quinta-feira, 23 de março de 2017

CRUZADA POPULAR OU CRUZADA DOS MENDIGOS (1096)

Prof. Douglas Barraqui 
O monge Pedro o Eremita em cruzada, montado em um burro (iluminura francesa, c.1270

A Cruzada Popular ou Cruzada dos Mendigos foi tida como extra-oficial. O monge Pedro, o Eremita, graças a suas pregações comoventes, conseguiu reunir uma multidão de mulheres, velhos e crianças, católicos fervorosos e fanáticos.

Maltrapilhos e sem recursos os cruzados atacaram vilarejos, pilharam plantações, atacaram infiéis ricos a exemplo dos judeus. Inspirado por Pedro o Eremita, o conde Emich de Leisengen marcou a própria testa com queimadura em forma de cruz e liderou um grupo de peregrinos para atacar os judeus da cidade de Spier.

Auxiliado por um cavaleiro, Guautério Sem-Haveres (nobre sem herança), os peregrinos atravessaram a Alemanha, Hungria e Bulgária, causando desordens e desacatos, sendo em parte aniquilados pelos búlgaros.

Em 1 de agosto de 1096, chegaram em péssimas condições a Constantinopla. Mal equipada e mal alimentada saquearam algumas plantações. Ainda assim, o imperador bizantino Aleixo I Comneno recebeu os seguidores do eremita em Constantinopla.

Prudentemente, Aleixo aconselhou o grupo a aguardar a chegada de tropas mais bem equipadas. Mas a turba começou a saquear a cidade. O imperador bizantino, desejando afastar aquele bando turbulento de sua capital, obrigou-os a se alojar fora de Constantinopla, perto da fronteira muçulmana, e procurou incentivá-los a atacar os infiéis. Foi um desastre, pois a Cruzada dos Mendigos chegou muito enfraquecida à Ásia Menor, onde foi arrasada pelos turcos. Somente um reduzido grupo de integrantes conseguiu juntar-se à cruzada dos cavaleiros.


O exército do Eremita partiu, então, para atacar a fortaleza de Niceia. Conseguiram tomá-la, os cruzados comemoraram se embriagando, sem saber que estavam caindo numa emboscada. O sultão mandou seus cavaleiros cercarem a fortaleza e cortarem os canais que levavam água aos invasores. Foi uma questão de tempo para que a sede e a fome se encarregasse de aniquilá-los e derrotá-los.

REFERÊNCIA:

WILLIAMS, Paul L. O guia completo da Cruzadas. 1 1 ed. São Paulo: Madras (2007). 326 páginas.

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