sexta-feira, 31 de julho de 2009

As Pirâmides


By Douguera

APRESENTAÇÃO


Até quando perguntas podem ficar sem respostas? É com essa interrogação que começo meu artigo a respeito do mundo das pirâmides. Erguidas em um passado no qual a poeira do tempo cobriu de mitos e mistérios, as pirâmides envolvem seus apreciadores de enigmas ainda sem solução. São centenas em todo o mundo, que fascinam pela grandiosidade, “arquitetosidade”, engenhosidade e mistérios. Esse artigo não tem como objetivo dar respostas, mas sim de fazer com que você, meu caro leitor, faça as perguntas.

INTRODUÇÃO


Blocos de mármore de até 200 toneladas sendo transportados em meio ao deserto, por até dois mil quilômetros. Brocas egípcias, que provam as hélices deixadas nas pedras, penetram nas rochas cem vezes mais do que qualquer broca moderna. Ângulos medidos com precisão óptica. Pedras tão bem dispostas que se quer passa uma agulha entre seus encaixes. Polimentos em mármores que só seria possível com o emprego de máquinas elétricas. Os alinhamentos com os pontos cardeais leste/oeste e norte/sul com precisão de milímetros. Conhecimento de astronomia, matemática avançada, metalurgia portátil do ferro e tantas outras. Estiveram tais façanhas tecnológicas ao alcance dos diversos povos que ergueram monumentos piramidais em todo o mundo? Deixo então, as palavras do diretor do Instituto de Estudos Avançados, da Universidade de Córdoba, Argentina, Jose Alvarez Lopez, autor do livro O Enigma das Pirâmides:


"Mi impresión personal es que la ciencia y la tecnología de los creadores de la gran pirámide es un nivel más elevado de la ciencia y la tecnología que tenemos en la actualidad."


PIRÂMIDES NO MUNDO


Monumentos em formato piramidal são encontrados em várias partes do planeta. As semelhanças entre os monumentos do Egito, América pré-colombiana, Indochina e tantas outras partes, pode levar a uma intrínseca relação entre essas culturas e, mais ainda, a tecnologia aplicada a tais construções leva a derivação de uma hipótese que estabelece uma correlação técnica e de engenharia de construção.


São encontradas em várias partes do globo: na Bósnia, incrustas nas colinas de Visocica, descobertas em 2005 por Semir Osmanagic, o complexo de pirâmides do Sol, da Lua, do Dragão e do Amor (a Pirâmide do Sol tem 267m de altura, contra 145 m da maior pirâmide egípcia, a de Quéops), afirma Osmanagic “o complexo das pirâmides é similar aos do Peru, do México e da Bolívia” [1].

Na Ucrânia, próximo a cidade de Lugansk, foi descoberta no final de 2005, uma pirâmide com idade superior a 3.000 a.C., o que faz dessa mais velha do que as pirâmides de Gizé, no Egito, datadas de 2.500 a.C. Teria sido construída na Idade do Bronze, por povos de religião que cultuavam o Sol. Suas estruturas lembram os povos astecas e maias [2].

Na República da China, na região de Xi’na, em 1912, pesquisadores australianos encontraram as pirâmides de Quin Ling Shan, feitas de argila, a maior delas, a “Pirâmide Branca” tem 300 metros de altura sendo maior que a Pirâmide do Sol de Teotihuacan, no México e, tão larga quanto a de Quéops, em Gizé. Ainda na China, em junho de 2006, foram encontradas na província de Jilin, pirâmides com mais de 3.000 anos [3].

Na Ilha de Tenerife, arquipélago de Canárias, Espanha, em 1991, o norueguês Thor Heyerdahl, identificou seis pequenas pirâmides. Ruínas piramidais são encontradas no Iraque e no Irã. Os núbios da África também construíram suas pirâmides. E até mesmo na Europa nos últimos anos vem sendo reveladas estruturas de mesmo gênero. Paro por aqui, uma vez que o intuito é tão somente demonstrar a ocorrência de um fenômeno global. Uma pergunta comum ao meio: como culturas tão distintas e separadas geograficamente puderam erguer monumentos de visível singularidade?


A fim de determinar uma origem do símbolo piramidal em estruturas, pesquisadores acabam por chegar ao período neolítico, também chamado de Idade da Pedra (a partir de 9.000 a.C.) [4]. Essa idade coincide com a legendária Atlântida, descrita por Platão, a qual possuía a mesma disposição de construções. Platão, nas obras Timeu e Crítias, registrou, a lendária cidade, obra de uma civilização avançadíssima, graças a Sólon, que, por sua vez obteve as informações dos sacerdotes egípcios dos templos da cidade de Saís [5]. E o que temos por Atlântida? Só teorias.

FUNCIONALIDADE


São variadas as teorias a respeito da finalidade das pirâmides. Em comum, todas no mundo são templos de cunho religioso e não necessariamente sepulturas como é estereotipado o caso do Egito. Até mesmo no próprio Egito pesquisas arqueológicas mais recentes demonstram que em muitos dos casos, pirâmides não se destinava e nem serviriam como sepulturas [6]. No mais não pode ser resumida a uma simples catacumba.

