Prof.
Douglas Barraqui
1.1
O ILUMINISMO E O
ESPÍRITO CIENTÍFICO
I. Definição: Corrente de
pensamentos filosófico caracterizado pelas críticas ao ANTIGO REGIME, ao CLERICALISMO
e ao MERCANTILISMO.
II. Contexto:
Séc. XVIII – Valorização da razão.
III. Objetivo:
Liberdade política, econômica e construir
uma sociedade laica e racional, baseada em uma racionalidade prática.
Ex.:
1)
Jean-Jacques Rousseau:
Obra: “O contrato social”
Defendia um Estado republicano, em que as
pessoas renunciassem à vontade individual em favor da vontade geral da
sociedade.
2)
Adam Smith:
Obra: “A riqueza das Nações” (1776)
Defendia o liberalismo que tem como
características
ü Liberdade comercial
ü Livre iniciativa
ü Livre concorrência
3)
Denis Diderot e D'Alembert
Obra: Enciclopédia (círculo do
conhecimento)
Sociedade laica e racional.
1.2 A REVOLUÇÃO
INDUSCRIAL
I - Definição: Conjunto de
transformações técnico científicas, ocorridas nos meios produtivos.
II - Contexto:
FASES DA REVOLUÇÃO:
Primeira Fase: séc. XVIII, carvão
mineral como combustível, morto a vapor.
Segunda Fase: séc. XIX, petróleo
como combustível (motor a explosão), descoberta da eletricidade (motor
elétrico).
Terceira Fase: séc. XX, petróleo
como combustível (biocombustíveis), energia nuclear, fontes renováveis.
III - Consequências:
Ø
Novas
tecnologias
Ø
Consolidação
do capitalismo
Ø
Problemas
sociais (Desemprego estrutural, miséria, êxodo rural, inchaço urbano,
exploração da mão de obra operária, más condições de vida e de trabalho, alta
concentração de renda e desigualdade social).
Foram
os impactos e as transformações decorrentes das ideias iluministas e da
revolução industrial que fizeram com que os primeiros cientistas sociais
buscassem interpretar as sociedades de maneira sistemática e rigorosa.
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1.3
AS FILOSOFIAS
SOCIAIS DO SÉC. XIX
A) EVOLUCIONISMO
SOCIAL:
I- Conceito: Teoria
antropológica. Acredita que as sociedades têm início num estado primitivo e
gradualmente tornam-se mais civilizadas com o passar do tempo.
II - Contexto: Surge antes mesmo
de Darwin e sua teoria da evolução das espécies, mas ganhou ainda mais força a
partir da publicação da obra “A Origem das Espécies” em 1859.
Representantes:
Lewis Morgan (1818-1881), Edward Tylor
(1832-1917) e Herbert Spencer (1820-1903), considerados antropólogos de
gabinete, pois nunca estiveram em contato com os povos dos quais escreveram
sobre. Suas teorias baseavam-se em relatos de viajantes e naturalistas.
III - Objetivo: estudar as
sociedades não européias. Explicar a enorme diversidade de povos, raças e
costumes ao redor do mundo.
IV - Consequências: segundo este
critério a cultura urbana industrial
europeia era superior, mais
avançada e desenvolvida do que as demais culturas.
v
ETNOCENTRISMO (visão de mundo
característica de quem considera o seu grupo étnico, nação ou nacionalidade
socialmente mais importante do que os demais)
v
HIERARQUIZAÇÃO (como se uma
cultura fosse melhor do que outra).
O evolucionismo social forneceu argumentos
para a “MISSÃO CIVILIZADORA” em que povos superiores possuiriam uma obrigação
moral de auxiliar os povos inferiores a evoluírem e, consequentemente, saírem
de seu estágio primitivo. Hoje é considerada uma pseudociência. Mas trouxe
efeitos devastadores para Ásia e África.
B) DARWINISMO SOCIAL:
I -
Conceito: Aplicação
da teoria evolucionista de Darwin
II -
Contexto: Obra “A origem das Espécies” (1859). Teoria: todas
espécies estão submetidas a um processo continuo de evolução. O processo
evolutivo é marcado por uma “seleção natural”.
III - Objetivo: interpretar as sociedades pelo viés das ideias naturalistas.
