Prof. Douglas Barraqui
1.
PLATÃO: A CRIAÇÃO DA METAFÍSICA
A) CONTEXTO HISTÓRICO
Ø 427 a.C – Arístocles
nasceu em Atenas. Filho de família rica era um aristocrata.
Ø Discípulo de Sócrates
(mais importante seguidor – Platão = aquele das costas largas).
Ø Teve contato com
Pitágoras e foi mestre de Aristóteles. Assistiu a morte de Sócrates.
Ø Platão viveu o
contexto histórico da morte de Péricles (Fim do século de Péricles).
Ø Assistiu o declínio
de Atenas frente à Esparta na Guerra do Peloponeso (431 e 404 a.C)
Ø Declínio da
democracia em Atenas e a invasão dos macedônios.
B) FUDAMENTAÇÃO DA METAFÍSICA
Ø Para Platão os seres
são formados por dois mundos diferentes e separados:
1) FÍSICO (o mundo SENSÍVEL) : coisas materiais, sensíveis e portanto, MUTÁVEIS.
2) ESSÊNCIA (mundo das IDÉIAS ou mundo INTELIGÍVEL): IMUTÁVEL que só pode ser compreendido
pela racionalidade humana.
O estudo da metafísica busca conhecer a
essência do ser que está além da matéria, do que é perceptível aos sentidos.
Ø Tudo que existe, material ou imaterial, se origina da
ideia.
Ø O sentidos não nos permite conhecer a verdade como ela é
(pois nosso sentidos podem nos enganar) é preciso buscar a essência.
O MUNDO SENSÍVEL É
UMA COPIA DO MUNDO INTELIGIVEL. A VERDADE PARA PLATÃO ESTÁ NO MUNDO SENSÍVEL.
Platão fala de “DEMIURGO” (“deus artífice”)
que tomou como modelo as ideias inteligíveis, ou formas perfeitas, eternas e
imutáveis, e deu forma à matéria.
C) EPISTEMOLOGIA DE PLATÃO
I – Conceito: grego (episteme=conhecimento)
(logia=estudo) “estudo do conhecimento” – epistemologia estuda o método de como
se chega a verdade.
Platão, inspirado em Parmênides e Heráclito:
v Parmênides:
a DIMENSÃO INTELIGÍVEL, só existe a ESSÊNCIA.
v Heráclito:
dimensão do mundo MATERIAL e SENSÍVEL.
Como atingir o conhecimento? Saindo do
sensível em direção ao inteligível “em si e por si” (Afirmar que as Idéias
existem “em si e por si” – elas se impõem ao homem de modo absoluto. No pensamento
platônico existe o belo por si mesmo, o bem em si mesmo, o justo em si mesmo (IDEALIZAÇÕES).
Ø Como sair do MUNDO
MATERIAL para o MUNDO INTELIGÍVEL? Através da DIALÉTICA.
Ø O CONHECIMENTO DAS
IDEIAS se da por meio da DIALÉTICA
Ø A passagem da doxa
(OPINIÃO) para episteme (CONHECIMENTO) se dá pela DIALÉTICA.
ETAPAS:
1°) EIKASIA (IMAGENS / ILUSÃO) = Primeira impressão,
imagem que temos das coisas, captadas pelos nossos sentidos.
2°) PÍSTIS (CRENÇAS) = Cada indivíduo
percebe as coisas de modo diferente. Temos impressões diferentes sobre as
coisas.
3°) DIANÓIA (RACIOCÍNIO) = Começamos a
raciocinar sobre o mundo que nos cerca (ex. conhecimento matemático).
4°) NOESIS (INTUIÇÃO / SABEDORIA / FILOSOFIA)
=
Por meio da razão o indivíduo atinge o conhecimento verdadeiro.
MITO DA CAVERNA (“ALEGORIA DA CAVERNA”)
DIÁLOGO / DIALÉTICA entre Sócrates e Glauco
É um ato de libertação do homem frente ao
mundo da escuridão e da ignorância. A iluminação da alma rumo a verdade.
Tentativa de tirar o homem do dogmatismo e do senso comum.