CONSTRUTORES


Obras de tamanha envergaduras seriam fruto de sacrifício, da barbárie e da violência? Hermamm Junker, arqueólogo alemão, um autoridade no ramo escreve:


“A piedade filial, a suavidade para com os inferiores, a compaixão pelos pobres oprimidos, eram outras tantas virtudes cultivadas naquela época.” [7]


O trabalho no interior das pirâmides, quer seja das Américas ou do Egito, são talhados com tamanha precisão e paciência , pedras são dispostas com tanto cuidado e técnica, a ponto de não passar nem um fio de cabelo entre encaixes, que se torna inacreditável conceber que obras nessa qualidade tenham sido feitas por escravos esgotados e torturados.

As pirâmides já tinham 2500 anos de idade quando Heródoto, “pai da história”, as olhava com a mesma perspectiva que nós olhamos hoje [8]. Após longas viagens pelo mundo antigo, Heródoto condensou o conhecimento adquirido em nove livros, que foram dedicados as nove musas. A Euterpe destinou o capítulo destinado ao Egito. E narra aspectos da construção, no capitulo CXXIV, deste modo:


“Até a morte do sacerdote Rampsinitos, o Egito foi governado com justiça e progrediu imensamente; porém, seu sucessor, Quéops, submeteu o país a toda sorte de explorações. Fechou os templos e proibiu os egípcios de oferecerem sacrifícios, obrigando-os em troca, a trabalhar, todos eles, a seu serviço. Alguns eram destacados a levar blocos de pedra desde as pedreiras da Arábia até o Nilo; outros recebiam os blocos, depois que estes haviam sido transportados em botes através do Nilo, e levavam nos até as montanhas da Líbia. Aproximadamente cem mil homens trabalhavam constantemente, e eram substituídos por um novo grupo em três em três meses. Significou dez anos de opressão do povo construir o caminho por onde deviam ser transportado as pedras, um trabalho não inferior, em minha opinião, à própria construção da pirâmide.” [9]


Heródoto, que visitou o Egito por volta de 450 a.C., narra as histórias que lhe foram cotadas pelos sacerdotes egípcios. E esse trecho descreve um feito arremetido à exploração. Mas, ainda permanece a pergunta: Cuidados e precisão poderiam ser frutos da violência?

Para essa multidão de cem mil homens temos um problema a imaginar quanto a compilação organizacional, a disciplina arremetida, e a metodização de um plano de conjunto. Seria necessário, para tanto, um exercito de fiscais e contramestres, todos mais ou menos iniciados na obra arquitetônica em curso de realização. Nenhum documento sugere a existência de comêrcio de escravos do tipo antigo; nenhuma campanha militar, suscetível de fornecer semelhante número de prisioneiros, foi empreendida nessa época [10]. Seriam essas obras fruto do poderoso impulso religioso ou de uma tirania sangrenta?

PEDRAS


Não conhecemos, pois, nenhum instrumento egípcio propriamente tecnológico. Pouco ou quase nenhum vestígio de ferramentas. Não há inscrições em hieróglifos, pinturas e papiros menos ainda representações ou referências a qualquer método ou aparelhos de caráter tecnológicos. Então sobram os problemas e enigmas.


Blocos de quartzito, no qual escavaram a câmara da pirâmide de Khendier, chegam a 100 toneladas e ainda 200 toneladas para os blocos do templo mortuário de Miquerinos [11]. Em Teotihuacám, próximo a Cidade do México, a pirâmide do Sol guarda, no que deveria ser o piso, uma monumental pedra de mica (isolante com elevada resistência elétrica, capaz de diminuir a velocidade dos neutrinos em uma reação nuclear) que até então é desconhecida sua fonte [12].

No Egito o trabalho direto nas pedreiras, com relação ao corte da matéria: eram feitos furos nas pedras de granito, enchendo os de pedaços de madeira que após umedecidos dilatavam, a pressão era aproveitada a fim de rebentar o granito. Todavia, o inglês, G. W. Flinders Patrie, um dos grandes metrólogos da história da arqueologia, demonstra que em amostras duríssimas de calcário encontrado em Tiris é possível encontrar marcas de óxido de cobre e esmeril, o que pode evidenciar o emprego desse tipo de “serra” para cortar os blocos [13]. J. Rey Pastor menciona que nos hipogeus de Tebas encontram-se blocos serrados de granito com marcas de óxido de cobre [14]. Resta, porém, um problema: nas impressões deixadas por algumas serras egípcias que cortavam granito, descobre-se, pela inclinação e pela velocidade de descida da folha, que trabalhavam sob uma pressão tão elevada que se torna inadmissível serem construídas de bronze ou esmeril [15].

No México, já na península de Yucatán, a pirâmide de Chitzen itza impressiona pelos encaixes justapostos dos blocos de pedra, a ponto de não passar uma agulha, o que demonstra um elevado conhecimento de engenharia. A precisão em milímetros foi também notada por Patrie no revestimento interno de calcário da grande pirâmide. Blocos que chegam a 16 toneladas, com superfície plana de até 3 metros quadrados. Os blocos se acham justapostos com aproximadamente 0,05 mm e abertura média de 0,5 mm. Não se observa, no chão, sinais de arrastamento de blocos e menos ainda pontos de engates para cordas. O cimento utilizado fera gesso, de adesão rápida, no qual sua formula ainda é desconhecida [16].

