quinta-feira, 22 de outubro de 2015

A HISTÓRIA DO BEIJO

Prof. Douglas Barraqui
Detalhe de um beijo na boca
na parede do templo de Khajuraho, na Índia

O beijo mais antigo que se tem conhecimento data de 2500 a.C. e está cravado nas paredes dos templos de Khajuraho, na Índia.  Na mesopotâmia, o povo sumério, enviavam beijos aos deuses como forma de agradecimento. Os bravos e viris homens persas, do mesmo nível hierárquico, trocavam beijos na boca como um sinal de puro respeito. Se fosse de um nível inferior, deveria se contentar em beijar o rosto apenas.

Entre os gregos, por volta de 300 a.C. a hierarquia também determinava em que local o beijo seria dado. Quem fosse da mesma classe, era permitido trocar um beijo no rosto ou na boca; agora quem fosse considerado inferior deveria se contentar com um beijo no rosto. Em um ritual de adoração aos deuses, os gregos passavam as pontas dos dedos nos lábios e tocavam nas estátuas.

Entre conhecidos da Roma antiga era comum o beijo basium. Já o osculum era selado entre amigos íntimos e entre os amantes, dava-se o suavium. Os súditos os pés do imperador deveriam se dar por contentes em beijar as mãos e os pés do césar romano. 

Na Inglaterra renascentista quando se visitava um conhecido deveria se beijar o anfitrião, sua esposa, filhos e até os bichos de estimação, se fosse o caso. E fiquem embasbacados, todos na boca. Em 1439, o rei Henrique VI da Inglaterra, acabou com a festa e proibindo os beijos para evitar a proliferação de doenças. E no século XVII Oliver Cromwell proibiu a troca de beijo aos domingos. E se por ventura você desrespeitasse a lei poderia passar algumas noites na prisão.

Em terras tupiniquins, leia-se aqui Brasil, o romantismo passou longe e no século XVIII dar um beliscão na companheira era um sinal de afeto. D. João VI, príncipe regente de Portugal, trouxe para o Brasil em 1808 a cerimônia do “beija-mão”. Chegava a receber 150 pessoas num só dia.

Agora aquele beijão de boca aberta e línguas entrelaçadas, dizem as más línguas, é uma invenção dos franceses. E a expressão “beijo de língua” ou “beijo francês” ou “pelle”, surgiu por volta de 1920. Os franceses, todavia, não assumiram a invenção. Por lá, o beijo francês, ou de língua, é conhecido como “beijo inglês”.

Independente da sua história o beijo é tradutor de sentimentos e precursor de grandes emoções.

REFERÊNCIA:


ENFIELD, Julie. História íntima do beijo. Editora Matrix

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