Prof. Douglas Barraqui
Rotas comerciais dos fenícios |
a) Localização geográfica:
ü Ocupavam
uma estreita faixa de terra situada entre o litoral do mar Mediterrâneo e as montanhas do atual Líbano.
ü Parte
desse território era muito fértil, o que permitia à população explorar a
cultura de trigo e de oliveiras, e extrair madeiras nobres,
como o cedro.
ü A
outra parte do território era muito quente e árida, com períodos de seca que
duravam praticamente o ano inteiro.
ü Uma
cadeia de altas montanhas impedia os fenícios de adentrar o continente; por
isso, eles voltaram suas atividades para
o mar, pois:
·
Havia abundância do cedro, considerada uma excelente madeira para a construção de
navios,
·
A existência de bons portos naturais favoreceram o comércio marítimo.
b) Origem:
ü Povo Semita - Grupo
étnico e linguístico que se originou na Ásia ocidental e que compreende vários
povos, como árabes e hebreus.
ü O nome fenícios - A
palavra phoinikés (púnico), usada
para designar os fenícios, deriva de phóinix, que significa “roxo, púrpura”. A tinta púrpura
utilizada pelos fenícios para tingir tecidos, um dos principais produtos
comerciais desse povo, era extraída da glândula de um molusco marinho chamado
múrice. Para obter meio litro de tinta, eram necessários mais de 60 mil
múrices. Pois, de cada molusco, só se extraíam algumas gotas de tinta.
c) Aspectos políticos:
ü O
isolamento geográfico dos fenícios dificultou a formação de um Estado
unificado.
ü Cidades desenvolveram-se
de modo independente. As principais
cidades portuárias foram Biblos, Sídon,
Tiro e Ugarit.
ü Cada
uma das cidades-Estado tinha o
próprio rei, que era auxiliado por uma assembleia
composta, em geral, de ricos
comerciantes. Os sacerdotes
também participavam das decisões políticas.
d) Aspectos sociais:
ü Abaixo
do rei, dos ricos comerciantes (geralmente o governo das cidades fenícias
ficava nas mãos dos grandes comerciantes, chamados de sufetas. e dos sacerdotes,
estavam os trabalhadores livres
(artesãos, camponeses, marinheiros, pequenos comerciantes) e os escravos, prisioneiros provindos das
disputas com outros povos ou entre as cidades-Estado fenícias.
e) Aspectos econômicos:
ü As
montanhas do território fenício possuíam madeira
de excelente qualidade – como o cedro,
o cipreste e o pinho –, utilizada para a construção de embarcações e
outros artefatos.
ü A construção naval viabilizou a prática
comercial das cidades-Estado da Fenícia com outros povos.
ü Foram
também grandes artesãos: produziam tecidos, joias, perfumes, vidro, cerâmica decorada,
armas e objetos de marfim
ü As navegações - fizeram
dos fenícios excelentes comerciantes e lhes possibilitaram entrar em contato
com diversos povos de sua época. Os fenícios eram temidos pelos gregos por suas
atividades de pirataria. Na Antiguidade, era comum os marinheiros das
embarcações mercantes atacarem outros navios para roubar seus produtos ou para
capturar os tripulantes e vendê-los como escravos.
ü As colônias fenícias - A
navegação avançada permitiu aos fenícios cruzar o mar Mediterrâneo e chegar ao
oceano Atlântico. Fundaram colônias na costa da África, na Espanha, na Sicília e na Sardenha, que serviam como
grandes depósitos e eram voltadas para o comércio e a troca de mercadorias.
Nesses locais, eles adquiriam ouro, prata, estanho, cereais e também escravos.
Alguns desses lugares tornaram-se verdadeiros centros comerciais da época, como
Trípoli e Cartago.
ü Cartago -
provavelmente a cidade-estado que mais se destacou na Fenícia, importante
entreposto comercial, tornou-se independente em 650 a.C., virando uma
república.
f) Aspectos culturais:
Religião
ü Eram
politeístas (acreditavam em várias
divindades) e seus deuses eram celestes e terrestres.