No revestimento externo, que devemos lamentar ter sido destruído, que outrora a grande pirâmide possuía, o polimento que teria sido dado a cada um dos 25.000 blocos de aproximadamente 20 m2 de superfície equivalem ao mesmo trabalho de polimento do espelho do telescópio do Monte Palomar, nos Estados Unidos. Uma tarefa moderna que exigiu cinco anos de trabalho do tipo artesanal e árduo foi feita, em escala do tipo industrial, em 2500 a.C. [17]. Sem sombra de duvida um feito admirável.

Sobre a grande pirâmide Heródoto afirma, no capítulo CXXV, ter sido utilizada máquinas para o transporte das pedras:

“A pirâmide, foi edificada em degraus ou embasamentos ou, conforme outros, em forma de altares. Quando se completou a construção, elevaram as pedras seguintes até seus respectivos lugares por meio de máquinas formadas por rolos de madeira. A primeira máquina levantava-as do solo ao primeiro degrau. Aí encontra-se outra máquina para levá-la ao segundo degrau e outra para levá-la ao terceiro. Pode-ser que no lugar de terem tantas máquinas quanto eram os degraus, levavam uma única máquina de degrau a degrau, visto serem fáceis de transportar – ambas explicações foram formuladas e por isso me refiro às duas.” [18]

Então onde estariam essas tais máquinas? Não há no Egito registro algum. Portanto, a afirmação de Heródoto fica sujeita a dúvidas. Grande parte do granito egípcio precede das pedreiras de Assuam. Há também calcário de Tura e até mesmo pedras da Etiópia e da vizinhança do Mar Vermelho. Para tanto dispunham do Nilo e também efetuavam longas distâncias via terra, essas distâncias podiam chegar a dois mil quilômetros [19]. Novamente nos deparamos com tarefas e empreendimentos ciclópicos, no mais misterioso.

FERRO


Os blocos de construção de Tihuanaco não estão interligados por cimento, mas sim por uma liga de ferro que de acordo com pesquisas foi usado para fixar as pedras. Neil Steede, arqueólogo perito em América Central, diz a respeito:


o que acho incrível neste lugar é que para locomover os objetos para suas construções, eles precisavam ter um aparelho portátil de fundição para manter o metal no estado líquido.” [20]

Mas se os Incas, que habitaram a região dos Andes, não conheciam o ferro, como explicar tal proeza? William Hickling Prescott, no livro História da Conquista do Peru, fica perplexo com as enormes massas de pedra que foram retiradas de seu leito original e trabalhadas de tal precisão sem o uso do ferro.


Os nativos não conheciam o ferro, embora o solo estivesse impregnado dele.”[21]


Não há menção ou descrição do uso do ferro no Egito, porém sua utilização foi de fundamental necessidade e são inúmeras as provas relevante a sua utilização. Somers Clarke, na obra Ancient Egyptian Masonry, diz:


Em todos os antigos trabalhos de pedra dura, deixados por terminar, aparece claramente ter sido a pedra cortada com um instrumento de ponta, sendo difícil aceitar que esse instrumento fosse de pedra. Em uma estatua de xisto não terminada da época Saíta (Museu do Cairo), as marcas de ferramentas podem ser claramente vistas; cada pancada arrancava um pedacinho da pedra sem qualquer desgaste aparente, e é possível acompanhar uma série de doze pancadas sem observar qualquer sinal de menor desgaste do instrumento.”[22]

A câmara em quartzo amarelo da pirâmide de Ammenemes III, em Hawara, foi talhada de tal forma cujas arestas estão tão bem cortadas que o próprio Patrie pensou tratar-se de blocos distintos justapostos, mas se trataria de um corte que só poderia ser feito, no caso dos dias de hoje, com instrumento de aço bem temperado [23]. Portanto precisariam de algum metal potente, mas qual?

Uma teoria diz que o uso do ferro assim como de outras tecnologias foi mantida em segredo, originando deste modo um sério problema à arqueologia, portanto em meio a essa problemática não podemos confundir falta de provas arqueológicas com inexistência de uma tecnologia.


TREPANOS


Os modernos consistem em um tubo de metal que em uma das extremidades tem uma a quatro pontas de material cortante de grande dureza que, ao ser girado, penetram no bloco de pedra deixando um tarugo ou cunha dentro do cilindro que pode ser extraído com uma leve pancada. O problema é que para um furo em que a ferramenta moderna desce 0,04 mm, a ferramenta egípcia, de igual diâmetro, descia cinqüenta vezes mais: 2,5 mm por volta. Pesquisadores concluíram que para isso ser possível seria necessário que os trépanos egípcios trabalhassem com uma pressão de 2.000 Kg. De acordo com as provas arqueológicas tais ferramentas eram produzidas de bronze e esmeril, que demonstram não resistirem grandes pressões [24].

