quinta-feira, 29 de outubro de 2015

CONDE VLAD III, O DRÁCULA: A HISTÓRIA POR TRÁS DO MITO

Prof. Douglas Barraqui
Vlad III / Vlad Țepeș, Príncipe da Valáquia

Hoje um aluno me perguntou: “professor e o Drácula existiu?” Eu dei um sorriso e disse: “menino pare de ver filmes de terror!”. Eu ia falar alguma coisa sobre meu parco conhecimento, mas, pensei mais um pouco e disse: “visite meu blog hoje ainda”. Segue abaixo, portanto, um pouco da história de Vlad III Dracul, que era conde, mas fazia papel de príncipe. Uma história eternizada na obra de Bram Stoker. A história por trás do mito.

Nossa história se passa no século XV, onde hoje é o minúsculo vilarejo de Arefu, no condado de Curtea de Arges, a cerca de 180 km de Bucareste, hoje a capital da Romênia. Foi lá que Conde Vlad defendeu seu condado contra ataques do Império Otomano.

Conde Vlad nasceu na Transilvânia em 8 de novembro de 1431. O pai de Vlad III, foi Vlad II, membro de uma sociedade cristã romana conhecida por Ordem do Dragão, criada por nobres da região para defender o território da invasão dos turcos otomanos. Vlad II era chamado de Dracul, em latim draco (dragão), e, por consequência, seu filho passou a ser chamado Draculea, “filho do dragão”.  

Já aos 17 anos, Vlad III deu início à série de guerras e lutas que marcariam sua história. Determinado a recuperar o trono do pai, em 1448 Vlad III retornou à Romênia e reconquistou o principado da Valáquia. Em 1456, aos 25 anos, ganhar definitivamente o trono que pertencera ao pai. Desta vez, o sucesso foi pleno após ter matado em batalha o então governante, Vladislav II.

Várias lendas se confundem com história sobre nosso personagem Vlad III, que era conhecido por sua perversidade e crueldade: “Certa vez, dois súditos se esqueceram de tirar o chapéu para reverenciar sua chegada e, por causa disso, Vlad mandou pregar os chapéus em suas cabeças”.

Também dizem as lendas que “um dia Vlad viu um aldeão com a camisa toda suja e lhe perguntou se sua esposa era saudável. O aldeão respondeu que sim e sua mulher teve ambas as mãos decepadas; e Vlad arrumou outra esposa para o aldeão e lhe mostrou o que acontecera com a antiga, para que servisse de exemplo”. Conta-se ainda que “Vlad tinha prazer em comer em frente a suas vítimas com os corpos empalados, ouvindo seus gritos de agonia”.

A fama era tanta que o conde ganhou um sobrenome-apelido de "Tepes", "empalador" em romeno. Muitos desses feitos levam a crer que Vlad III é a principal inspiração para o personagem Drácula, livro do escritor irlandês Bram Stoker, publicado originalmente em 1897.

Bram Stoker sem nunca ter pisado na Romênia, conseguiu tornar famoso o Castelo de Bran, localizado próximo de Bran, a fortaleza situa-se na fronteira entre a Transilvânia e a Valáquia, a terra de Vlad.

Mas quem de fato foi Vlad III?Guerreiro e defensor do país ou um cruel e implacável torturador? Para os romenos, Vlad III representa coragem, bravura e amor pelo país. Definitivamente, ele é um símbolo, tratado como um herói nacional, que livrou, enquanto pode, a Romênia das espadas do Império Otomano.

Há divergência sobre sua morte alguns historiadores defendem que ele teria morrido em batalha contra os turcos perto da pequena cidade de Bucareste em 14 de dezembro de 1476. Outros dizem que ele teria sido assassinado em uma emboscada por burgueses valaquianos.

Apesar de ter resistido bravamente durante anos o Conde Vlad acabou derrotado pelos otomanos. Não sem antes ter matado, de forma cruel, dezenas de milhares deles, e construído uma reputação tão eterna quanto às pós-vida de um vampiro.

REFERÊNCIAS:

Drácula de Bram Stoker. Disponível em:http://super.abril.com.br/. Acessor em 29 de outubro de 2015.

MILLER, Elizabeth. Dracula: Sense & Nonsense. 2nd ed. Desert Island Books, 2006.


WOLF, Leonard. The Essential Dracula. ibooks, inc., 2004.

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