Você é um leitor preguiçoso? Então,
você vai adorar “Terra Papagalli”. Trata-se de uma narrativa, uma estória
(fruto da infinita imaginação do homem),
com um pé na história (narrativa de fatos reais). Trata-se de uma
narrativa única da “luxuriosa, irada, soberba, invejável, cobiçada, e gulosa
história do primeiro rei de “Terra Papagalli”, que chamamos hoje de Brasil.
José Roberto Torero e Marcus
Aurelius Pimenta narram, com uma mistura de fatos históricos e e uma deliciosa
ficção, pela ótica de um dos degredados que em terras brasileiras, digo em “Terra
Papagalli”, foi deixado pelos idos de
1500.
Pouco há registrado sobre Cosme
Fernandes, personagem central, que em terras tupiniquins foi deixado sob pena
de degredo – sua proeza mais bem contada é que teria vendido, de uma só vez,
800 escravos índiso. Mas não há o que se preocupar pois a ficção toma conta do
resto sem abandonas os caminhos da história.
Escrita com um saboroso e
talentoso linguajar do século XVI, com um tom jocoso, depravado, ironico e
catabôlico, a obra concegue intercalar humor pastelão com fatos históricos. Ao mesmo
tempo que está estruturado, inteligentemente, em forma de diário de navegação,
dicionário e bestiários (trata-se de uma forma de texto
descritivo de criaturas naturais e fantásticas, com interpretação moralizadora,
que deriva directamente do Fisiólogo).
Pois, bem, não falarei mais. Apenas
leiam!