Uma revolução total no meio de produção industrial no meio moderno seria produzida se conseguíssemos tal tecnologia.

ORIENTAÇÃO

A cidade de Tiahuanaco, um dos sítios arqueológicos mais importantes da Bolívia, fora concebida segundo uma rigorosa orientação astronômica, seguindo o norte geográfico e um sistema meteorológico que condicionou esta orientação. É notória a simetria intencional dos eixos que emanam todos de uma grande pirâmide [25].

Robert Bauval, autor do livro “The Órion Mystery”, descobriu, juntamente com Adrian Gulbert, que as três pirâmides de Gizé foram construídas como uma imagem espelhada do que hoje chamamos de Cinturão de Órion. Os egípcios apontavam essas três estrelas como o lugar de onde vieram seus deuses, acreditando que os espíritos dos faraós vinham de lá. O tamanho e a posição de cada pirâmide tem uma perfeita relação com as três estrelas [26].

Para muitos arqueólogos tais orientações geodésicas não passariam de mero produto da casualidade. Todavia quando observamos os erros de desvios em relação ao meridiano para as pirâmides, verifica-se que, com exceção da pirâmide de Zoser, o erro médio quadrático da orientação de oito pirâmides não excede 8’ de arco; pesquisas demonstraram que para a época de Quops e Quéfren o máximo de erro aceito era na ordem de 5’ [27]. Qualquer agrimensor concordaria que tal feito não seria fruto da casualidade.

MENSURAÇÃO


Otto Neugebauer, afirma que a maior conquista egípcia, no campo da matemática, foi o conhecimento da tabuada de multiplicar por dois [28]. O que demonstra, deste modo, um simples empirismo na concepção de matemática. Seria impossível acreditar que medidas de tamanha precisão, como no caso da dilatação térmica dos corpos, devido a disparidade térmica e das condições climáticas da região, fossem conseguida com um mero conhecimento ta tabuada de dois.

Ao estudar a geometria egípcia, então, nos deparamos com uma surpresa: conseguiram medir os ângulos com a precisão de um segundo do arco (1”), esse feito ocorre na grande pirâmide que mede 98°59’58”, o que, tratando-se de locação de obra indica a precisão na ordem de 1”[29]. Isso rompe com a capacidade da visão do olho humano despachando de vez qualquer hipótese de acaso. Os melhores teodolitos modernos medem com erro de 1”; erros são inevitáveis ao passo que leva-se em conta uma série de fatores que podem influenciar na leitura, tais como a dilatação térmica dos instrumentos e elementos de leitura, erros de nivelamento, erro de arrastamento, vento erro de apreciação sobre o retículo, refração atmosférica e muitos outros. Isso tudo significa que os topógrafos egípcios para conseguir tal medida levaram todos esses fatores em conta.

Outro ponto muito curioso é que se os egípcios construíram esses monumentos a cinco mil anos e que para que tudo não viesse ao chão, o que se trata de um problema de medição goniométrica, foi fundamental que os construtores tivessem conhecimento da posição do pólo terrestre que, por sua vez, está sujeito a movimentação. E quando vemos os resultados do paralelismo entre as duas pirâmides de Quéops e Quéfren, estruturas separadas por mais de um quilometro de distância, descobre-se que os instrumentos necessários para que fosse alcançado total paralelismo devem ter um erro menor que o segundo [30]. Na realidade com teodolitos comuns não conseguiríamos hoje o que os egípcios fizeram.

A base da pirâmide de Quéops tem um comprimento de 230,38m e possui uma altura de 146,6m. Se fizermos o simples calculo de: duas vezes o comprimento da base e dividir pela altura, encontraremos o valor de 3,14297, este é o PI [31]. O PI é um número irracional com decimais indefinidos, e só pode ser calculado a mais de dois decimais se tiver bastante conhecimento teórico sobre geometria.

Théophile Moreux, no livro, La Science Mystériuse dês Pharaons, descobriu que os sacerdotes-arquitetos das pirâmides utilizavam como unidade de medida o côvado sagrado, diferente do côvado comum ou real. De acordo com Moreux seriam o mesmo côvado dos hebreus e que teriam sido estes que levaram para o Egito [32].


CONCLUSÃO


São vários os fatos e descobertas a mercê das grandes pirâmides que contemplei em uma série de leituras, a fim de elaborar esse artigo. Para não torná-lo extenso e cansativo me ative os fatos mais relevantes e de fácil conceber. Admito que é um campo de pesquisa bem vasto e que poderia revolucionar a história da humanidade, ao ponto de termos que reescrevê-la novamente, se esforços não fossem medidos para tanto, todavia percebi uma carência ou uma total insuficiência de pesquisas sobre outras pirâmides que não fossem do Egito ou das Américas, daí o fato de eu me ater basicamente nestas construções.


