação a tal ponto que quanto mais
objetos o trabalhador produz tanto menos pode possuir e tanto mais fica
dominado pelo seu produto, o capital.”
Karl
Marx
II. TRABALHO:
Ø É
o que nos diferencia dos animais. Assim construímos o mundo em que vivemos.
Ø O
mundo humano é essencialmente o mundo do trabalho.
Ø O
trabalho é o elemento capaz de nos humanizar.
Ø O
trabalho alienado nos desumaniza.
E) MAIS-VALIA
Diferença entre:
O VALOR DE TUDO QUE É PRODUZIDO
PELO OPERÁRIO - VALOR DO SALÁRIO PAGO AO OPERÁRIO = MAIS-VALIA
Na mais-valia:
Ø O
excedente do trabalho do operário se torna a mais-valia.
Ø A
riqueza produzida é maior do que o salário.
Ø O
trabalho rende mais ao empregador do que ao empregado.
Ø Mais-valia
é a fonte de lucro do burguês (mola propulsora do capitalismo)
TIPOS DE MAIS VALIS:
MAIS-VALIA ABSOLUTA
Aumento da jornada de trabalho sem
aumentar a remuneração.
MAIS-VALIA RELATIVA
Implantação de novas tecnologias
(máquinas) – Desemprego estrutural.
F) LUTA DE CLASSES
Ø A
história de todas as sociedades até os dias de hoje tem sido uma história de
luta de classes.
Ø Da
luta de classes emerge toda a dinâmica histórica.
Ø A
história humana produzida por pontos que se opõem (inspiração em Friedrich
Hegel).
Ø História
humana construída por forças antagônicas:
Tese (proposição) + antítese
(oposição) = síntese (conclusão)
G) REVOLUÇÃO PROLETÁRIA E O
COMUNISMO
Ø Papel
prático de sua filosofia: “A filosofia se limita a interpretar o mundo, cabe
a nós mudá-lo”
Ø Teoria
marxista: analisa o mundo e fornece fundamentos para sua mudança.
I. CAPITALISMO (ESTADO BURGUÊS):
Ø Marx
defende que somente uma revolução proletária poderia mudar a infra-estrutura da
sociedade.
Ø A
revolução partiria da classe operária (independente do sexo, raça, nacionalidade).
Ø Proletário
unido seria capaz de iniciar um processo de deposição do poder burguês e a
instauração de um Estado Proletariado (socialismo)
II. SOCIALISMO (ESTADO PROLETÁRIO):
Ø Socialismo
seria voltado para promoção da igualdade por meio da estatização dos meios
produtivos.
III. COMUNISMO (NÃO HÁ ESTADO):
Ø Chegaria
a um nível que a economia coletivizada e a organização democrática dispensariam
o Estado (comunismo).
Revolução proletária composta de
dois momentos: socialismo e comunismo (uma evolução do socialismo).
H) INTERNACIONAIS COMUNISTAS DO
SÉC. XIX
Ø Uma
série de reuniões públicas de sindicatos, organizações, partidos políticos.
Ø Primeira
Internacional Comunista (1864-1876) – Organização dos operários, discussão de
planos de ação política.
Ø Segunda
Internacional “operária e socialista” (1889-1914) – Participação mais efetiva
dos trabalhadores.
Ø Terceira
Internacional “Comintern” (1919-1943) – Grande influência da URSS de Stalin.
Ø Quarta
Internacional (1938-1970) – Presença dos movimentos sociais.
I) FETICHISMO DA MERCADORIA
Ø Mercadorias
vistas como dotadas de vida própria.
Ø Algumas
mercadorias tornam-se objeto de adoração (Parábola bíblica de Moises que sai
para monte Sinai para orar, cresce a descrença do povo, que vaga no deserto, e
este passa a adorar um bezerro feito de ouro. O bezerro havia se tornado objeto
de adoração e glorificação pelo povo, o nome atribuído a esta imagem era
“Fetiche”.)
Ø O
valor de uma mercadoria extrapola a sua utilidade (mais importante é o seu VALOR
DE TROCA do que o seu VALOR DE USO)
Ø Valor
de uso – importância prática da mercadoria.
Valor de troca – importância simbólica, atribuída ao nome de uma
marca (mercadorias que podem inclusive conferir algum status a quem possui.
Referência bibliográfica:
CHAUI, Marilena. Iniciação
à filosofia: ensino médio, volume único / Marilena Chaui. – 2. ed. – São
Paulo : Ática, 2013.
DUROZOI, Gerard; ROUSSEL, André. Dicionário de filosofia. 2. ed. Campinas: Papirus, 1996.
HOLIS, Martin. Filosofia.
Um convite. São Paulo: Loyola, 1996.
MONDIN, Battista. Introdução
à filosofia: problemas, sistemas, autores e obras. Trad. J. Renard. São
Paulo: Paulus, 1981.