E) REMINISCÊNCIA DA ALMA: “CONHECER É
RELEMBRAR”
“Mito
da reminiscência” (lembrar; recordar)
Ø O homem é composto de
uma dualidade: CORPO e ALMA
Ø O conhecimento
sensível é imperfeito e passageiro / o conhecimento inteligível é perfeito e
verdadeiro.
Ø Para alcançar o mundo
inteligível o homem precisa: ter CONHECIMENTO sobre a VERDADE; CONTEMPLAR o que
é BELO e DISCERNIR o BEM do MAL. Precisa deixar o corpo.
Ø Uma vez no mundo
inteligível a alma atinge o conhecimento (já estava com a alma).
Ø A alma pode retornar
ao mundo sensível em um corpo, mas para voltar o homem precisa passar por um
processo de esquecimento do conhecimento.
Ø Teoria da
reminiscência explica essas lembranças (recordações) do mundo inteligível.
Ø Através da filosofia
(dialéitica) o homem pode se lembrar do conhecimento que um dia já foi
adquirido antes do corpo. O conhecimento já está no ser humano e ele precisa se
lembrar (uso da dialética).
F) A TEORIA DA TRIPARTIÇÃO DA ALMA:
Platão diz que a alma é dividida em três
partes:
1ª parte) RACIONAL: conduz a
inteligência e a virtude da alma (ligada a mente, a cabeça – Representa pelo
cocheiro).
2ª parte) IRASCÍVEL: a parte do animo,
da coragem e do vigor (ligada ao torax, peito, o coração – Representado pelo
cavalo bom e fiel).
3ª parte) APETITIVA: paixões, comer
beber, sexo, busca as coisas materiais (abaixo do ventre - Representado pelo
cavalo mau).
“Mito do cocheiro”
O corpo humano é a carruagem. O homem que
conduz o pensamente e controla as rédeas é o cocheiro e os sentimentos são os
cavalos. O homem (cocheiro) com ajuda do cavalo bom deve dominar o cavalo mau.
A alma racional, com ajuda da alma irascível domine a alma apetitiva.
G) O AMOR PLATÔNICO:
Ø O amor em Platão não
é um sentimento, mas sim uma força (que impulsiona as pessoas a chegarem a
algum lugar).
Ø O amor em Platão não
é belo nem bom, é a força que leva o homem a buscar o belo e o bom.
Ø O “eros”, o amor, é a
força mediadora que leva o homem superar o sensível e buscar o inteligível.
H) A CONCEPÇÃO POLÍTICA DE PLATÃO: “A
REPÚBLICA”
Ø Platão tratou a
política em sua obra “A República”. (Objetivo era apontar os caminhos para que
a pólis pudesse ser bem governada. O bom cidadão era um bom político. A
felicidade dos cidadãos se faz no cumprimento da justiça. Finalidade da política:
justiça para o bem comum. Moral privada é inferior a moral pública. Interesses
coletivos devem estar acima dos interesses pessoais.
Ø Platão defendia a
“sofocracia’ (sophos: sábios / Kratia = poder). Governo dos mais sábios e
inteligentes. (Platão era contrário a democracia e a monarquia).
Pólis era dividida em
três partes:
1)
Magistrados
(filósofos)
2)
Guerreiros
(soldados)
3)
Povo
(agricultores, comerciantes e artesãos)
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REFERÊNCIAS:
ARANHA, Maria Lúcia. Filosofando:
Introdução á Filosofia. São Paulo: Moderna, 1993.
BUZZI, Arcângelo. Introdução ao Pensar.
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CHAUÍ, Marilena. Convite á Filosofia.
São Paulo,10ª. Ed.,Ática,1998.
CONTIM, Gilberto. Fundamentos de Filosofia
-História e Grandes Temas. São Paulo;Editora Saraiva, 2000.
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GILES, Thomas Ransom. Introdução á
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LICKESI, C. Carlos. Introdução á Filosofia
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MORENTE, Manuel Garcia. Fundamentos de
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POLITZER, G. Princípios. Fundamentais de
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