Não temos muitas idéias a respeito das técnicas empregadas, mas os resultados que foram alcançados nas diversas pirâmides encontradas nas mais diversas partes do planeta nos obriga a reconhecer nelas uma eficiência de caráter tecnológico que em muitos dos casos está à frente de nosso tempo. Gostaria de finalizar com as palavras do astrônomo Piazzi-Smith, que dedicou boa parte de sua vida ao estudo das pirâmides no Egito:


“Ou bem os construtores desse monumento único no mundo possuíam uma ciência tão avançada quanto a nossa, coisa que é extravagante e quase incrível; ou bem agindo como guardiões de uma tradição que se remontava às épocas primeiras, quiseram fixar na pedra, (...). Tal seria a origem, por meio de sacerdotes egípcios, do que eu chamei de ‘ciência misteriosa dos faraós’”.


[1] Ambiente Brasil. Evidências de pirâmides na Bósnia (fonte: Estadão.com.br) disponível em: http://noticias.ambientebrasil.com.br/noticia/?id=32706. Acesso em 22/07/09.

[2] UFCG. Assessorial de imprensa. Disponível em: http://www.ufcg.edu.br/ .Acesso em 22/07/09.

[3] LEE, Laura. China’s Secret Pyramids. Disponível em: http://www.bibliotecapleyades.net/piramides/esp_piramides_china_7.htm. Acessado em 22/07/09.

[4] Arqueo.org. Disponível em: http://algarvivo.com/arqueo/neolitico/index.html. Acesso em 22/07/09.

[5] JAMES, Peter & THORPE, Nick. O Livro de ouro dos mistérios da antiguidade. Tradução de Laura Alves e Aurélio Rebelo. Pag. 35-65.

[6] ALVAREZ LOPEZ, Jose. O enigma das pirâmides. Pg. 30.

[7] LANGE, Kurt. Pirâmides, esfinges e faraós. Pg. 30.

[8] ALVAREZ LOPEZ, Jose. O enigma das pirâmides. Pg. 15.

[9] HERODOTO. Capítulo CXXIV.

[10] LANGE, Kurt. Pirâmides, esfinges e faraós. Pg. 28-30.

[11] ALVAREZ LOPEZ, Jose. O enigma das pirâmides. Pg. 68

[12] DURAN, Krsanna. Batalha pelos registros Atlante sob a Esfinge. Disponível em: http://www.amaluz.com.br/arquivo/1997/52_1.htm. Acesso em 23/07/09.

[13] PATRIE, G. W. Flinders. Ferramentas e armas. Londres 1917.

[14] PASTOR, J. Rey. A ciência e a tecnologia no descobrimento da América. Buenos Aires, 1951.

[15] ALVAREZ LOPEZ, Jose. O enigma das pirâmides. Pg. 80.

[16] PATRIE, G. W. Flinders. As pirâmides e templos de Gizé. Londres, 1883.

[17] ALVAREZ LOPEZ, Jose. O enigma das pirâmides. Pg. 91.

[18] HERODOTO. Capítulo CXXV.

[19] ALVAREZ LOPEZ, Jose. O enigma das pirâmides. Pg. 64.

[20] STEEDE, Neil. Mapa de Pires Reis – O dilúvio. Disponível em: http://www.scribd.com/doc/6623515/Mapa-Piris-Reis-O-Diluvio. Acesso em 24/07/09.

[21] PRESCOTT, William Hickling. História da conquista do Peru. G. Routledge and sons, 1893.

[22] CLARKE, Somers. Ancient egyptioan masonry. Oxford, 1930.

[23] PATRIE, G. W. Flinders. Hawara, Bihamu and Arsinoe. Londres, 1889.

[24] ALVAREZ LOPEZ, Jose. O enigma das pirâmides. Pg. 84-85.

[25] VALLA, Jean-Claude. A civilização dos incas. Pg. 72.

[26] Sete Antigos Heptá. Pirâmides de Gize: mistérios ainda não desvendados. Disponível em: http://seteantigoshepta.blogspot.com/2009/01/1-parte-as-pirmides-de-giz-mistrios.html. Acesso em 29/07/09.

[27] ALVAREZ LOPEZ, Jose. O enigma das pirâmides. Pg. 93- 95

[28] NEUGEBAUER, Otto. The exact sciences in antiquity. Providence, (RhI) 1957.

[29] ALVAREZ LOPEZ, Jose. O enigma das pirâmides. Pg. 102.

[30] ALVAREZ LOPEZ, Jose. O enigma das pirâmides. Pg 104 – 105.

[31] DOERNENBURG, Frank. Mysteries of the past: PI de Pirâmides. Disponível em: http://www.ceticismoaberto.com/fortianismo/pyramidpi.htm. Acesso em 30/07/09.

[32] MOREUX, Théophile. La science mystérieuse dês pharaons. Paris, 1925.


Bibliografias:


ALVAREZ LOPEZ, Jose. O enigma das pirâmides. 3a ed. rev. e ampl. - São Paulo: Hemus, [1990?].

Ambiente Brasil. Evidencias de pirâmides na Bósnia (fonte: Estadão.com.br) disponível em: http://noticias.ambientebrasil.com.br/noticia/?id=32706. Acesso em 22/07/09.

Arqueo.org. Disponível em: http://algarvivo.com/arqueo/neolitico/index.html. Acesso em 22/07/09.

CLARKE, Somers. Ancient egyptioan masonry. Oxford, 1930.