ü Antropomórfica,
pois eles atribuíam características ou aspectos humanos às suas divindades.
ü Por
meio das atividades comerciais e do contato com diferentes povos, a religião
fenícia sofreu influência dos mitos
caldeus e egípcios.
·
A influência egípcia levou os fenícios a acreditar na vida após a morte e a mumificar pessoas politicamente importantes.
ü Adoradores
de divindades relacionadas à natureza. Eles acreditavam que os deuses eram responsáveis pela fecundidade do solo e pela abundância de alimentos nas colheitas.
ü Sacrifícios de animais e pessoas (crianças
primogênitas) que realizava para homenagear os deuses Baal, Astartéia, Dagon,
Ayan e Anat que geralmente eram feitos ao ar livre.
Embarcações fenícias
Os navios destinados à
prática comercial tinham a imagem da cabeça de um cavalo na proa e um casco
arredondado que aumentava o espaço interno, possibilitando maior volume de
carga. Já os birremes – navios de
guerra utilizados para afugentar piratas e não para conquistar territórios –
possuíam um aríete e eram longos e estreitos, com duas fileiras de remadores
para aumentar sua velocidade, combinadas com o uso de velas. Esses modelos de
embarcações foram depois utilizados pelos gregos e adaptados pelos romanos,
especialmente durante as Guerras Púnicas (264 a.C.-146 a.C.).
Alfabeto Fenício
A atividade comercial
colocou os fenícios em contato com povos do Oriente e do Ocidente. Nesse
contato, demonstraram-se capazes de adaptar experiências de outros povos para
criar expressões próprias, o que lhes permitiu desenvolver um alfabeto com 22 letras com base na
escrita cuneiforme dos sumérios e nos hieróglifos dos egípcios. Cada caractere
representava o som de uma consoante. O alfabeto fenício começou a ser difundido
a partir do ano 1000 a.C. e foi o precursor dos sistemas alfabéticos modernos.
Ele foi adaptado pelos gregos, que acrescentaram as vogais.
Matemática e astronomia
A atividade comercial também
possibilitou o desenvolvimento da matemática
e da astronomia, conhecimentos que os auxiliavam na:
- Administração
da produção agrícola
- Navegação
- Como eram excelentes navegadores, os fenícios observavam o movimento das
estrelas, as migrações das aves, as correntes marítimas e os ventos e
utilizavam esses fenômenos como meios de orientação em suas viagens.
- Estabelecimento
das rotas marítimas.
Decadência
Por
volta do século VIII a.C., o enfraquecimento das cidades-Estado fenícias
possibilitou que diferentes povos conquistassem o território sucessivamente.
Como a Fenícia estava localizada em uma região de passagem entre a Ásia e o
Egito, todos os grandes impérios da Antiguidade, formados nas proximidades do
mar Mediterrâneo, apoderaram-se do território fenício. Foi o caso dos impérios
egípcio, assírio, caldeu, macedônico e romano.
REFERÊNCIAS:
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CAPELLARI, Marcos Alexandre; NOGUEIRA, Fausto Henrique Gomes. História:
ser protagonista - Volume único. Ensino Médio. 1ª Ed. São Paulo: SM. 2010.
COTRIM, Gilberto. História Global – Brasil e Geral. Volume
Único. Ensino Médio. 8ª Ed. São Paulo: Saraiva 2005.
MOZER,
Sônia & TELLES, Vera. Descobrindo a
História. São Paulo: Ed. Ática, 2002.
PILETTI,
Nelson & PILETTI, Claudico. História
& Vida Integrada. São Paulo: Ed. Ática, 2002.
Projeto Araribá: História – 6° ano.
/Obra coletiva/ São Paulo: Editora Moderna, 2010. Editora Responsável: Maria
Raquel Apolinário Melani.
Uno: Sistema de Ensino – História –
6° ano. São Paulo: Grupo Santillana, 2011. Editor Responsável: Angélica
Pizzutto Pozzani.
VICENTINO,
Cláudio. Viver a História: Ensino
Fundamental. São Paulo: Ed. Scipione, 2002.
Um comentário:
Um grande povo que fez parte da história do mundo
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