Prof.
Douglas Barraqui
Segundo os mitos de criação
gregos no início só existia o Caos (Kháos), o primeiro deus
primordial a surgir no universo, a mais velha das formas de consciência divina.
Caos representava a desordem inicial do mundo um vazio sem forma do tamanho de
todo o universo. Caos era um abismo cego, escuro e ilimitado.
De Caos se originou a Terra (Gaia).
Gaia representa um contrário de Caos, já que é existência. Uma presença
distinta, uniforme, precisa. Nascida da ausência, do seio dessa ausência.
Assim, à confusão, à ausência, ao vazio, opõe-se a presença nítida, firme e
estabilizadora. As características de Gaia são a doçura, a submissão e a
humildade. A palavra humildade vem de “húmus” (terra), de onde o homem (humus =
homo) é modelado.
Também, a partir de Caos
nasce o submundo (Tártaro) e o amor (Eros). Que era simplismente o mais belo de
todos os deuses. Do Caos, também, saíram a escuridão do submundo (Érebo) e a
noite (Nyx). Da união entre Érebo e Nyx nasceu o Dia.
Basicamente podemos
assinalar que segundo o mito de criação grega tudo começa com três elementos
básicos: Kháos, vazio primordial; Gaia, a presença firme, estabilizadora e
Éros, o impulso primordial do universo.
Gaia deu a luz ao céu (Urano)
e com ele teve diversos filhos entre os quais o mar (Oceano), o tempo (Chronos)
que era o mais jovem e mais terrível de seus filhos. Chronos, seguindo ordens
de Gaya, castra Urano e se casa com sua filha Rea. Com Rea, Chronos teve filhos
que mais tarde se revoltariam contra ele e assumiriam o poder. Esses novos
deuses dividiram entre eles a autoridade. Zeus ficou com o céu. Posseidon ficou
com os mares e Hades ficou com o submundo.
Referências
bibliográficas:
BRANDÃO, Junito de Sousa. Mitologia Grega. vols. 1, 2 e 3.
Petrópolis, Vozes, 1986.
GRIMAL, Pierre. Dictionnaire de la mythologie grecque et
romaine. Paris, Presses Universitaires de France, 5 ed., 1976.
VERNANT, J-P. O universo: os deuses, os homens. S.
Paulo, Companhia das Letras, 2000).