DOERNENBURG, Frank. Mysteries of the past: PI de Pirâmides. Disponível em: http://www.ceticismoaberto.com/fortianismo/pyramidpi.htm. Acesso em 30/07/09.

DURAN, Krsanna. Batalha pelos registros Atlante sob a Esfinge. Disponível em: http://www.amaluz.com.br/arquivo/1997/52_1.htm. Acesso em 23/07/09.

HERODOTO. História. Rio de Janeiro: Tecnoprint, [19--]. 789p.

JAMES, Peter & THORPE, Nick. O Livro de ouro dos mistérios da antiguidade. Tradução de Laura Alves e Aurélio Rebelo. Ediouro, 3º Ed, 2002.

LANGE, Kurt. Pirâmides, esfinges e faraos. 4. ed. - Belo Horizonte: Itatiaia, 1964. 278p.

LEE, Laura. China’s Secret Pyramids. Disponível em: http://www.bibliotecapleyades.net/piramides/esp_piramides_china_7.htm. Acessado em 22/07/09.

MOREUX, Théophile. La science mystérieuse dês pharaons. Paris, 1925.

NEUGEBAUER, Otto. The exact sciences in antiquity. Providence, (RhI) 1957.

PATRIE, G. W. Flinders. As pirâmides e templos de Gizé. Londres, 1883

PATRIE, G. W. Flinders. Ferramentas e armas. Londres 1917.

PATRIE, G. W. Flinders. Hawara, Bihamu and Arsinoe. Londres, 1889.

PRESCOTT, William Hickling. História da conquista do Peru. G. Routledge and sons, 1893.

Sete Antigos Heptá. Pirâmides de Gize: mistérios ainda não desvendados. Disponível em: http://seteantigoshepta.blogspot.com/2009/01/1-parte-as-pirmides-de-giz-mistrios.html. Acesso em 29/07/09.

STEEDE, Neil. Mapa de Pires Reis – O dilúvio. Disponível em: http://www.scribd.com/doc/6623515/Mapa-Piris-Reis-O-Diluvio. Acesso em 24/07/09.

UFCG. Assessorial de imprensa. Disponível em: http://www.ufcg.edu.br/ .Acesso em 22/07/09.

VALLA, Jean-Claude. A civilização dos incas. [Rio de Janeiro: O. Pierre], c1978. 281

sábado, 25 de julho de 2009

Mattedi: Sobre anjos e diabos do Espírito Santo


Anjos e Diabos do Espírito Santo – fatos personagens da história capixaba, o título é bem, digamos, forte e sugestivo, mas se trata de um dos melhores trabalhos jornalísticos que tive oportunidade de ler. O autor do livro, José Carlos Mattedi, com engenho de um jornalista, com os olhos de um historiador e com a arte de um escritor, muito bem nos conta alguns fatos e histórias que, até certo ponto, encontravam-se sobre a poeira do esquecimento. “Histórias de abandono, de lutas, de esquecimento e também de criadores de sonhos, de música e de orquídeas”. Homens e mulheres, heróis e vilões, ou como o livro nos traz, anjos e diabos que a ferro, fogo e sangue tornam a história do estado do Espírito Santo riquíssima e, ao mesmo tempo, nos mostra o autor, esquecida.


Jornalista, bacharel em Direito, pós graduado em história das relações políticas pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), José Carlos Mattedi, trabalhou no jornal A Gazeta como repórter cultural e posteriormente como correspondente na câmara dos Deputados em Brasília num total de 11 anos de atuação e trabalhou também, de 2002 a 2004, na TV Gazeta. Em seu currículo constam obras como: Instituições, Mestre da Dor, A Guerra dos Brinquedos, Praia do Suá e História da Imprensa Oficial do Espírito Santo. E em 1998, viria o merecido reconhecimento, foi diplomado pelo Conselho Estadual de Cultura pelos serviços prestados à cultura capixaba. Também no mesmo ano ganhou o Prêmio Gazeta de Jornalismo.


Anjos e Diabos do Espírito Santo é um daqueles livros que, quando está lendo, você se pega emocionado pelos fatos ali narrados e percebe ainda que há um boa dose de amor e de humanidade na obra.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

O HOMEM FOI À LUA?



By Douguera
“That’s one small step for man; one giant leap for mankind”
(Armstrong, 1969)


Eram 23h e 56 min, horário de Brasília, dia 20 de julho de 1969. O mundo era bombardeado ao vivo com as imagens dos astronautas Neil Armstrong, Edwin ‘Buzz’ Aldrin e Michael Collins, que haviam partido no dia 16 a bordo da missão Apollo 11, chegando à lua. Armstrong teria sido o primeiro homem a pisar no solo lunar e também a desferir a celebre frase “este é um pequeno passo para o homem, mas um grande salto para a humanidade”. Foram há exatos 40 anos.

O contexto era de embate político ideológico entre EUA (capitalista) e URSS (socialista), dita “guerra fria”. Marcado por uma intensa corrida aeroespacial na qual a URSS sairia na frente quando em 12 de abril de 1961, Yuri Gagarin, a bordo da nave Vostok I, tornou-se o primeiro homem a estar no espaço, fato que deu grande impulsão à URSS. Já na terra Yuri teria dito: “a terra é azul”.