IV – Consequências: Noção de que os
ricos seriam mais adaptados e mais fortes em um mundo moderno. Noção de que os
brancos europeus eram superiores aos negros africanos (apartheid).
A) RACISMO CIENTÍFICO
I – Conceito: Uso do conceito de determinismo biológico
que propunha a raça como fator determinante para hierarquizar seres humanos.
II – Contexto: meados do séc. XIX.
Autor: Robert Knox. Livro: “Raça é Tudo”.
III – Objetivo: Uso da frenologia (do Grego: freno
"mente"; logos, "lógica ou estudo) doutrina segundo a qual o
tamanho do cérebro influencia na capacidade intelectual) e a craniometria (doutrina que acreditava
que pelas medidas do crânio, tamanho e volume, poderia determinar as
características sociais do indivíduo).
IV – Consequências: difundiu práticas
de eugenia (eu = bem , genia = origem/nasicmento). No Brasil séc. XIX e XX
política de branqueamento da população e ciência nazista de Hitler (eliminar
judeus, negros, ciganos e homossexuais).
1.4 POSITIVISMO
I - Conceito: Corrente filosófica
com forte crença no poder da razão, na ciência e na tecnologia como fatores
para progresso humano.
II - Teóricos:
1 – Saint-Simon (1760-1825): o francês foi
inaugurador da teoria positivista. Acreditava no poder da razão e no progresso
da humanidade. Simon discordava do iluminismo (criticava as instituições
sociais e o Estado), chamado por ele de “filosofia
negativa” e se opôs a ele criando o positivismo.
2 – Auguste Comte (1798-1857): auge do
positivismo, “pai do positivismo”.
Obra: “Curso de Filosofia Positiva”
Características:
a) Cientificismo ou “Culto a ciência”: conhecimento verdadeiro
é aquele que é provável (ciência experimental).
b) Valorização da tecnologia: como ferramenta
para satisfazer as necessidades, superar as desigualdades, acabar com a pobreza
e reduzir os esforços com o trabalho.
v Concebia a sociedade como um organismo vivo.
v Todas as sociedades passam pelo mesmo processo
evolutivo.
v Sociologia como instrumento para promover intervenção
na sociedade.
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1.5 POSITIVISMO E A
SOCIOLOGIA:
“Estruturas sociais obedecem a leis naturais”
“Leis naturais que regem a vida em sociedade”
A)
LEI DOS TRÊS ESTADOS:
1) Estado teológico:
|
2) Estado metafísico:
|
3) Estado positivo:
|
Explicação sobrenaturais da realidade do
mundo.
O mito e a religião Explicavam o mundo (animismo, politeísmo e
monoteísmo)
|
Uso da filosofia (pensamento) para um
caminho mais racional.
Do grego antigo: metà = depois de, além
de tudo;
Physis = natureza ou física.
|
A ciência toma o lugar da religião e da
filosofia.
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B) LEI DO PROGRESSO:
Ø
Todas
as sociedades humanas evoluiriam seguindo as mesmas etapas.
Ø
O
modelo de evolução (sociedade europeia industrializada, dita moderna)
C) POSITIVISMO NO
BRASIL:
Influenciaram na proclamação da República.
Positivismo comtiano chegou às forças armadas.
“Ordem e progresso”
REFERÊNCIA
BIBLIOGRÁFICA:
MARTINS, Carlos Benedito. O que é
Sociologia. Rio de Janeiro: Zahar, 1988
SELL, Carlos Eduardo. Sociologia
Clássica . Itajai: EdUnivali, 2002
LAKATOS, Eva Maria. Introdução à
Sociologia. São Paulo: Atlas, 1997
LAKATOS, E. M. & MARCONI, M. A. Sociologia
Geral. São Paulo: Atlas, 1999
CHARON, Joel M. Sociologia. São
Paulo: Saraiva, 2002
GUARESCHI, Pedrinho. Sociologia Crítica.
Porto Alegre: EdPUCRS, 2002
BOUDON, R. BOURRICAUD, F. Dicionário
crítico de Sociologia. São Paulo: Ática, 2000
MEKSENAS, Paulo. Sociologia. Coleção
Magistério 2º Grau. São Paulo: Cortez.
COSTA, Cristina. Sociologia –
Introdução à Ciência da Sociedade. São Paulo: Moderna.
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