Após 40 anos e um mundo rodeado por céticos, revisionistas, incrédulos que, não é para menos estão alicerçados pela luz da ciência, dizem abertamente que o homem nunca foi à lua. De antemão quero deixar bem claro que meu objetivo aqui não é um artigo sensacionalista ou coisa do gênero é apenas, de forma empírica, apontar os fatos a fim de levantar a discussão a mercê do tema.

Enfatizam os céticos que os EUA perdendo a dianteira da corrida espacial forjaram a ida do homem a lua aos moldes das produções hollywoodianas, como no filme 2001 Uma Odisséia no Espaço, de Stanley Kubrick, lançado um ano antes do grande feito, que significou um marco em termos de efeitos especiais nunca vistos antes no cinema. A dita farsa, de fato como conseguiu, virou a atenção do mundo para os EUA.

E seriam vários os indícios de que o homem se quer saiu do “mundo da lua”:

O vento
A gravidade da lua é seis vezes menor que a gravidade da terra, sendo essa grávida tão baixa não há como reter gases e conseqüentemente não há atmosfera, portanto sem ventos [1]. E se perguntam os incrédulos: como explicar a bandeira americana tremulando?

Sombras
Devido a ausência de atmosfera, sem gases, não há refração da luz, ou seja, não existe penumbra (ou a sombra é totalmente preta ou simplesmente não há sombra) [2]. Então como se explicar o efeito da penumbra na roupa dos astronautas?

Pegadas
E as pegadas? Bem, para haver pegadas tem que haver umidade do ar. Não tendo ar na lua e muito menos umidade seria impossível a formação de pegadas tão bem definidas.

A nave
Quando ao modulo lunar este teria sido, desatentamente, pousado do lado de uma cratera, fato inusitado para astronautas experientes, até mesmo para a NASA. Mas como explicar o fato de que seu pouso não fizera marcas no solo? Como se tivesse sido posto suavemente no terreno. Os propulsores potentes teriam feito um buraco no terreno, mas não o fizeram. O que tudo indica é que o modulo jamais teria vindo do espaço, tendo sido colocado delicadamente no local.

Filmagem
As câmeras utilizadas para tirar as fotografias na lua, onde a temperatura varia de -153ºC à noite a +107ºC durante o dia [3], foram de modelo Hasselblad 500ELs, tendo sido utilizados filmes Kodak especial [4]. Para resistir a tamanha variação de temperatura, segundo a NASA, foi utilizado um revestimento de prata na câmera. Porém, especialistas em filmagem e fotografia enfatizam que até hoje não existe um único filme de máquina fotográfica capaz de suportar tamanha variação de temperatura.

Esses são somente alguns exemplos de como os infiéis contestam a proeza de 1969. Existem outros ainda, todavia não encontrei tanta relevância. Buscando endossar meu artigo acabei por encontrar literaturas heréticas bem plausíveis: em We never Went to the Monn (“nos nunca fomos à lua”), Bill Kaysing, que trabalhou catalogador da Rocketdyne, empresa que fornecia peças para a NASA, diz que os EUA nuca tiveram tecnologia para tal feito. O problema é que nosso autor tem somente o título de bacharel em inglês, não sendo um perito, portando, no assunto. André Mauro, por outro lado, é bem conhecido no Brasil, tendo sido inclusive entrevistado no programa do Jô Soares, escreveu O Homem não pisou na Lua. André, que é diretor e professor de cinema, diz que tudo não passa de um bom trabalho de estúdio, isso para a época, mas que com avanços da tecnologia cinematográfica a mentira demonstrou ter rabo curto. Para Ralph René, escritor do New Jersey, a mentira teria sido gravada em um estúdio do governo perto da cidade de Mercury, estado de Nevada. E o Britânico David Percy, fotografo profissional, diz que a iluminação das fotografias da missão só poderiam ser obtidas, para a época, em um estúdio na Terra.

Em meio a tantas heresias a NASA resolveu agir e contratou, no ano de 2002, um renomado escritor aeroespacial, antigo engenheiro, chamado James Oberg. Seu objetivo era o de convencer a opinião pública a respeito da veracidade dos fatos [5], para tanto Oberg receberia a bagatela de 15 mil dólares. Sua monografia de mais de 30 mil palavras, em dez capítulos, contudo, não foi publicada. O motivo, segundo Stephen Garber, historiador da NASA (vejam vocês a agência espacial americana tem um historiador, eu quase me “borrei”), é que a obra dificilmente convenceria as mentes abertas, sendo improvável para os mais céticos.

Se o homem foi ou não a lua ou se ele sempre esteve no “mundo da lua”, não cabe a mim a resposta. Sou apenas um espectador, curioso e apaixonado pelo passado. Quanto a meus leitores tirem suas conclusões e fiquem a vontade para comentar.


[1] Disponível em: http://www.solarviews.com/portug/moon.htm. Acesso em 20/07/09.
[2] Disponível em: http://www.mreclipse.com/Special/LEprimer.html . Acesso em 20/07/09.
[3] Disponível em: http://www.if.ufrgs.br/ast/solar/portug/moon.htm. Acesso em 20/07/09.
[4] Disponível em: http://www.hq.nasa.gov/alsj/a11/a11-hass.html. Acesso em 20/07/09.
[5] Disponível em: http://news.bbc.co.uk/1/hi/sci/tech/2410431.stm. Acesso em 20/07/09.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

O que Move a História

Obra do artista Ronaldo Torquato. Disponível em: http://www.ronaldotorquato.com .

By Douguera


O amor, Pois que é a palavra essencial” disse o saudosíssimo poeta Carlos Drummond de Andrade[1]: “Amo a história. E é por isso que estou feliz por vos falar, hoje, daquilo que amo”, essas foram as palavras de Lucien Febvre, na obra Combates pela História [2].

A razão, oposto da imaginação: “se olharmos a história racionalmente, ela nos olhará racionalmente de volta”, é o que propôs Georg Wilhelm Friedrich Hegel [3]. O que move a história da humanidade? Seriam os grandes homens? Lideres movidos por sua ganância e amor desmedido pelas ideologias. Seriam as revoluções? Que marcaram a ferro, forro e sangue o caminho da humanidade. Seria o destino ou o acaso? Seria as religiões ou a ciência? Em fim, não há como parar: mesmo sentando e dizendo “não dá mais”, há uma força invisível que move a história da humanidade.

Leissez faire, laissez passer” [4] (“deixe fazer, deixe passar”) conseguiram assim se encontrar na síntese, atribuída a Vincent de Gouney, os homens do livre mercado. “Vender e vender”, seria a arte que faz o mundo mover? Mas essa não é uma força significativa para a concepção de mundo de todos os homens, mesmo estando eles imbuídos de mercados.

Pergunte então: como a vida começou? Para a religião: Deus “o criador de céu e da terra”, “de todas as coisas visíveis e invisíveis” [5]. Galileu Galilei ousou dizer que a terra não era o centro do universo e que não era o sol que girava ao redor da terra, mas sim a terra que girava ao redor do sol [6]. Aos gurus das várias ciências, sobram-lhes incontáveis dúvidas.

O Tiradentes que se indagava como seria um Brasil independente? Restou-lhe a forca. Seria possível o homem voar livre como um pássaro? E então Alberto Santos Dumont inventou o avião. E quando criança a gente se pergunta como é possível um monte de ferro fundido e chapeado voar?

Os gregos, dos quatro cantos da Grécia, se perguntavam se a democracia ateniense, filha de Clístenes [7], seria o tipo ideal de governo? E se “liberté, egalité e fraternité” [8] poderiam libertar a França? E o tempo passa, de forma a consumir os vestígios, corroer as edificações e, percebemos que tudo já dito acima esta tão presente em nós que nos perguntamos: Como? Por quê?

Pois, então, não são as respostas que movem a história, porque elas existem aos montes. Mas sim os questionamentos: é a sede por respostas imbuídas de um sentimento desmedido, chamado pelos homens de amor – palavra que carrega consigo incontáveis significados – que alimenta o motor da história. Deste modo, portanto, em uma profunda contradição paradigmática [9], buscamos a razão como a forma de se chegar à verdade – seria então a ciência a maior substituta da religião? O fato é que, sedentos por respostas e movidos pelo amor buscamos a verdade. Essa loca engrenagem é, portanto, a que move a história.

[1] ANDRADE, Carlos Drumond de. poema de abertura do livro “O Amor natural”.
[2] FEBVRE, Lucien Paul Victor. Combates pela história. 3. ed Lisboa: Presença, 1989. 262 p.
[3] Hegel: citado por Michael Inwood no Dicionário Hegel, pg.187.
[4] KEYNES, John Maynard. The End of Laisses-faire. London: Hogarth Press, 1926.
[5] A profissão de fé do IV Concílio de Latrão (1 de novembro de 1215) afirma que Deus “criou conjuntamente, do nada, desde o início do tempo, ambas as criaturas, a espiritual e a corporal, isto é, os anjos e o mundo terrestre; em seguida, a criatura humana que tem algo de ambas por compor-se de espírito e de corpo" (DS 3002). Disponível em: http://www.comshalom.org/formacao/exibir.php?form_id=1203. Acesso em 14/07/09.
[6] Teoria Heliocêntrica (século XVI), modelo de Copérnico, em oposição a teoria Geocêntrica na qual a terra era o centro do universo e que o sol gira a seu redor. Disponível em: http://educar.sc.usp.br/fisica/movgrav.html. Acesso em 14/07/09.
[7] Clístenes (~ 560 - 508 a. C.) Filósofo, político e legislador grego de Atenas, cujas reformas políticas contribuíram para despertar o sentimento de cidadania em contraposição à solidariedade dos membros do clã e é considerado o fundador da democracia ateniense.
[8] Liberdade, igualdade e fraternidade: lemas da Revolução Francesa de 1789.
[9] Paradigma (do grego Parádeigma) representa, de forma mais ampla e forte, os conteúdos de uma visão de mundo. Pode ser também usada para designar um pensamento, um modo de pensar, um modelo a ser seguido.